Sexta-feira, dia 12 de Setembro de 2008
Hoje a Igreja celebra : S. Guido de Anderlecht, peregrino, +1012, Santíssimo Nome de Maria
Ver comentário em baixo, ou carregando aqui S. Cirilo de Alexandria :
O discípulo bem formado será como o seu mestre
Evangelho segundo S. Lucas 6,39-42.
Jesus disse-lhes ainda esta parábola: «Um cego pode guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre. Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista? Como podes dizer ao teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o argueiro da tua vista', tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : S. Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja Comentário sobre o evangelho de Lucas, 6
O discípulo bem formado será como o seu mestre
"O discípulo não está acima do mestre. Será perfeito se for como o mestre". Os bem-aventurados discípulos estavam destinados a tornar-se os guias e os mestres espirituais da terra inteira. Deviam assim dar provas, mais do que quaisquer outros, de um visível fervor, estar familiarizados com a maneira de viver segundo o Evangelho e dispostos a praticar qualquer boa obra. Teriam de transmitir àqueles que instruissem a doutrina exata, salutar e estritamente conforma à verdade, depois de primeiramente a terem contemplado e deixado a luz divina iluminar a sua inteligência. Sem isso, seriam cegos a conduzir outros cegos. Porque os que estão mergulhados nas trevas da ignorância não podem conduzir ao conhecimento da verdade os homens que sofrem essa mesma ignorância. Aliás, quereriam eles que caissem todos juntos no abismo das suas más tendências? Foi por isso que o Senhor quis parar a inclinação para a vanglória que se encontra em tantas pessoas e dissuadi-las de rivalizar com os seus mestres para ultrapassarem a reputação deles. Disse-lhes: "O discípulo não está acima do mestre". Mesmo se acontecer a alguém atingir um grau de virtude igual à dos predecessores, deverá sobretudo imitar a modéstia deles. Paulo dá-nos uma prova disso quando diz: "Mostrai-vos meus imitadores, como eu próprio o sou de Cristo" (1 Co 11,1). Se é assim, porque julgas, se o Mestre não julga ainda? Porque ele não veio para julgar o mundfo (Jo 12,47), mas para lhe trazer a graça... "Se eu não julgo, disse ele, não julgues também tu, que és meu discípulo. Pode acontecer que sejas mais culpado do que aquele que estás a julgar... Porque reparas na palha que está no olho do teu irmão?"
"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
quinta-feira, 11 de setembro de 2008

"Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" (Salmos 119:105).
A Palavra de Deus é um guia para uma vida plena de satisfação e regozijo. Ela nos ensina a desfrutar do melhor aqui neste mundo e nos prepara para um encontro com o nosso Deus. Ela nos mostra o caminho e nos conduz pelas águas de descanso que nos levarão à eternidade.
Quando estamos desanimados pelas vicissitudes enfrentadas, quando as incertezas inibem o nosso prosseguir, quando a inquietude nos faz perder o sono ou mesmo quando pensamos em abandonar o barco de nossas aspirações, encontramos, nas Sagradas Escrituras, a força, o alento, a motivação para erguer a cabeça, olhar para o céu e crer que tudo é possível e que nada está perdido.
Quando estamos desanimados pelas vicissitudes enfrentadas, quando as incertezas inibem o nosso prosseguir, quando a inquietude nos faz perder o sono ou mesmo quando pensamos em abandonar o barco de nossas aspirações, encontramos, nas Sagradas Escrituras, a força, o alento, a motivação para erguer a cabeça, olhar para o céu e crer que tudo é possível e que nada está perdido.

A alegria é conseqüência necessária da filiação divina, de nos sabermos queridos com predileção pelo nosso Pai-Deus, que nos acolhe, nos ajuda e nos perdoa.Se tivermos na presença de Deus, por cima da tempestade que ensurdece, brilhará sempre o sol no nosso olhar; e, por baixo das ondas tumultuosas e devastadoras, reinarão na nossa alma a calma e a serenidade.
Lembra-te bem e sempre disto: mesmo que alguma vez pareça que tudo vem abaixo, nada vem abaixo!, porque Deus não perde batalhas.
Lembra-te bem e sempre disto: mesmo que alguma vez pareça que tudo vem abaixo, nada vem abaixo!, porque Deus não perde batalhas.
A Mãe de todas as mães (II)
Por volta de meia-noite, despertaram-me e ordenaram-me que saísse. O Tcheco me esperava do lado de fora. Ele exalava odor de vodka, embora não estivesse bêbado. Fez-me, então, um sinal convidando-me a acompanhá-lo no pátio da escola... "Eu o fiz vir até aqui, capitão, para ajudá-lo e, talvez, para receber a sua ajuda, igualmente, pois o ser humano não deve perecer neste tempo inumano! Sei o que o senhor está a pensar, o senhor acha que sou um cão cínico e o senhor não está de todo errado. No entanto, como posso me expressar sem parecer falso ou covarde?... Segundo o desejo de meus pais, eu deveria ter-me ordenado sacerdote. E hoje, eis que sou um bolchevique, um comunista, um apóstata. Quando saí de casa, minha mãe me colocou uma moeda benta, ao pescoço, representando a Virgem Maria que deveria, segundo ela, me trazer felicidade. Hoje, um sentimento de tristeza se amparou de mim, quando coloquei a sua medalha entre as minhas mãos; tive que lutar contra esta estúpida emoção... Eu ainda possuo aquela lembrança dada pela minha falecida mãe. Ei-la aqui!" O Tcheco tirou do bolso uma moeda antiga, em prata. A efígie do escudo representava a Mãe de Deus, aureolada como Soberana da Boêmia. E ele continuou: "Curioso! Eu sempre gostei de Maria; não tenho nenhum sentimento de rancor contra Ela. Talvez seja porque Ela é a Mãe de todas as mães. O amor de nossas mães deve ser sagrado para nós!" Ao dizer estas palavras, seu rosto expressava um sentimento de dor. Em seguida, acrescentou: "Pelo amor da sua mãe e da minha, tenho vontade de fazer com que o "feitiço" se realize. Quando continuarmos a caminhada, o senhor encontrará um meio para fugir." Em seguida, mudando o tom da voz e a postura e, olhando à sua volta, acrescentou: "Pode ser que eu esteja enganado... Amanhã nós recuaremos diante dos Alemães. Na estrada vamos soar o alarme. Haverá uma certa desordem. O senhor saberá se aproveitar da ocasião, capitão!". Olhei, estarrecido, para o homem e perguntei: "E meus homens?"... Ele, fazendo um sinal irritado, disse: "Tudo vai sair bem! Boa sorte e boa noite!". Indeciso, estendi-lhe a mão. No dia seguinte, os russos batiam em retirada, levando-nos com eles... Repousávamos numa granja abandonada. Subitamente, alguém chamou os guardas. Bela ocasião para fugir. Tomamos, então, a direção do Sul e logo encontramos as nossas tropas. O Tcheco manteve a sua palavra.
Testemunho de um velho oficial da Grande Guerra, segundo R. Demi ! Ein Mutterherz fur allé, pp. 118-121 Referido no Recueil Marial (Florilégio Mariano) 1986 do Frei Albert Plfeger, marista
Por volta de meia-noite, despertaram-me e ordenaram-me que saísse. O Tcheco me esperava do lado de fora. Ele exalava odor de vodka, embora não estivesse bêbado. Fez-me, então, um sinal convidando-me a acompanhá-lo no pátio da escola... "Eu o fiz vir até aqui, capitão, para ajudá-lo e, talvez, para receber a sua ajuda, igualmente, pois o ser humano não deve perecer neste tempo inumano! Sei o que o senhor está a pensar, o senhor acha que sou um cão cínico e o senhor não está de todo errado. No entanto, como posso me expressar sem parecer falso ou covarde?... Segundo o desejo de meus pais, eu deveria ter-me ordenado sacerdote. E hoje, eis que sou um bolchevique, um comunista, um apóstata. Quando saí de casa, minha mãe me colocou uma moeda benta, ao pescoço, representando a Virgem Maria que deveria, segundo ela, me trazer felicidade. Hoje, um sentimento de tristeza se amparou de mim, quando coloquei a sua medalha entre as minhas mãos; tive que lutar contra esta estúpida emoção... Eu ainda possuo aquela lembrança dada pela minha falecida mãe. Ei-la aqui!" O Tcheco tirou do bolso uma moeda antiga, em prata. A efígie do escudo representava a Mãe de Deus, aureolada como Soberana da Boêmia. E ele continuou: "Curioso! Eu sempre gostei de Maria; não tenho nenhum sentimento de rancor contra Ela. Talvez seja porque Ela é a Mãe de todas as mães. O amor de nossas mães deve ser sagrado para nós!" Ao dizer estas palavras, seu rosto expressava um sentimento de dor. Em seguida, acrescentou: "Pelo amor da sua mãe e da minha, tenho vontade de fazer com que o "feitiço" se realize. Quando continuarmos a caminhada, o senhor encontrará um meio para fugir." Em seguida, mudando o tom da voz e a postura e, olhando à sua volta, acrescentou: "Pode ser que eu esteja enganado... Amanhã nós recuaremos diante dos Alemães. Na estrada vamos soar o alarme. Haverá uma certa desordem. O senhor saberá se aproveitar da ocasião, capitão!". Olhei, estarrecido, para o homem e perguntei: "E meus homens?"... Ele, fazendo um sinal irritado, disse: "Tudo vai sair bem! Boa sorte e boa noite!". Indeciso, estendi-lhe a mão. No dia seguinte, os russos batiam em retirada, levando-nos com eles... Repousávamos numa granja abandonada. Subitamente, alguém chamou os guardas. Bela ocasião para fugir. Tomamos, então, a direção do Sul e logo encontramos as nossas tropas. O Tcheco manteve a sua palavra.
Testemunho de um velho oficial da Grande Guerra, segundo R. Demi ! Ein Mutterherz fur allé, pp. 118-121 Referido no Recueil Marial (Florilégio Mariano) 1986 do Frei Albert Plfeger, marista
Santa Bakhita

JOSEFINA BAKHITA (1869-1947)
Religiosa sudanesa da Congregação das Filhas da Caridade (Canossianas)
Santa Josefina Bakhita nasceu no Sudão (África), em 1869 e morreu em Schio (Vicenza-Itália) em 1947.
Flor africana, que conheceu a angústia do rapto e da escravidão, abriu-se admiravelmente à graça junto das Filhas de Santa Madalena de Canossa, na Itália.
A irmã morena
Em Schio, onde viveu por muitos anos, todos ainda a chamam«a nossa Irmã Morena».
O processo para a causa de Canonização iniciou-se doze anos após a sua morte e no dia 1 de dezembro de 1978, a Igreja emanava o Decreto sobre a heroicidade das suas virtudes.
A Providência Divina que «cuida das flores do campo e dos pássaros do céu», guiou esta escrava sudanesa, através de inumeráveis e indizíveis sofrimentos, à liberdade humana e àquela da fé, até a consagração de toda a sua vida a Deus, para o advento do Reino.
Na escravidão
Bakhita não é o nome recebido de seus pais ao nascer. O susto provado no dia em que foi raptada, provocou-lhe alguns profundos lapsos de memória. A terrível experiência a fizera esquecer também o próprio nome.
Bakhita, que significa «afortunada», é o nome que lhe foi imposto por seus raptores.
Vendida e comprada várias vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão.
Rumo à liberdade
Na capital do Sudão, Bakhita foi, finalmente, comprada por um Cônsul italiano, o senhor Calixto Legnani. Pela primeira vez, desde o dia em que fora raptada, percebeu com agradável surpresa, que ninguém usava o chicote ao lhe dar ordens mas, ao contrário, era tratada com maneiras afáveis e cordiais. Na casa do Cônsul, Bakhita encontrou serenidade, carinho e momentos de alegria, ainda que sempre velados pela saudade de sua própria família, talvez perdida para sempre.
Situações políticas obrigaram o Cônsul a partir para a Itália. Bakhita pediu-lhe que a levasse consigo e foi atendida. Com eles partiu também um amigo do Cônsul, o senhor Augusto Michieli.
Na Itália
Chegados em Gênova, o Sr. Legnani, pressionado pelos pedidos da esposa do Sr. Michieli, concordou que Bakhita fosse morar com eles. Assim ela seguiu a nova família para a residência de Zeniago (Veneza) e, quando nasceu Mimina, a filhinha do casal, Bakhita se tornou para ela babá e amiga.
A compra e a administração de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, obrigaram a esposa do Sr. Michieli, dona Maria Turina, a transferir-se para lá, a fim de ajudar o marido no desempenho dos vários trabalhos. Entretanto, a conselho de seu administrador, Iluminado Checchini, a criança e Bakhita foram confiadas às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza. E foi aqui que, a seu pedido, Bakhita, veio a conhecer aquele Deus que desde pequena ela «sentia no coração, sem saber quemEle era».
«Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensade vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-lhe homenagem».
Filha de Deus
Depois de alguns meses de catecumenato, Bakhita recebeu os Sacramentos de Iniciação Cristã e o novo nome de Josefina. Era o dia 9 de janeiro de 1890. Naquele dia não sabia como exprimir a sua alegria. Os seus olhos grandes e expressivos brilhavam revelando uma intensa comoção. Desse dia em diante, era fácil vê-la beijar a pia batismal e dizer: «Aqui me tornei filha de Deus!».
Cada novo dia a tornava sempre mais consciente de como aquele Deus, que agora conhecia e amava, a havia conduzido a Si por caminhos misteriosos, segurando-a pela mão.
Quando dona Maria Turina retornou da África para buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão e coragem fora do comum, manifestou a sua vontade de permanecer com as Irmãs Canossianas e servir aquele Deus que lhe havia dado tantas provas do seu amor.
A jovem africana, agora maior de idade, gozava de sua liberdade de ação que a lei italiana lhe assegurava.
Filha de Madalena
Bakhita continuou no Catecumenato onde sentiu com muita clareza o chamado para se tornar religiosa e doar-se totalmente ao Senhor, no Instituto de Santa Madalena de Canossa.
A 8 de dezembro de 1896, Josefina Bakhita se consagrava para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho «el me Paron!».
Por mais de 50 anos, esta humilde Filha da Caridade, verdadeira testemunha do amor de Deus, dedicou-se às diversas ocupações na casa de Schio.
