"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
sexta-feira, 29 de junho de 2012
SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS - DIA DO PAPA
Dia do Papa
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
O Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum cede lugar à Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – as duas grandes Colunas da Igreja de Jesus Cristo: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação” (Prefácio próprio da Festa).
“Celebramos a Páscoa do Cordeiro na vida e na ação evangelizadora de Pedro e Paulo. Apóstolos, fundadores da Igreja, amigos e testemunhas de Jesus. Agradecemos sua fé e empenho missionário. E celebramos o Senhor que os escolheu e os enviou para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, assumindo na Páscoa e dinamizado pelo dom do Espírito Santo.
Esta é uma celebração antiquíssima. Existia antes da festa do Natal. Ela ajuda a nos achegarmos à fonte da vida cristã, ou seja, à Palavra de Deus e à Eucaristia que eles viveram intensamente e que nós estamos para celebrar.
Diferentes no temperamento e na formação religiosa, exercendo atividades diversas e em campos distintos, chegaram, várias vezes, a desentender-se. Mas o amor a Cristo, a paixão pelo seu projeto, a força da fidelidade e a coragem do testemunho os uniram na vida e no martírio, acontecido em Roma sob o imperador Nero (54-68 d.C). Pedro foi crucificado e Paulo, decapitado.
Ao celebrar a Páscoa dos dois grandes apóstolos, a Igreja lembra que em todas as comunidades estão presentes os fundamentos da missão evangelizadora: a vida eclesial, com sua dinâmica de comunhão e participação, e sua ação transformadora no mundo.
No testemunho de Pedro e Paulo, temos duas dimensões diferentes e complementares da missão, como seguidores de Jesus. Apesar de divergirem em pontos de vista e na visão do mundo, o amor de Cristo e a força do testemunho os uniram na vida e no martírio. Neles, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Conheceram e experimentaram Jesus de formas diferentes, mas é único e idêntico o testemunho que, corajosos, deram dele.
Por isso, são figuras típicas da vida cristã, com suas fraquezas e forças. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Não só aceita um Messias que dá a vida, mas morre por Ele e com Ele. Convertido, Paulo se torna propagador do Evangelho de Cristo, sofrendo como Ele sofreu, encarando a morte como Jesus a encarou.
A comunidade, alicerçada no testemunho de Pedro e Paulo, nasce do reconhecimento de quem é Jesus. Esse reconhecimento não é fruto de especulação ou de teorias, e sim de vivência do seu projeto que passa pela rejeição, crucifixão, morte e ressurreição.
Quando o testemunho cristão é pleno, o próprio Jesus age na comunidade, permitindo-lhe ‘ligar e desligar’. O poder que Jesus tem, as chaves do Reino, é entregue a nós, seus seguidores. A comunidade não é dona, apenas administra esse poder pelo testemunho e pelo serviço em favor da vida. Organiza-se como continuadora do projeto de Deus, a partir da prática do mestre, promove a vida e rejeita tudo o que provoca a morte.
Jesus de Nazaré é para nós o mártir supremo, a testemunha fiel... Os mártires da caminhada resistiram ao poder da morte e ao aparato repressor: ‘A memória subversiva de tantos mártires será o alimento forte da nossa espiritualidade, da vitalidade de nossas comunidades, da dinâmica do movimento popular’.
‘Vidas pela vida, vidas pelo Reino! Todas as nossas vidas, como as suas vidas, como a vida dele, o mártir Jesus!’.
Animados pelo testemunho de Pedro e Paulo, vamos ao encontro do Senhor que dá razão e sentido à nossa vida. Acolhendo sua Palavra, renovamos nossa adesão a Cristo e ao seu projeto.
Professamos com alegria nossa fé na Igreja una, santa, católica, apostólica, aberta à comunhão universal e visceralmente missionária e proclamada da vida digna para todos.
Participando a Eucaristia, somos identificados com Cristo e confirmados no seu caminho, para sermos disponíveis aos nossos irmãos e irmãs, até a morte, como marcas da identidade cristã.
Hoje rezamos especialmente pelo Papa Bento XVI, Bispo de Roma, cidade onde se deu o martírio de Pedro e Paulo. A missão do Papa é zelar para que a Igreja permaneça unida, fiel a Jesus Cristo e ao seu projeto, realize com humildade e coragem o anúncio do Evangelho, cada vez mais inculturado, profético e aberto a todos.
