-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 12/26/12

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! “Natal, festa da luz, das confraternizações e troca de presentes. É festa que desce ao nosso coração e nos move em direção das mãos estendidas que aguardam solidariedade. É a festa da encarnação do Verbo, Palavra eterna do Pai, em que seu ato solidário, assumiu nossa condição humana no seio de Maria pela ação do Espírito Santo. Ele mesmo, em pessoa, é o presente a nós doado de forma incondicional. Ele é a luz que brilha nas trevas, assim entendemos, porque Natal é festa de luz! Ele é a luz que vai fulgurar e nos guiar como o Círio fulgurou no coração e na noite pascal, anunciando o Ressuscitado! Celebrando a festa do nascimento de Jesus (Mistério da Encarnação), celebramos a realização da promessa de Deus, conforme as Escrituras, de fazer Aliança de paz com a humanidade e de inaugurar o seu reinado no mundo: “Hoje nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi” (Lc 2,11). “Hoje” entoamos o anúncio dos anjos “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens de boa vontade”. Vamos tornar célebre o nascimento de Jesus em nossas vidas, em nossas famílias, em nossa comunidade eclesial, com Maria e José, com o empenho de cultivarmos relações solidárias entre nós, com gestos concretos de solidariedade com os irmãos necessitados e a natureza inteira. ‘Somos convidados a formar coro com os anjos: glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra às pessoas de boa vontade. Jesus chegou até nós, trazendo-nos a salvação. Com o nascimento do príncipe da paz, chegou a salvação dos pobres e oprimidos. Por meio de Jesus, Deus entra na história da humanidade para dela fazer parte. A graça de Deus traz salvação a toda a humanidade. A luz se manifestou para iluminar os caminhos da humanidade, que anseia por paz e fraternidade. Acolhamos com alegria a palavra de Deus, fonte de vida e salvação. Os anunciadores da paz trazem grande alegria ao povo. A palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós. Em Jesus, todas as manifestações de Deus foram plenificadas’ (cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2012 da Paulus, pp. 74-79). A chegada do Messias Salvador é a Boa Notícia, pois ele traz a vida em plenitude, a paz – ‘shalom’ como a plenitude de bens para todos os povos. Sua manifestação na história humana, no seio de um povo sofrido e dominado, nos compromete a seguir seu projeto com fidelidade, cooperando na nova criação, sonhada por Deus. O anúncio aos pobres, tornando-os testemunhas, revela a gratuidade do seu amor. Jesus é a luz que brilha no meio da escuridão, o Salvador que ilumina a vida dos pobres e discriminados pastores, atentos aos sinais de Deus. Ele é a Palavra do Pai que se faz carne no meio dos pequenos para ser o Emanuel, o Deus conosco. Em sua vida solidária revela-se o amor e a ternura de Deus, a graça da salvação oferecida a toda a humanidade. Seu exemplo nos impele a viver a solidariedade com os mais desamparados, a fim de que todos participem da alegria e da felicidade em Deus. Vamos render graças ao Pai por ter trazido, em Cristo Jesus, a aliança definitiva conosco. Ele, Jesus, que nasce pobre entre os pobres, em Belém, está entre nós com os sinais pobres e simples do pão que compartilhamos, dando graças ao Pai por tal mistério” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 24, pp. 33-40). Gosto de resumir o mistério do Natal naquela frase que se pronuncia, durante a Celebração Eucarística, enquanto, na Preparação das Oferendas, se coloca uma gotinha de água no vinho a ser transubstanciado no precioso sangue do Senhor: “Pelo mistério desta água e deste vinho, possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”. Aí está descrita a profundidade do mistério de Deus que nasce igual a nós em tudo, menos no pecado. Nossa participação neste mesmo mistério da Encarnação é apenas uma mínima gotinha de água. Todo o resto é por conta de Deus, que oferece seu Filho amado em holocausto. Jesus derrama todo seu sangue, lavando-nos de nossos limites e tornando-nos seres divinizados, ou seja, candidatos à santidade. Basta seguirmos suas instruções evangélicas. Portanto, viver o Natal do Senhor em nossos dias, nos pede que acolhamos Sua proposta de vida e vida em plenitude. Quando nasceu há mais de dois milênios, precisou cheirar a feno, porque só encontrou lugar entre animais, numa manjedoura que até hoje nos comove, ao contemplarmos os lindos presépios montados em nossos Templos e Lares. Hoje Jesus já não mais meigo Menino, mas o Senhor de nossa vida, quer nascer cheirando a Pessoas. Quer acostar-se na manjedoura de cada coração humano. Oxalá, a manjedoura de nosso coração cheire a amor, paz, justiça, liberdade, verdade e solidariedade. Eis o perfume que agradará ao Senhor, ao procurar acolhida nas entranhas de nossa intimidade. Não corramos o risco de Jesus passar adiante, já que não se deitará em manjedoura mal cheirosa de egoísmo, individualismo, carreirismo, busca de poder e prestígio, mentira, hipocrisia e falsidade. Seja, enfim este Natal do ANO DA FÉ, Um Natal dos Sonhos à luz da Fé madura! Desejando-lhes um abençoado, santo e feliz Natal, abraço-os com a ternura de meu coração, Pe. Gilberto Kasper (Ler para a Missa da Noite: Is 9,1-6; Sl 95(96); Tt 2,11-14 e Lc 2,1-14) (Ler para a Missa do Dia: Is, 52,7-10; Sl 97(98); Hb 1,1-6 e Jo 1,1-18)