De fato, ela foi cozinheira, responsável do guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira. Quando se dedicou a este último serviço, as suas mãos pousavam docemente sobre a cabecinha das crianças que, diariamente, freqüentavam as escolas do Instituto. A sua voz amável, que tinha a inflexão das nênias e das cantigas da sua terra, chegava prazerosa aos pequeninos, reconfortante aos pobres e doentes e encorajadoras a todos os que vinham bater à porta do Instituto.
Testemunha do Amor
A sua humildade, a sua simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de todos os habitantes de Schio. As Irmãs a estimavam pela sua inalterável afabilidade, pela fineza da sua bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.
«Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!».
Chegou a velhice, chegou a doença longa e dolorosa, mas a Bakhita continuou a oferecer o seu testemunho de fé, de bondade e de esperança cristã. A quem a visitava e lhe perguntava como se sentia, respondia sorridente: «Como o Patrão quer».
A última prova
Na agonia reviveu os terríveis anos de sua escravidão e vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ... pesam muito!».
Foi Maria Santíssima que a livrou de todos os sofrimentos. Assuas últimas palavras foram: «Nossa Senhora! Nossa Senhora!», enquanto o seu último sorriso testemunhava o encontro com a Mãe de Jesus.
Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, na Casa de Schio, rodeada pela comunidade em pranto e em oração. Uma multidão acorreu logo à casa do Instituto para ver pela última vez a sua «Santa Irmã Morena», e pedir-lhe a sua proteção lá do céu. Muitas são as graças alcançadas por sua intercessão.
Religiosa sudanesa da Congregação das Filhas da Caridade (Canossianas)
Santa Josefina Bakhita nasceu no Sudão (África), em 1869 e morreu em Schio (Vicenza-Itália) em 1947.
Flor africana, que conheceu a angústia do rapto e da escravidão, abriu-se admiravelmente à graça junto das Filhas de Santa Madalena de Canossa, na Itália.
A irmã morena
Em Schio, onde viveu por muitos anos, todos ainda a chamam«a nossa Irmã Morena».
O processo para a causa de Canonização iniciou-se doze anos após a sua morte e no dia 1 de dezembro de 1978, a Igreja emanava o Decreto sobre a heroicidade das suas virtudes.
A Providência Divina que «cuida das flores do campo e dos pássaros do céu», guiou esta escrava sudanesa, através de inumeráveis e indizíveis sofrimentos, à liberdade humana e àquela da fé, até a consagração de toda a sua vida a Deus, para o advento do Reino.
Na escravidão
Bakhita não é o nome recebido de seus pais ao nascer. O susto provado no dia em que foi raptada, provocou-lhe alguns profundos lapsos de memória. A terrível experiência a fizera esquecer também o próprio nome.
Bakhita, que significa «afortunada», é o nome que lhe foi imposto por seus raptores.
Vendida e comprada várias vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão.
Rumo à liberdade
Na capital do Sudão, Bakhita foi, finalmente, comprada por um Cônsul italiano, o senhor Calixto Legnani. Pela primeira vez, desde o dia em que fora raptada, percebeu com agradável surpresa, que ninguém usava o chicote ao lhe dar ordens mas, ao contrário, era tratada com maneiras afáveis e cordiais. Na casa do Cônsul, Bakhita encontrou serenidade, carinho e momentos de alegria, ainda que sempre velados pela saudade de sua própria família, talvez perdida para sempre.
Situações políticas obrigaram o Cônsul a partir para a Itália. Bakhita pediu-lhe que a levasse consigo e foi atendida. Com eles partiu também um amigo do Cônsul, o senhor Augusto Michieli.
Na Itália
Chegados em Gênova, o Sr. Legnani, pressionado pelos pedidos da esposa do Sr. Michieli, concordou que Bakhita fosse morar com eles. Assim ela seguiu a nova família para a residência de Zeniago (Veneza) e, quando nasceu Mimina, a filhinha do casal, Bakhita se tornou para ela babá e amiga.
A compra e a administração de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, obrigaram a esposa do Sr. Michieli, dona Maria Turina, a transferir-se para lá, a fim de ajudar o marido no desempenho dos vários trabalhos. Entretanto, a conselho de seu administrador, Iluminado Checchini, a criança e Bakhita foram confiadas às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza. E foi aqui que, a seu pedido, Bakhita, veio a conhecer aquele Deus que desde pequena ela «sentia no coração, sem saber quemEle era».
«Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensade vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-lhe homenagem».
Filha de Deus
Depois de alguns meses de catecumenato, Bakhita recebeu os Sacramentos de Iniciação Cristã e o novo nome de Josefina. Era o dia 9 de janeiro de 1890. Naquele dia não sabia como exprimir a sua alegria. Os seus olhos grandes e expressivos brilhavam revelando uma intensa comoção. Desse dia em diante, era fácil vê-la beijar a pia batismal e dizer: «Aqui me tornei filha de Deus!».
Cada novo dia a tornava sempre mais consciente de como aquele Deus, que agora conhecia e amava, a havia conduzido a Si por caminhos misteriosos, segurando-a pela mão.
Quando dona Maria Turina retornou da África para buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão e coragem fora do comum, manifestou a sua vontade de permanecer com as Irmãs Canossianas e servir aquele Deus que lhe havia dado tantas provas do seu amor.
A jovem africana, agora maior de idade, gozava de sua liberdade de ação que a lei italiana lhe assegurava.
Filha de Madalena
Bakhita continuou no Catecumenato onde sentiu com muita clareza o chamado para se tornar religiosa e doar-se totalmente ao Senhor, no Instituto de Santa Madalena de Canossa.
A 8 de dezembro de 1896, Josefina Bakhita se consagrava para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho «el me Paron!».
Por mais de 50 anos, esta humilde Filha da Caridade, verdadeira testemunha do amor de Deus, dedicou-se às diversas ocupações na casa de Schio.
De fato, ela foi cozinheira, responsável do guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira. Quando se dedicou a este último serviço, as suas mãos pousavam docemente sobre a cabecinha das crianças que, diariamente, freqüentavam as escolas do Instituto. A sua voz amável, que tinha a inflexão das nênias e das cantigas da sua terra, chegava prazerosa aos pequeninos, reconfortante aos pobres e doentes e encorajadoras a todos os que vinham bater à porta do Instituto.
Testemunha do Amor
A sua humildade, a sua simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de todos os habitantes de Schio. As Irmãs a estimavam pela sua inalterável afabilidade, pela fineza da sua bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.
«Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!».
Chegou a velhice, chegou a doença longa e dolorosa, mas a Bakhita continuou a oferecer o seu testemunho de fé, de bondade e de esperança cristã. A quem a visitava e lhe perguntava como se sentia, respondia sorridente: «Como o Patrão quer».
A última prova
Na agonia reviveu os terríveis anos de sua escravidão e vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ... pesam muito!».
Foi Maria Santíssima que a livrou de todos os sofrimentos. Assuas últimas palavras foram: «Nossa Senhora! Nossa Senhora!», enquanto o seu último sorriso testemunhava o encontro com a Mãe de Jesus.
Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, na Casa de Schio, rodeada pela comunidade em pranto e em oração. Uma multidão acorreu logo à casa do Instituto para ver pela última vez a sua «Santa Irmã Morena», e pedir-lhe a sua proteção lá do céu. Muitas são as graças alcançadas por sua intercessão.
SÃO TARCISIO

Tarcísio era um adolescente convertido ao Cristianismo, nascido por volta de 244 d.C. vivia em Roma.
Era inteligente, alegre e tinha muito amor ao Cristo.
Participava das atividades dos primeiros cristãos, desempenhando as funções de diácono e acólito nas Missas celebradas nas catacumbas, para evitar perseguições.
Tarcísio foi incumbido de levar as hóstias consagradas aos prisioneiros condenados a morte.
Como os cristãos eram perseguidos, enquanto levava o Pão da Vida. pagãos o pegaram e o obrigaram a desvendar o que trazia escondido no peito.
Ele se recusou; ameaçaram, deram pauladas e ensanguentado o menino foi ao chão.
Começou a consumir as hóstias quando um guarda local o encontrou e levantou Tarcísio já morto.
O guarda também participava das celebrações nas catacumbas.
Com apenas 13 anos, Tarcísio nos deu esse exemplo no dia 15 de agosto de 257.
São Tarcísio, o mártir da eucaristia é padroeiro também dos operários perseguidos pela fé que professam.
Era inteligente, alegre e tinha muito amor ao Cristo.
Participava das atividades dos primeiros cristãos, desempenhando as funções de diácono e acólito nas Missas celebradas nas catacumbas, para evitar perseguições.
Tarcísio foi incumbido de levar as hóstias consagradas aos prisioneiros condenados a morte.
Como os cristãos eram perseguidos, enquanto levava o Pão da Vida. pagãos o pegaram e o obrigaram a desvendar o que trazia escondido no peito.
Ele se recusou; ameaçaram, deram pauladas e ensanguentado o menino foi ao chão.
Começou a consumir as hóstias quando um guarda local o encontrou e levantou Tarcísio já morto.
O guarda também participava das celebrações nas catacumbas.
Com apenas 13 anos, Tarcísio nos deu esse exemplo no dia 15 de agosto de 257.
São Tarcísio, o mártir da eucaristia é padroeiro também dos operários perseguidos pela fé que professam.

São Francisco Xavier
Francisco Xavier nasceu no castelo de sua família em Xavier, Navarro Espanha em 1506. Ele estudou na Universidade de Paris e recebeu seu doutorado em 1528. Ali ele conheceu Santo Inácio de Loyola que o convenceu a fundarem a Companhia de Jesus, os Jesuítas. Assim Xavier, Loyola e 6 outros tomaram seus votos em Montamant e três anos mais tarde Xavier foi ordenado em Veneza e foi com Inácio para Roma onde o Papa aprovou a Ordem em 1540.
No mesmo ano, Francisco e o Padre Simão Rodrigues foram para Lisboa onde o Rei João III os recebeu como hóspedes. Em abril de 1541 foi indicado como Núncio Apostólico nas Índias. Ele chegou em Goa, Índia em 1542 e depois foi para Malaca, Malásia, e Morotai na Indonésia. De 1549 a 1551 ele evangelizou parte do Japão.
Em Goa, enquanto aguardava o návio para a India, ele pregava nas ruas, ensinava as crianças o catecismo e curava os doentes. Ele teria convertido toda a cidade.
Foi um missionário com um tremendo sucesso em 10 anos da Índia e mais tarde no Japão, batizando mais de 40.000 convertidos. Dizem que ele almoçava com caçadores de cabeça, lavava os leprosos e chegou a batizar 10.000 em um só mês. Ele resistia as piores condições, chegando a sofrer extremos de frio e de calor em suas viagens. Ele sempre procurava os pobres e os abandonados. Viajava as vezes centenas de quilômetros a pé e com isso conheceu grande parte do povo do Extremo Oriente. Tinha o dom de aprender rapidamente as línguas e os dialetos e fazia milagres sempre que era necessário convencer os descrentes. Certa vez acalmou uma tempestade apenas com sua benção e de outra curou uma menina cega. Curou vários leprosos apenas com sua benção e oração.No ano que foi eleito Provincial da Índia e do Leste, ele planejava ir para a China.
Ele é também chamado de o "Apóstolo da Índia ".
Ele veio a falecer na Ilha de Shabgchwan, na costa da China em 2 de dezembro de 1552.
Foi canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV e declarado patrono de todas as missões estrangeiras pelo Papa Pio X .
Sua festa é celebrada no dia 3 de dezembro.

SANTA VERONICA
A Infâcia
Enquanto viveu em casa Giuliani, com sua família, todos a chamaram com o nome de batismo, Orsola (ltalianização de Ursula), Mais tarde, entra aos dezessete anos nas capuchinas de clausura, tomará o nome de Verônica. Será uma das maiores santas no firmamento vivo da Igreja, resplandecendo em perfeição cristã, doutrina e carismas. Sua luz continua iluminando o mundo. Nasceu a 27 de dezembro de 1660 em Mercatelo, um povo tranqüilo junto ao qual corre límpido o Metauro em terras de Pésaro. Nos achamos nas Marcas, Mercatelo formava parte então de Estado Pontifício. A vida de Verônica seguirá no monastério das capuchinas de Citá di Castelo, na Úmbria, a nove de julho de 1727.
Pai e mãe uma encomenda
O pai, Francisco, é aferes da guarnição local. A mãe, Benedeta Mancini, é uma mulher de casa, de profundos sentimentos religiosos. De sua união nascem sete meninas, das quais duas não sobrevivem. As cinco filhas ficam órfãs de mãe quando esta não conta mais de quarenta anos. Antes de morrer, Benedeta as reúne em torno a sua cama e as encomendam as cinco chagas de Senhor. A Orsola, pequena de sete anos, lhe tocou em sorte a chaga do coração. Será seu caminho, por toda a vida, até o ponto de unir-se com o coração de seu Esposo, Jesus.
Infância de predileção
A pequena Orsola, desde os primeiros meses de vida, se comporta de um modo singular. Os olhos vivazes da menina vão a busca das imagens sagradas, que adornam profusamente a casa Guilam. Ela mesma explicará um dia em seu diário: "Todavia não andava, mas quando via as imagens donde estava pintada a Virgem Santíssima com o Menino em braços, Eu me agitava até que me acercava a elas para poder dar-lhes um beijo. Isto o fez varias vezes. Uma vez me pareceu ver ao Menino como criatura vivente que me estendia a mão; e me recordo que me pareceu tão vivo este feito que, donde quer que me levavam, olhava para ver ser podia achar aquele menino". Contava ainda poucos meses quando, a 12 de junho de 1661, dia em que caia a festa da Santíssima Trindade, de improviso a pequena Orsola se deslizou dos braços de sua mãe e se pus a caminhar dirigindo-se até um quadro que representava o Mistério da Trindade Divina. Ante uma imagem da Virgem com Jesus em seus braços, Jesus e Orsola tinham colóquios infantis: Eu sou tua e tu és todo para mim..." E o divino infante responde: - Eu sou para ti e tu és toda para mim! "Me parecia a vezes que aquelas figuras não foram pintadas como eram, senão que, tanto a Mãe como o Filho, Eu os via presentes como criaturas viventes, tão lindas que me consumia de vontades de abraça-los e beija-los". "Eu sou a verdadeira flor" Todavia uma experiência em seu maravilhoso mundo infantil, diz que: "Parece me que, de três o quatro anos, estando uma manhã no horto entretida em colher flores, me pareceu ver visivelmente ao menino Jesus que colhia as flores comigo; Fui até o divino Menino, e me pareceu que me dizia: - Eu sou a verdadeira flor. E desapareceu. Tudo isto me deixou certa luz para não buscar mais o gosto nas coisas momentâneas; Deixou-me toda centrada no divino Menino. Havia-me ficado tão fixo na mente, que andava como louca sem dar me conta do que fazia. Corria de um lado para outro para ver se conseguia encontra-lo. E recordo que minha mãe e minhas irmãs tratavam de deter me para que estivesse quieta e me diziam: - O que está acontecendo?, Estás louca? Eu ria e não dizia nada; e sentia que não podia estar quieta. Parava-me e logo voltava ao jardim para ver se o Menino voltara. Todo meu pensamento estava fixo no menino Jesus.
