-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 11/02/12

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS FALECIDOS

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS FALECIDOS Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Celebrar a Comemoração de todos os Fiéis falecidos é antes de luto e perda, celebrar a esperança e a entrega daqueles que amamos a quem de direito, o próprio Criador. Segundo o teólogo especialista em Escatologia (o estudo após a morte) Renold Blank, toda a nossa fé se baseia na ressurreição. Sem a ressurreição, nossa fé seria simplesmente mais uma entre muitas outras crenças. A ressurreição é a expressão e a confirmação do fato de o último destino de toda pessoa e da criação inteira ser o repousar no amor inimaginável daquele que criou a todos nós. É para isto que Deus ressuscita todo ser humano depois de uma única vida vivida: para que esse ser seja eternamente amparado no seu amor; para que Deus seja amparado no amor daqueles pelos quais ele se apaixonou, os seres humanos. De acordo com os Roteiros Homiléticos da CNBB, n. 23, pp. 76-82, “Se contemplarmos a morte de Cristo, contemplamos também sua ressurreição. O mistério pascal não apenas ilumina e ajuda a reler nossa vida, mas também ensina poderosamente qual é a vida que Deus diz ser plena, perene e que não é destruída pela morte. Precisamos viver como vocacionados para a ressurreição. Somos criados pelo Autor da vida para viver e dar a vida. Quanto mais dermos a nossa vida, tanto mais vida receberemos”. Na Celebração de todos os Fiéis falecidos, celebramos nossa vocação de ressuscitados. No Batismo, fomos unidos a Cristo, começamos a participar da vida celeste de Cristo ressuscitado. Na Eucaristia, somos alimentados com o Corpo e o Sangue de Cristo, pois já pertencemos a seu Corpo. Insistindo que “o túmulo de Jesus estava vazio”, a Igreja primitiva expressou não somente o fato da ressurreição em si, mas também seu significado: a superação de toda dimensão de corruptibilidade, simbolizada pela putrefação que se verificaria dentro de um túmulo não vazio. Tudo isso é superado pelo agir de Deus. Por causa disso, Paulo pôde exclamar: “nem o olho viu nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

POR QUE MEDO DA MORTE?

