Sabado, dia 13 de Setembro de 2008
Hoje a Igreja celebra : S. João Crisóstomo, bispo, Doutor da Igreja, +407
Ver comentário em baixo, ou carregando aqui Santo Ireneu de Lyon :
Evangelho segundo S. Lucas 6,43-49.
«Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.» «Porque me chamais 'Senhor, Senhor', e não fazeis o que Eu digo? Vou mostrar-vos a quem é semelhante todo aquele que vem ter comigo, escuta as minhas palavras e as põe em prática. É semelhante a um homem que edificou uma casa: cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio uma inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa mas não a abalou, por ter sido bem edificada. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente arremessou-se contra ela, e a casa imediatamente se desmoronou. E foi grande a sua ruína!»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Ireneu de Lyon (c. 130 - c 208), bispo, teólogo e mártir Contra as Heresias III, 24, 1-2
Assentar os alicerces sobre a rocha a pregação da Igreja apresenta, sob todos os aspectos, uma solidez inabalável; permanece idêntica a si mesma e beneficia do testemunho dos profetas, dos apóstolos e de todos os seus discípulos, testemunho que engloba "o começo, o meio e o fim", a totalidade do desígnio de Deus infalivelmente ordenada para a salvação do homem e pedra angular da nossa fé. Por isso, nós guardamos com cuidado essa fé que recebemos da Igreja... Com efeito, foi à Igreja que foi confiado o "dom de Deus" (jo 4,10) - assim como o sopro tinha sido confiado à primeira obra que Deus modelou, Adão (Gn 2,7) - a fim de que todos os membros da Igreja possam dele participar e por ele ser vivificados. Nela é que foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor do dom da incorruptibilidade, confirmação da nossa fé e escada para a nossa ascenção até Deus: "Na Igreja, escreve S. Paulo, Deus colocou apóstolos, profetas, doutores" e todos os outros, por ação do Espírito (1 Co 12,28.11). Onde estiver a Igreja, está também o Espírito Santo; e onde está o Espírito de Deus, está também a Igreja e toda a graça. E o Espírito é Verdade (1 Jo 5,6). É por isso que aqueles que se excluem do Espírito deixam de se alimentar no seio de sua Mãe para receber a vida e de participar da fonte límpida que brota do corpo de Cristo(Jo 7,37), mas, pelo contrário, "controem para si cisternas quebradas" (Jr 2,13)... Tornando-se estrangeiros à verdade, é fatal que persistam no erro e sejam sacudidos por ele, que... não tenham nunca uma doutrina firmemente estabelecida, uma vez que preferem ser argumentadores de palavras mais do que discípulos da verdade. Porque não se alicerçam na única Rocha mas na areia.
"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os dons diversos são para que projeto de Deus se realize em nós. Deus quando pensou em você pensou em obras boas para você realizar, Deus preparou obras boas antes da fundação do mundo para você realizar, Ele deu dons a você que só você sabe realizar. Aprenda a buscar e ouvir o que o Senhor tem pra sua vida , respondendo ao Amor infinito com um sim decidido e perseverante.
No interior do coração de Jesus brotou um sim permanente à voz do Espírito que dizia no Seu íntimo a Palavra do Pai.
A força amorosa de Jesus marcou a marcha de Humanidade com a dinâmica do Espírito Santo.
Este dom está permanentemente vivo e ativo no coração dos que se apaixonam pela mesma causa pela qual se apaixonou o coração de Jesus.
No interior do coração de Jesus brotou um sim permanente à voz do Espírito que dizia no Seu íntimo a Palavra do Pai.
A força amorosa de Jesus marcou a marcha de Humanidade com a dinâmica do Espírito Santo.
Este dom está permanentemente vivo e ativo no coração dos que se apaixonam pela mesma causa pela qual se apaixonou o coração de Jesus.
A fé ri das impossibilidades.

O homem de fé é um penhasco que não se consegue remover, uma fortaleza que não se consegue derrubar. A fé é uma Luz que surge nas trevas; dá dimensão exata a tudo e a tudo cromatiza com cores autênticas: as cores da graça. A fé é saber que Cristo virá para proferir a palavra definitiva na historia do homem e do mundo. É uma busca continua que com seus achados dá ânimo para prosseguir na busca.
A fé é uma segurança humilde e cheia de temor; um submergir-se doce e arrepiante no regaço invisível de um grande Pai, que é Deus. A fé é um transplante de olhos, pelo que penetra em nosso fraco olhar, a compreensiva visão de um Deus de bondade.
Paulo VI assim se expressa: “ a fé vivida se transforma em luz; amada, converte-se em força; meditada, torna-se espírito.
Não esqueça : a fé ri das impossibilidades.

A fé é a força que alimenta o espírito. Se juntarmos a fé em Deus à sinceridade e pureza de nossa alma, removeremos todos os obstáculos para nosso progresso e felicidade. Porém a fé só age com toda a sua força em nós quando estamos voltados à verdade e ao bem. Os conceitos da verdade e do bem são relativos ao entendimento de cada um, contudo a verdade é absoluta e o bem é o bem. Ambos independem de nosso relativismo, que ainda podem estar cheio de enganosas ilusões. Para destruí-las, a vida cria desafios para que a consciência descubra os valores eternos do espírito. Quando chegamos a esse ponto é que a fé e o bem possuem a força irresistível que transporta montanhas.
O VALOR DA SANTA MISSA
Eis um breve relato de algumas visões do padre Reus, com relação à maravilhosa realidade sobrenatural da Santa Missa. Falecido em odor de santidade, teve este sacerdote, a graça de ver o que acontece de sobrenatural durante a Santa Missa, a qual, por razão, costumava chamar de "A FESTA NO CÉU".
Eis, pois, o que lhe dera dado ver:
"Nossa Senhora convida todo o Paraíso para participar da Santa Missa; e todos os anjos e santos A seguem em maravilhoso cortejo até o altar. Os Santos formam um semi-círculo ao redor do sacerdote celebrante e o acompanham até o altar. Lá chegando, estes se colocam atrás dos santos.
Outra multidão de anjos cerca a igreja e cobre os fiéis, impedindo a aproximação dos demônios durante a Santa Missa, em honra à majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A virgem Santíssima está sempre junto do celebrante, do lado do altar onde é servida a água e o vinho, e onde são lavadas as mãos do sacerdorte. É a própria Mãe de Jesus quem serve o celebrante e lava suas mãos. Entre Nossa Senhora e o celebrante, é convidado o santo do dia.
Todas as almas do Purgatório também são convidadas pela Virgem Maria e permanecem durante toda a Santa Missa aos pés do altar, entre o celebrante e os fiéis. Conta o Padre Réus que ele via as almas do Purgatório e verdadeira festa quando grande esperança de libertação. Padre Réus via uma chuva caindo sobre o Purgatório durante toda a Santa Missa.