Todos me chamavam "fogo"
Orsola possuía um caráter vivaz e ardoroso. A mãe lhe dizia: "Tu és aquele fogo que eu sentia em minhas entranhas quando ainda estavas em meu ventre". E Verônica recorda: "Em casa todos me chamavam "Fogo", e precisa: "De todos os danos que ocorriam em casa era eu a causa". mas reconhece com sinceridade: "Todos me queriam muito ". Cheia de vida e de criatividade, expressa a riqueza de seus sentimentos religiosos em gestos concretos, quase práticos, dos que transpiram fortes emoções. Assim será também quando adulta.
Adolescência - Juventude em Cristo
O encontro com Jesus Eucarístico: a primeira Comunhão Quando o pai de Orsola se trasladou a Piacenza, em terras do duque de Parma, foram viver com ele também suas filhas e, de 1669 a 1672, permaneceram por três anos naquela cidade. Orsola tinha então apenas nove anos. Seu maior desejo era receber a Jesus na Santa Comunhão. O Senhor a atraia com graças especiais. E a de pequena, quando por primeira vez, fazia dois anos, sua mãe a levou a Igreja para tomar parte na Missa, a menina havia tido uma extraordinária manifestação, que recorda nestes termos: "Eu vi o Menino Jesus e tratei de correr até o sacerdote, mas minha mãe me deteve". Cada vez que sua mãe e suas irmãs comungavam, ela gostava de por-se junto a elas, e diz que lhe "pareciam então mais belas de rosto". Finalmente a 2 de fevereiro de 1670 se acercou pela vez primeira ao banquete eucarístico. "Recordo que a noite antes não pude dormir nem um momento. A cada instante pensava que o Senhor ia a vir a mim. E pensava no que lhe ia pedir quando viesse, no que lhe ia oferecer. Fez o propósito de fazer a oferta de mim mesma; de pedir-lhe seu santo amor, para amar-lhe e para fazer sua vontade divina. quando fui comungar pela primeira vez, pareceu-me que naquele momento estive fora de mim. Parece-me recordar que, ao tomar a Sagrada Hóstia, senti um calor tão grande que me acendeu toda. Especialmente no coração sentia como queimar e não voltava a mim mesma ."
Um desejo
Desde a idade de nove anos Orsola nutria um vivo desejo de consagrar-se ao Senhor. "A medida que crescia em idade, maiores ânsias me vinham de ser religiosa. o dizia, mas não havia ninguém que acreditasse; todos me levavam a contraria. Sobre tudo meu pai, o qual até chorava e me dizia absolutamente que não queria; e, para tirar-me da cabeça semelhante pensamento, com muita freqüência levava a outras casas de outras pessoas e logo me chamava na presença delas; me prometia toda classe de "entretenimentos". O conflito espiritual e psicológico entre a jovem atraída pelo amor de Jesus e a resistência provocada pela ternura de pai , que não queria separar-se da filha , durou largo tempo . Orsola não consegui a permissão paterna para entrar no monastério até os dezessete anos .
Destinada a Outro
Mas o coração estava a entregado ao Esposo divino. Ela mesma refere a aquela idade juvenil: "Em a casa havia um jovem parente nosso que me fazia muito incomodo, se bem creio que provinha de minha pouca virtude e pouca mortificação . a verdade é que não me deixava viver em paz. Me levava ao jardim a passear com ele enquanto me falava de mil coisas do mundo; me traia recados ora de um ora de outro, e me ia dizendo que estes tais queriam casar comigo. Eu a vezes lhe dizia muito enfadada: Se não te calas vou embora! Deixa de trazer-me tais recados, porque eu não conheço a nenhum e não quero a nenhum. Meu esposo é Jesus : a Ele apenas quero , Ele é meu . Algumas vezes me trazia um ramo de flores: Eu não queria nem sequer toca-lo e o fazia atirar pela janela".
Chamado Especial: As Capuchinas
Volta a Mercatelo em 1672, Orsola tinha sido confiada por seu pai, que segue em Piacenza, ao tio Rasi. As ordens que este tinha recebido dele são bem precisas: conceder a entrada no convento das filhas maiores, mas fazer desistir a filha predileta de seu propósito de vida consagrada. A jovem, contrariada em sua mais viva aspiração, sofre ainda fisicamente por esta causa e depois melhora. A noticia chega ao pai, o qual finalmente dá seu consentimento. Orsola salta de alegria e em breve tempo recobra o vigor. Três monastérios da localidade podiam recebe-la. Os lugares eram: Mercatelo, Sant'Angelo em Vado e Citá di Castelo. Este era de clarissas capuchinas. Delas se falava com veneração por sua grande austeridade. E por esta ordem se sentia fortemente atraída. Não era fácil para ela ter uma ocasião para ir a Citá di Castelo e, sobre tudo, para ser recebida entre as irmãs daquela comunidade. Mas a providencia dispôs as coisas de modo que pudesse realizar aquela viajem e que a autoridade eclesiástica fosse benévola com ela. Em efeito, enquanto a jovem Orsola conversava no monastério das capuchinas, chegou Mon. Senhor Giuseppe Sebastiani, o santo Bispo da cidade, que quis examinar a candidata à vida religiosa. Orsola superou a prova respondendo com fé viva a cada uma das perguntas e, com a ajuda do Senhor, conseguiu ler com facilidade - ante os olhos maravilhados do tio Ras - as páginas do breviário escrito em latim. Ajoelhada ante o Bispo, Orsola Giulianen pediu então com fervor a graça de entrar nas capuchinas. Tão ardoroso foi seu pedido, que o Bispo se sentiu inspirado de conceder o documento com o qual ele mesmo pedia as monjas para acolher a candidata. A jovem foi imediatamente dar graças a Jesus na igreja do monastério. Enquanto esperava ali que a superiora a chamasse, o Senhor a havia arrebatado em êxtase. E tive que aguardar que "recobrasse os sentidos".
Lembranças de Verônica
Vestida com o pesado hábito de cor marrom das capuchinas se chamará com outro nome: e não Orsola, mas sim Verônica. Um nome como o da mulher que, durante a paixão, conforta e enxuga o rosto de Jesus. A sua será uma vocação para a cruz, o caminho pelo qual havia sido chamada desde a mais terna idade. Sor Verônica recorda que, desde menina, sonhava imitar os padecimentos dos santos cujas vidas ouvia ler em casa. Para imitar aos mártires, submetidos ao tormento de fogo, uma vez se lhe ocorreu tomar brasas em suas ternas mãos. "Uma mão se abrasou toda e, se não chegam para apagar o fogo, ela se assava. Naquele momento nem sequer senti a dor da queimadura, porque estava fora de mim pela alegria. mas logo senti a dor; os dedos se haviam contraído. Meus olhos choravam, mas eu não me recordo haver derramado nem uma lágrima". Em outra ocasião se colocou de modo que, no momento em que uma de suas irmãs fechasse a porta de um quarto, pudesse ter sua mãozinha esmagada: tal era seu desejo de sofrer, para imitar nisto Santa Rosa de Lima que, de menina, se havia submetido a um tormento semelhante. Foi chamado o médico, com grande desgosto de Orsola, que tinha querido suportar tudo sem os gritos das irmãs espantadas e sim as curas necessárias. Na idade em que comumente se atribui aos meninos apenas o uso da razão, Jesus reserva para ela extraordinárias lições com visões particulares. "Quando tinha uns sete anos - escreve Verônica - me parece que por duas vezes vi ao Senhor todo chagado; me disse que fosse devota de sua paixão e em seguida desapareceu. Isto sucedeu pela Semana Santa. Me ficou tudo tão gravado que não me esqueci nunca. " A segunda vez que me apareceu o Senhor chagado da mesma maneira me deixou tão impressas no coração suas penas, que não pensava eu em outra coisa". A guerra, a guerra!" Era, todavia uma menina e o Senhor a chamava a grandes empresas: a imitação de Jesus padecente. Um dia, enquanto estava rezando ante uma imagem sagrada, escutou estas palavras: " a guerra, a guerra!" Parecida como foram às palavras dirigida a santa Joana, a jovem heroína de Mercatelo tomou a letra - como São Francisco ante o Crucifixo que lhe falava - as palavras escutadas. O jovem cavaleiro de Assis se havia posto a restaurar a igrejinha de São Damião; Orsola, em vez disso, quis aprender de um primo seu a arte militar da esgrima. Enquanto, entre a admiração treinava o manejo das armas, lhe pareceu ver ao mesmo Jesus que lhe dizia: - Não é esta a guerra que Eu quero de ti. Caiu de improviso como desarmada e vencida, em tanto que Jesus lhe abria o coração ao significado, totalmente espiritual, da luta que lhe esperava.
Monja - Capuchina
Aos dezessete anos em um convento! Monja de clausura em Citá di Castelo. Não é possível descrever a felicidade espiritual que experimenta uma jovem nessa idade em que o coração vive a emoção de amor -, quando tinha elegido somente a Jesus. Por que monja e por que entre as capuchinas? O que é o que queria dela o Senhor? A vida de cada um de nós oculta um projeto de Deus Pai, o melhor, de toda a Santíssima Trindade. O encontro com Deus está cercado de etapas importantes. Para Orsola Giuliani, 28 de outubro de 1677, toma o hábito religioso. Desde agora se chamará Verônica. Nesse dia lhe deu o Senhor uma manifestação mais clara de seu amor. Ouçamos dela mesma como viveu aquela jornada e o que lhe comunicou o Senhor: "A primeira vez que fui vestida deste santo hábito eu me achava um pouco desassossegada pela novidade. quando me vi entre estas paredes, minha humanidade não acertava a apaziguar-se; mas por outra parte o espírito estava todo contente. Todo me parecia pouco por amor a Deus. Ao fim de uma larga batalha entre a humanidade e o espírito me pareceu de pronto experimentar uma perda de meus sentidos. mas eu não poderia dizer o que foi. Naquele mesmo momento me parece que me veio a visão do Senhor, o qual me levava com Ele; e me parece que me tomou a mão. Ouvia uma harmonia de sons e cantos angélicos. De feito me parecia achar-me no paraíso. Me recordo que via tanta variedade de coisas; mas todas pareciam delicias de paraíso. Via uma multidão de santos e santas. Me parece haver visto também a Santíssima Virgem. Recordo que o Senhor me fazia grande festa. Dizia a todos: "Esta é a Nossa ". E logo, Dirigindo-se a mi, me dizia: "Diga-me, o que é que queres?". ". Eu lhe pedia como graça amar-lhe; e o no mesmo momento me parecia que me comunicava seu amor. · Varias vezes me perguntou o que é o que mais desejava. ··". Agora recordo que lhe pedi três graças. Uma foi que me desse à graça de viver como requeria o estado que eu havia abraçado, a segunda, que eu não me separasse jamais de seu santo querer; a terceira, que me tivesse sempre crucificada com Ele. Prometeu-me conceder-me tudo e me disse: "Eu te escolho para grandes coisas; mas te esperam grandes padecimentos por meu amor".
Programa de Vida
O começo da vida religiosa estava, pois, traçado o programa para Verônica:padecer por amor. O sofrimento marcará com sinais profundos a vida de Verônica, em todo tempo. O Senhor a chama a "completar em sua carne o que falta a paixão de Cristo" em favor de toda a Igreja. O Senhor a purifica com o sofrimento, como o ouro que se prova com o fogo. Por esse caminho Jesus a assemelha a si até conceder-lhe a união no casamento místico.
As provas
O sofrimento deságua, como um rio sempre em acréscimo, na vida de Sor Verônica. O ano de noviciado - o primeiro de vida religiosa - é uma verdadeira prova. O Senhor permite que uma companheira noviça a atormente colocando contra ela a mestra, que é sua guia espiritual. Verônica sente com veemência a tentação de reagir contra a companheira e contra a mestra. Toda sua pessoa se rebela. Afirma com força em uma página do diário: "Sentia que me estalava o estomago pela violência" e declarará, todavia: "O meu interior como que se retorcia para vencer-me!
O Assalto do Inimigo
Outras provas vinham diretamente do espírito do mal, de Satanás. Havia experimentado já a reação do demônio quando, menina de apenas dez anos, decidiu imitar a vida dos santos praticando algumas penitências. " fazendo estas penitências me parece que tive vários combates. Donde quer que eu fosse, de dia e de noite, o tentador fazia grande barulho, como se quisesse tirar tudo abaixo". A luta com o inimigo se prolongou nos anos da vida religiosa, até tomar às vezes aspetos dramáticos e violentos. O inimigo tomou a figura de monjas para acusa-la, lhe produzi feridas, se lhe apareceu em formas obscenas e tentadoras, tomando o aspeto de monstros horríveis. A santa, forte com a graça de Deus segura da vitória, afirma: "Estava sem temor; mais ainda, me faziam rir suas extravagâncias e sua estupidez".
Aridez e Abandono
O animo se testa na luta. Mas existem para os santos provas, todavia mais angustiosas: se é duro o dever passar através da noite dos sentidos, é muito mais terrível a passagem pela noite de espírito . É a purificação mais íntima, que compreende o desprendimento e o desgosto, a aridez espiritual e o abandono, isto é, a impressão de estar separados de Deus. Ouçamos - como de sua mesma voz - a experiência de Verônica: "Às vezes, quando Me achava com alguma aridez e, desolação e, não podia achar ao Senhor, e me vinham as ânsias de Ele, saia fora de mim, corria a um lugar e a outro, o chamava bem forte, lhe dava toda classe de nomes magníficos, repetindo-os muitas vezes. Algumas vezes me parecia senti-lo, mas de um modo que não sei explicar. Apenas sei que então enlouquecia mais que nunca, me sentia como abrasar, especialmente aqui, na parte do coração. Me colocava panos molhados em água fria, mas em seguida se secavam. As múltiplas experiências místicas a aproximavam cada vez mais da intimidade do Senhor . Por outra parte, cada vez que lhe eram retiradas estas graças particulares caia em uma sede maior de voltar as delícias do Senhor . Lhe parecia então que Deus a havia esquecido, incluindo que a repelia, experimentava um tormento tão grande que era em realidade uma purificação de amor. Assim se expressa em uma carta: "muitas vezes me acho com a mente tão ofuscada, que não sei e não posso fazer nada; me acho toda revolta; não parece que há nem Deus nem santos; não se encontra apoio algum. Parece que a pobre alma está nas mãos do demônio, sem ter a onde se dirigir em meio de seus temores".