A FAMÍLIA: ESPERANÇA DE NOVA HUMANIDADE

NATAL PE. GILBERTO Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. “A Solenidade do Natal do Senhor se prolonga e se desdobra em várias comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que se situa a Festa da Sagrada Família, que a Igreja celebra nesta sexta-feira, dia 30 de dezembro. Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro, não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos chamavam isso de sacrum comercium, isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida divina. Maria e José, os pais de Jesus, levam ao templo, lugar do encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem: fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial, com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade, figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte. Outrora Deus, para provar a fé do seu servo, pede o sacrifício do seu único Filho. Na nova economia, Deus aceita a oferenda livre de Jesus, que gera a fé e confirma A Família: Esperança de Nova Humanidade” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, pp. 46-48). Lamentavelmente o Papai Noel tenta ocupar o lugar do verdadeiro homenageado, Jesus Cristo! O grande convite deste Natal foi uma nova contemplação do Presépio em nossas residências, templos e praças. Imaginemos um Presépio sem os protagonistas do mesmo: Jesus, Maria e José: sobrariam apenas animais e o feno que serviu de berço ao Recém-Nascido, o Salvador do Mundo! Não caiamos na tentação consumista de subtrair do “presépio de nossa sociedade” a Família. Sem ela, seremos ainda mais ocos, vazios, estéreis da presença de um Deus amoroso, feito pessoa na meiguice e ternura de um bebê, igual a nós em tudo, menos no pecado! Em nossa Igreja Santo Antoninho, na Av. Saudade, 222-1 nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto, celebraremos a Festa da Sagrada Família no sábado, dia 31 de dezembro às 19 horas. Já no domingo, 1º de Janeiro, celebraremos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no Dia Mundial da Paz, às 8 e 10 horas. Que o Senhor abençoe todas as nossas Famílias, resgatando principalmente aquelas que se encontram de bruços e engolidas pela Cultura da Sobrevivência!

NATAL: LUGAR DO ENCONTRO

Natal é um tempo de encontro. É como se todos os povos marcassem um tempo para, em torno do Presépio, viver um momento de paz e de balanço da própria vida! Quando o ano vai chegando ao seu final, as empresas procuram “fechar para balanço”. É necessário acertar as contas. Ninguém gosta de entrar no novo ano com dívidas e pendências. As famílias fazem o mesmo. É tempo de reconciliação e de paz. O dia 25 de dezembro parece ser a data-limite para tudo o que deveríamos ter feito durante o ano. O Natal é este dia em que as portas se fecham e os corações se abrem. Fala-se até em certo “espírito natalino”. É verdade. Há um mistério em torno desta data que mexe com os corações mais insensíveis. Aquele marido mal humorado faz força para ser mais alegre, pelo menos neste dia. Mesmo os que não costumam ir à Igreja, não conseguem escapar do Natal. Parece que ele é uma festa maior que o próprio Cristianismo. Até povos e pessoas que nunca ouviram falar de Jesus festejam esta data. Os símbolos e sinais se multiplicam por toda parte. O comércio festeja o aquecimento das vendas. O Papai Noel invade os Shoppings Centers e a mesma música de todos os anos parece dar o tom da fraternidade com que todos sonhamos: Noite Feliz... Noite Feliz! Por um minuto é permitido esquecer o crime, a fome, a doença, as injustiças, a violência e a corrupção. Por uma fração de segundos a humanidade perdida em tantos conflitos e mortes fecha os olhos e sonha o sonho de Belém: Glória a Deus nas alturas e paz na terra à humanidade por Ele amados! O Presépio, criado por São Francisco de Assis, rouba a cena nas Igrejas e praças e encanta o coração dos que ainda sabem ser crianças. Celebrar o Natal é, sobretudo, reconhecer que não estamos sozinhos, mas “há um Deus” que caminha conosco, que nos salvou e continua nos salvando cotidianamente. O maior presente do Senhor, eu penso, é o presente da vida. O maior pecado dos seres humanos, a meu ver, seria devolver esse presente sem agradecê-lo e sem abri-lo. Amemo-nos mais em 2013 e sejamos mais felizes! Pe. Gilberto Kasper