No momento sublime da consagração, quando estas almas vêem Nosso Senhor Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sentem um desejo incontrolável de sair daqueles chamas e se atirarem em Seus braços, mas não conseguem, por não estarem ainda purificadas.
Após a Consagração, acontece a libertação do Purgatório, das almas que já atingiram a purificação. Nossa Senhora estende a mão a cada uma delas e diz: "Minha filha, pode subir ".
No momento da oração da PAZ, os anjos saúdam as almas libertadas do Purgatório, abraçando-as. É um momento de imensa alegria e beleza. Em seguida, estas almas, resplandecendo com a beleza indescritível, adornadas como noivas, como anjos, são intoduzidas triunfalmente no Paraíso, por uma multidão de anjos, ao som de música e cantos celestias.
Na hora da morte, as Missas que houveres assistido serão a tua maior consolação.
Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça Divina.
Em toda Missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-las mais ou menos consoante a teu fervor.
Assistindo com devoção à Missa, prestas a maior das honra à santa humanidade de Jesus Cristo.
Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais porém te arrependestes.
Diminui o império de satanás sobre ti.
Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível.
Uma só Missa a que houveres assistido em vida, ser-te-á mais salutar que muitas a que outros assistirão por ti depois da tua morte, pois pela Missa participas da Paixão, Morte e Ressureição de Cristo.
A Missa preserva-te dee muitos perigos e desgraças que te abateriam.
Toda Missa diminui o teu Purgatório.
Toda alcança-te um grau maior no Céu.
Na Missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confrma no Céu.
És abençoado em seus negócios e interesses pessoais.
"Fica sabendo, ó cristão, que mais se merecem em ouvir devotamente uma só Santa Missa do destribuir todas as riquezas aos pobres e perigrinar toda a terra."(São Bernardo)
(Nosso Senhor nos concede o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos perdir-lhe e que, entretanto, nos é necessário."(São Jerônimo)
"Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zêlo não teríamos em assistir a ela!"(Crua d'Ars)
"A Missa é o sol da Igreja."(São Francisco Salles)
Eis, pois, o que lhe dera dado ver:
"Nossa Senhora convida todo o Paraíso para participar da Santa Missa; e todos os anjos e santos A seguem em maravilhoso cortejo até o altar. Os Santos formam um semi-círculo ao redor do sacerdote celebrante e o acompanham até o altar. Lá chegando, estes se colocam atrás dos santos.
Outra multidão de anjos cerca a igreja e cobre os fiéis, impedindo a aproximação dos demônios durante a Santa Missa, em honra à majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A virgem Santíssima está sempre junto do celebrante, do lado do altar onde é servida a água e o vinho, e onde são lavadas as mãos do sacerdorte. É a própria Mãe de Jesus quem serve o celebrante e lava suas mãos. Entre Nossa Senhora e o celebrante, é convidado o santo do dia.
Todas as almas do Purgatório também são convidadas pela Virgem Maria e permanecem durante toda a Santa Missa aos pés do altar, entre o celebrante e os fiéis. Conta o Padre Réus que ele via as almas do Purgatório e verdadeira festa quando grande esperança de libertação. Padre Réus via uma chuva caindo sobre o Purgatório durante toda a Santa Missa.
No momento sublime da consagração, quando estas almas vêem Nosso Senhor Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sentem um desejo incontrolável de sair daqueles chamas e se atirarem em Seus braços, mas não conseguem, por não estarem ainda purificadas.
Após a Consagração, acontece a libertação do Purgatório, das almas que já atingiram a purificação. Nossa Senhora estende a mão a cada uma delas e diz: "Minha filha, pode subir ".
No momento da oração da PAZ, os anjos saúdam as almas libertadas do Purgatório, abraçando-as. É um momento de imensa alegria e beleza. Em seguida, estas almas, resplandecendo com a beleza indescritível, adornadas como noivas, como anjos, são intoduzidas triunfalmente no Paraíso, por uma multidão de anjos, ao som de música e cantos celestias.
Na hora da morte, as Missas que houveres assistido serão a tua maior consolação.
Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça Divina.
Em toda Missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-las mais ou menos consoante a teu fervor.
Assistindo com devoção à Missa, prestas a maior das honra à santa humanidade de Jesus Cristo.
Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais porém te arrependestes.
Diminui o império de satanás sobre ti.
Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível.
Uma só Missa a que houveres assistido em vida, ser-te-á mais salutar que muitas a que outros assistirão por ti depois da tua morte, pois pela Missa participas da Paixão, Morte e Ressureição de Cristo.
A Missa preserva-te dee muitos perigos e desgraças que te abateriam.
Toda Missa diminui o teu Purgatório.
Toda alcança-te um grau maior no Céu.
Na Missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confrma no Céu.
És abençoado em seus negócios e interesses pessoais.