Refrigério: a Guia espiritual e a Confissão
Os santos são os que mais se engolfam no mar da redenção. São purificados continuamente no Sangue de Cristo e desfrutam da abundância de suas graças. Verônica, ferida do raio luminosíssimo da luz de Deus, sente continuamente a necessidade de renovar-se. Humilha-se e recorre a confissão com freqüência, até quatro ou cinco vezes ao dia, sonhando ser "A lavada com o Sangue de Cristo". Eis a via ascética e sacramental para chegar a união perfeita com Deus. O mesmo Jesus, depois de a ter conduzido a altíssimas metas e antes de imprimir-lhe as chagas, quer que Verônica realize ante toda a corte do céu sua confissão geral. Escreve a Santa sobre a Sexta-Feira Santa de 1697: Tive um reconhecimento com a visão de Jesus ressuscitado com a Santíssima Virgem e com todos os santos, como as outras vezes. O Senhor me disse que começasse a confissão. Assim o fiz e quando disse: "Vos tenho ofendido a Vós e me confesso a Vós, meu Deus, não podia falar pela dor que me vinha das ofensas feitas a Deus. o Senhor disse a meu anjo da guarda que falasse a Ele por mim. Assim, em minha pessoa dizia... A Virgem se pôs a diante, aos pés de seu Filho, o fez tudo em um instante. enquanto ela rogava por mim, me veio uma luz e um conhecimento sobre meu nada; esta luz me fazia conhecer que tudo aquilo era obra de Deus. Aqui me fazia ver com que amor ama ele as almas e, em particular, as ingratas como a minha... Nesse ato me veio uma grande contrição de todas as ofensas feitas a Deus e pedia de coração perdão por elas. Oferecia meu sangue, minhas penas e dores, em especial suas Santíssimas Chagas; e, sentia uma dor íntima de quanto havia cometido em todo o tempo de minha vida. o Senhor me disse: Eu te perdôo, mas quero fidelidade daqui a diante". Verônica caminha com segurança pelo caminho de Deus, principalmente pelo que passa pelo dom dos sacramentos, oferecido a todos pela Igreja e dados a ela pelos ministros do Senhor. Assim é como se sente segura e constantemente renovada no espírito . Impulsionada por seus diretores espirituais a escrever seu diário, afirma: Experimento um sentimento intimo e quisera que o mesmo confessor penetrasse no mínimo pensamento meu, não apenas como está em mim, senão como está diante de Deus. É tal o dor que sinto, que não sei como consigo proferir uma só palavra. Se me representa esse vice Deus na terra com tal sentimento, que não posso expressar com palavras. Na confissão tinha paz e satisfação, renascimento e aumento de amor divino: "No ato de dar me a absolvição o confessor, me pareceu sentir me toda renovada e, com tanta ligeireza, que não parecia senão que me tivesse tirado de encima uma montanha de chumbo. Experimentei também na alma, que Deus lhe deu um terno abraço e começou, ao mesmo tempo, a destilar nela seu amor divino".
Verônica e os Pecadores
Dor e expiação É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e. vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas "procissões" coberta com uma "vestidura própria": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob seu governo o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão.
Chamado Especial: As Capuchinas
Volta a Mercatelo em 1672, Orsola tinha sido confiada por seu pai, que segue em Piacenza, ao tio Rasi. As ordens que este tinha recebido dele são bem precisas: conceder a entrada no convento das filhas maiores, mas fazer desistir a filha predileta de seu propósito de vida consagrada. A jovem, contrariada em sua mais viva aspiração, sofre ainda fisicamente por esta causa e depois melhora. A noticia chega ao pai, o qual finalmente dá seu consentimento. Orsola salta de alegria e em breve tempo recobra o vigor. Três monastérios da localidade podiam recebe-la. Os lugares eram: Mercatelo, Sant'Angelo em Vado e Citá di Castelo. Este era de clarissas capuchinas. Delas se falava com veneração por sua grande austeridade. E por esta ordem se sentia fortemente atraída. Não era fácil para ela ter uma ocasião para ir a Citá di Castelo e, sobre tudo, para ser recebida entre as irmãs daquela comunidade. Mas a providencia dispôs as coisas de modo que pudesse realizar aquela viajem e que a autoridade eclesiástica fosse benévola com ela. Em efeito, enquanto a jovem Orsola conversava no monastério das capuchinas, chegou Mon. Senhor Giuseppe Sebastiani, o santo Bispo da cidade, que quis examinar a candidata à vida religiosa. Orsola superou a prova respondendo com fé viva a cada uma das perguntas e, com a ajuda do Senhor, conseguiu ler com facilidade - ante os olhos maravilhados do tio Ras - as páginas do breviário escrito em latim. Ajoelhada ante o Bispo, Orsola Giulianen pediu então com fervor a graça de entrar nas capuchinas. Tão ardoroso foi seu pedido, que o Bispo se sentiu inspirado de conceder o documento com o qual ele mesmo pedia as monjas para acolher a candidata. A jovem foi imediatamente dar graças a Jesus na igreja do monastério. Enquanto esperava ali que a superiora a chamasse, o Senhor a havia arrebatado em êxtase. E tive que aguardar que "recobrasse os sentidos".
Lembranças de Verônica
Vestida com o pesado hábito de cor marrom das capuchinas se chamará com outro nome: e não Orsola, mas sim Verônica. Um nome como o da mulher que, durante a paixão, conforta e enxuga o rosto de Jesus. A sua será uma vocação para a cruz, o caminho pelo qual havia sido chamada desde a mais terna idade. Sor Verônica recorda que, desde menina, sonhava imitar os padecimentos dos santos cujas vidas ouvia ler em casa. Para imitar aos mártires, submetidos ao tormento de fogo, uma vez se lhe ocorreu tomar brasas em suas ternas mãos. "Uma mão se abrasou toda e, se não chegam para apagar o fogo, ela se assava. Naquele momento nem sequer senti a dor da queimadura, porque estava fora de mim pela alegria. mas logo senti a dor; os dedos se haviam contraído. Meus olhos choravam, mas eu não me recordo haver derramado nem uma lágrima". Em outra ocasião se colocou de modo que, no momento em que uma de suas irmãs fechasse a porta de um quarto, pudesse ter sua mãozinha esmagada: tal era seu desejo de sofrer, para imitar nisto Santa Rosa de Lima que, de menina, se havia submetido a um tormento semelhante. Foi chamado o médico, com grande desgosto de Orsola, que tinha querido suportar tudo sem os gritos das irmãs espantadas e sim as curas necessárias. Na idade em que comumente se atribui aos meninos apenas o uso da razão, Jesus reserva para ela extraordinárias lições com visões particulares. "Quando tinha uns sete anos - escreve Verônica - me parece que por duas vezes vi ao Senhor todo chagado; me disse que fosse devota de sua paixão e em seguida desapareceu. Isto sucedeu pela Semana Santa. Me ficou tudo tão gravado que não me esqueci nunca. " A segunda vez que me apareceu o Senhor chagado da mesma maneira me deixou tão impressas no coração suas penas, que não pensava eu em outra coisa". A guerra, a guerra!" Era, todavia uma menina e o Senhor a chamava a grandes empresas: a imitação de Jesus padecente. Um dia, enquanto estava rezando ante uma imagem sagrada, escutou estas palavras: " a guerra, a guerra!" Parecida como foram às palavras dirigida a santa Joana, a jovem heroína de Mercatelo tomou a letra - como São Francisco ante o Crucifixo que lhe falava - as palavras escutadas. O jovem cavaleiro de Assis se havia posto a restaurar a igrejinha de São Damião; Orsola, em vez disso, quis aprender de um primo seu a arte militar da esgrima. Enquanto, entre a admiração treinava o manejo das armas, lhe pareceu ver ao mesmo Jesus que lhe dizia: - Não é esta a guerra que Eu quero de ti. Caiu de improviso como desarmada e vencida, em tanto que Jesus lhe abria o coração ao significado, totalmente espiritual, da luta que lhe esperava.
Monja - Capuchina
Aos dezessete anos em um convento! Monja de clausura em Citá di Castelo. Não é possível descrever a felicidade espiritual que experimenta uma jovem nessa idade em que o coração vive a emoção de amor -, quando tinha elegido somente a Jesus. Por que monja e por que entre as capuchinas? O que é o que queria dela o Senhor? A vida de cada um de nós oculta um projeto de Deus Pai, o melhor, de toda a Santíssima Trindade. O encontro com Deus está cercado de etapas importantes. Para Orsola Giuliani, 28 de outubro de 1677, toma o hábito religioso. Desde agora se chamará Verônica. Nesse dia lhe deu o Senhor uma manifestação mais clara de seu amor. Ouçamos dela mesma como viveu aquela jornada e o que lhe comunicou o Senhor: "A primeira vez que fui vestida deste santo hábito eu me achava um pouco desassossegada pela novidade. quando me vi entre estas paredes, minha humanidade não acertava a apaziguar-se; mas por outra parte o espírito estava todo contente. Todo me parecia pouco por amor a Deus. Ao fim de uma larga batalha entre a humanidade e o espírito me pareceu de pronto experimentar uma perda de meus sentidos. mas eu não poderia dizer o que foi. Naquele mesmo momento me parece que me veio a visão do Senhor, o qual me levava com Ele; e me parece que me tomou a mão. Ouvia uma harmonia de sons e cantos angélicos. De feito me parecia achar-me no paraíso. Me recordo que via tanta variedade de coisas; mas todas pareciam delicias de paraíso. Via uma multidão de santos e santas. Me parece haver visto também a Santíssima Virgem. Recordo que o Senhor me fazia grande festa. Dizia a todos: "Esta é a Nossa ". E logo, Dirigindo-se a mi, me dizia: "Diga-me, o que é que queres?". ". Eu lhe pedia como graça amar-lhe; e o no mesmo momento me parecia que me comunicava seu amor. · Varias vezes me perguntou o que é o que mais desejava. ··". Agora recordo que lhe pedi três graças. Uma foi que me desse à graça de viver como requeria o estado que eu havia abraçado, a segunda, que eu não me separasse jamais de seu santo querer; a terceira, que me tivesse sempre crucificada com Ele. Prometeu-me conceder-me tudo e me disse: "Eu te escolho para grandes coisas; mas te esperam grandes padecimentos por meu amor".
Programa de Vida
O começo da vida religiosa estava, pois, traçado o programa para Verônica:padecer por amor. O sofrimento marcará com sinais profundos a vida de Verônica, em todo tempo. O Senhor a chama a "completar em sua carne o que falta a paixão de Cristo" em favor de toda a Igreja. O Senhor a purifica com o sofrimento, como o ouro que se prova com o fogo. Por esse caminho Jesus a assemelha a si até conceder-lhe a união no casamento místico.
As provas
O sofrimento deságua, como um rio sempre em acréscimo, na vida de Sor Verônica. O ano de noviciado - o primeiro de vida religiosa - é uma verdadeira prova. O Senhor permite que uma companheira noviça a atormente colocando contra ela a mestra, que é sua guia espiritual. Verônica sente com veemência a tentação de reagir contra a companheira e contra a mestra. Toda sua pessoa se rebela. Afirma com força em uma página do diário: "Sentia que me estalava o estomago pela violência" e declarará, todavia: "O meu interior como que se retorcia para vencer-me!
O Assalto do Inimigo
Outras provas vinham diretamente do espírito do mal, de Satanás. Havia experimentado já a reação do demônio quando, menina de apenas dez anos, decidiu imitar a vida dos santos praticando algumas penitências. " fazendo estas penitências me parece que tive vários combates. Donde quer que eu fosse, de dia e de noite, o tentador fazia grande barulho, como se quisesse tirar tudo abaixo". A luta com o inimigo se prolongou nos anos da vida religiosa, até tomar às vezes aspetos dramáticos e violentos. O inimigo tomou a figura de monjas para acusa-la, lhe produzi feridas, se lhe apareceu em formas obscenas e tentadoras, tomando o aspeto de monstros horríveis. A santa, forte com a graça de Deus segura da vitória, afirma: "Estava sem temor; mais ainda, me faziam rir suas extravagâncias e sua estupidez".
Aridez e Abandono
O animo se testa na luta. mas existem para os santos provas, todavia mais angustiosas: se é duro o dever passar através da noite dos sentidos, é muito mais terrível a passagem pela noite de espírito . É a purificação mais íntima, que compreende o desprendimento e o desgosto, a aridez espiritual e o abandono, isto é, a impressão de estar separados de Deus. Ouçamos - como de sua mesma voz - a experiência de Verônica: "Às vezes, quando Me achava com alguma aridez e, desolação e, não podia achar ao Senhor, e me vinham as ânsias de Ele, saia fora de mim, corria a um lugar e a outro, o chamava bem forte, lhe dava toda classe de nomes magníficos, repetindo-os muitas vezes. Algumas vezes me parecia senti-lo, mas de um modo que não sei explicar. Apenas sei que então enlouquecia mais que nunca, me sentia como abrasar, especialmente aqui, na parte do coração. Me colocava panos molhados em água fria, mas em seguida se secavam. As múltiplas experiências místicas a aproximavam cada vez mais da intimidade do Senhor . Por outra parte, cada vez que lhe eram retiradas estas graças particulares caia em uma sede maior de voltar as delícias do Senhor . Lhe parecia então que Deus a havia esquecido, incluindo que a repelia, experimentava um tormento tão grande que era em realidade uma purificação de amor. Assim se expressa em uma carta: "muitas vezes me acho com a mente tão ofuscada, que não sei e não posso fazer nada; me acho toda revolta; não parece que há nem Deus nem santos; não se encontra apoio algum. Parece que a pobre alma está nas mãos do demônio, sem ter a onde se dirigir em meio de seus temores".