POR QUE MEDO DA MORTE? Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Se há alguns poucos anos falar de sexo abertamente era tabu, hoje é tabu falar em "morte". Por que medo da morte? A grande certeza que vivemos, é que um dia morreremos, no entanto "morremos de medo de morrer...". Cada vez que a morte passa por perto, ou me encontro diante dela através do exercício de meu ministério, encomendando alguma pessoa falecida, meu questionamento é em relação à vida que levo! A morte é uma excelente oportunidade de melhorar minha qualidade de vida. Geralmente deixamos para depois, as mudanças que talvez teriam de ser revistas logo. É bom não sabermos o dia e a hora de nossa morte, mas quando vier, e nosso nome ecoar na eternidade, não terá outro jeito, a não ser morrer! Há quem chama a morte de segundo parto. O primeiro acontece quando deixamos o útero materno, que geralmente é aconchegante e delicioso. Talvez por isso a criança, ao nascer chora. O segundo parto, é deixar o "útero da terra". Por mais difícil que seja viver, ninguém quer partir. A morte dói, nos faz chorar e traz vazio com sabor de saudade inexplicável. Nossa vida poderia ser comparada a uma viagem de ônibus. Quem ainda não andou de ônibus? Quando nascemos, entramos num ônibus, que é a vida terrena. A única certeza que temos é que há um lugar reservado para nós. Uma poltrona. Não sabemos quem serão nossos companheiros de viagem. Apenas sabemos que a poltrona reservada para nós deverá ser ocupada. Às vezes, ocupamos a poltrona do outro, e isso nos traz constrangimentos. Já assisti muitos "barracos" em ônibus cuja mesma poltrona estava reservada para duas pessoas. Não sabemos quem serão nossos pais, irmãos, amigos, parentes, enfim... Nossa única missão é tornar a viagem a mais agradável possível. Às vezes há pessoas que tornam a viagem insuportável; outras vezes a viagem é agradável! Há também o bagageiro. Nossas coisas não podem ocupar o lugar dos outros, mas devem caber em nosso próprio bagageiro do ônibus, a vida! O ônibus, de vez enquando pára na rodoviária. Se a viagem de ônibus é a vida terrena, a rodoviária é a morte. Ninguém gosta da rodoviária: há cheiro de banheiros, de óleo diesel, barulho de ônibus chegando e saindo, ninguém se conhece, muita gente se esbarrando ou até se derrubando. Há sempre uma incerteza, um friozinho na rodoviária que arrepia nossa espinha, que é a morte. Ninguém gosta da rodoviária: todos passam por ela porque precisam, mas não porque gostam. Haverá um momento em que nosso nome será chamado no alto-falante da rodoviária. Então precisaremos descer do ônibus da vida. Se tivermos enviado algum bilhete, uma carta, feito um telefonema ou até mesmo enviado um email para a eternidade, avisando nossa chegada, não precisaremos ter medo, porque Deus estará esperando por nós. O bilhete, a carta, o telefonema, o email são nossa maneira de viver a fé, a esperança e a caridade através de nossa relação conosco, com Deus e com os outros! Assim Deus estará esperando-nos na rodoviária da morte. Seremos identificados e acolhidos por Ele, de acordo com o que fomos e nunca com o que tivemos. Se Deus não tiver tempo, pedirá ao Seu Filho Jesus para buscar-nos e conduzir-nos à morada eterna. Se de tudo Jesus também não tiver tempo, Nossa Senhora nunca nos deixará perdidos ou esperando na rodoviária da morte. Ela estará lá, de braços abertos, para receber-nos e levar-nos à presença de Deus, colocando-nos em Seu Eterno Colo de Amor. É o que rezamos sempre: "...rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!"

DIA DE FINADOS

DIA DE FINADOS Pe. Gilberto Kasper* No próximo dia 2 de novembro celebraremos o Dia de Finados. A instituição de um dia especial, deve-se a uma iniciativa dos monges beneditinos, por volta do ano 1000, na França. Aos poucos, este costume foi se espalhando pelo mundo, até ser assumido por a Igreja Católica Apostólica Romana. O Dia de Finados não é um dia triste ou de luto. Pelo contrário, é um dia de saudosa recordação, confortados que somos pela fé e pela esperança na vida eterna. “Irmãos, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram” (1 Ts, 4,13-14). Mas, como podemos provar a ressurreição? Além de nossa fé, baseada no testemunho dos apóstolos, revigorada neste Ano da Fé, proclamado pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, tantas vezes registrada no Novo Testamento, temos a chamada “prova sociológica” da ressurreição de Jesus. Devemos ter presente que, no tempo de Jesus, a morte numa cruz era o maior sinal de fracasso, vergonha e exclusão. De um pobre crucificado ninguém falaria e nem poderia falar. Com a ressurreição, até o sinal da cruz, sinal de vergonha, condenação e escárnio, foi-se transformando em sinal de salvação, de vitória, de vida. Se hoje existe a fé cristã, é porque ele ressuscitou. Um aspecto muito importante a ser ressaltado no Dia de Finados, ao professarmos a nossa fé na ressurreição e na vida eterna, é que a ressurreição nos faz assumir um novo modo de viver. Conforme o texto dos Roteiros Homiléticos da CNBB, nº 23, nas páginas 76-82, também lemos no Catecismo da Igreja Católica, n. 995, “ser testemunha de Cristo é ser ‘testemunha da sua ressurreição’ (At 1,22), ‘ter comido e bebido com Ele após sua ressurreição dentre os mortos’ (At 10,41). A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com o Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele e por Ele”. Celebremos com fé o Dia de Finados, buscando a partir do evento da morte, procuráramos melhorar nossa qualidade e vida. *pe.kasper@gmail.com