-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 08/04/12

sábado, 4 de agosto de 2012

DAR-VOS-EI PASTORES SEGUNDO O MEU CORAÇÃO

DAR-VOS-EI PASTORES SEGUNDO O MEU CORAÇÃO Pe. Gilberto Kasper A Igreja do Brasil celebra em agosto, o Mês Vocacional, refletindo, além da vocação comum a todos os cristãos, que é o amor, as chamadas Vocações Específicas! A primeira vocação específica é a do Ministério Ordenado. Dom Arnaldo Ribeiro não cansava de afirmar que: “Não existe Igreja sem Eucaristia e não existe Eucaristia sem Padre!” Já os Bispos Latino-americanos e Caribenhos reunidos na Terceira Conferência Episcopal em Puebla, no ano de 1979, afirmavam: “A Vocação Específica do Sacerdócio é a resposta de um Deus providente a uma Comunidade orante”! A primeira semana de agosto, portanto, ocupa-se da Vocação Sacerdotal. Sacerdotes e Sacerdotisas são todos os batizados. Enquanto assumem seus compromissos batismais, os batizados são conclamados a serem sempre discípulos e missionários do Senhor, para construírem o Reino de Deus, ou seja, um Reino de Justiça. Tal afirmação foi retomada na Conferência de Aparecida, pelos Bispos reunidos em 2007. Torna-se a mesma, a espinha dorsal das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o período de 2011 a 2015. Mas, temos na Igreja, a Vocação Específica ao Sacerdócio Ordenado. O Padre que deve animar a Comunidade, conduzindo-a a santidade num mundo oco e vazio da presença amorosa de Deus! As Comunidades são chamadas a rezar pelas Vocações Sacerdotais. Gosto de perguntar as Comunidades que visito, quantos Padres geraram para a Igreja e quando não geraram nenhum, pergunto se teriam direito a um Padre? Sim, porque sabemos das orações por Vocações Sacerdotais santas e abnegadas. Porém, costumamos rezar para que o filho do vizinho seja padre, nunca o nosso. Nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto recebe, neste ano, bem no primeiro domingo de agosto, o mês vocacional, dois novos Padres. Os Diáconos Carlos Eduardo Tibério e Leandro Donizete Ramos serão ordenados Sacerdotes no dia 5 de agosto, às 15 horas, na Igreja Abacial Santo Antônio de Pádua, nos Campos Elíseos. Seguramente são para nossa Igreja o cumprimento da promessa de Deus segundo o Profeta Jeremias que nos garante: “Dar-vos-ei Pastores segundo o meu coração” (cf. Jr 3,15). O mês vocacional, neste ano, traz consigo também, um sabor de eleições. Costumamos ver, julgar e emitir sentenças em relação às pessoas públicas, tanto na esfera eclesial, política, como social. Nossa proposta é que rezemos mais pelas pessoas que se dedicam à promoção da dignidade humana, do que falar mal delas. Haja correção fraterna, compreensão e discernimento, sem condenar a ninguém. Só Deus não decepciona. As pessoas se tornam melhores na medida em que obtiverem de nossa parte, a devida colaboração. Costuma dizer-se: “A Comunidade tem o Padre que merece!” e “O Povo tem o Governo que merece!”, enquanto gosto de concluir que cada um tem sua parcela de responsabilidade. O que temos feito para que nossos Servidores sejam melhores e mais configurados com Aquele que os escolheu, como vocacionados ao Serviço Gratuito e ao Bem Comum? pe.kasper@gmail.com