Supliquemos para que o Papa e todos os pastores sejam pétrus nas mãos do Senhor, fiéis ao Evangelho na condução da Igreja como servidora da vida, como sinal e instrumento da comunhão entre os povos” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 51-57).
Com facilidade emitimos opiniões errôneas, quando não medíocres em relação à autoridade e ao serviço do Santo Padre, o Papa! Talvez a celebração de hoje seja uma oportunidade de remissão, conversão e renovação de nossa fidelidade ao sucessor de Pedro, o Papa Bento XVI. Frequentemente me pergunto: quem sou eu para emitir qualquer crítica, desrespeitar ou até mesmo questionar a autoridade = serviço do Papa? Homem que se despe totalmente de si mesmo. Deixa para trás até o próprio nome e toda sua liberdade, para estar totalmente a serviço da Igreja de Jesus Cristo que lhe é confiada ao coração, colocada nos ombros, como a ovelha debruçada sobre o Bom Pastor. Só o fato do sim do Papa já basta para que mereça o carinho, a ternura, a fidelidade de todo cristão, que debruça sua fé sobre o evento da “confirmação de Pedro”, continuado em nossos dias na pessoa totalmente a serviço do Reino de Deus, o amado Santo Padre o Papa Bento XVI.
Nesta solenidade, a Igreja do mundo inteiro, realiza a Coleta do Óbolo de São Pedro. Com esta coleta o Papa socorre a humanidade em suas necessidades, especialmente em situações emergenciais, em nome dos Católicos do mundo. O resultado das Coletas realizadas em todas as Celebrações deste domingo deverá ser remetido à Cúria, que dará seu verdadeiro destino, fazendo-o chegar aos cuidados do Vaticano. Por vezes há resistência à Coleta do Óbolo de São Pedro por pura ignorância. Nem sempre as pessoas conhecem o bem que fazem, sendo generosas. Todos que se sentem dignos de serem cristãos, são conclamados a partilharem de sua pobreza em favor de quem tem menos. Pois é em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, que o Santo Padre socorre nossos irmãos que são vitimadas pela fome, pela miséria, por catástrofes, como terremotos, enchentes e tantas outras ocasiões. Sejamos sensíveis e coerentes entre o que celebramos, pregamos e doamos.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel.
Padre Gilberto Kasper
(Ler At 12,1-11; Sl 33(34); 2Tm 4,6-8,17-18 e Mt 16,13-19)
Unidos muito podemos fazer!
Caros padres diocesanos e religiosos,
consagradas e consagrados,
diáconos, leigas e leigos de nossa Arquidiocese.
O Colégio de Consultores confiou-me o serviço de administrar nossa arquidiocese até a chegada de nosso novo arcebispo. Pesa sobre nós a recente perda do querido D. Joviano e vem-nos a necessidade e o desafio de não pararmos no tempo. O momento, ao mesmo tempo, que manifesta nossa fragilidade, também sugere solidariedade, união de forças.
Por isso, aqui me coloco como um irmão padre que com todos vocês vamos continuar o esforço de ser discípulos-missionários. Temos um rumo a seguir, não apenas indicado pela fé, como também definido em nossa realidade, o nosso projeto SIM (Ser Igreja em Missão). Marcamos nossa ação evangelizadora pelas pastorais da família e da juventude e com a formação dos leigos. Nosso empenho evangelizador venha, mais do que nunca, do companheirismo, da amizade, da sadia cumplicidade na obra evangelizadora, onde cada um de nós dê o máximo pela obra do Cristo em nossa Igreja particular.
Por isso, atrevo-me a marcar o próximo tempo que viveremos, até a chegada do novo arcebispo com a seguinte proposta: UNIDOS MUITO PODEMOS FAZER! Somos um a favor do outro e cada um é importante; na nossa união está a certeza de que a graça de Deus nos acompanha. Vamos lá: um precisa do outro!
São mantidos todos os cargos e serviços que estavam vigorando; lembro, de maneira especial o padre ecônomo, o secretário de pastoral, o chanceler, os serviços da Cúria, os vigários forâneos que continuam autorizados a crismar, os conselhos, as coordenações.
