COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
DIA DOS CATEQUISTAS
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei minha Igreja;
e os poderes das trevas
jamais poderão contra ela!” (Mt
16,18).
“O Vigésimo Primeiro Domingo do
Tempo Comum é o Domingo da profissão de fé de Simão
Pedro! Mais uma vez animados pela presença do Ressuscitado em nossa
caminhada de discípulos, somos convidados a proclamar a fé e a recordar o
sentido de nossa missão.
No exercício da missão,
os discípulos de Jesus se vêem envoltos em situações delicadas que requerem
muita fé. O anúncio da Boa-Nova do Reino exige dos discípulos e missionários
convicção profunda, mas, em certos momentos, eles fraquejam e sentem-se
impotentes.
Conscientes de nossa
pobreza e fragilidade, disponhamo-nos à graça de Deus que nos faz proclamar a
mesma fé de Simão Pedro: ‘Tu és o
Messias, o Filho do Deus vivo’.
Recordamos com carinho
neste domingo, no espírito do Mês Vocacional, os vocacionados para
os Ministérios e Serviços na Comunidade.
Recordamos de modo ainda mais particular, os Catequistas em sua importante missão de educadores da fé.
Os primeiros Catequistas e Educadores da Fé dos
filhos, são os próprios pais. Ou deveriam ser. É o que prometem no dia do
próprio Matrimônio e no dia em que levam os filhos ao Sacramento do Batismo. Porém,
como a educação básica, também terceirizam a magnífica Educação da Fé dos Filhos aos sempre tão abnegados Catequistas! Como verdadeiras pérolas
preciosas das Comunidades, merecem nossa mais profunda gratidão. Mesmo
assim continuo pensando que, quem deveria ser evangelizado em nossos Planos de
Catequese, são os Pais. Esses, por sua vez, deveriam ser capacitados para
evangelizarem os filhos, em Família. Mas em nossa Cultura de
Sobrevivência, isso ainda é um sonho longe de se tornar realidade.
A palavra de Deus, deste
domingo, é uma grande mina de grande valor. Podemos contemplá-la sob diferentes
ângulos. Eliacim e Simão Pedro, por serem pessoas tementes a Deus, receberam
uma missão, ou seja, as ‘chaves’. Na
perspectiva da fé, qual seria a missão dos discípulos e missionários do Senhor
em nossos dias?
É interessante imaginar a
cena, em que Jesus pergunta: ‘Quem dizem
os homens ser o Filho do homem?’. Estamos em plena Campanha Eleitoral. Mal
comparado, poderíamos imaginar que Jesus tenha perguntado como andam as
pesquisas a seu respeito, assim como fazem os marqueteiros e assessores ou
cabos eleitorais dos candidatos a algum serviço pela Nação. A resposta dos
discípulos é bastante ‘espírita’: ‘Alguns
dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou
algum dos profetas’ – reencarnação pura!
Mas o que interessa mesmo
a Jesus é saber se seus discípulos o estudaram o suficiente e faz a prova oral
de sua Teologia: ‘E vós, quem dizeis que
eu sou?’. Pedro se adianta não porque estudou mais do que os outros, mas
porque o Pai lhe revelou, e faz a sua, a nossa, a da Igreja linda profissão de fé: ‘TU ÉS O MESSIAS, O FILHO DO DEUS VIVO’. A partir daí Jesus
confia à Igreja, por meio dos discípulos, a missão da Unidade e reafirma o Sacramento
da Reconciliação!
Sem sombra de dúvida, o
grande desafio da Igreja, dos discípulos e missionários é anunciar a verdade
sobre Jesus Cristo; ter a coragem de proclamar ao povo, aos grupos humanos, às
diferentes culturas e realidades quem é o Filho de Deus.
A grande missão do
discípulo e missionário é ‘proteger e
alimentar a fé do povo de Deus e recordar também aos fiéis que, em virtude do
seu batismo, são chamados a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo
[...] Em um período da história, caracterizado pela desordem generalizada que
se propaga por novas turbulências sociais e políticas, (Estejamos atentos à Campanha Eleitoral
atual), pela difusão de uma cultura
distante e hostil à tradição cristã e pela emergência de variadas ofertas
religiosas que tratam de responder à sua maneira, à sede de Deus que nossos
povos manifestam’ (DAp, 10).
Aos discípulos e
missionários de Jesus, mais do que condenar e excluir, cabe acolher e perdoar,
absolver e reconciliar em nome de Jesus Cristo. Na pessoa de Pedro, a Igreja é
chamada a ser escola permanente de verdade e justiça, de perdão e reconciliação
para construir uma paz autêntica.
Todos nós, como pessoas
de fé, na Igreja, somamos com Pedro como pequenas pedras. Por simples ou
modestas que sejam estas pedras, todas devem estar densas do dom da fé.
Aderindo a Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, somos parte do seu Corpo, a
Igreja, contra a qual as forças do mal não triunfarão. Contudo, precisamos
fortalecer a fé, para encarar os novos desafios, uma vez que estão em jogo o
desenvolvimento harmônico da sociedade e a identidade católica dos povos” (cf.
Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I da CNBB, 2014, pp. 94-102).
Não mutilemos, pois, este lindo Corpo que é a
Igreja. Nós somos os membros e Jesus Cristo é a cabeça desse Corpo. Mesmo que
me pense ser o dedinho do pé, escondido no sapato não tenho o direito de
aleijar o Corpo, faltando com minha presença, compromisso, fidelidade e oração
que une a Comunidade. Sejamos, finalmente, um Corpo bem sarado, malhado e
atraente, a fim de que todos queiram unir-se a ele.
Desejando-lhes muitas
bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel.
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 22,19-23; Sl 137(138); Rm 11,33-36 e Mt 16,13-20).