"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
sábado, 1 de setembro de 2012
HOMILIA PARA 0 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Neste primeiro domingo do mês de setembro, com toda a Igreja no Brasil, queremos destacar e valorizar ainda mais a Bíblia, o livro da Palavra de Deus. Para este mês temático, a Igreja no Brasil propõe o aprofundamento do Evangelho de Marcos. Que seja um mês de proveito para todos!
Em cada Celebração Eucarística, o Senhor nos convida para participarmos das mesas da Palavra e da Eucaristia, estreitando assim os laços que nos unem a ele e aos irmãos e irmãs. Nossa semana é marcada pelo encontro com Deus e com os irmãos, no Dia do Senhor. ‘O domingo é o dia em que a família de Deus se reúne para escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai’ (CNBB, Guia Litúrgico-Pastoral. 2ª Ed. Brasília: Edições CNBB, 2007, p.9).
‘Somos convidados a discernir o que é ensinamento da Palavra de Deus do que é tradição humana. A liturgia que agrada ao Senhor é fazer opção pelo seu projeto, que se realiza na prática da solidariedade.
A Palavra de Deus propõe leis e normas que favorecem a vida do povo, e não o apego a detalhes insignificantes. Sejamos praticantes da Palavra de Jesus, não apenas ouvintes. Pois é necessária a preocupação com leis justas que promovam a vida, sem subestimá-la como tanto acontece em nosso tempo. Contemplamos sentenças injustas, com argumentos e silogismos que justificam até mesmo crimes incontestáveis. O que é mais importante: a vontade de Deus ou a tradição humana? Na medida em que o homem cria seu próprio deus, ao invés de reconhecer na Palavra, a loucura do amor de um Deus verdadeiramente apaixonado por sua criatura predileta, a pessoa, alimentamos a ideia de um mundo vazio, sem perspectivas, sentido e esperança! A verdadeira religião é solidariedade com os marginalizados e ruptura com as instituições injustas’ (cf. Liturgia Diária de Setembro de 2012 da Paulus, pp. 19-22).
A palavra que ouvimos na celebração deste domingo é uma palavra que liberta e que comunica vida. A escuta e o cumprimento da lei de Deus são apresentados como um caminho de vida e libertação. Jesus corrobora isso, ensinando que é o esquecimento do mandamento de Deus e o apego às tradições dos homens o que perverte o coração humano.
Os fariseus e alguns mestres da lei se aproximaram e se reuniram em torno de Jesus, o observando. Também nós, tantas vezes e por tantos motivos, nos reunimos em torno de Jesus. De que modo observamos a prática de nossos semelhantes, discípulos de Jesus Cristo? Acaso nos consideramos fiéis cumpridores de sua palavra? Que direito isso nos dá de julgarmos as atitudes de nossos semelhantes? [...]
Além de criarmos nosso próprio deus, com frequência tentamos ser deus sobre a vida dos outros. Isso acontece quando julgamos, condenamos e nem por fim escondemos nossos defeitos atrás dos defeitos e limites de nossos semelhantes. Coisa feia é sentir-se no direito de julgar, de difamar, de excluir, de discriminar ou até mesmo de ser conivente com quem nos garante algum prestígio. Ainda não conseguimos viver o Evangelho que pede correção fraterna, que acredita na mudança das pessoas. Ao contrário: preferimos colar adesivos na testa dos que não nos interessam ou por pura inveja, investimos nossa incapacidade de perdoar, dificultando e destruindo a vida do próximo. Isso é notável nas relações sociais, políticas e também eclesiais. Como viver configurados com Jesus Cristo sem a capacidade de sua misericórdia e capacidade de perdoar o outro, incondicionalmente? Com facilidade espalhamos o erro dos outros, desviando os olhares dos nossos próprios, não poucas vezes bem mais graves e cabeludos. É a mesma coisa que abrir um travesseiro de penas de ganso e espalhá-las ao vento. Nunca mais conseguiremos recolher todas as penas e devolvê-las ao travesseiro. Isso me parece no mínimo diabólico! [...]
Longe dos seguidores e seguidoras de Jesus deve estar todo tipo de culto exterior e vazio! Ouvir e praticar é o refrão que se repete, constantemente, na liturgia deste domingo.
Israel era um povo admirado pelas demais nações por ter um Deus tão próximo e uma lei tão justa. Nossas comunidades cristãs, por que motivos são admiradas e respeitadas? Realizamos, através das comunidades e de outras organizações, tantas coisas importantes para os indivíduos e para a sociedade, em diversos campos como os da educação, da saúde e da assistência social? As atividades subsidiárias um dia podem não serem mais necessárias, então, o que sobrará para essas organizações? Restará sempre o tesouro mais valioso que é a Palavra de Deus, o Evangelho.
A Palavra ouvida se faz presença na ação eucarística! Aquele que é anunciado, proclamado na Palavra, se torna presença na Eucaristia.
Com nossos corações inundados pelo amor de nosso bom Deus e de laços estreitados com ele, pela escuta atenta de sua Palavra, nos unimos ainda mais ao participarmos da mesa do Corpo e do Sangue de nosso Senhor. Mergulhamos mais perfeitamente nessa comunhão, quando a Eucaristia, alimento da caridade, nos faz reconhecê-lo e servi-lo em nossos irmãos e irmãs” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, n. 23, pp. 9-14).