Em Julho, teremos a capacitação na Casa D. Luiz, em Brodowski, de nossos leigos, tanto de Ribeirão Preto, como do Interior. Famílias e Jovens serão representados. Continuemos dando o apoio a esta formação tão carinhosamente querida, preparada e assumida.
Aos padres, especialmente os diocesanos, mas com igual carinho acolhendo os religiosos que concorrerem, lembro que nosso próximo retiro espiritual, de 02 a 05 de julho, na Casa Santa Fé, em São Paulo, será oportunidade especial para estarmos unidos e refazendo as baterias para a atual fase de nossa vida e ministério. Os padres que ainda estavam indecisos em participar, mas que resolverem se juntar a nós nestes dias de frutuosa convivência, tenham a certeza de que sua presença será valiosa para si, tanto quanto para nós.
UNIDOS MUITO PODEMOS FAZER! E muito conversaremos. Este é apenas o início de conversa.
Um abraço a todos.
Ribeirão Preto, 25 de Junho de 2012
Pe. Nasser Kehdy Netto,
Administrador Arquidiocesano
Colégio de Consultores
Colégio de Consultores elege o Administrador Arquidiocesano
Colégio de Consultores Cônego José Carlos Rossini, Pe. José Aparecido Borini, Pe. Nasser Khedy Netto, Pe. Ilson Vicente Olimpio, Pe. Sérgio Donizetti Carmona, Pe. Júlio César Melo Miranda, cmf
Conforme prescreve as normas da Igreja Católica Apostólica Romana, no Código de Direito Canônico, por ocasião do falecimento de Dom Joviano de Lima Júnior, SSS, no dia 21 de junho de 2012 e a vacância da Sé Metropolitana de Ribeirão Preto, o Colégio de Consultores se reuniu às 10 horas, do dia 25 de junho, na Cúria Metropolitana de Ribeirão Preto, e elegeu o Revmo. Sr. Pe. Nasser Kehdy Netto, Administrador Arquidiocesano da Arquidiocese de Ribeirão Preto. Ele administrará a Arquidiocese até que o Santo Padre o Papa Bento XVI nomeie o novo Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto.
Padre Nasser Kehdy Netto
Padre Nasser Kehdy Netto é natural de Nova Granada (SP). Nasceu em 03 de maio de 1941, sendo filho de Jorge Nasser Kehdy e Geny Calil Nasser Kehdy, ambos falecidos. Possui um irmão: Newton Jorge Kehdy.
De 1948 a 1952, fez os estudos primários no Grêmio Estudantil Armando de Salles Oliveira, em Jardinópolis. Os estudos ginasiais, entre os anos 1952 a 1955, foram concluidos no Seminário Maria Imaculada, em Brodowski. Nos de 1956 e 1957, cursou os estudos secundários no Seminário Maria Imaculada, em Brodowski, e no Seminário Médio Imaculado Coração de Maria, em São Roque. Cursou a filosofia entre os anos de 1958 a 1960 no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, e no Seminário de Filosofia, de Aparecida. A partir de setembro de 1960 ingressou no Colégio Pio Brasileiro, em Roma (Itália), e conclui em 1964 o bacharelato em teologia na Pontíficia Universidade Gregoriana.
Em 01 de dezembro de 1963 recebeu a ordenação diaconal das mãos do terceiro arcebispo de Ribeirão Preto, dom Agnelo Rossi, em Savigliano, Itália. Foi ordenado presbítero em 14 de março de 1964, pelas mãos de D. Eugênio de Araújo Sales, em Roma.
Na Arquidiocese de Ribeirão Preto exerceu as seguintes atividades: Pastoral Vocacional; Grupos de Garotos Perseverança: de 1966-1969; 1974-1984; Seminário Menor: 1969-1973; Seminário Maior: 1979-1983; Coordenador de Pastoral: 1990-1998; Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Brodowski, primeiro como Vigário Paroquial de 1974-2000, e pároco de 1974-1983; Pároco de São Lourenço, em Pontal, desde 1984 (atual); Juiz Auditor na Câmara Eclesiástica de Ribeirão Preto; Juiz do Tribunal Eclesiástico; e em 25 de junho de 2012 eleito Administrador Arquidiocesano.
