COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
INÍCIO DO MÊS MISSIONÁRIO
Meus queridos Amigos e
Irmãos na Fé!
“Eu vos escolhi foi
do meio do mundo,
a fim de que deis um
fruto que dure” (Jo 15,16).
Iniciamos o Mês
de Outubro – Mês Missionário, com a Memória de Santa Teresinha, Virgem e Doutora, a Padroeira das Missões! “Seguindo os passos da tradição carmelitana
no Carmelo de Lisieux, descobriu a pequena vida da infância espiritual,
inspirada na simplicidade e na humilde confiança no amor misericordioso do Pai.
Em 1997 São João Paulo II, Papa a proclamou doutora da Igreja”.
Já
no Vigésimo-Sétimo Domingo do Tempo
Comum “Somos convidados a celebrar a páscoa de Jesus. Ela se realiza nas
comunidades e grupos dispostos a colaborar para que o reino de Deus produza
frutos para o bem de todo o povo, a vinha amada do Senhor.
Somos
a vinha do Senhor, cuidada com carinho pelo Pai e regada pelo sangue de Cristo
para que produza os frutos de paz e de vida que Deus deseja e espera de nós.
A
comunidade é a vinha do Senhor, da qual ele cuida com carinho e espera frutos
de amor e justiça. Todos somos trabalhadores do reino de Deus e também
responsáveis pelo seu crescimento. A celebração é o momento privilegiado para
aprendermos a ser ternos, apesar dos conflitos.
Neste
mês das missões, com o tema ‘missão para
libertar’, somos convidados a aprofundar a reflexão da Campanha da
Fraternidade sobre a realidade cruel do tráfico humano. Iniciando outubro,
somos convidados a refletir sobre a ação da Igreja. Ela é por essência
missionária. Neste domingo temos bela e nobre missão: a escolha dos nossos
governantes para os próximos quatro anos. Nesta escolha, pensemos
principalmente no bem do povo brasileiro” (cf. Liturgia Diária de
Outubro de 2014 da Paulus, pp. 26-29).
Unidos ao Santo Padre o Papa Francisco,
rezamos pela solene abertura da III ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DO
SÍNODO DOS BISPOS, que tratará OS
DESAFIOS PASTORAIS DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DA EVANGELIZAÇÃO, no Vaticano até
o próximo dia 19 de outubro!
Jesus retoma o texto de
Isaías, mas não coloca a culpa na vinha por sua falta de bons frutos, e sim nos
meeiros que deviam cuidar dela. Além de impedir que os bons frutos cheguem ao
dono da vinha, ainda são violentos com seus enviados. É uma crítica muito séria
que faz aos que se consideram donos da religião e senhores da fé do povo.
Apropriam-se da relação entre Deus e seu povo, desorientam aquilo que permite o
povo ligar-se a seu Senhor.
Muitas vezes, certas
lideranças religiosas impedem que o povo seja Povo de Deus para ser
povo dos anciãos, dos escribas, dos sacerdotes, de fulano, de tal movimento...
O povo vira joguete nas mãos dos chefes religiosos que buscam seus interesses e
não o Reino de Deus. É isso que Jesus critica, mesmo que sua denúncia
profética lhe cause a morte. Sempre costumo pensar que Jesus foi condenado
à morte de cruz por pura inveja clerical. Não bastando puxar-lhe o tapete,
mandaram matá-lo, a fim de que deixasse livre o caminho aos “maus pastores”:
interesseiros, exploradores da ignorância dos mais simples... Pior
de tudo isso, é que Jesus continua sendo crucificado ainda em nossos dias,
geralmente pelos que se consideram os “pastores mais certinhos”, os engessados
em suas próprias hipocrisias!
Que frutos se esperam da
vinha plantada e cuidada com tanto carinho? O Senhor espera dela o direito
e a justiça. Estabelecer o direito e a justiça é uma exigência
de Deus como expressão de fidelidade à Aliança entre Deus
e seu povo. Nosso Deus, que
é Deus
da vida e do amor, quer
que, em nosso meio, reine a justiça, respeite-se o direito de todos, em
especial dos mais pobres.
Na Bíblia, a opressão
contra os mais pobres é considerada um homicídio. Os vinhateiros são homicidas
não só porque matam os enviados, inclusive o Filho, mas também porque despojam
o pobre, violam o direito, não dão os frutos da justiça que pede o Senhor. Por
ser assim, o Reino de Deus vai ser entregue a outras pessoas.
O fato de sermos cristãos
não nos garante o Reino. Somos escolhidos para sermos sinal do amor, da misericórdia
e da salvação de Deus. É preciso provar essa escolha com frutos e ações
concretas de justiça e direito. Ser cristão é dar a vida. Se colocarmos em
prática o Evangelho, o Deus da paz vai estar conosco e dessa paz seremos
testemunhas no mundo em que vivemos.
Entrando no mês dedicado
às missões, peçamos a Deus a fidelidade a seu serviço, para que sejamos dignos
de sua eleição.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão nosso
abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
5,1-7; Sl 79(80); Fl 4,6-9 e Mt 21,33-43).