"Fica sabendo, ó cristão, que mais se merecem em ouvir devotamente uma só Santa Missa do destribuir todas as riquezas aos pobres e perigrinar toda a terra."(São Bernardo)
(Nosso Senhor nos concede o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos perdir-lhe e que, entretanto, nos é necessário."(São Jerônimo)
"Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zêlo não teríamos em assistir a ela!"(Crua d'Ars)
"A Missa é o sol da Igreja."(São Francisco Salles)
Santificados pelo Sofrimento
Sentimos em nossa carne, que a conquista da santidade é algo que supera as nossas forças humanas, por isso os santos parecem aos nossos olhos como sobre´humanos. Na verdade, foi com o auxílio da graça de Deus que chegaram ao estado da bem ´aventurança. ´O que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus´, disse Santo Agostinho. Ele ensina que a graça não anula e nem dispensa a natureza, a enriquece. Como Deus nos vocacionou para sermos santos, Ele dirige a nossa vida e os nossos passos sempre nessa direção. Na medida que a nossa liberdade o consente Ele dirige os nossos passos para esse fim. É por isso que nos acontecimentos de nossa vida muitas vezes não entendemos o que nos sucede. Na verdade é a mão de Deus a nos conduzir. O médico não prescreve o medicamento que agrada ao paciente, mas aquele que o cura. Assim também, como o Médico das almas, Deus nos apresenta muitas vezes remédios amargos, mas é para a nossa santificação. Assim, as provações e as tentações que Deus permite que nos atinjam são para o nosso bem espiritual. A Bíblia nos dá essa certeza. Àqueles que querem ser seus discípulos o Senhor exige: ´Tome a sua cruz cada dia e siga´me´ (Lc 9,23). Após a disposição interior de ´renunciar a si mesmo´, é preciso a mesma disposição para ´tomar a cruz cada dia´. Foi com a cruz que o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo, e é também com a cruz que Ele tira o pecado enraizado em cada um de nós. Sabemos que o sofrimento não é obra de Deus, é a consequência do pecado. ´O salário do pecado é a morte´ (Rom 6,23). Para dar um sentido ao sofrimento, Jesus o transformou em ´matéria prima´ da nossa salvação. Quem quer chegar à santidade não deve ter medo da cruz e deve tomá´la, resolutamente, ´a cada dia´, como disse Jesus, porque é ela que nos santificará. Para entender essa pedagogia divina vamos examinar o que nos ensina a Carta aos hebreus, no capítulo 12, sobre as provações. Começa dizendo que assim como fizeram os santos, devemos nos ´desvinciliar das cadeias do pecado´ (v.1), enfrentando o ´combate que nos é proposto´, como Jesus, que ´suportou a cruz´ (v.2), sem se deixar ´abater pelo desânimo´(v 3). Em seguida mostra´nos que tudo é válido na luta contra o pecado. ´Ainda não tendes resistido até ao sangue, na luta contra o pecado´(v.4). Nesta luta vale a pena derramar até o próprio sangue, a própria vida. Em seguida a Carta recorda a citação dos Provérbios que diz: ´Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes,quando repreendido por ele, pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho´ (Prov. 3,11). Assim como nós pais terrenos, corrigimos os nossos filhos, porque os amamos, Deus também o faz conosco. Quantas vezes eu precisei segurar no colo os meus filhos, quando ainda pequenos, para que o farmacêutico os aplicasse uma injeção. Só o amor por eles me obrigaria a tal ato, mesmo com o seu choro nos meus ouvidos. Assim também Deus faz conosco; por amor, permite que as provações arranquem as ervas daninhas do jardim precioso de nossa alma. A palavra de Deus diz: ´não desprezes a correção do Senhor´ (v.5), portanto devemos acolhê´la, amá´la, mesmo que nos incomode. E ela continua: ´Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige ?´ (v. 7). Somos filhos legítimos de Deus, e não bastardos, por isso Ele nos corrige (V.8). E a palavra de Deus nos diz que Ele nos corrige ´para nos comunicar a sua santidade´ (v.10). Aí está a razão pela qual Jesus nos manda abraçar a cruz de cada dia. É pelas pequenas e numerosas cruzinhas de cada dia que o Artista Divino vai moldando a nossa alma, à sua própria imagem. A nós cabe ter paciência e aceitar cada sofrimento, cada revés, cada humilhação, cada doença, enfim, cada golpe do Artista, com resignação e ação de graças. A nossa natureza sempre se revolta, se impacienta e se agita desesperada, e com isso, só faz aumentar ainda mais o sofrimento e agrava a situação. O segredo para se sofrer com paciência é não olhar nem para o passado e nem para o futuro, mas viver, na fé, o presente. Um dos grandes conselhos que Jesus nos deixou no Sermão da Montanha foi este: ´Não vos preocupeis pois com o dia de amanhã (...). A cada dia basta o seu mal´ (Mt 6,34). Deus sempre nos dará a graça necessária para carregar, com determinação, a cruz de cada dia que nos santifica. Cada um de nós têm a sua própria cruz, única e exclusiva, pois para cada tipo de doença há um remédio próprio. A nossa cruz ´de cada dia´ é formada de tudo o que fazemos e sofremos: o trabalho diário, as preocupações, a falta de dinheiro, a doença, o acidente, a contrariedade, as calúnias, os mal entendidos, enfim, tudo, o que nos desagrada. Tudo isto se torna sagrado quando abraçado na fé e colocado no cálice do sangue do Senhor celebrado a cada dia no altar. Certa vez, andando no Cemitério, por entre as sepulturas, em dado momento deparei´me com essa frase em uma delas: ´A melhor oração é o sofrimento´. É verdade, pensei, mas desde que seja abraçado na fé e na paciência, e oferecido ao Pai junto com o sangue de Jesus. A cruz se torna mais suave quando é aceita por amor a Deus. Jesus mesmo ensinou à confidente do seu Coração, Soror Benigna Consolata, como se deve sofrer: ´Quando sofres, quer interna quer externamente, não percas o merecimento da dor. Sofre unicamente por Mim´. Sofrer tudo por amor a Jesus, eis o segredo de sofrer bem . Santo Agostinho tem uma frase que nos ensina bem tudo isso: ´Quando se ama não se sofre, e se sofre, ama´se o sofrimento´. Quanto mais calados sofrermos, sem ficarmos buscando o consolo das pessoas que nos cercam, choramingando as nossas dores, tanto mais cresceremos na santidade, e tanto mais teremos méritos diante de Deus. A maior vitória sobre o sofrimento, qualquer que ele seja, será sempre o nosso silêncio e aceitação. Muitas vezes nos impomos uma série de mortificações, mas os santos ensinam que as melhores cruzes são aquelas que Deus permite que cheguem a nós. São Francisco de Sales dizia que: ´As cruzes que encontramos pelas ruas são excelentes, e que mais o são ainda ´ e tanto mais quanto mais importunas ´ as que se nos deparam em casa´. Valem mais as cruzes do que as disciplinas e os jejuns. De que adianta a penitência que voluntariamente nos impomos, se não aceitamos aquelas que diariamente Deus nos impõe, na medida exata da nossa correção? De nada valeria o sacrifício de um enfermo que quissesse tomar muitos remédios amargos que não fosse aquele receitado pelo médico. De forma alguma devemos desprezar as mortificações que nos impomos, contudo, mais importante do que elas são as que a divina providência nos manda. São Paulo dizia aos romanos que ´tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus´ (Rom 8,28). Deus sabe aproveitar todos os acontecimentos da nossa vida para o nosso bem. Aceitar isso é ter fé, é saber abandonar´se nas mãos divinas, como o enfermo se entrega nas mãos do médico em que confia. Tudo o que podemos passar nesta vida é pouco em vista da grande obra de santificação que Deus quer fazer em nós. Não podemos perder de vista o objetivo de Deus Pai que nos ´predestinou para sermos conforme à imagem de seu Filho´ (Rom 8,29). São Paulo tinha isto tão certo que disse aos romanos: ´Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada´ (Rom 8,18). É grande demais a obra que Deus está fazendo em nós. Santo Agostinho nos ensina que Deus ´não permitiria o mal se não soubesse tirar dele um bem maior´. E que muitas vezes Deus permite que o mal nos atinja para evitar um mal maior. As provações nos fortalecem para o combate espiritual; por isso, os Apóstolos sempre estimularam os fiéis a enfrentá´las com coragem. São Pedro diz: ´Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai´vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo...´(1 Pe 4,12). E ele ensina que a provação nos levará à perfeição: ´O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vós fortificará´ (1 Pe 5,10). É importante notar que o Apóstolo ensina´nos que a provação nos ´aperfeiçoará´e nos tornará ´inabaláveis´. É importante não se deixar perturbar no fogo da provação. Não se exasperar, não perder a paz e a calma, pois é exatamente isto que o tentador deseja. Uma alma agitada fica a seu bel´prazer. Não consegue rezar, fica irritada, mal humorada, triste, indelicada com os outros, etc. O antídoto contra tudo isso é a humilde aceitação da vontade de Deus no exato momento em que algo desagradável nos ocorre, dando, de imediato, glória a Deus, como São Paulo ensina: ´Em todas as circunstâncias dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus´ (1 Tes 5,16). É preciso fazer esse grande e difícil exercício de dar glória a Deus na adversidade. Nesses momentos gosto de ficar glorificando a Deus, rezando muitas vezes o ´Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo ...´ até que minha alma se acalme e se abandone aos cuidados de Deus. Essa atitude muito agrada a Deus, pois é a expressão da fé pura de quem se abandona aos seus cuidados. É como a fé de Maria e de Abraão que ´esperaram contra toda a esperança´ (Hb 11,17´19), e assim, agradaram a Deus sobremaneira. Jó agradou muito a Deus porque no meio de todas as provações, tendo perdido todos os seus bens e todos os seus filhos, ainda assim soube dizer com fé : ´Nu sai do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor! ´ (Jo 1,21). Afirmam os santos que vale mais um ´bendito seja Deus!´ pronunciado com o coração, no meio do fogo da provação, do que mil atos de ação de graças quando tudo vai bem. O pecado original corrompeu tão intensamente o estado de santidade e de justiça original, em que Deus nos criou que, só mesmo com as provações Ele retira as ´ervas daninhas´ que se entranharam no jardim da nossa alma, que é propriedade de Deus. O Jardineiro divino da nossa alma sabe os métodos que deve empregar para limpar cada alma. Santa Teresa diz que sentiu Jesus dizer´lhe: ´Fica sabendo que as pessoas mais queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos´. E por isso afirmava que não trocaria os seus sofrimentos por todos os tesouros do mundo. Tinha a certeza de que Deus a santificava pelas provações. A santa chega a dizer que ´quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz´. Para nós essas palavras parecem até um absurdo, mas não para os santos, que conheceram todo o poder salvífico e santificador do sofrimento. São Paulo ensina que: ´As nossas tribulações de momento são leves e nos preparam um peso de glória eterna´ (2Cor 4,17). Quando São Francisco de Assis passava um dia sem nada sofrer por Deus, temia que Deus tivesse se esquecido dele. São João Crisóstomo, doutor da Igreja, diz que ´é melhor sofrer do que fazer milagres, já que aquele que faz milagres se torna devedor de Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor do homem´. Só aceitaremos e amaremos o sofrimento quando enterdermos, como os santos, que por meio dele, Deus destrói em nós as más inclinações interiores e exteriores, que impedem a nossa santificação. As ofensas, as injúrias, os desprezos, os cinismos irritantes, as doenças, as dores, as lágrimas, as tentações, a humilhação do pecado próprio, etc., nos são necessários pois dão´nos a oportunidade de lutarmos contra as nossas misérias. Isto não quer dizer que Deus seja o autor do mal, ou que Ele se alegre com o nosso sofrimento, não. O que Deus faz, de maneira até amável, é transformar o sofrimento, que é o salário do próprio pecado do homem, em matéria prima de sua própria salvação, dando assim, um sentido à dor. A partir daí, sob à luz da fé, podemos sofrer com esperança. É o enorme abismo que nos separa dos ateus, para quem a dor e a morte, continuam a ser o mais terrível dos absurdos da vida humana. A paciência na dor é a grande arma do santo. São Tiago afirma que a paciência produz uma obra perfeita. Veja o que ele diz: ´Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações, pois sabeis que a vossa fé, bem provada, leva à perseverança, mas é preciso que a perseverança produza uma obra perfeita, a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma deficiência´ (Tg 1,2´4). A provação produz a perseverança, e por ela, passo a passo, chegaremos à perfeição, é o que nos ensina com essas palavras são Tiago. O capítulo dois do Livro do Eclesiástico é o ´hino da paciência´. Deveríamos decorar suas palavras: ´Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (...) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (...) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica´te a Deus, espera com paciência´ (Eclo 2,1´3). ´Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação´ (4´6). Essas palavras precisam ser muito bem assimiladas, amadas e vividas. É a paciência que nos levará ao céu. São Gregório Magno afirma que todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência. São Paulo gloriava´se nas provações: ´Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança...´ (Rom 5,3´5). Sofrer com paciência é sabedoria, pois assim se vive com paz. Quem sofre sem paciência e sem fé, revolta´se, desespera´se, e sofre em dobro, além de fazer os outros sofrerem também. Santo Afonso diz que ´neste vale de lágrimas não pode ter a paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus´. Segundo ele ´essa é a condição a que estamos reduzidos em consequência da corupção do pecado´. É preciso aqui, ressaltar ainda uma vez mais, que as mortificações que aparecem contra a nossa vontade são as mais agradáveis a Deus, quando as abraçamos com fé e paciência. Diz o livro dos Provérbios que: ´Mais vale o homem paciente do que corajoso´(Pr 16,32). Quando eu tinha vinte e dois anos de idade, recém formado na Faculdade, fui aprovado em concurso para Professor de uma Faculdade Federal de Engenharia. Casei´me no mesmo ano e nosso primeiro filho nasceu no ano seguinte. Sentia´me como um rei; tudo estava perfeito na minha vida. De repente, em poucos dias comecei a sentir a minha vista enfraquecer. Fui ao médico e ele constatou uma doença incurável, ceratrocone, deformação da córnea. Eu teria que usar lentes de contato, de vidro, para sempre, até quem sabe, me submeter um dia a transplante das córneas. Tudo aquilo, tão rápido, despencou sobre a minha cabeça como uma tempestade; e eu fiquei peguntando a Deus o que tudo aquilo significava. Isto já faz vinte e quatro anos. Lembro´me que naqueles dias, perguntei ao Pe Jonas Abib, que era o nosso diretor espiritual, sobre aquilo que eu sofria. Ele me disse: ´Eu não sei o que Deus quer com isso, mas certamente ele tem um plano atrás desses acontecimentos´. Hoje, 24 anos depois, posso avaliar o quanto esta enfermidade ajudou´me a crescer espiritualmente. Talvez eu não estivesse hoje escrevendo essas páginas sobre o valor do sofrimento, se tudo isso não tivesse ocorrido. Aprendi a ser mais paciente comigo, com a doença, com os outros. Tive que fazer três transplantes das córneas, e atrás de tudo isto sempre vi a vontade de Deus na minha vida. O homem de fé é aquele que está pronto a dizer sempre, em qualquer circunstância da vida: ´Bendito seja Deus!´ DO Livro: ´SEDE SANTOS!´´ Do Prof. Felipe de Aquino
Ser intercessor
“Este servo de Jesus Cristo não cessa de travar por vós o combate da prece”, (C 4,12-3).