Administrador Arquidiocesano
O Administrador Arquidiocesano
O Administrador Arquidiocesano eleito pelo Colégio dos Consultores possui o poder e as obrigações do Bispo diocesano, com exceção daquilo que é excluído pela própria natureza da coisa ou pelo próprio direito. O Administrador é Ordinário do lugar, como assinala o cân. 134 e o seu poder não é vigário (delegado), mas ordinário. (cf. cân. 427, § 1).
Esse poder vem adquirido, ipso iure, quando o Bispo ou o presbítero aceita a sua eleição, já que a mesma, como vem estabelecido no cân. 178 não precisa de confirmação, restando, somente, a obrigação formal de fazer a profissão de fé diante do Colégio dos Consultores, como vem determinado pelo cân. 833, 4o. (cf. cân. 427, § 2).
As faculdades do Administrador Arquidiocesano:
1. Pode confirmar ou instituir os presbíteros que tenham sido legitimamente eleitos ou apresentados para uma paróquia (cf. cân. 525, 1º);
2. Pode nomear párocos, somente após um ano de Sé vacante ou impedida (cf. cân. 525, 2º);
3. Pode administrar a Crisma mesmo sendo presbítero, podendo conceder a outro presbítero a faculdade de administrá-la (cf. can. 882, 883, § 1 e 884, § 2);
4. Pode remover, por justa causa, os vigários paroquiais, salvaguardando, porém, quanto prescreve o direito no caso específico em que se trate de religiosos (cf. can. 552 e 682, § 2);
5. É membro da Conferência Episcopal, com voto deliberativo, com exceção das declarações doutrinais, se não for Bispo (cf. Diretório para o Ministério pastoral dos Bispos n. 240 e 31);
6. Pode, em caso de verdadeira necessidade, pessoalmente ter acesso ao Arquivo secreto da cúria (cf. cân. 490, § 2);
7. Pode, com o consentimento do Colégio dos Consultores, conceder as cartas dimissórias para a ordenação dos diáconos e dos presbíteros, se estas não foram negadas pelo Bispo Diocesano (cf. cân. 1018, § 1, 2o e § 2). O Administrador Apostólico, na Sé vacante, para isso, não precisa do consentimento do Colégio dos Consultores;
8. Pode por grave causa, mesmo que não tenha cessado o quinquênio, remover o Ecônomo, ouvindo o Colégio dos Consultores e o Conselho Econômico (cf. cân. 494, § 2).
Os limites do poder do Administrador Arquidiocesano:
1. Não pode confiar paróquias a um Instituto religioso ou a uma Sociedade de vida apostólica (cf. cân. 520, § 1);
2. Não pode conceder a excardinação e a incardicação, nem mesmo conceder a licença a um clérigo para se transferir a outra Igreja particular, a não ser depois de um ano de vacância da Sé Metropolitana de Ribeirão e com o consentimento do Colégio dos Consultores (cf. cân. 272);
3. Não tem competência para erigir Associações públicas de fiéis (cf. cân. 312, § 1, 3o);
4. Não pode remover o Vigário Judicial e os Vigários Judiciais Adjuntos (cf. cân. 1420, § 5);
5. Não pode convocar o Sínodo diocesano (cf. cân. 462, § 1);
6. Não pode remover do ofício o Chanceler ou outros notários, a não ser com o consentimento do Colégio dos Consultores (cf. cân. 485);
7. Não pode conferir canonicatos no Cabido da Catedral nem no Cabido Colegial (cf. cân. 509, § 1).
As proibições formais:
A primeira proibição é de caráter geral, (cf. cân. 428, § 1) vedando, segundo o velho princípio jurídico, que durante a Sé vacante, não se faça qualquer inovação: Sede vacante nihil innovetur. Tal princípio vem precisamente concretizado com um exemplo contido no § 2 – “os que cuidam do governo interino da Diocese são proibidos de fazer qualquer coisa que possa de algum modo prejudicar a Diocese ou os direitos episcopais; em particular, são proibidos, eles próprios, e por isso qualquer outro, de retirar ou destruir documentos da Cúria Diocesana ou neles modificar qualquer coisa”.
Essa normativa, com efeito, leva a quem governa interinamente e mesmo ao Administrador Diocesano ou Administrador Apostólico, Sé vacante a compreender que a sua tarefa é, na realidade, temporária, por isso possuem a obrigação de conferir, o quanto possível, um caráter de ação provisória, embora realmente detentora do seu devido valor, nas suas decisões, abstendo-se daqueles atos que poderiam criar dificuldades ao novo Arcebispo, com direitos adquiridos ou coisas realizadas.