Refrigério: a Guia espiritual e a Confissão
Os santos são os que mais se engolfam no mar da redenção. São purificados continuamente no Sangue de Cristo e desfrutam da abundância de suas graças. Verônica, ferida do raio luminosíssimo da luz de Deus, sente continuamente a necessidade de renovar-se. Humilha-se e recorre a confissão com freqüência, até quatro ou cinco vezes ao dia, sonhando ser "A lavada com o Sangue de Cristo". Eis a via ascética e sacramental para chegar a união perfeita com Deus. O mesmo Jesus, depois de a ter conduzido a altíssimas metas e antes de imprimir-lhe as chagas, quer que Verônica realize ante toda a corte do céu sua confissão geral. Escreve a Santa sobre a Sexta-Feira Santa de 1697: Tive um reconhecimento com a visão de Jesus ressuscitado com a Santíssima Virgem e com todos os santos, como as outras vezes. O Senhor me disse que começasse a confissão. Assim o fiz e quando disse: "Vos tenho ofendido a Vós e me confesso a Vós, meu Deus, não podia falar pela dor que me vinha das ofensas feitas a Deus. o Senhor disse a meu anjo da guarda que falasse a Ele por mim. Assim, em minha pessoa dizia... A Virgem se pôs a diante, aos pés de seu Filho, o fez tudo em um instante. enquanto ela rogava por mim, me veio uma luz e um conhecimento sobre meu nada; esta luz me fazia conhecer que tudo aquilo era obra de Deus. Aqui me fazia ver com que amor ama ele as almas e, em particular, as ingratas como a minha... Nesse ato me veio uma grande contrição de todas as ofensas feitas a Deus e pedia de coração perdão por elas. Oferecia meu sangue, minhas penas e dores, em especial suas Santíssimas Chagas; e, sentia uma dor íntima de quanto havia cometido em todo o tempo de minha vida. o Senhor me disse: Eu te perdôo, mas quero fidelidade daqui a diante". Verônica caminha com segurança pelo caminho de Deus, principalmente pelo que passa pelo dom dos sacramentos, oferecido a todos pela Igreja e dados a ela pelos ministros do Senhor. Assim é como se sente segura e constantemente renovada no espírito . Impulsionada por seus diretores espirituais a escrever seu diário, afirma: Experimento um sentimento intimo e quisera que o mesmo confessor penetrasse no mínimo pensamento meu, não apenas como está em mim, senão como está diante de Deus. É tal o dor que sinto, que não sei como consigo proferir uma só palavra. Se me representa esse vice Deus na terra com tal sentimento, que não posso expressar com palavras. Na confissão tinha paz e satisfação, renascimento e aumento de amor divino: "No ato de dar me a absolvição o confessor, me pareceu sentir me toda renovada e, com tanta ligeireza, que não parecia senão que me tivesse tirado de encima uma montanha de chumbo. Experimentei também na alma, que Deus lhe deu um terno abraço e começou, ao mesmo tempo, a destilar nela seu amor divino".
Verônica e os Pecadores
Dor e expiação: É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e. vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas" procissões "coberta com uma" vestidura própria ": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob sua direção o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão.
Verônica e os Pecadores
É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas" procissões "coberta com uma" vestidura própria ": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob sua direção o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão
A Infâcia
Enquanto viveu em casa Giuliani, com sua família, todos a chamaram com o nome de batismo, Orsola (ltalianização de Ursula), Mais tarde, entra aos dezessete anos nas capuchinas de clausura, tomará o nome de Verônica. Será uma das maiores santas no firmamento vivo da Igreja, resplandecendo em perfeição cristã, doutrina e carismas. Sua luz continua iluminando o mundo. Nasceu a 27 de dezembro de 1660 em Mercatelo, um povo tranqüilo junto ao qual corre límpido o Metauro em terras de Pésaro. Nos achamos nas Marcas, Mercatelo formava parte então de Estado Pontifício. A vida de Verônica seguirá no monastério das capuchinas de Citá di Castelo, na Úmbria, a nove de julho de 1727.
Pai e mãe uma encomenda
O pai, Francisco, é aferes da guarnição local. A mãe, Benedeta Mancini, é uma mulher de casa, de profundos sentimentos religiosos. De sua união nascem sete meninas, das quais duas não sobrevivem. As cinco filhas ficam órfãs de mãe quando esta não conta mais de quarenta anos. Antes de morrer, Benedeta as reúne em torno a sua cama e as encomendam as cinco chagas de Senhor. A Orsola, pequena de sete anos, lhe tocou em sorte a chaga do coração. Será seu caminho, por toda a vida, até o ponto de unir-se com o coração de seu Esposo, Jesus.
Infância de predileção
A pequena Orsola, desde os primeiros meses de vida, se comporta de um modo singular. Os olhos vivazes da menina vão a busca das imagens sagradas, que adornam profusamente a casa Guilam. Ela mesma explicará um dia em seu diário: "Todavia não andava, mas quando via as imagens donde estava pintada a Virgem Santíssima com o Menino em braços, Eu me agitava até que me acercava a elas para poder dar-lhes um beijo. Isto o fez varias vezes. Uma vez me pareceu ver ao Menino como criatura vivente que me estendia a mão; e me recordo que me pareceu tão vivo este feito que, donde quer que me levavam, olhava para ver ser podia achar aquele menino". Contava ainda poucos meses quando, a 12 de junho de 1661, dia em que caia a festa da Santíssima Trindade, de improviso a pequena Orsola se deslizou dos braços de sua mãe e se pus a caminhar dirigindo-se até um quadro que representava o Mistério da Trindade Divina. Ante uma imagem da Virgem com Jesus em seus braços, Jesus e Orsola tinham colóquios infantis: Eu sou tua e tu és todo para mim..." E o divino infante responde: - Eu sou para ti e tu és toda para mim! "Me parecia a vezes que aquelas figuras não foram pintadas como eram, senão que, tanto a Mãe como o Filho, Eu os via presentes como criaturas viventes, tão lindas que me consumia de vontades de abraça-los e beija-los". "Eu sou a verdadeira flor" Todavia uma experiência em seu maravilhoso mundo infantil, diz que: "Parece me que, de três o quatro anos, estando uma manhã no horto entretida em colher flores, me pareceu ver visivelmente ao menino Jesus que colhia as flores comigo; Fui até o divino Menino, e me pareceu que me dizia: - Eu sou a verdadeira flor. E desapareceu. Tudo isto me deixou certa luz para não buscar mais o gosto nas coisas momentâneas; Deixou-me toda centrada no divino Menino. Havia-me ficado tão fixo na mente, que andava como louca sem dar me conta do que fazia. Corria de um lado para outro para ver se conseguia encontra-lo. E recordo que minha mãe e minhas irmãs tratavam de deter me para que estivesse quieta e me diziam: - O que está acontecendo?, Estás louca? Eu ria e não dizia nada; e sentia que não podia estar quieta. Parava-me e logo voltava ao jardim para ver se o Menino voltara. Todo meu pensamento estava fixo no menino Jesus.
Todos me chamavam "fogo"
Orsola possuía um caráter vivaz e ardoroso. A mãe lhe dizia: "Tu és aquele fogo que eu sentia em minhas entranhas quando ainda estavas em meu ventre". E Verônica recorda: "Em casa todos me chamavam "Fogo", e precisa: "De todos os danos que ocorriam em casa era eu a causa". mas reconhece com sinceridade: "Todos me queriam muito ". Cheia de vida e de criatividade, expressa a riqueza de seus sentimentos religiosos em gestos concretos, quase práticos, dos que transpiram fortes emoções. Assim será também quando adulta.
Adolescência - Juventude em Cristo
O encontro com Jesus Eucarístico: a primeira Comunhão Quando o pai de Orsola se trasladou a Piacenza, em terras do duque de Parma, foram viver com ele também suas filhas e, de 1669 a 1672, permaneceram por três anos naquela cidade. Orsola tinha então apenas nove anos. Seu maior desejo era receber a Jesus na Santa Comunhão. O Senhor a atraia com graças especiais. E a de pequena, quando por primeira vez, fazia dois anos, sua mãe a levou a Igreja para tomar parte na Missa, a menina havia tido uma extraordinária manifestação, que recorda nestes termos: "Eu vi o Menino Jesus e tratei de correr até o sacerdote, mas minha mãe me deteve". Cada vez que sua mãe e suas irmãs comungavam, ela gostava de por-se junto a elas, e diz que lhe "pareciam então mais belas de rosto". Finalmente a 2 de fevereiro de 1670 se acercou pela vez primeira ao banquete eucarístico. "Recordo que a noite antes não pude dormir nem um momento. A cada instante pensava que o Senhor ia a vir a mim. E pensava no que lhe ia pedir quando viesse, no que lhe ia oferecer. Fez o propósito de fazer a oferta de mim mesma; de pedir-lhe seu santo amor, para amar-lhe e para fazer sua vontade divina. quando fui comungar pela primeira vez, pareceu-me que naquele momento estive fora de mim. Parece-me recordar que, ao tomar a Sagrada Hóstia, senti um calor tão grande que me acendeu toda. Especialmente no coração sentia como queimar e não voltava a mim mesma ."
Um desejo
Desde a idade de nove anos Orsola nutria um vivo desejo de consagrar-se ao Senhor. "A medida que crescia em idade, maiores ânsias me vinham de ser religiosa. o dizia, mas não havia ninguém que acreditasse; todos me levavam a contraria. Sobre tudo meu pai, o qual até chorava e me dizia absolutamente que não queria; e, para tirar-me da cabeça semelhante pensamento, com muita freqüência levava a outras casas de outras pessoas e logo me chamava na presença delas; me prometia toda classe de "entretenimentos". O conflito espiritual e psicológico entre a jovem atraída pelo amor de Jesus e a resistência provocada pela ternura de pai , que não queria separar-se da filha , durou largo tempo . Orsola não consegui a permissão paterna para entrar no monastério até os dezessete anos .
Destinada a Outro
Mas o coração estava a entregado ao Esposo divino. Ela mesma refere a aquela idade juvenil: "Em a casa havia um jovem parente nosso que me fazia muito incomodo, se bem creio que provinha de minha pouca virtude e pouca mortificação . a verdade é que não me deixava viver em paz. Me levava ao jardim a passear com ele enquanto me falava de mil coisas do mundo; me traia recados ora de um ora de outro, e me ia dizendo que estes tais queriam casar comigo. Eu a vezes lhe dizia muito enfadada: Se não te calas vou embora! Deixa de trazer-me tais recados, porque eu não conheço a nenhum e não quero a nenhum. Meu esposo é Jesus : a Ele apenas quero , Ele é meu . Algumas vezes me trazia um ramo de flores: Eu não queria nem sequer toca-lo e o fazia atirar pela janela".
Chamado Especial: As Capuchinas
Volta a Mercatelo em 1672, Orsola tinha sido confiada por seu pai, que segue em Piacenza, ao tio Rasi. As ordens que este tinha recebido dele são bem precisas: conceder a entrada no convento das filhas maiores, mas fazer desistir a filha predileta de seu propósito de vida consagrada. A jovem, contrariada em sua mais viva aspiração, sofre ainda fisicamente por esta causa e depois melhora. A noticia chega ao pai, o qual finalmente dá seu consentimento. Orsola salta de alegria e em breve tempo recobra o vigor. Três monastérios da localidade podiam recebe-la. Os lugares eram: Mercatelo, Sant'Angelo em Vado e Citá di Castelo. Este era de clarissas capuchinas. Delas se falava com veneração por sua grande austeridade. E por esta ordem se sentia fortemente atraída. Não era fácil para ela ter uma ocasião para ir a Citá di Castelo e, sobre tudo, para ser recebida entre as irmãs daquela comunidade. Mas a providencia dispôs as coisas de modo que pudesse realizar aquela viajem e que a autoridade eclesiástica fosse benévola com ela. Em efeito, enquanto a jovem Orsola conversava no monastério das capuchinas, chegou Mon. Senhor Giuseppe Sebastiani, o santo Bispo da cidade, que quis examinar a candidata à vida religiosa. Orsola superou a prova respondendo com fé viva a cada uma das perguntas e, com a ajuda do Senhor, conseguiu ler com facilidade - ante os olhos maravilhados do tio Ras - as páginas do breviário escrito em latim. Ajoelhada ante o Bispo, Orsola Giulianen pediu então com fervor a graça de entrar nas capuchinas. Tão ardoroso foi seu pedido, que o Bispo se sentiu inspirado de conceder o documento com o qual ele mesmo pedia as monjas para acolher a candidata. A jovem foi imediatamente dar graças a Jesus na igreja do monastério. Enquanto esperava ali que a superiora a chamasse, o Senhor a havia arrebatado em êxtase. E tive que aguardar que "recobrasse os sentidos".
Lembranças de Verônica
Vestida com o pesado hábito de cor marrom das capuchinas se chamará com outro nome: e não Orsola, mas sim Verônica. Um nome como o da mulher que, durante a paixão, conforta e enxuga o rosto de Jesus. A sua será uma vocação para a cruz, o caminho pelo qual havia sido chamada desde a mais terna idade. Sor Verônica recorda que, desde menina, sonhava imitar os padecimentos dos santos cujas vidas ouvia ler em casa. Para imitar aos mártires, submetidos ao tormento de fogo, uma vez se lhe ocorreu tomar brasas em suas ternas mãos. "Uma mão se abrasou toda e, se não chegam para apagar o fogo, ela se assava. Naquele momento nem sequer senti a dor da queimadura, porque estava fora de mim pela alegria. mas logo senti a dor; os dedos se haviam contraído. Meus olhos choravam, mas eu não me recordo haver derramado nem uma lágrima". Em outra ocasião se colocou de modo que, no momento em que uma de suas irmãs fechasse a porta de um quarto, pudesse ter sua mãozinha esmagada: tal era seu desejo de sofrer, para imitar nisto Santa Rosa de Lima que, de menina, se havia submetido a um tormento semelhante. Foi chamado o médico, com grande desgosto de Orsola, que tinha querido suportar tudo sem os gritos das irmãs espantadas e sim as curas necessárias. Na idade em que comumente se atribui aos meninos apenas o uso da razão, Jesus reserva para ela extraordinárias lições com visões particulares. "Quando tinha uns sete anos - escreve Verônica - me parece que por duas vezes vi ao Senhor todo chagado; me disse que fosse devota de sua paixão e em seguida desapareceu. Isto sucedeu pela Semana Santa. Me ficou tudo tão gravado que não me esqueci nunca. " A segunda vez que me apareceu o Senhor chagado da mesma maneira me deixou tão impressas no coração suas penas, que não pensava eu em outra coisa". A guerra, a guerra!" Era, todavia uma menina e o Senhor a chamava a grandes empresas: a imitação de Jesus padecente. Um dia, enquanto estava rezando ante uma imagem sagrada, escutou estas palavras: " a guerra, a guerra!" Parecida como foram às palavras dirigida a santa Joana, a jovem heroína de Mercatelo tomou a letra - como São Francisco ante o Crucifixo que lhe falava - as palavras escutadas. O jovem cavaleiro de Assis se havia posto a restaurar a igrejinha de São Damião; Orsola, em vez disso, quis aprender de um primo seu a arte militar da esgrima. Enquanto, entre a admiração treinava o manejo das armas, lhe pareceu ver ao mesmo Jesus que lhe dizia: - Não é esta a guerra que Eu quero de ti. Caiu de improviso como desarmada e vencida, em tanto que Jesus lhe abria o coração ao significado, totalmente espiritual, da luta que lhe esperava.