Ser intercessor é ser Simão Cirineu, é carregar a cruz dos irmãos e entregar essa cruz para Aquele que venceu a morte, morrendo na cruz. Interceder é ser como Simão, que ao chegar ao Golgota entregou todo o peso da cruz para Aquele que, de braços estendidos, crucificou todas as nossas misérias e todas as nossas podridões. Interceder é carregar todos os dias a cruz, mas sabendo que ela não nos pertence. Interceder é ajudar Jesus a carregar a cruz da dor de nossos irmãos, que sofrem pelo mundo inteiro. O intercessor trava um combate duríssimo contra as hostes infernais que disputam o coração dos homens. O intercessor que quer estar armado com o capacete da salvação tem de travar continuamente essa luta por amor à salvação dos seus irmãos. (do livro procura-se um intercessor – Roberto Andrade Tannus).
1- Oferecer a Deus alguns momentos das muitas horas que Ele nos dá, e se dispor a interceder diariamente através da reza do terço a favor das necessidades colocadas pela coordenadoria.
2- Ser perseverante e orar diariamente.
3- O terço é oração poderosa por unirmos nossa vida, a vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando o contemplamos piedosamente intercedendo por alguém temos sempre a companhia amorosa de Nossa Senhora .
4- Clamar a presença do Espírito Santo. “O Espírito Santo vem em socorro as nossas fraquezas, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos”. (Rm 8,26-27)
“Porque não é contra homens de carnes e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares”.(E 6,12)
A oração de intercessão não é somente uma luta amorosa para arrancar do pecado aqueles que estão presos nas trevas, mas é também uma suplica a Deus para que o Reino do Céu prospere.
Plano de Oração
1- Evocação ao Espírito Santo
2- Louvor
3- Adoração
4- Meditação (Palavra de Deus)
5- Suplica
6- Intercessão reza do terço.
7- Ação de graças (trata-se do agradecimento com a certeza dos seus frutos para a nossa vida)
Salmos:
Ação de graças = 18-30-32-40-41-66-103-107-111-113-124-129-138
Louvor = 8-33-46-71-81-84-92-102-110-112-115-116-117-132-133-137-150
Suplica = 21-22-24-26-39-4142-50-66-79-90-122-129-136-142-143
A intercessão exige insistência e perseverança até obter resposta.
O intercessor se lança diante de Deus com confiança, pois traz em seu coração a promessa de Jesus. “Pedi e vos será dado”.(Mt 7.8) “Pedi e recebereis para que vossa alegria seja perfeita”.(Jo16.24). “A confiança que depositamos Nele e esta: Em tudo o quanto pedimos, se for conforme a sua vontade Ele nos atenderá”. (I Jo 5,14).
Servo de Deus, persevere na sua intercessão, persevere louvando a Deus ! Persevere carregando a cruz todos os dias. Creia nas grandes coisas que o Senhor quer fazer em você e através de você , que se dispõe a marchar confiante pelos caminhos da oração de intercessão!
Deus te abençoe !
Ser intercessor é ser Simão Cirineu, é carregar a cruz dos irmãos e entregar essa cruz para Aquele que venceu a morte, morrendo na cruz. Interceder é ser como Simão, que ao chegar ao Golgota entregou todo o peso da cruz para Aquele que, de braços estendidos, crucificou todas as nossas misérias e todas as nossas podridões. Interceder é carregar todos os dias a cruz, mas sabendo que ela não nos pertence. Interceder é ajudar Jesus a carregar a cruz da dor de nossos irmãos, que sofrem pelo mundo inteiro. O intercessor trava um combate duríssimo contra as hostes infernais que disputam o coração dos homens. O intercessor que quer estar armado com o capacete da salvação tem de travar continuamente essa luta por amor à salvação dos seus irmãos. (do livro procura-se um intercessor – Roberto Andrade Tannus).
1- Oferecer a Deus alguns momentos das muitas horas que Ele nos dá, e se dispor a interceder diariamente através da reza do terço a favor das necessidades colocadas pela coordenadoria.
2- Ser perseverante e orar diariamente.
3- O terço é oração poderosa por unirmos nossa vida, a vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando o contemplamos piedosamente intercedendo por alguém temos sempre a companhia amorosa de Nossa Senhora .
4- Clamar a presença do Espírito Santo. “O Espírito Santo vem em socorro as nossas fraquezas, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos”. (Rm 8,26-27)
“Porque não é contra homens de carnes e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares”.(E 6,12)
A oração de intercessão não é somente uma luta amorosa para arrancar do pecado aqueles que estão presos nas trevas, mas é também uma suplica a Deus para que o Reino do Céu prospere.
Plano de Oração
1- Evocação ao Espírito Santo
2- Louvor
3- Adoração
4- Meditação (Palavra de Deus)
5- Suplica
6- Intercessão reza do terço.
7- Ação de graças (trata-se do agradecimento com a certeza dos seus frutos para a nossa vida)
Salmos:
Ação de graças = 18-30-32-40-41-66-103-107-111-113-124-129-138
Louvor = 8-33-46-71-81-84-92-102-110-112-115-116-117-132-133-137-150
Suplica = 21-22-24-26-39-4142-50-66-79-90-122-129-136-142-143
A intercessão exige insistência e perseverança até obter resposta.
O intercessor se lança diante de Deus com confiança, pois traz em seu coração a promessa de Jesus. “Pedi e vos será dado”.(Mt 7.8) “Pedi e recebereis para que vossa alegria seja perfeita”.(Jo16.24). “A confiança que depositamos Nele e esta: Em tudo o quanto pedimos, se for conforme a sua vontade Ele nos atenderá”. (I Jo 5,14).
Servo de Deus, persevere na sua intercessão, persevere louvando a Deus ! Persevere carregando a cruz todos os dias. Creia nas grandes coisas que o Senhor quer fazer em você e através de você , que se dispõe a marchar confiante pelos caminhos da oração de intercessão!
Deus te abençoe !