HOMILIA PARA O DÉCIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! “No domingo anterior, tivemos o Evangelho de João, que narrava o sinal de Jesus na multiplicação dos pães. Neste domingo, a narrativa nos traz a explicação do Mestre quanto ao significado daquele sinal: Jesus é o verdadeiro pão descido do céu, o ‘pão da vida’, conforme Ele mesmo refere. Pão da vida eterna, pão que sacia definitivamente a fome, transforma o homem, abre o caminho da santidade para aqueles que dele se alimentam. Dia 6 de agosto, a Igreja celebra a festa da Transfiguração do Senhor. Recorda os apóstolos, no Tabor, quando ouvem a voz do Pai dizendo que Jesus é o Filho amado, enviado para nossa salvação. Nós, hoje, somos os destinatários dessa revelação, imantados com o brilho das roupas brancas e tocados pela mensagem carinhosa. Ao longo do Tempo Comum, podemos sentir a espiritualidade que brota dos sinais de Jesus, vivendo de forma significativa a Páscoa de cada domingo, reunidos ao redor da mesa da Eucaristia e junto à mesa da Palavra. Queremos ser, neste domingo, a multidão a quem Jesus se dirige e anuncia a vida eterna. Para isso, precisamos aceitar suas propostas, libertar-nos do homem velho que existe em nós, aceitar a transformação que pode nos tornar em homem novo, refletindo a imagem de Deus, buscando a santidade. Isso, certamente, é necessário a todos nós cristãos, discípulos missionários de Jesus. No entanto, inúmeras vezes queremos que isto aconteça sem nos deslocarmos até o encontro com Jesus, não queremos desacomodar-nos, passar para ‘o outro lado do mar’. É preciso investir tempo e disposição para caminhar até Jesus, encontrá-lo, sentar até o entardecer, ouvindo-o falar, alimentar-nos do pão da sua Palavra. Para fazermos isso, podemos hoje priorizar a proximidade e o tempo significativo da Sagrada Escritura. Como nos diz o Documento de Aparecida: ‘entre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada, à qual todos somos convidados: a Lectio Divina, ou exercício de leitura orante da Sagrada Escritura’. Através da leitura orante, somos conduzidos ao encontro com Jesus, à luz de sua Palavra. Rezando com ela, mergulhamos no mistério do nosso Mestre, entramos em comunhão com Ele. Não deixemos que ‘as paixões desordenadas do mundo’, como diz São Paulo, nos desviem do caminho e da disposição de ir para o outro lado do mar, ao encontro de Jesus. Priorizemos tempo para ouvi-lo, como as multidões que o seguiam, deixemo-nos conduzir pela fome de sua Palavra” (cf. Roteiros Homiléticos n. 22 da CNBB, pp. 85-91). O evento da Multiplicação dos Pães e a incontável multidão aglomerada em torno desse, nos leva a pensar, de que continuamos sendo mais pedintes do que agradecidos. Quando aquela gente toda corre atrás de Jesus, Ele percebe que o faz porque satisfeita com o gesto espetaculoso do Mestre, que de cinco pães e dois peixinhos alimentara grande multidão. O apelo de Jesus, entretanto, vai além do espetaculoso, do milagreiro e do mero alimento material: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Em nossos dias não vemos algo semelhante? Tem-se a impressão de que multidões correm atrás do que é espetaculoso, mais do que o espetacular: sermos alimentados pelo Pão da Vida, Jesus na Eucaristia, Jesus na Palavra proclamada! A Teologia da Prosperidade promete resolver os problemas, oferece milagrezinhos fáceis, como emprego, saúde, casa própria e até uma vida de certa ostentação! Tais métodos de “suposta evangelização” atraem multidões. Atraem multidões como atraem fãs de cantores e artistas famosos, enquanto forem famosos e agradarem. Da multiplicação dos pães remeto minha consciência à Cruz sob a qual sobram apenas três mulheres e um jovem. Logo da Cruz de onde jorra sangue e água, a mística profunda da Igreja que Jesus tanto desejou: uma Igreja comprometida com a dignidade humana, com a promoção da pessoa através da partilha e da solidariedade! Enquanto nossos compromissos sociais tiverem precedência sobre nossa vida espiritual, continuaremos anêmicos do verdadeiro alimento: aquele que não perece, porque é eterno e nos robustece diante das surras e dificuldades que o hodierno de nossa se nos impõe! Com o primeiro domingo do mês de Agosto, O Mês Vocacional, somos convidados a rezar pela Vocação Específica do Ministério Ordenado! Rezemos nossa gratidão pela disponibilidade de nossos Padres, rezemos para que sempre tenhamos corações generosos que acolham o convite ao Sacerdócio Ordenado, bem como pela santificação de todos que responderam ao convite do Mestre. Só uma Comunidade Orante terá um Sacerdote Santo. Só um Sacerdote Santo é capaz de santificar sua Comunidade! Sejamos solícitos e dóceis aos Padres que o Senhor nos confia. Sejamos fiéis a Cristo, o Único, Eterno e Sumo Sacerdote, na pessoa de nossos Padres, configurados com Ele, o Bom Pastor! Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel, Padre Gilberto Kasper (Ler Ex 16,2-4.12-15; Sl 77(78); Ef 4,17.20-24 e Jo 6,24-35)