Monja - Capuchina
Aos dezessete anos em um convento! Monja de clausura em Citá di Castelo. Não é possível descrever a felicidade espiritual que experimenta uma jovem nessa idade em que o coração vive a emoção de amor -, quando tinha elegido somente a Jesus. Por que monja e por que entre as capuchinas? O que é o que queria dela o Senhor? A vida de cada um de nós oculta um projeto de Deus Pai, o melhor, de toda a Santíssima Trindade. O encontro com Deus está cercado de etapas importantes. Para Orsola Giuliani, 28 de outubro de 1677, toma o hábito religioso. Desde agora se chamará Verônica. Nesse dia lhe deu o Senhor uma manifestação mais clara de seu amor. Ouçamos dela mesma como viveu aquela jornada e o que lhe comunicou o Senhor: "A primeira vez que fui vestida deste santo hábito eu me achava um pouco desassossegada pela novidade. quando me vi entre estas paredes, minha humanidade não acertava a apaziguar-se; mas por outra parte o espírito estava todo contente. Todo me parecia pouco por amor a Deus. Ao fim de uma larga batalha entre a humanidade e o espírito me pareceu de pronto experimentar uma perda de meus sentidos. mas eu não poderia dizer o que foi. Naquele mesmo momento me parece que me veio a visão do Senhor, o qual me levava com Ele; e me parece que me tomou a mão. Ouvia uma harmonia de sons e cantos angélicos. De feito me parecia achar-me no paraíso. Me recordo que via tanta variedade de coisas; mas todas pareciam delicias de paraíso. Via uma multidão de santos e santas. Me parece haver visto também a Santíssima Virgem. Recordo que o Senhor me fazia grande festa. Dizia a todos: "Esta é a Nossa ". E logo, Dirigindo-se a mi, me dizia: "Diga-me, o que é que queres?". ". Eu lhe pedia como graça amar-lhe; e o no mesmo momento me parecia que me comunicava seu amor. · Varias vezes me perguntou o que é o que mais desejava. ··". Agora recordo que lhe pedi três graças. Uma foi que me desse à graça de viver como requeria o estado que eu havia abraçado, a segunda, que eu não me separasse jamais de seu santo querer; a terceira, que me tivesse sempre crucificada com Ele. Prometeu-me conceder-me tudo e me disse: "Eu te escolho para grandes coisas; mas te esperam grandes padecimentos por meu amor".
Programa de Vida
O começo da vida religiosa estava, pois, traçado o programa para Verônica:padecer por amor. O sofrimento marcará com sinais profundos a vida de Verônica, em todo tempo. O Senhor a chama a "completar em sua carne o que falta a paixão de Cristo" em favor de toda a Igreja. O Senhor a purifica com o sofrimento, como o ouro que se prova com o fogo. Por esse caminho Jesus a assemelha a si até conceder-lhe a união no casamento místico.
As provas
O sofrimento deságua, como um rio sempre em acréscimo, na vida de Sor Verônica. O ano de noviciado - o primeiro de vida religiosa - é uma verdadeira prova. O Senhor permite que uma companheira noviça a atormente colocando contra ela a mestra, que é sua guia espiritual. Verônica sente com veemência a tentação de reagir contra a companheira e contra a mestra. Toda sua pessoa se rebela. Afirma com força em uma página do diário: "Sentia que me estalava o estomago pela violência" e declarará, todavia: "O meu interior como que se retorcia para vencer-me!
O Assalto do Inimigo
Outras provas vinham diretamente do espírito do mal, de Satanás. Havia experimentado já a reação do demônio quando, menina de apenas dez anos, decidiu imitar a vida dos santos praticando algumas penitências. " fazendo estas penitências me parece que tive vários combates. Donde quer que eu fosse, de dia e de noite, o tentador fazia grande barulho, como se quisesse tirar tudo abaixo". A luta com o inimigo se prolongou nos anos da vida religiosa, até tomar às vezes aspetos dramáticos e violentos. O inimigo tomou a figura de monjas para acusa-la, lhe produzi feridas, se lhe apareceu em formas obscenas e tentadoras, tomando o aspeto de monstros horríveis. A santa, forte com a graça de Deus segura da vitória, afirma: "Estava sem temor; mais ainda, me faziam rir suas extravagâncias e sua estupidez".
Aridez e Abandono
O animo se testa na luta. Mas existem para os santos provas, todavia mais angustiosas: se é duro o dever passar através da noite dos sentidos, é muito mais terrível a passagem pela noite de espírito . É a purificação mais íntima, que compreende o desprendimento e o desgosto, a aridez espiritual e o abandono, isto é, a impressão de estar separados de Deus. Ouçamos - como de sua mesma voz - a experiência de Verônica: "Às vezes, quando Me achava com alguma aridez e, desolação e, não podia achar ao Senhor, e me vinham as ânsias de Ele, saia fora de mim, corria a um lugar e a outro, o chamava bem forte, lhe dava toda classe de nomes magníficos, repetindo-os muitas vezes. Algumas vezes me parecia senti-lo, mas de um modo que não sei explicar. Apenas sei que então enlouquecia mais que nunca, me sentia como abrasar, especialmente aqui, na parte do coração. Me colocava panos molhados em água fria, mas em seguida se secavam. As múltiplas experiências místicas a aproximavam cada vez mais da intimidade do Senhor . Por outra parte, cada vez que lhe eram retiradas estas graças particulares caia em uma sede maior de voltar as delícias do Senhor . Lhe parecia então que Deus a havia esquecido, incluindo que a repelia, experimentava um tormento tão grande que era em realidade uma purificação de amor. Assim se expressa em uma carta: "muitas vezes me acho com a mente tão ofuscada, que não sei e não posso fazer nada; me acho toda revolta; não parece que há nem Deus nem santos; não se encontra apoio algum. Parece que a pobre alma está nas mãos do demônio, sem ter a onde se dirigir em meio de seus temores".
Refrigério: a Guia espiritual e a Confissão
Os santos são os que mais se engolfam no mar da redenção. São purificados continuamente no Sangue de Cristo e desfrutam da abundância de suas graças. Verônica, ferida do raio luminosíssimo da luz de Deus, sente continuamente a necessidade de renovar-se. Humilha-se e recorre a confissão com freqüência, até quatro ou cinco vezes ao dia, sonhando ser "A lavada com o Sangue de Cristo". Eis a via ascética e sacramental para chegar a união perfeita com Deus. O mesmo Jesus, depois de a ter conduzido a altíssimas metas e antes de imprimir-lhe as chagas, quer que Verônica realize ante toda a corte do céu sua confissão geral. Escreve a Santa sobre a Sexta-Feira Santa de 1697: Tive um reconhecimento com a visão de Jesus ressuscitado com a Santíssima Virgem e com todos os santos, como as outras vezes. O Senhor me disse que começasse a confissão. Assim o fiz e quando disse: "Vos tenho ofendido a Vós e me confesso a Vós, meu Deus, não podia falar pela dor que me vinha das ofensas feitas a Deus. o Senhor disse a meu anjo da guarda que falasse a Ele por mim. Assim, em minha pessoa dizia... A Virgem se pôs a diante, aos pés de seu Filho, o fez tudo em um instante. enquanto ela rogava por mim, me veio uma luz e um conhecimento sobre meu nada; esta luz me fazia conhecer que tudo aquilo era obra de Deus. Aqui me fazia ver com que amor ama ele as almas e, em particular, as ingratas como a minha... Nesse ato me veio uma grande contrição de todas as ofensas feitas a Deus e pedia de coração perdão por elas. Oferecia meu sangue, minhas penas e dores, em especial suas Santíssimas Chagas; e, sentia uma dor íntima de quanto havia cometido em todo o tempo de minha vida. o Senhor me disse: Eu te perdôo, mas quero fidelidade daqui a diante". Verônica caminha com segurança pelo caminho de Deus, principalmente pelo que passa pelo dom dos sacramentos, oferecido a todos pela Igreja e dados a ela pelos ministros do Senhor. Assim é como se sente segura e constantemente renovada no espírito . Impulsionada por seus diretores espirituais a escrever seu diário, afirma: Experimento um sentimento intimo e quisera que o mesmo confessor penetrasse no mínimo pensamento meu, não apenas como está em mim, senão como está diante de Deus. É tal o dor que sinto, que não sei como consigo proferir uma só palavra. Se me representa esse vice Deus na terra com tal sentimento, que não posso expressar com palavras. Na confissão tinha paz e satisfação, renascimento e aumento de amor divino: "No ato de dar me a absolvição o confessor, me pareceu sentir me toda renovada e, com tanta ligeireza, que não parecia senão que me tivesse tirado de encima uma montanha de chumbo. Experimentei também na alma, que Deus lhe deu um terno abraço e começou, ao mesmo tempo, a destilar nela seu amor divino".
Verônica e os Pecadores
Dor e expiação É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e. vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas "procissões" coberta com uma "vestidura própria": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob seu governo o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão.
Chamado Especial: As Capuchinas
Volta a Mercatelo em 1672, Orsola tinha sido confiada por seu pai, que segue em Piacenza, ao tio Rasi. As ordens que este tinha recebido dele são bem precisas: conceder a entrada no convento das filhas maiores, mas fazer desistir a filha predileta de seu propósito de vida consagrada. A jovem, contrariada em sua mais viva aspiração, sofre ainda fisicamente por esta causa e depois melhora. A noticia chega ao pai, o qual finalmente dá seu consentimento. Orsola salta de alegria e em breve tempo recobra o vigor. Três monastérios da localidade podiam recebe-la. Os lugares eram: Mercatelo, Sant'Angelo em Vado e Citá di Castelo. Este era de clarissas capuchinas. Delas se falava com veneração por sua grande austeridade. E por esta ordem se sentia fortemente atraída. Não era fácil para ela ter uma ocasião para ir a Citá di Castelo e, sobre tudo, para ser recebida entre as irmãs daquela comunidade. Mas a providencia dispôs as coisas de modo que pudesse realizar aquela viajem e que a autoridade eclesiástica fosse benévola com ela. Em efeito, enquanto a jovem Orsola conversava no monastério das capuchinas, chegou Mon. Senhor Giuseppe Sebastiani, o santo Bispo da cidade, que quis examinar a candidata à vida religiosa. Orsola superou a prova respondendo com fé viva a cada uma das perguntas e, com a ajuda do Senhor, conseguiu ler com facilidade - ante os olhos maravilhados do tio Ras - as páginas do breviário escrito em latim. Ajoelhada ante o Bispo, Orsola Giulianen pediu então com fervor a graça de entrar nas capuchinas. Tão ardoroso foi seu pedido, que o Bispo se sentiu inspirado de conceder o documento com o qual ele mesmo pedia as monjas para acolher a candidata. A jovem foi imediatamente dar graças a Jesus na igreja do monastério. Enquanto esperava ali que a superiora a chamasse, o Senhor a havia arrebatado em êxtase. E tive que aguardar que "recobrasse os sentidos".
Lembranças de Verônica
Vestida com o pesado hábito de cor marrom das capuchinas se chamará com outro nome: e não Orsola, mas sim Verônica. Um nome como o da mulher que, durante a paixão, conforta e enxuga o rosto de Jesus. A sua será uma vocação para a cruz, o caminho pelo qual havia sido chamada desde a mais terna idade. Sor Verônica recorda que, desde menina, sonhava imitar os padecimentos dos santos cujas vidas ouvia ler em casa. Para imitar aos mártires, submetidos ao tormento de fogo, uma vez se lhe ocorreu tomar brasas em suas ternas mãos. "Uma mão se abrasou toda e, se não chegam para apagar o fogo, ela se assava. Naquele momento nem sequer senti a dor da queimadura, porque estava fora de mim pela alegria. mas logo senti a dor; os dedos se haviam contraído. Meus olhos choravam, mas eu não me recordo haver derramado nem uma lágrima". Em outra ocasião se colocou de modo que, no momento em que uma de suas irmãs fechasse a porta de um quarto, pudesse ter sua mãozinha esmagada: tal era seu desejo de sofrer, para imitar nisto Santa Rosa de Lima que, de menina, se havia submetido a um tormento semelhante. Foi chamado o médico, com grande desgosto de Orsola, que tinha querido suportar tudo sem os gritos das irmãs espantadas e sim as curas necessárias. Na idade em que comumente se atribui aos meninos apenas o uso da razão, Jesus reserva para ela extraordinárias lições com visões particulares. "Quando tinha uns sete anos - escreve Verônica - me parece que por duas vezes vi ao Senhor todo chagado; me disse que fosse devota de sua paixão e em seguida desapareceu. Isto sucedeu pela Semana Santa. Me ficou tudo tão gravado que não me esqueci nunca. " A segunda vez que me apareceu o Senhor chagado da mesma maneira me deixou tão impressas no coração suas penas, que não pensava eu em outra coisa". A guerra, a guerra!" Era, todavia uma menina e o Senhor a chamava a grandes empresas: a imitação de Jesus padecente. Um dia, enquanto estava rezando ante uma imagem sagrada, escutou estas palavras: " a guerra, a guerra!" Parecida como foram às palavras dirigida a santa Joana, a jovem heroína de Mercatelo tomou a letra - como São Francisco ante o Crucifixo que lhe falava - as palavras escutadas. O jovem cavaleiro de Assis se havia posto a restaurar a igrejinha de São Damião; Orsola, em vez disso, quis aprender de um primo seu a arte militar da esgrima. Enquanto, entre a admiração treinava o manejo das armas, lhe pareceu ver ao mesmo Jesus que lhe dizia: - Não é esta a guerra que Eu quero de ti. Caiu de improviso como desarmada e vencida, em tanto que Jesus lhe abria o coração ao significado, totalmente espiritual, da luta que lhe esperava.