Como conquistar a santidade
Sentimos em nossa carne, que a conquista da santidade é algo que supera as nossas forças humanas, por isso os santos parecem aos nossos olhos como sobre-humanos. Na verdade, foi com o auxílio da graça de Deus que chegaram ao estado da bem -aventurança."O que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus", disse Santo Agostinho. Ele ensina que a graça não anula e nem dispensa a natureza, a enriquece. Como Deus nos vocacionou para sermos santos, Ele dirige a nossa vida e os nossos passos sempre nessa direção. Na medida que a nossa liberdade o consente Ele dirige os nossos passos para esse fim. É por isso que nos acontecimentos de nossa vida muitas vezes não entendemos o que nos sucede. Na verdade é a mão de Deus a nos conduzir. O médico não prescreve o medicamento que agrada ao paciente, mas aquele que o cura. Assim também, como o Médico das almas, Deus nos apresenta muitas vezes remédios amargos, mas é para a nossa santificação. Assim, as provações e as tentações que Deus permite que nos atinjam são para o nosso bem espiritual. A Bíblia nos dá essa certeza. Àqueles que querem ser seus discípulos o Senhor exige: "Tome a sua cruz cada dia e siga-me" (Lc 9,23). Após a disposição interior de "renunciar a si mesmo", é preciso a mesma disposição para "tomar a cruz cada dia". Foi com a cruz que o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo, e é também com a cruz que Ele tira o pecado enraizado em cada um de nós. Sabemos que o sofrimento não é obra de Deus, é a consequência do pecado. "O salário do pecado é a morte" (Rom 6,23). Para dar um sentido ao sofrimento, Jesus o transformou em "matéria prima" da nossa salvação. Quem quer chegar à santidade não deve ter medo da cruz e deve tomá-la, resolutamente, "a cada dia", como disse Jesus, porque é ela que nos santificará. Para entender essa pedagogia divina vamos examinar o que nos ensina a Carta aos hebreus, no capítulo 12, sobre as provações. Começa dizendo que assim como fizeram os santos, devemos nos "desvinciliar das cadeias do pecado" (v.1), enfrentando o "combate que nos é proposto", como Jesus, que "suportou a cruz" (v.2), sem se deixar "abater pelo desânimo"(v 3). Em seguida mostra-nos que tudo é válido na luta contra o pecado. "Ainda não tendes resistido até ao sangue, na luta contra o pecado"(v.4). Nesta luta vale a pena derramar até o próprio sangue, a própria vida. Em seguida a Carta recorda a citação dos Provérbios que diz: "Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes,quando repreendido por ele, pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho" (Prov. 3,11). Assim como nós pais terrenos, corrigimos os nossos filhos, porque os amamos, Deus também o faz conosco. Quantas vezes eu precisei segurar no colo os meus filhos, quando ainda pequenos, para que o farmacêutico os aplicasse uma injeção. Só o amor por eles me obrigaria a tal ato, mesmo com o seu choro nos meus ouvidos. Assim também Deus faz conosco; por amor, permite que as provações arranquem as ervas daninhas do jardim precioso de nossa alma. A palavra de Deus diz: "não desprezes a correção do Senhor" (v.5), portanto devemos acolhê-la, amá-la, mesmo que nos incomode. E ela continua: "Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige ?" (v. 7). Somos filhos legítimos de Deus, e não bastardos, por isso Ele nos corrige (V.8). E a palavra de Deus nos diz que Ele nos corrige "para nos comunicar a sua santidade" (v.10). Aí está a razão pela qual Jesus nos manda abraçar a cruz de cada dia. É pelas pequenas e numerosas cruzinhas de cada dia que o Artista Divino vai moldando a nossa alma, à sua própria imagem. A nós cabe ter paciência e aceitar cada sofrimento, cada revés, cada humilhação, cada doença, enfim, cada golpe do Artista, com resignação e ação de graças. A nossa natureza sempre se revolta, se impacienta e se agita desesperada, e com isso, só faz aumentar ainda mais o sofrimento e agrava a situação. O segredo para se sofrer com paciência é não olhar nem para o passado e nem para o futuro, mas viver, na fé, o presente. Um dos grandes conselhos que Jesus nos deixou no Sermão da Montanha foi este: "Não vos preocupeis pois com o dia de amanhã (...). A cada dia basta o seu mal" (Mt 6,34). Deus sempre nos dará a graça necessária para carregar, com determinação, a cruz de cada dia que nos santifica. Cada um de nós têm a sua própria cruz, única e exclusiva, pois para cada tipo de doença há um remédio próprio. A nossa cruz "de cada dia" é formada de tudo o que fazemos e sofremos: o trabalho diário, as preocupações, a falta de dinheiro, a doença, o acidente, a contrariedade, as calúnias, os mal entendidos, enfim, tudo, o que nos desagrada. Tudo isto se torna sagrado quando abraçado na fé e colocado no cálice do sangue do Senhor celebrado a cada dia no altar. Certa vez, andando no Cemitério, por entre as sepulturas, em dado momento deparei-me com essa frase em uma delas: "A melhor oração é o sofrimento". É verdade, pensei, mas desde que seja abraçado na fé e na paciência, e oferecido ao Pai junto com o sangue de Jesus. A cruz se torna mais suave quando é aceita por amor a Deus. Jesus mesmo ensinou à confidente do seu Coração, Soror Benigna Consolata, como se deve sofrer: "Quando sofres, quer interna quer externamente, não percas o merecimento da dor. Sofre unicamente por Mim". Sofrer tudo por amor a Jesus, eis o segredo de sofrer bem . Santo Agostinho tem uma frase que nos ensina bem tudo isso: "Quando se ama não se sofre, e se sofre, ama-se o sofrimento". Quanto mais calados sofrermos, sem ficarmos buscando o consolo das pessoas que nos cercam, choramingando as nossas dores, tanto mais cresceremos na santidade, e tanto mais teremos méritos diante de Deus. A maior vitória sobre o sofrimento, qualquer que ele seja, será sempre o nosso silêncio e aceitação. Muitas vezes nos impomos uma série de mortificações, mas os santos ensinam que as melhores cruzes são aquelas que Deus permite que cheguem a nós. São Francisco de Sales dizia que: "As cruzes que encontramos pelas ruas são excelentes, e que mais o são ainda - e tanto mais quanto mais importunas - as que se nos deparam em casa". Valem mais as cruzes do que as disciplinas e os jejuns. De que adianta a penitência que voluntariamente nos impomos, se não aceitamos aquelas que diariamente Deus nos impõe, na medida exata da nossa correção? De nada valeria o sacrifício de um enfermo que quissesse tomar muitos remédios amargos que não fosse aquele receitado pelo médico. De forma alguma devemos desprezar as mortificações que nos impomos, contudo, mais importante do que elas são as que a divina providência nos manda. São Paulo dizia aos romanos que "tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rom 8,28). Deus sabe aproveitar todos os acontecimentos da nossa vida para o nosso bem. Aceitar isso é ter fé, é saber abandonar-se nas mãos divinas, como o enfermo se entrega nas mãos do médico em que confia. Tudo o que podemos passar nesta vida é pouco em vista da grande obra de santificação que Deus quer fazer em nós. Não podemos perder de vista o objetivo de Deus Pai que nos "predestinou para sermos conforme à imagem de seu Filho" (Rom 8,29). São Paulo tinha isto tão certo que disse aos romanos: "Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada" (Rom 8,18). É grande demais a obra que Deus está fazendo em nós. Santo Agostinho nos ensina que Deus "não permitiria o mal se não soubesse tirar dele um bem maior". E que muitas vezes Deus permite que o mal nos atinja para evitar um mal maior. As provações nos fortalecem para o combate espiritual; por isso, os Apóstolos sempre estimularam os fiéis a enfrentá-las com coragem. São Pedro diz: "Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo..."