-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 03/27/12

terça-feira, 27 de março de 2012

Liturgia bem participada



Liturgia bem participada


A participação ativa da assembleia nas celebrações do mistério pascal de Cristo é a razão de ser da liturgia. Evidentemente, participação não é fazer muitas coisas, mas envolver-se inteiramente, com o corpo e o coração, no mistério celebrado. Como alguém que acredita e vive o que celebra com fé e alegria.

O centro de toda a celebração está na presença de Cristo Ressuscitado, conforme o número 7 da Sacrosactum Concilium: “Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente em sua Igreja, e especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no santo sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, pois aquele que agora se oferece pelo ministério sacerdotal é o ‘mesmo que, outrora, se ofereceu na cruz’, como sobretudo nas espécies eucarísticas. Ele está presente pela sua virtude nos sacramentos, de tal modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo quem batiza. Esta presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se lêem as Sagradas Escrituras. Está presente, por fim, quando a Igreja ora e salmodia, ele que prometeu: ‘onde se acharem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles’ (Mt 18,20).”

A centralidade da ação litúrgica, sobretudo na Eucaristia, é simbolizada pelas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia, o altar. Todos nós nos voltados para Cristo Palavra, quando se lêem as Escrituras e para Cristo Pão da vida, na Oração Eucarística, seguida da comunhão sacramental ao Corpo e Sangue de Cristo. Na ação litúrgica, estamos todos voltados para Cristo sempre. Por isso podemos responder ao convite “Corações ao alto” com “O nosso coração está em Deus.”

A mesa da Eucaristia é o centro visível do espaço celebrativo, onde se realiza a Ceia do Senhor, o Cordeiro imolado e vitorioso. Ali se reúne o povo santo de Deus na comunhão de amor com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

+ Joviano de Lima Júnior,sss
Arcebispo de Ribeirão Preto

A CULTURA DA ÉTICA MOLDA O SER HUMANO

A CULTURA DA ÉTICA MOLDA O SER HUMANO

Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

O homem apresenta-se sob dois prismas: como ser real, na sua individualidade, nas suas circunstâncias, e o ser pensado. O primeiro é o que existe e diz concretamente “eu” e “meu”, ao passo que o segundo está na mente. É o conceito que dele fazemos, ou o conhecimento que dele lemos.
Sempre nos referimos ao homem através do conceito. Na verdade não referimos o homem real, mas o homem pensado. O primeiro é fruto da natureza. É a vida que se propaga e transmite através de geração e do batismo. O segundo é obra da cultura. Segue o imperativo socrático: “conhece-te a ti mesmo”.
A partir do conhecimento que temos do homem e de nós mesmos, atuamos na nossa realização. Somos chamados a ser mais. Por isso se diz, com toda razão, que somos mais filhos da cultura que da natureza. É nossa autodeterminação, fruto de nossa liberdade. Tenho não só consciência de mim, mas também, de algum modo, posse de mim e de meus atos. Eu me decido a mim mesmo. Sou, portanto, de alguma maneira, o que me fiz ser.
A cultura vai moldando diversamente, ao longo dos tempos, o ser humano. Mas A Cultura da Ética molda o ser humano, como princípio básico, sua integridade, sua responsabilidade, seu respeito às leis, o respeito pelos direitos dos demais cidadãos, o amor ao trabalho, o esforço para economizar e investir, o desejo de superar os desafios, a pontualidade e o cumprimento das promessas feitas, de algum modo e em determinada situação.
Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco. Somos pobres porque nos faltam atitudes, determinação e grande vontade política, seja dos cidadãos, seja dos que ocupam algum serviço público. Os cidadãos não exercem suficientemente sua cidadania e as pessoas públicas não servem devidamente seu público.
Somos assim e continuaremos a ser assim por querer levar vantagem sobre tudo e sobre todos. Somos assim por vermos algo que está mal e dizermos: “Deixa como está... Não é de minha competência... Não vou envolver-me nisso... Deixa quieto, que poderá piorar...”. Omissão pura, falta de profetismo, de cidadania e de ética, o que nos torna covardes, quando não hipócritas.
Devemos ter atitudes e memória viva, sobretudo em Ano Eleitoral. Dependerá de cada um de nós, mudarmos a realidade de nossas cidades. Se pensarmos no bem comum e não individual, certamente teremos Governos mais comprometidos com a melhor qualidade de vida para todos e não apenas para alguns poucos grupos privilegiados.