Monja - Capuchina
Aos dezessete anos em um convento! Monja de clausura em Citá di Castelo. Não é possível descrever a felicidade espiritual que experimenta uma jovem nessa idade em que o coração vive a emoção de amor -, quando tinha elegido somente a Jesus. Por que monja e por que entre as capuchinas? O que é o que queria dela o Senhor? A vida de cada um de nós oculta um projeto de Deus Pai, o melhor, de toda a Santíssima Trindade. O encontro com Deus está cercado de etapas importantes. Para Orsola Giuliani, 28 de outubro de 1677, toma o hábito religioso. Desde agora se chamará Verônica. Nesse dia lhe deu o Senhor uma manifestação mais clara de seu amor. Ouçamos dela mesma como viveu aquela jornada e o que lhe comunicou o Senhor: "A primeira vez que fui vestida deste santo hábito eu me achava um pouco desassossegada pela novidade. quando me vi entre estas paredes, minha humanidade não acertava a apaziguar-se; mas por outra parte o espírito estava todo contente. Todo me parecia pouco por amor a Deus. Ao fim de uma larga batalha entre a humanidade e o espírito me pareceu de pronto experimentar uma perda de meus sentidos. mas eu não poderia dizer o que foi. Naquele mesmo momento me parece que me veio a visão do Senhor, o qual me levava com Ele; e me parece que me tomou a mão. Ouvia uma harmonia de sons e cantos angélicos. De feito me parecia achar-me no paraíso. Me recordo que via tanta variedade de coisas; mas todas pareciam delicias de paraíso. Via uma multidão de santos e santas. Me parece haver visto também a Santíssima Virgem. Recordo que o Senhor me fazia grande festa. Dizia a todos: "Esta é a Nossa ". E logo, Dirigindo-se a mi, me dizia: "Diga-me, o que é que queres?". ". Eu lhe pedia como graça amar-lhe; e o no mesmo momento me parecia que me comunicava seu amor. · Varias vezes me perguntou o que é o que mais desejava. ··". Agora recordo que lhe pedi três graças. Uma foi que me desse à graça de viver como requeria o estado que eu havia abraçado, a segunda, que eu não me separasse jamais de seu santo querer; a terceira, que me tivesse sempre crucificada com Ele. Prometeu-me conceder-me tudo e me disse: "Eu te escolho para grandes coisas; mas te esperam grandes padecimentos por meu amor".
Programa de Vida
O começo da vida religiosa estava, pois, traçado o programa para Verônica:padecer por amor. O sofrimento marcará com sinais profundos a vida de Verônica, em todo tempo. O Senhor a chama a "completar em sua carne o que falta a paixão de Cristo" em favor de toda a Igreja. O Senhor a purifica com o sofrimento, como o ouro que se prova com o fogo. Por esse caminho Jesus a assemelha a si até conceder-lhe a união no casamento místico.
As provas
O sofrimento deságua, como um rio sempre em acréscimo, na vida de Sor Verônica. O ano de noviciado - o primeiro de vida religiosa - é uma verdadeira prova. O Senhor permite que uma companheira noviça a atormente colocando contra ela a mestra, que é sua guia espiritual. Verônica sente com veemência a tentação de reagir contra a companheira e contra a mestra. Toda sua pessoa se rebela. Afirma com força em uma página do diário: "Sentia que me estalava o estomago pela violência" e declarará, todavia: "O meu interior como que se retorcia para vencer-me!
O Assalto do Inimigo
Outras provas vinham diretamente do espírito do mal, de Satanás. Havia experimentado já a reação do demônio quando, menina de apenas dez anos, decidiu imitar a vida dos santos praticando algumas penitências. " fazendo estas penitências me parece que tive vários combates. Donde quer que eu fosse, de dia e de noite, o tentador fazia grande barulho, como se quisesse tirar tudo abaixo". A luta com o inimigo se prolongou nos anos da vida religiosa, até tomar às vezes aspetos dramáticos e violentos. O inimigo tomou a figura de monjas para acusa-la, lhe produzi feridas, se lhe apareceu em formas obscenas e tentadoras, tomando o aspeto de monstros horríveis. A santa, forte com a graça de Deus segura da vitória, afirma: "Estava sem temor; mais ainda, me faziam rir suas extravagâncias e sua estupidez".
Aridez e Abandono
O animo se testa na luta. mas existem para os santos provas, todavia mais angustiosas: se é duro o dever passar através da noite dos sentidos, é muito mais terrível a passagem pela noite de espírito . É a purificação mais íntima, que compreende o desprendimento e o desgosto, a aridez espiritual e o abandono, isto é, a impressão de estar separados de Deus. Ouçamos - como de sua mesma voz - a experiência de Verônica: "Às vezes, quando Me achava com alguma aridez e, desolação e, não podia achar ao Senhor, e me vinham as ânsias de Ele, saia fora de mim, corria a um lugar e a outro, o chamava bem forte, lhe dava toda classe de nomes magníficos, repetindo-os muitas vezes. Algumas vezes me parecia senti-lo, mas de um modo que não sei explicar. Apenas sei que então enlouquecia mais que nunca, me sentia como abrasar, especialmente aqui, na parte do coração. Me colocava panos molhados em água fria, mas em seguida se secavam. As múltiplas experiências místicas a aproximavam cada vez mais da intimidade do Senhor . Por outra parte, cada vez que lhe eram retiradas estas graças particulares caia em uma sede maior de voltar as delícias do Senhor . Lhe parecia então que Deus a havia esquecido, incluindo que a repelia, experimentava um tormento tão grande que era em realidade uma purificação de amor. Assim se expressa em uma carta: "muitas vezes me acho com a mente tão ofuscada, que não sei e não posso fazer nada; me acho toda revolta; não parece que há nem Deus nem santos; não se encontra apoio algum. Parece que a pobre alma está nas mãos do demônio, sem ter a onde se dirigir em meio de seus temores".
Refrigério: a Guia espiritual e a Confissão
Os santos são os que mais se engolfam no mar da redenção. São purificados continuamente no Sangue de Cristo e desfrutam da abundância de suas graças. Verônica, ferida do raio luminosíssimo da luz de Deus, sente continuamente a necessidade de renovar-se. Humilha-se e recorre a confissão com freqüência, até quatro ou cinco vezes ao dia, sonhando ser "A lavada com o Sangue de Cristo". Eis a via ascética e sacramental para chegar a união perfeita com Deus. O mesmo Jesus, depois de a ter conduzido a altíssimas metas e antes de imprimir-lhe as chagas, quer que Verônica realize ante toda a corte do céu sua confissão geral. Escreve a Santa sobre a Sexta-Feira Santa de 1697: Tive um reconhecimento com a visão de Jesus ressuscitado com a Santíssima Virgem e com todos os santos, como as outras vezes. O Senhor me disse que começasse a confissão. Assim o fiz e quando disse: "Vos tenho ofendido a Vós e me confesso a Vós, meu Deus, não podia falar pela dor que me vinha das ofensas feitas a Deus. o Senhor disse a meu anjo da guarda que falasse a Ele por mim. Assim, em minha pessoa dizia... A Virgem se pôs a diante, aos pés de seu Filho, o fez tudo em um instante. enquanto ela rogava por mim, me veio uma luz e um conhecimento sobre meu nada; esta luz me fazia conhecer que tudo aquilo era obra de Deus. Aqui me fazia ver com que amor ama ele as almas e, em particular, as ingratas como a minha... Nesse ato me veio uma grande contrição de todas as ofensas feitas a Deus e pedia de coração perdão por elas. Oferecia meu sangue, minhas penas e dores, em especial suas Santíssimas Chagas; e, sentia uma dor íntima de quanto havia cometido em todo o tempo de minha vida. o Senhor me disse: Eu te perdôo, mas quero fidelidade daqui a diante". Verônica caminha com segurança pelo caminho de Deus, principalmente pelo que passa pelo dom dos sacramentos, oferecido a todos pela Igreja e dados a ela pelos ministros do Senhor. Assim é como se sente segura e constantemente renovada no espírito . Impulsionada por seus diretores espirituais a escrever seu diário, afirma: Experimento um sentimento intimo e quisera que o mesmo confessor penetrasse no mínimo pensamento meu, não apenas como está em mim, senão como está diante de Deus. É tal o dor que sinto, que não sei como consigo proferir uma só palavra. Se me representa esse vice Deus na terra com tal sentimento, que não posso expressar com palavras. Na confissão tinha paz e satisfação, renascimento e aumento de amor divino: "No ato de dar me a absolvição o confessor, me pareceu sentir me toda renovada e, com tanta ligeireza, que não parecia senão que me tivesse tirado de encima uma montanha de chumbo. Experimentei também na alma, que Deus lhe deu um terno abraço e começou, ao mesmo tempo, a destilar nela seu amor divino".
Verônica e os Pecadores
Dor e expiação: É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e. vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas" procissões "coberta com uma" vestidura própria ": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob sua direção o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão.
Verônica e os Pecadores
É difícil falar, sobre todo hoje, das penitências e da dor na vida de Santa Verônica. O tema de sofrimento nos soa duro, porque supõe, demais da experiência de amor em quem o vive, uma experiência de fé não menor em quem recebe sua mensagem. E o hedonismo, em que se tacha submergido o homem de hoje, impede perceber a forte linguagem da teologia da cruz. Verônica tem uma vocação peculiar na Igreja. O Senhor a escolhe como vitima pelos pecadores. E ela aceita colocar-se como medianeira entre Deus e, seus irmãos que vivem no pecado. Depois de haver compreendido o amor de Deus pelas almas e depois de haver contemplado a Jesus chagado e crucificado, Verônica fica enriquecida com uma sensibilidade excepcional para inserir-se na obra da salvação em favor de todos seus irmãos. Quer salva-los e compreende que o meio é a expiação medianeira.
Quer obstruir o inferno
Verônica pede a Jesus os sofrimentos que E1e tem padecido, os deseja com uma sede de dor superior a quanto é possível. Jesus a associa aos vários momentos de sua paixão. Um texto, de quem a observou nesses sofrimentos, declara: "A vi um dia cravado no ar derramava lágrimas de sangue que temia ver". Soube depois dela que Deus era muito ofendido pelos pecadores e que ela, nesse arrebatamento, havia visto a fealdade de pecado e da ingratidão dos pecadores. A Santa quer impedir que tantas almas caiam no inferno: "Naquele momento me foi mostrado de novo o inferno aberto e parecia que baixavam a ele muitas almas, as quais eram tão feias e negras que infundiam terror. Todas se precipitavam uma atrás da outra; e, uma vez entradas naqueles abismos, não se via outra coisa senão fogo e chamas". Então Verônica se oferece para conter a justiça divina: "Senhor meu, eu me ofereço a estar aqui na porta, para que ninguém entre aqui nem perca a Vós. Oh! Almas voltem atrás! Deus meu, não Vos peço outra coisa que a salvação dos pecadores. Enviai-me mais penas, mais tormentos, mais cruzes. O Senhor, para saciar sua sede de padecimentos, lhe permitirá experimentar as penas do purgatório e ainda as do inferno. A Virgem, que a instrui e a sustenta, lhe falava assim: "Há muitos que não crêem que há o inferno, e Eu te digo que tu mesma, que esteve nele, não tem entendido nada do que é.
Verônica e a Paixão de Jesus
Quem não foi introduzido na compreensão dos valores cristãos, poderia cair desconcertado ao ler o Diário da Santa. Sentiria tal vez a tentação de recorrer a explicações de natureza patológica e de ver formas de estranho masoquismo. Mas nos falamos em esferas muito mais elevadas, donde a natureza obedece a Deus. Apenas a fé, mas viva pode dar suas explicações. Jesus a atrai e a quer de tudo semelhante a Ele. Verônica experimentará em sua carne a coroação de espinhos, a flagelação, a crucifixação e a morte de Jesus. Lhe será atravessado o coração pela lança e lhe serão impressas as chagas como sinal definitivo de conformidade e de amor.
Recorda a impressão das chagas
Era cinco de abril de 1697: "Em um instante vi sair de suas chagas cinco raios resplandecentes e vieram a mim. Os via converter se em pequenas chamas. Em quatro destas havia cravos e em outro uma lança, como de ouro, toda reluzente, e me atravessou o coração; e os cravos perfuraram as mãos e os pés ". Verônica pode repetir como São Paulo:" Fui crucificada com Cristo ".
Penitências
Junto com estes dons místicos, mediante os quais é confirmada, na dor, esposa crucificada de Cristo, Verônica oferece seus sofrimentos espontâneos. Para ter uma idéia de empenho de penitencia que havia em seu coração tinha que visitar o monastério de Cita di Castelo no que ela viveu. Os instrumentos de penitencia falam ali toda sua vida, de seu amor a Jesus e de sua vontade de conduzir os pecadores. Para seguir a Jesus pelo caminho de Calvário, Verônica se cumulava com uma pesada cruz e, pela noite, se movia sob seu peso extenuante pelas ruas do jardim e dentro de monastério. Freqüentemente realizava suas" procissões "coberta com uma" vestidura própria ": era na realidade uma túnica de penitencia que ela mesma tinha costurado por dentro com Inumeráveis espinhas duríssimas. A colocava sobre a carne viva e com a cruz sobre os ombros. Muitas vezes usava tesouras para selar com a dor suas carnes e gravar sobre seu próprio peito o nome de Jesus. Agradava-lhe, demais, escrever com seu sangue cartas de fidelidade e de amor a seu Esposo Divino. Jesus sabe que pode fiar se nela: sua vida lhe pertence. Pedirá-lhe um rigoroso jejum por três anos e ela obtém força para alimentar se em todo esse tempo de apenas pão e água. Estas são apenas algumas amostras de sua desmedida necessidade de padecer com Jesus.
