COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
Meus queridos
Amigos e Irmãos na Fé!
"Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas e revelou
sua justiça diante das nações, aleluia!"(Sl 97,1s).
No Quinto Domingo do Tempo Pascal o Ressuscitado apresenta-se como o caminho a ser seguido para chegar ao
Pai, a verdade que não escraviza nem ilude e a vida que se doa plenamente a
toda a humanidade. Ele nos mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a
vida a defender. A missão exige pessoas disponíveis, e os apóstolos não têm
medo de partilhar tarefas com gente disposta a assumi-la. Todos os fiéis
formam, assim, o povo constituído em torno de Cristo caminho, verdade e vida.
Jesus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do Pai
em nós. A comunidade, atenta às necessidades, organiza os vários serviços para
poder manter-se atualizada. A comunidade é o sacramento vivo da presença de
Cristo. A mesa eucarística consolida nossa inserção na vida de Cristo, pedra
fundamental de toda construção duradoura.
O
Senhor nos convida a renovar nossa adesão a ele e nosso desejo de comunhão e
solidariedade de uns para com os outros.
Jesus
liberta o coração dos discípulos infundindo-lhes confiança e segurança para a
missão, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Como os discípulos,
conhecemos o caminho indicado por Jesus nossa opção radical pelo Evangelho,
renovada a cada momento. Jesus, presença do Pai, nos impele a manifestar sua
vida em plenitude mediante a fé e o amor solidário.
Confiantes,
deixemos que o Senhor oriente a nossa caminhada, como fizeram os primeiros
cristãos. Em Cristo ressuscitado, pedra angular do edifício, somos escolhidos e
preciosos para Deus; mas também rejeitados, passamos por provações. No caminho
de Cristo, partilhamos sua eleição, seu sofrimento para sermos uma nova e santa
morada de Deus. Pelo batismo, nos colocamos a serviço do Reino, assumindo assim
nosso ministério sacerdotal na fidelidade a Deus.
Os
batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados como
casa espiritual e sacerdócio santo, para que por todas as obras do homem
cristão ofereçam sacrifícios espirituais e anunciem os poderes d'Aquele que das
trevas os chamou à sua admirável luz (cf. 1Pd 2,4-10). Por isso todos os
discípulos de Cristo, perseverando em oração e louvando juntos a Deus (cf. At
2,42-47), ofereçam-se como hóstia viva, santa, agradável a Deus (cf. Rm 12,1).
Por toda a parte dêem testemunho de Cristo. E aos que o pedirem dêem as razões
da sua esperança da vida eterna (cf. 1Pd 3,15).
Os
Apóstolos já não davam mais conta da Ação
Querigmática, isto é, Anunciar
a Boa Notícia do Ressuscitado! Pediram que as Comunidades de
Fé, Oração e Amor indicassem os primeiros Diáconos!
Escolheram "sete homens
de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria..." a fim de
colaborarem na construção da Igreja que Cristo sonhou para cada um de nós. Eis
o segundo grau do Sacramento
da Ordem: O Diaconado! Como são importantes os Diáconos em nossas Comunidades !
Não se trata de substitutos de Padres, antes devem além de suas funções
próprias que eu prefiro chamar de SERVIÇO:
A Proclamação da
Palavra, A Preparação da Mesa Eucarística e a Distribuição da Sagrada Comunhão,
especialmente aos Enfermos e Idosos, a Promoção da Caridade no zelo para com os
mais pobres, as crianças e as viúvas, ser Homens formadores de Líderes nas
Comunidades! Tivemos a rica experiência de colaborar na
formação da Escola
Diaconal São Lourenço da Diocese de Blumenau (SC) sob a orientação do baluarte
da Evangelização no Brasil, Dom Angélico Sândalo Bernardino,
que dessa primeira turma ordenou 38 Diáconos Permanentes, sempre sob a
perspectiva de que fossem os grandes Formadores
de Novas Lideranças na Igreja local. Desde que o Concílio
Vaticano II resgatou o Diaconado
Permanente, a Igreja tem zelado para que estes bons homens não
sejam simplesmente "coroinhas
ou substitutos de Padres", mas sejam o Evangelho Vivido lá
onde Bispos e Padres não têm acesso.
Mas
não somente os Ministros Ordenados têm a responsabilidade do Quérigma. O Plano de
Ação Pastoral da Arquidiocese de Ribeirão Preto (2011-2015), à luz do Projeto
de Ação Missionária - SIM
- Ser Igreja em Missão, recorrendo ao Documento de Aparecida e
das Diretrizes da Ação Pastoral de Evangelização no Brasil, da 52ª Assembleia
Geral da CNBB, tem seu OBJETIVO
GERAL que conclama todos os batizados ao protagonismo da
Evangelização, valorizando não somente Ministérios Ordenados, porém todos os
Ministérios que enriquecem a Igreja particular! “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”!
Nem
sempre nossos irmãos menos evangelizados aceitam a ministerialidade não ordenada! Percebemos
irmãos que pulam a fila para evitar receber a Sagrada Comunhão do Ministro
Extraordinário, preferindo recebê-las das mãos do padre. Outros exigem que seja
o padre a assistir ao seu matrimônio e não o diácono permanente. A demasiada
clericalização de nossas Comunidades traz consigo tais atitudes consequentes de
ignorância, na maioria das vezes sem maldade. Mesmo nos Conselhos que formamos,
ouvimos frequentemente expressões como: "Se
o Padre pedir, farei, do contrário não..." Gosto sempre de
pensar que precisamos caminhar com harmonia e muita serenidade para uma Igreja realmente missionária e
ministerial, o que exigirá de todos: clérigos ou não três
atitudes fundamentais: CONVERSÃO,
COERÊNCIA e BOM SENSO!
Rezamos
com nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto pelos 23 novos Diáconos Permanentes a
serem ordenados por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, no próximo
sábado, dia 24 de maio na cidade de Sertãozinho! Sejam homens formadores de
novas lideranças e acolhidos como tal por nosso Clero e por nossas Comunidades!
Desejando
a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 6,1-7; Sl
32(33); 1Pd 2,4-9 e Jo 14,1-12).