(1 Pe 4,12). E ele ensina que a provação nos levará à perfeição: "O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vós fortificará" (1 Pe 5,10). É importante notar que o Apóstolo ensina-nos que a provação nos "aperfeiçoará"e nos tornará "inabaláveis". É importante não se deixar perturbar no fogo da provação. Não se exasperar, não perder a paz e a calma, pois é exatamente isto que o tentador deseja. Uma alma agitada fica a seu bel-prazer. Não consegue rezar, fica irritada, mal humorada, triste, indelicada com os outros, etc. O antídoto contra tudo isso é a humilde aceitação da vontade de Deus no exato momento em que algo desagradável nos ocorre, dando, de imediato, glória a Deus, como São Paulo ensina: "Em todas as circunstâncias dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus" (1 Tes 5,16). É preciso fazer esse grande e difícil exercício de dar glória a Deus na adversidade. Nesses momentos gosto de ficar glorificando a Deus, rezando muitas vezes o "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo ..." até que minha alma se acalme e se abandone aos cuidados de Deus. Essa atitude muito agrada a Deus, pois é a expressão da fé pura de quem se abandona aos seus cuidados. É como a fé de Maria e de Abraão que "esperaram contra toda a esperança" (Hb 11,17-19), e assim, agradaram a Deus sobremaneira. Jó agradou muito a Deus porque no meio de todas as provações, tendo perdido todos os seus bens e todos os seus filhos, ainda assim soube dizer com fé : "Nu sai do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor! " (Jo 1,21). Afirmam os santos que vale mais um "bendito seja Deus!" pronunciado com o coração, no meio do fogo da provação, do que mil atos de ação de graças quando tudo vai bem. O pecado original corrompeu tão intensamente o estado de santidade e de justiça original, em que Deus nos criou que, só mesmo com as provações Ele retira as "ervas daninhas" que se entranharam no jardim da nossa alma, que é propriedade de Deus. O Jardineiro divino da nossa alma sabe os métodos que deve empregar para limpar cada alma. Santa Teresa diz que sentiu Jesus dizer-lhe: "Fica sabendo que as pessoas mais queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos". E por isso afirmava que não trocaria os seus sofrimentos por todos os tesouros do mundo. Tinha a certeza de que Deus a santificava pelas provações. A santa chega a dizer que "quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz". Para nós essas palavras parecem até um absurdo, mas não para os santos, que conheceram todo o poder salvífico e santificador do sofrimento. São Paulo ensina que: "As nossas tribulações de momento são leves e nos preparam um peso de glória eterna" (2Cor 4,17). Quando São Francisco de Assis passava um dia sem nada sofrer por Deus, temia que Deus tivesse se esquecido dele. São João Crisóstomo, doutor da Igreja, diz que "é melhor sofrer do que fazer milagres, já que aquele que faz milagres se torna devedor de Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor do homem". Só aceitaremos e amaremos o sofrimento quando enterdermos, como os santos, que por meio dele, Deus destrói em nós as más inclinações interiores e exteriores, que impedem a nossa santificação. As ofensas, as injúrias, os desprezos, os cinismos irritantes, as doenças, as dores, as lágrimas, as tentações, a humilhação do pecado próprio, etc., nos são necessários pois dão-nos a oportunidade de lutarmos contra as nossas misérias. Isto não quer dizer que Deus seja o autor do mal, ou que Ele se alegre com o nosso sofrimento, não. O que Deus faz, de maneira até amável, é transformar o sofrimento, que é o salário do próprio pecado do homem, em matéria prima de sua própria salvação, dando assim, um sentido à dor. A partir daí, sob à luz da fé, podemos sofrer com esperança. É o enorme abismo que nos separa dos ateus, para quem a dor e a morte, continuam a ser o mais terrível dos absurdos da vida humana. A paciência na dor é a grande arma do santo. São Tiago afirma que a paciência produz uma obra perfeita. Veja o que ele diz: "Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações, pois sabeis que a vossa fé, bem provada, leva à perseverança, mas é preciso que a perseverança produza uma obra perfeita, a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma deficiência" (Tg 1,2-4). A provação produz a perseverança, e por ela, passo a passo, chegaremos à perfeição, é o que nos ensina com essas palavras são Tiago. O capítulo dois do Livro do Eclesiástico é o "hino da paciência". Deveríamos decorar suas palavras: "Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (...) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (...) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência" (Eclo 2,1-3). "Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação" (4-6). Essas palavras precisam ser muito bem assimiladas, amadas e vividas. É a paciência que nos levará ao céu. São Gregório Magno afirma que todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência. São Paulo gloriava-se nas provações: "Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança..." (Rom 5,3-5). Sofrer com paciência é sabedoria, pois assim se vive com paz. Quem sofre sem paciência e sem fé, revolta-se, desespera-se, e sofre em dobro, além de fazer os outros sofrerem também. Santo Afonso diz que "neste vale de lágrimas não pode ter a paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus". Segundo ele "essa é a condição a que estamos reduzidos em consequência da corupção do pecado". É preciso aqui, ressaltar ainda uma vez mais, que as mortificações que aparecem contra a nossa vontade são as mais agradáveis a Deus, quando as abraçamos com fé e paciência. Diz o livro dos Provérbios que: "Mais vale o homem paciente do que corajoso"(Pr 16,32). Quando eu tinha vinte e dois anos de idade, recém formado na Faculdade, fui aprovado em concurso para Professor de uma Faculdade Federal de Engenharia. Casei-me no mesmo ano e nosso primeiro filho nasceu no ano seguinte. Sentia-me como um rei; tudo estava perfeito na minha vida. De repente, em poucos dias comecei a sentir a minha vista enfraquecer. Fui ao médico e ele constatou uma doença incurável, ceratrocone, deformação da córnea. Eu teria que usar lentes de contato, de vidro, para sempre, até quem sabe, me submeter um dia a transplante das córneas. Tudo aquilo, tão rápido, despencou sobre a minha cabeça como uma tempestade; e eu fiquei peguntando a Deus o que tudo aquilo significava. Isto já faz vinte e quatro anos. Lembro-me que naqueles dias, perguntei ao Pe Jonas Abib, que era o nosso diretor espiritual, sobre aquilo que eu sofria. Ele me disse: "Eu não sei o que Deus quer com isso, mas certamente ele tem um plano atrás desses acontecimentos". Hoje, 24 anos depois, posso avaliar o quanto esta enfermidade ajudou-me a crescer espiritualmente. Talvez eu não estivesse hoje escrevendo essas páginas sobre o valor do sofrimento, se tudo isso não tivesse ocorrido. Aprendi a ser mais paciente comigo, com a doença, com os outros. Tive que fazer três transplantes das córneas, e atrás de tudo isto sempre vi a vontade de Deus na minha vida. O homem de fé é aquele que está pronto a dizer sempre, em qualquer circunstância da vida: "Bendito seja Deus!"