A obrigação de residência e a Missa “pro populo”
Do mesmo modo como está prescrito para o Bispo diocesano, nos can. 388 e 395, vem determinado no cân. 429 que o Administrador Diocesano possui a obrigação de residência e a aplicação da Missa “pro populo“. As demais obrigações (visita ad limina, visita canônica diocesana = visita pastoral) também são da competência do Administrador Diocesano, mas essas não deixam de estarem um tanto quanto limitadas pela situação de possuírem apenas um mandato interino.
A cessação do oficio
Pode ocorrer:
1º Por morte do Administrador Arquidiocesano, embora isso não venha previsto, propriamente no cânon, é algo que pode verdadeiramente ocorrer.
2º Ipso iure, já que o próprio Direito prevê a cessação do ofício de Administrador Arquidiocesano, com a simples posse na Arquidiocese feita pelo novo Arcebispo Metropolitano. (cf. cân. 430, § 1);
3º Por remoção ou renúncia
a) A remoção do ofício de Administrador Arquidiocesano é reservada unicamente a Santa Sé, pois o Colégio dos Consultores, que elegeu o primeiro, não tem qualquer poder com relação a sua remoção.
b) A renúncia deve ser apresentada pelo Administrador Arquidiocesano ao Colégio dos Consultores, de forma autêntica, ou seja, por escrito ou oralmente, perante duas testemunhas (cf. cân. 189).
Em caso de remoção, de renúncia ou de morte do Administrador Arquidiocesano, deve ser eleito outro pelo Colégio dos Consultores, sendo feito isso à norma do cân. 421, observando-se tudo que aí vem exigido. Devendo ser comunicado a Santa Sé ao menos o fato da morte do Administrador Arquidiocesano, já que a remoção cabe a Mesma.
Chancelaria da Cúria Metropolitana de Ribeirão Preto
O SILÊNCIO DE DOM JOVIANO ECOANDO SUA TERNURA PELO REINO
Aparentemente desligado, Dom Joviano viveu seu ministério episcopal entre nós, mais do que se possa imaginar, “antenado”. Levou, armazenado em seu coração inchado de bondade e serenidade, segredos insondáveis e a vida de cada um que lhe foi confiado, ao colo misericordioso do Pai, no dia 21 de Junho, Memória de São Luís Gonzaga, dia dedicado à Eucaristia, logo ele, amante da Liturgia. Quis Deus acolhê-lo naquele horário em que o próprio Cristo fez igual experiência, percorrendo pela “irmã morte”, deixando que seu nome ecoasse na eternidade! Bem podemos imaginar a alegria da Corte Celeste abrindo espaço para um homem simples, descomplicado, prático e embora de poucas palavras, contundente e justo. Um homem de visão ampla, capaz de adentrar a intimidade de cada pessoa que amou a seu modo, transpirando delicadeza, respeito pelo diferente e amando profundamente nossa Igreja.
Zelava pela humildade e abominava a busca de prestígio. Dispensava elogios e era objetivamente, por tudo, sempre agradecido. Convidava a quem quisesse ser com ele missionário e discípulo do SIM – Ser Igreja em Missão, sem, entretanto, impor ou cobrar àqueles que se sentiam dispensados desse ou dos demais projetos de seu pastoreio. Sabia ser presente, mesmo que fisicamente ausente, por conta de sua dor e enfermidade, porque se fazia oferenda viva que só poderia santificar e promover comunhão, mesmo que invisível, mas profundamente sensível a quem teve a oportunidade de passar algum momentinho junto dele.
