MÊS DA BÍBLIA
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Domingo é o dia
do Senhor, o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo
ressuscitou dos mortos e mudou para sempre o curso da história humana,
oferecendo vida e esperança nova a quantos viviam nas trevas e na penumbra da
morte. Esta é a razão pela qual os cristãos em todo o mundo se reúnem neste dia
para louvar e agradecer a Deus as grandes maravilhas por Ele realizadas para
nós.
Nos reunidos no Vigésimo
Quinto Domingo do Tempo Comum para celebrar a Eucaristia, a mais completa de todas as ações de graças que se pode
elevar a nosso Deus uno e trino.
‘Em espírito de oração e ação de graças, nós nos reunimos para celebrar
a eucaristia, sacramento da alegria e da salvação. Somos convidados a ser
criativos e fiéis na administração dos bens que Deus nos confia. Seguir Jesus
implica romper com a ganância e pôr os nossos recursos a serviço da construção
da fraternidade entre todos.
Diante
da maldade e da injustiça, Deus sempre se põe ao lado do injustiçado. Sua
palavra nos revela seu projeto salvífico de vida e dignidade para todas as
pessoas e seu desejo de que todos se beneficiem dos bens da criação.
Deus
se põe ao lado do pobre e não aceita que este seja lesado. A opção por Cristo
afasta a ganância e cria novas relações de justiça e fraternidade. Em nossas
orações, devemos nos lembrar de todos e por todos rezar.
A
eucaristia é a reunião dos filhos e filhas na mesma mesa. Não podemos
celebrá-la dignamente se dela excluímos alguém e não somos solidários com os
que passam necessidades’ (cf. Liturgia Diária de Setembro de 2013 da
Paulus, pp. 66-68).
A página do Livro da
Profecia de Amós lança luz às palavras evangélicas. A ganância do mau
administrador, a qual o levou a perder seu ‘tesouro’,
não o constituído por dinheiro, mas o tesouro interior formado pelo bem
praticado pelas qualidades advindas de uma vida reta, íntegra. Assim também, os
comerciantes da época de Amós rompiam sua relação com Deus por não praticarem a
justiça social, mas, ao invés, buscarem só vantagens pessoais.
O Evangelho de São Lucas
narrado neste domingo não é para ser compreendido com a razão puramente humana,
mas com o coração cristão.
A parábola mostra um mau
administrador que não correspondendo à confiança de seu empregador, está
ameaçado de perder o emprego, tendo que arcar com todas as penosas
conseqüências desta situação. O que faz ele? Corrompe outros empregados, os
levando a agir de modo tão desonesto quanto ele (Situação bem parecida com o mensalão e tantas verbas desviadas do bem
comum, como escolas, hospitais, previdências em nosso País. Verbas que não
chegam ao destino, mas seguem para bolsos corruptos. Prestações de Contas
Públicas maquiadas que enriquecem alguns poucos, empobrecendo cada vez mais os
menos favorecidos. Falcatruas em licitações desonestas e nem por último desvio
de coletas e esmolas de nosso Povo bom e pobre, em nossas Comunidades
Eclesiais. Sempre me pergunto: como pregar profeticamente contra as Injustiças
Sociais, a Corrupção em nossos Governos, quando não fazemos diferente em
relação às nossas Comunidades de Fé? Toda administração desonesta como desvio
de verbas só acontece em grupo. Uma única pessoa necessita de uma multidão de
coniventes, para que seja viável a corrupção. Assim, como no Evangelho, leva
consigo, para a perdição um grupo de pessoas, muitas delas, não raras vezes,
inocentes.). No entanto, porque o empregador elogiou o administrador
desonesto? De fato, o que o empregador elogia não é a desonestidade, mas a prontidão
com que o administrador buscou uma solução para seu problema, embora tenha sido
a solução errada (É o caso dos numerosos
Partidos Políticos, por exemplo. Uma vez partidário, deverá o indivíduo mesmo
honesto, dançar a música que seu partido toca e nem sempre tal música é afinada
com a ética e a justiça.). Ao final da narrativa, está a frase que conduz
ao entendimento da parábola: ‘de fato, os
filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’.
Isso significa que, muitas vezes, aqueles que não assumem os valores
evangélicos são mais ágeis, mais astutos em seu agir, do que nós que
pretendemos ter assumido os valores cristãos e, no entanto, nos acomodamos, não
procuramos mostrar ao mundo os caminhos de salvação.
São Paulo, escrevendo a
Timóteo, comenta sobre o não se fechar em si mesmo, abrir-se aos irmãos e rezar
por eles. O pequeno trecho desta carta nos transmite todo o sentido e
significado da oração cristã” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum II
de 2013 da CNBB, pp. 29-35).
Que a Palavra deste domingo nos lapide na
relação com Deus, ajudando-nos a sairmos de nós mesmos, em relação aos outros,
especialmente os que precisam mais do que nós. “Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes”. A
questão da fidelidade, principalmente nos bens perecíveis, na busca de poder,
prestígio e cargos, será sempre um desafio para todos os cristãos,
especialmente nas dimensões políticas, eclesiais e também sociais. Não deixemos nossas carências afetivas
atrapalharem nossa fidelidade em relação ao que o Senhor nos pede. Saibamos
despir-nos de nossas pretensões egoístas e passageiras, deixando a graça de Deus agir em nós, cada vez mais de graça. Não
compremos honras, títulos e elogios. Deixemos que as pessoas nos reconheçam bons,
pela bondade que por elas vivemos. A bondade, quanto mais gasta pelos outros,
mais abundantemente se nos é concedida!
Sejam todos muito abençoados. Com ternura e
gratidão, meu abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Am
8,4-7; Sl 112(113); 1Tm 2,1-8 e Lc 16,1-13).