Não canso de renovar o esforço por ser coerente entre o que penso, falo (anuncio) e faço. Do contrário torna-se hipocrisia minha missão e discipulado. Saibamos temperar nossas relações com conversão, coerência e bom senso sempre!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel,
Padre Gilberto Kasper
(Ler Dt 4,1-2.6-8; Sl 14(15); Tg 1,17-18.21-22.27 e Mc 7,1-8.14-15.21-23)
NOSSA GRATIDÃO E BÊNÇÃOS NA SANTO ANTONINHO
Muitas foram as manifestações de solidariedade e desejo de colaborar para repor o que foi furtado. Primeiro o Padre Gilberto está providenciando com os responsáveis, maior segurança, principalmente da casa ao lado, para depois readquirirmos o necessário para nossa Santo Antoninho. Foi aberta uma conta poupança na Caixa Econômica Federal para quem desejar contribuir, partilhando de sua pobreza. A Nina está responsável por esta conta e poderão ver com ela Agência 1612 e Conta Popança 13-00075028-1 – Realina Rosa de Rezende – CPF: 744.846.998-34. Sejam todos recompensados por aquilo que puderem contribuir.
No dia 22 de agosto foram extraídas as figueiras que nasceram na torre da Igreja. Agradecemos ao Oswaldo Pinto de Carvalho da Ambiental, ao Nato Campos que conseguiu com Carlos Henrique Farias da C.H.F. o caminhão-guincho e a quem doa hoje mil mudas de árvores que o Padre Gilberto distribuirá no próximo dia 14 de Setembro, Festa da Exaltação da Santa Cruz, após à Missa das 19 horas, quando será entronizada a nova cruz da Santo Antoninho, nascida das raízes das Figueiras. O Nato Campos, limpando as Raízes, chegou à cruz que agora será oficial em nossa Igreja. Todos seremos convidados a plantar tantas árvores, quantas possíveis em nossas residências ou praças públicas.
Padre Gilberto Kasper
A CRIMINALIDADE AUMENTOU, A POLICIA DESANIMOU
*Pe. Gilberto Kasper
A Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres de Ribeirão Preto sofreu dois arrombamentos nas madrugadas de 16 e 17 de agosto de 2012. Além de profanarem o Templo, o Sacrário que guarda a Eucaristia reservada para os Enfermos e Pessoas Idosas, levaram toda a aparelhagem de som, cálices, ventiladores, tapetes e outros objetos litúrgicos. Nossa Igreja estava bem guardada. O acesso dos ladrões foi pela Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, Casa da Amizade, ao lado da Santo Antoninho, tombada pelo CONPPAC, cuja segurança, segundo Dr. José Arnaldo Cione, o Responsável pelo Espólio do Patrimônio, é de responsabilidade do Poder Público. Após invadirem o Patrimônio Tombado e visivelmente abandonado há décadas, foi quebrado um vitral há doze metros do solo, por onde entraram os ladrões, saindo através do alto muro diante da Avenida Saudade, 222. Ninguém viu e nem ouviu nada, como de costume! O portão pelo qual adentraram os ladrões estava simplesmente escorado, sem fechadura travada com chave, nem mesmo cadeado. Um frágil tapume segurava fechado, aparentemente o portão.
Tão logo constatada a invasão e o prejuízo, acionamos a Polícia Militar. Atendeu-nos com rapidez e solicitude o Soldado PM Trigo, que registrou um Boletim de Ocorrência no local. Orientou-nos que aguardássemos a Polícia Civil. Perguntado três vezes, se teríamos de procurar a Delegacia da Polícia Civil, respondeu que não: “...aguardem, porque nós mesmos mandaremos a Polícia aqui!” Depois de cinco horas de espera, fomos informados por telefone pela Atendente da Polícia Civil de que fomos mal orientados e que não constava nenhum registro de furto junto à mesma. O Soldado Trigo já nos desanimara, afirmando de que a lei protege os criminosos. Mesmo sendo presos em flagrante, saem da Delegacia antes dos Soldados. Já a Polícia Civil orientou-nos de que teríamos de registrar um segundo Boletim de Ocorrência e então aguardar a Polícia Técnica para a realização da Perícia. Mas a Atendente já nos adiantou, de que só há uma Viatura e dois Peritos à disposição da cidade de Ribeirão Preto e cidades adjacentes. Talvez demorassem a chegar para a necessária perícia. Contatamos o Governo Municipal, que prontamente enviou a Guarda Municipal. Os Guardas Municipais foram muito gentis e nos sugeriram que levássemos os objetos do Templo para nossa residência. Seria o procedimento mais adequado, porque eles não poderiam fazer nada a nosso favor. Tudo depende da Polícia Civil. Passados quatro dias, continuamos aguardando a Polícia Técnica, que além da perícia, teria condições de solicitar as fitas das câmaras instaladas na Lotérica próxima da Igreja e, que talvez tenha filmado a saída dos ladrões. Imaginamos que identificando os mesmos, esses pudessem identificar os receptadores dos objetos furtados. Não alimentamos a esperança de recuperarmos os objetos furtados. Sabemos que tal comportamento é consequência da Cultura da Sobrevivência que se impõe ao Brasileiro, bem como o acelerado aumento do consumo de drogas. Se a Polícia tivesse condições de prender os receptadores dos objetos furtados diariamente em nossa cidade, talvez os furtos diminuíssem. Mas tudo parece muito demorado. Temos a nítida impressão que enquanto a criminalidade aumentou, a Polícia desanimou nos últimos anos.
Graças ao eco da Imprensa Escrita, Falada e Televisiva, bem como de muitas pessoas empenhadas pelo bem comum de nossa cidade, a Polícia Civil, Técnica e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) esteve em nossa Igrejinha no dia 21 de agosto e já iniciou as devidas investigações. Além de nossa mais profunda gratidão a todos, desejamos que consigam diminuir a cruel criminalidade em nossa amada Ribeirão Preto.
*pe.kasper@gmail.com
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