O Amor de Deus no Mundo
Jesus veio ao mundo para salvá´lo. Depois de cumprir até o fim a sua missão, passando pela morte e ressurreição, deixou a Igreja para continuar a obra da salvação de cada pessoa. Para isto, enviou os Apóstolos: “ Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Esta é, portanto, a missão da Igreja e também de cada um de nós que recebeu o santo Batismo. Cada cristão deve ser, como diziam os Padres da Igreja, “alter Christus” (um outro Cristo) que vai pelo mundo propagando o Evangelho, com a vida e com as palavras. Em cada cristão, consciente disso, Cristo continua a Sua missão salvífica. Assim, Ele nos deu a honra e a glória de o ajudarmos a construir o Seu Reino, que também é nosso. Desfrutará das delícias desse Reino eterno, todo aquele que tiver trabalhado para construí´lo. Antes de Jesus partir para a Casa do Pai, Ele rezou profundamente pelos seus. É a oração sacerdotal de Jesus, que São João teve a felicidade de captar, naquela noite amarga em que o Senhor foi traído por Judas, negado por Pedro e abandonado pelos apóstolos. Antes de sofrer a Paixão, e enfrentar a morte, ele recomendou´nos ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo” (Jo 17,15´16). Não somos do mundo, não pertencemos a este mundo, mas Jesus nos quer vivendo nele, para levá´lo a Deus. Jesus precisa do cristão na sociedade, para ser “ a luz do mundo e o sal da terra”(Mt 5,13´14). Sem os cristãos, o mundo não tem luz e não tem saúde moral e espiritual. Diante de tantas profanações da pessoa humana, diante de tanta corrupção, diante de tanto roubo, de tanto crime, de tanta prostituição e pornografia, enfim, diante de tantas trevas, não é difícil de se concluir que a luz de Cristo ainda brilha muito pouco, mesmo numa civilização que se diz cristã. Por isso tudo, é urgente evangelizar; é urgente acender a luz de Cristo, no mundo do trabalho, no mundo da ciência, no mundo da economia, no mundo das leis, no mundo do comércio... E esta é exatamente a missão que o Senhor confiou a cada um de nós.

Nossa Senhora de Kazan, "Libertadora da Rússia"
O Ícone milagroso da Mãe de Deus de Kazan possui o olhar triste, característica das Virgens russas que estreitam, ternamente, o Menino Jesus contra si. Outrora, coberta com um oklad - o manto e a roupa revestidos de ouro ou de prata, nos ícones - e ornada com pedrarias de grande valor, tinha o atributo de devolver a visão aos cegos que, reconhecidos, lhe ofereciam esmeraldas, absolutamente puras. Sua história tornou-se conhecida após o grande incêndio que destruiu boa parte da cidade de Kazan, em 1579. Este Ícone de Nossa Senhora com o Menino recebeu o nome da cidade russa de Kazan, onde, no ano de 1579, uma menina de dez anos a teria recuperado das ruínas de uma casa destruída por forte incêndio. Nossa Senhora aparecera diversas vezes à menina, pedindo-lhe que procurasse o Ìcone, que, finalmente, foi encontrado. A efígie de Maria está associada a vários fatos da história russa: a libertação de Moscou e da Rússia, das tropas polacas (1612) e das tropas de Napoleão (1812). Ela era venerada, especialmente, na catedral de Kazan, e também na Praça Vermelha de Moscou, numa Igreja consagrada em 1630, demolida nos anos 1930 do século XX e reconstruída após a queda do regime comunista russo, em 1990. Maria passou a ser venerada como "Libertadora da Rússia", o estandarte das vitórias contra os suecos e contra Napoleão. O último ato político do Czar Nicolas II, em 1918, foi o de consagrar-lhe o seu Império. Quatro dias mais tarde, ele foi preso e, alguns dias depois, por ordem de Trotski, executado, e assim, toda a sua família. O Ícone de Kazan desapareceu em meio aos horrores da Revolução Russa. Muitos pensavam que o Ícone havia sido queimado nos grandes autos-de-fé de ícones e imagens santas daquele período, porém, em 1965, o Ícone de Kazan foi encontrado, exposto à venda no leilão de um grande antiquário de Nova Iorque, sem o oklad e bastante danificado. O valor do lote era de US$ 500.000,00, realmente inacreditável, para a época, e o governo soviético tentou adquiri-lo, mas os russos da diáspora o compraram e cuidaram de restaurá-lo. O Ícone foi colocado em Fátima, Portugal, como delicada retribuição ao que fora anunciado aos três pastorinhos, nas profecias em favor da Rússia. A sala blindada da capela que lhe fora dedicada chamava-se Domus Pacis. O Ícone de Kazan foi oferecido ao Papa João Paulo II, quando de uma de suas visitas a Fátima. Sua Santidade encarregou seu legado, o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos cristãos, que a devolvesse aos russos, no dia 28 de agosto de 2004, festa da Dormição da Virgem Santíssima, o que aconteceu durante longa cerimônia, na qual a rica liturgia ortodoxa se manifestou no espaço grandioso da Catedral da Dormição do Kremlim. Na ocasião, o Patriarca Alexis II agradeceu a Sua Santidade, o Papa João Paulo II "com todo o coração", pelo "gesto, contribuição recíproca para que sejam ultrapassadas as conseqüências negativas de uma história do século XX, marcada pela perseguição sem precedentes, contra a fé a Jesus Cristo".
Segundo AFALE Magazine,nº 293, setembro de 2004
Segundo AFALE Magazine,nº 293, setembro de 2004
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