O coração como um selo
Nesta fase de purificação e de oferenda viverá até o dia 25 de dezembro de 1698, quando a Santa entra em outro período de sua ascensão espiritual: a de puro padecer. Desde essa data o diário não contém a descrições de padecimentos externos assumidos por Verônica. Todo resultará como interiorizado: o padecer estará reservado as faculdades mais intimas da alma, como se fora uma purificação da mesma dor. Mas seu coração registrará, todavia aventuras de sofrimento e de amor divino e cairá como selo da autenticidade de tanto padecer. Tal como ela o havia descrito no diário, seu coração, no exame necroscópico levado a cabo após de sua morte, apresentou misteriosas figuras. São as que reproduzem os instrumentos da Paixão de Jesus: A cruz, a lança, o martelo, os cravos, os açoites, a coluna da flagelação, as sete espadas da Virgem e algumas letras que significam as virtudes. Sua vida resumida no coração.
Acontecimentos Exteriores
Ao mesmo tempo em que o Senhor a conduz pelo vale profundo da dor e de amor, se entrelaçam na vida religiosa de Verônica vária sucessos, que sem dúvida vem em um segundo plano frente a seu caminho interior, se bem muitas vezes coincidem com as cruzes que o Senhor concede a sua esposa. Verônica será mestra de noviças várias vezes. Mas ela mesma deverá estar submetida a outros e será guiada com firmeza e austeridade por sacerdotes, confessores e bispos, que a colocavam a dura prova. Sua própria superiora e o mesmo Santo ofício a farão passar por repetidas e prolongadas humilhações: segregação por muitos dias na enfermaria, proibição de ir ao locutório, exames e controles. Apenas o dia sete de março de 1716 o Santo ofício revoca para ela a proibição de ser eleita abadessa. Um mês depois é eleita superiora por toda a comunidade. Sob sua direção o Senhor bendiz a casa e a enche de vocações. Se preocupará então de fazer construir uma nova ala do monastério e de aliviar a fatiga cotidiana das monjas realizando uma condução de tubos de chumbo para fazer chegar à água ao interior da casa. Mas estes feitos se perdem ante a admirável aventura de espírito. Sua vocação é outra: o amor a Deus para expiar o desamor dos homens. Ao término de sua aventura espiritual chegará a pedir ao Senhor "não morrer, senão padecer", repetindo, o que trás ao sofrimento um novo refrão: "mais, mais e mais", segura deste caminho: o de Amor Redentor.
O caminho espiritual de Verônica
O Diário, que Verônica nos tinha deixado e não que, por vontade de seus confessores e superiores, nos tinha descrito suas variadas experiências místicas, está composto por vinte duas mil páginas manuscritas. É uma riqueza espiritual inesgotável para as almas que querem conhecer o caminho de Deus. Os santos são como faróis luminosos no firmamento da Igreja; através deles, Deus nos indica como temos de subir até Ele. Acompanhada no caminho da perfeição pela presença continua da Virgem, que a chama "coração de meu coração" e "alma de minha alma", Verônica transcorre os últimos anos de sua vida em união constante com Deus. Verônica recebe o dom de ser confirmada na graça santificante, pelo que repetia cheia de alegria: "Eternamente! Eternamente!". Pode afirmar: "O amor tinha vencido e o mesmo amor tinha sido vencido". Esse é o paraíso. Mas é preciso desejar esta vida, é preciso por ponto final. A Virgem, que nos últimos anos lhe tinha ditado o Diário, lhe sugere estas simpáticas palavras que ela transcreve fielmente; "Por ponto". É o 25 de março de 1727, festa da Anunciação do Senhor. No dia seis de junho, no momento da santa Comunhão, Verônica sofre um ataque. Desde então transcorrem trinta e três dias de um triplo purgatório: Dores físicas, sofrimentos morais e tentações diabólicas, como o havia predito. No dia nove de julho, recebida a obediência de seu confessor para poder desejar este mundo, vai ao encontro com Deus. " O Amor se tinha deixado achar! " São suas últimas palavras ditas as suas irmãs. Assim terminou seu padecer por amor e começou seu paraíso. A Igreja a declarou Beata em 1804 e Santa em 1839. Verônica figura entre os grandes Mestres da perfeição que iluminam e guiam ao povo cristão

SANTA MARIA FAUSTINA KOWALSKA1905-1938
Escreveu em 1937 no seu Diário:"A glorificação da Tua Misericórdia, ó Jesus, é a missão exclusiva da minha vida"
Maria Faustina Kowalska nasceu em Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, de uma família camponesa de sólida formação cristã. Desde a infância sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Em todo o caso, desde aquela época começou a percorrer a via da santidade. Mais tarde, recordava: "Desde a minha mais tenra idade desejei tornar-me uma grande santa". Com a idade de 16 anos deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica. Na oração tomou depois a decisão de ingressar num convento. Assim, em 1925, entrou na Congregação das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, que se dedica à educação das jovens e à assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Ao concluir o noviciado, emitiu os votos religiosos que foram observados durante toda a sua vida, com prontidão e lealdade. Em diversas casas do Instituto, desempenhou de modo exemplar as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual extraordinariamente rica de generosidade, de amor e de carismas que escondeu na humildade dos empenhos quotidianos. O Senhor escolheu esta Religiosa para se tornar apóstola da Sua Misericórdia, a fim de aproximar mais de Deus os homens, segundo o expresso mandato de Jesus: "Os homens têm necessidade da minha Misericórdia". Em 1934, obedecendo à indicação do seu diretor espiritual, irmã Faustina iniciou um diário que intitulou "A Divina Misericórdia em minh'alma". A narração pormenorizada de profundas revelações e de experiências espirituais extraordinárias revela o modo pelo qual nosso Senhor deseja incumbí-la de uma missão particularíssima, cujo motivo principal é o de relançar no mundo a mensagem da sua Misericórdia. A irmã Faustina ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na Misericórdia Divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Mãe do Redentor, e amou intensamente a Igreja participando, no escondimento, na sua missão de salvação. Enriqueceu a sua vida consagrada e o seu apostolado, com o sofrimento do espírito e do coração. Consumada pela tuberculose, morreu santamente em Cracóvia no dia 5 de outubro de 1938, com a idade de 33 anos. A doença muito dolorosa transformou-a numa vítima da Misericórdia Divina, obtendo que essa se derramasse sobre a Igreja e que a humanidade contemplasse com maior fé a própria redenção. Era a vigília da segunda guerra mundial. A Serva de Deus já previra a universalidade e os horrores do conflito. O diário da irmã contém uma outra profecia que se refere à obra da misericórdia, como Jesus denomina o complexo das tarefas confiadas por Ele à irmã Faustina. Ela escreveu que esta obra, por certo tempo, estaria em completa ruína, mas, em seguida surgiria a ação de Deus com grande força dando testemunho da verdade e trazendo para a Igreja um novo esplendor, estando o conteúdo da obra já presente, embora tenha ficado adormecido por muito tempo em seu seio. A primeira parte dessa profecia, a que se refere à destruição e à ruína, se realizou em 1958, em conseqüência de um decreto de condenação que logo foi revogado para dar lugar, quatro meses depois, em 1959, a uma notificação de caráter disciplinar, na qual sem condenação explícita, se proibia a difusão da devoção à misericórdia de Deus nas formas propostas pela irmã Faustina Kowalska. A notificação deixava à prudência dos bispos uma certa liberdade de ação. Essa proibição se prolongou por vinte anos. Nesse meio tempo, e exatamente em 1967, o cardeal Karol Wojtyla, então arcebispo de Cracóvia, concluía com sucesso a primeira etapa do processo para a beatificação da irmã. Foi sobretudo graças à sua intervenção que em abril de 1978, a Santa Sé retirou a própria proibição. Tal acontecimento constitui a realização da segunda parte da profecia acima mencionada. Seis meses depois que o veto foi retirado, o mundo inteiro aplaudia o cardeal Wojtyla, eleito João Paulo II. A ele se deve a encíclica "Dives in misericordia" que lança as bases doutrinárias e práticas para que o culto da divina misericórdia seja compreendido e universalmente acolhido. João Paulo II proclamou-a Beata no dia 18 de Abril de 1993; sucessivamente, a Congregação para as Causas dos Santos examinou com êxito positivo uma cura milagrosa atribuída à intercessão da Beata Maria Faustina, e no dia 20 de Dezembro de 1999 foi promulgado o Decreto sobre esse milagre. No dia 30 de abril de 2000, a irmã Maria Faustina Kowalska foi Canonizada pelo Papa João Paulo II.

Gema Galgani nasceu a 12 de março de 1878 em Camigliano, um vilarejo situado perto de Lucca, na Itália. Gema em italiano significa jóia. Seu pai era um próspero químico e descendente do Beato João Leonardi. A mãe de Gema era também de origem nobre. Os Galgani eram uma família católica tradicional que foi abençoada com oito filhos. Gema, a quinta a nascer e a primeira menina da família, desenvolveu uma atração irresistível pela oração enquanto ainda era muito pequena. Esse carinho pela oração lhe veio de sua piedosa mãe, que lhe ensinou as verdades da Fé da Igreja Católica. Foi a sua mãe que infundiu em sua preciosa alma o amor pelo Cristo Crucificado. A jovem santa aplicou-se com zelo à devoção. Quando Gema tinha apenas cinco anos, ela lia o Ofício de Nossa Senhora e o Ofício dos Defuntos no Breviário com tanta facilidade e rapidez quanto um adulto.
Quando a mãe de Gema tinha de se ocupar com suas tarefas diárias de dona-de-casa, a pequena Gema puxava a saia da mãe e dizia: “Mamãe, conte-me um pouco mais sobre Jesus”.
Infelizmente, a mãe de Gema deveria morrer em breve. No dia em que Gema recebeu o Sacramento da Confirmação, enquanto rezava ardentemente na missa pela recuperação de sua mãe (a Senhora Galgani estava gravemente doente), ela ouviu uma voz em seu coração que dizia, « Tu me darás a tua mãezinha ? »
“Sim," respondeu Gema, “contanto que Tu me leves também.”
“Não," replicou a voz, "dá-Me a tua mãe sem reservas. Por ora, tu deves esperar com o teu pai. Vou te levar para o céu mais tarde.”
Gema simplesmente respondeu “Sim”.
Este “sim” seria repetido ao longo de toda a breve vida de Santa Gema, como resposta ao convite de Nosso Senhor para que ela sofresse por Ele.
Quando a mãe de Gema tinha de se ocupar com suas tarefas diárias de dona-de-casa, a pequena Gema puxava a saia da mãe e dizia: “Mamãe, conte-me um pouco mais sobre Jesus”.
Infelizmente, a mãe de Gema deveria morrer em breve. No dia em que Gema recebeu o Sacramento da Confirmação, enquanto rezava ardentemente na missa pela recuperação de sua mãe (a Senhora Galgani estava gravemente doente), ela ouviu uma voz em seu coração que dizia, « Tu me darás a tua mãezinha ? »
“Sim," respondeu Gema, “contanto que Tu me leves também.”
“Não," replicou a voz, "dá-Me a tua mãe sem reservas. Por ora, tu deves esperar com o teu pai. Vou te levar para o céu mais tarde.”
Gema simplesmente respondeu “Sim”.
Este “sim” seria repetido ao longo de toda a breve vida de Santa Gema, como resposta ao convite de Nosso Senhor para que ela sofresse por Ele.
Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68
Quinta-feira, dia 11 de Setembro de 2008Hoje a Igreja celebra : São João Gabriel Perboyre, presbítero, mártir, +1840 Ver comentário em baixo, ou carregando aqui S. Máximo: "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso
" Evangelho segundo S. Lucas 6,27-38.
«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.» «Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : S. Máximo, o Confessor (c. 580-662), monge e teólogo Centúria 1 sobre o amor, ne Filocalia
"Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso"Não te prendas às suspeitas nem às pessoas que te levam a escandalizares-te com certas coisas. Porque aqueles que, de uma forma ou de outra, se escandalizam com as coisas que lhes acontecem, quer as tenham querido quer não, ignoram o caminho da paz que, pelo amor, leva ao conhecimento de Deus os que dela se enamoram. Não tem ainda o perfeito amor aquele que é ainda afectado pelo temperamento dos outros, que, por exemplo, ama uns e detesta outros ou que umas vezes ama e outras detesta a mesma pessoa pelas mesmas razões. O perfeito amor não despedaça a única e mesma natureza dos homens só porque eles têm temperamentos diferentes mas, tendo em consideração essa natureza, ama de igual forma todos os homens. Ama os virtuosos como amigos e os maus, embora sejam inimigos, fazendo-lhes bem, suportando-os comn paciência, aceitando o que vem deles, não tomando em consideração a malícia, chegando mesmo a sofrer por eles se se oferecer uma ocasião. Assim, fará deles amigos, se tal for possível. Pelo menos, será fiel a si mesmo; mostra sempre os seus frutos a todos os homens, de igual modo. O Nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, mostrando o amor que tem por nós, sofreu pela humanidade inteira e deu a esperança da ressurreição a todos de igual forma, embora cada um, com as suas obras, atraia sobre si a glória ou o castigo.
Quinta-feira, dia 11 de Setembro de 2008Hoje a Igreja celebra : São João Gabriel Perboyre, presbítero, mártir, +1840 Ver comentário em baixo, ou carregando aqui S. Máximo: "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso
" Evangelho segundo S. Lucas 6,27-38.
«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.» «Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : S. Máximo, o Confessor (c. 580-662), monge e teólogo Centúria 1 sobre o amor, ne Filocalia
"Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso"Não te prendas às suspeitas nem às pessoas que te levam a escandalizares-te com certas coisas. Porque aqueles que, de uma forma ou de outra, se escandalizam com as coisas que lhes acontecem, quer as tenham querido quer não, ignoram o caminho da paz que, pelo amor, leva ao conhecimento de Deus os que dela se enamoram. Não tem ainda o perfeito amor aquele que é ainda afectado pelo temperamento dos outros, que, por exemplo, ama uns e detesta outros ou que umas vezes ama e outras detesta a mesma pessoa pelas mesmas razões. O perfeito amor não despedaça a única e mesma natureza dos homens só porque eles têm temperamentos diferentes mas, tendo em consideração essa natureza, ama de igual forma todos os homens. Ama os virtuosos como amigos e os maus, embora sejam inimigos, fazendo-lhes bem, suportando-os comn paciência, aceitando o que vem deles, não tomando em consideração a malícia, chegando mesmo a sofrer por eles se se oferecer uma ocasião. Assim, fará deles amigos, se tal for possível. Pelo menos, será fiel a si mesmo; mostra sempre os seus frutos a todos os homens, de igual modo. O Nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, mostrando o amor que tem por nós, sofreu pela humanidade inteira e deu a esperança da ressurreição a todos de igual forma, embora cada um, com as suas obras, atraia sobre si a glória ou o castigo.
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