Não poucas vezes deixou escapar sua Ternura pelo Reino confiando-nos tarefas aparentemente simples, porém desafiadoras, as quais nos realizam em nosso ministério e pelas quais seremos sempre profundamente agradecidos, porque nos fazem feliz como pessoa, presbítero, professor e jornalista. Pediu-nos que transformássemos a Santo Antoninho num Espaço Cultural de Espiritualidade, onde as pessoas possam encontrar-se com Cristo na Liturgia bem celebrada, num Ambiente de Formação com Atendimento Espiritual Acolhedor. Dignou-se a celebrar conosco e sempre que passava pela Avenida Saudade, pedia para parar e olhando para nossa Reitoria repetia compassivo: “Eu não teria a paciência e perseverança para as reformas necessárias a este tão rico espaço que nos foi doado. Sempre que algum Padre me pede algum trabalho, peço que venha perguntar ao Padre Gilberto, como se faz, para estar sempre tão ocupado...”. Fez questão de conferir a implantação da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), celebrando com as queridas Missionárias Liderene, Carmela e Stela, assessoras do Santuário Nossa Senhora do Rosário, que prepararam nossas Agentes da PPI na Santo Antoninho. Ao provisionar as Ministras Extraordinárias da Sagrada Comunhão, Dom Joviano nos disse que nunca deixássemos de acompanhá-las, porque a visita aos Enfermos santifica o nosso Ministério. Ao consultá-lo se deveríamos aceitar o convite para sermos Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora da Esperança, respondeu-nos que ele sempre que pode, acompanhou alguma Equipe de Nossa Senhora. Disse-nos que as Equipes de nossa Senhora sempre edificam e enriquecem a vida do Padre. Na véspera da festa de Santo Antonio, ao visitá-lo em seu leito hospitalar, disse-nos: “Lembrei-me de você nesta manhã em minhas orações. Já espera mais de quatro anos pela aprovação das obras, e amanhã celebrará mais uma Festa de Santo Antônio sem banheiros...” Antes de despedir-nos, pediu que lhe concedêssemos uma bênção forte contra a dor. Ao saber que enviara um cesto de pães bentos na Missa de Santo Antoninho ao Palácio, fez questão de agradecer por telefone desde o Hospital. Era estampada sua expectativa por ver nossa Igrejinha restaurada e um “primor” de espaço a serviço da acolhida. Oxalá interceda por nosso projeto desde a eternidade, já que agora está na companhia de Santo Antoninho.
Confiou-nos a Assistência Eclesiástica do Centro do Professorado Católico da Arquidiocese de Ribeirão Preto, pedindo que não medíssemos esforços para oferecer formação e permanente assistência espiritual aos Professores Católicos ou não, levando para eles nosso Estudo Bíblico que denominou a “pupila dos olhos da Santo Antoninho”.
Encorajou-nos e posteriormente parabenizou-nos por assumirmos o Curso de Bacharel em Teologia na Faculdade Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP. Animou-nos a formar um grande laboratório teológico para o Diálogo Inter-Religioso. Disse ser excelente nosso Projeto Pedagógico!
Finalmente, escreveu-nos um último email: “Caríssimo Pe. Gilberto! Agradeço as orações por mim. É uma alegria tê-lo como amigo e irmão. Deus o abençoe sempre. Abraços! + Joviano”. Mais do que antes, sentimo-nos robustecidos em nosso ministério e animados a viver O Silêncio de Dom Joviano ecoando sua Ternura pelo Reino!”.
Padre Gilberto Kasper
Trabalhar em equipe
O incentivo nos vem dos documentos conciliares do Vaticano II. Mas, a experiência de estar juntos para partilhar a missão encontra-se no ensino e na prática de Jesus. Ele reuniu os doze e os destinou a constituir comunidades, pelo anúncio da Palavra.
Quando o Concílio nos diz, no documento sobre a Igreja Lumen Gentium, que somos o povo de Deus, explicita o sacerdócio comum dos fiéis. Um conceito importante que fundamenta a participação ativa da assembléia nas celebrações litúrgicas e na vida da Igreja em missão.
O trabalho em equipe fortalece os laços de amizade e de pertença. Todos, buscando os mesmos objetivos, sentem-se comprometidos com uma mesma causa. Uma realidade percebida tanto nos grupos de base quanto nas estruturas de coordenação.
No trabalho em equipe aprendemos a escutar e a valorizar opiniões diferentes. Nós nos enriquecemos mutuamente, buscando o consenso de forma criativa, dinâmica. Nossas análises são mais consistentes. E, assim, podemos responder aos desafios da missão evangelizadora, numa sociedade complexa em que nos situamos. Muita coisa pode se transformar na ação pastoral, em termos de acolhida e eficiência, quando se adota um estilo participativo.
O Conselho Pastoral Paroquial (CPP) é uma forte instância de comunhão e participação dos leigos na ação evangelizadora. Resulta de um bom trabalho em equipe, onde cada participante é valorizado. Não pode ser numeroso, pois havendo muitas pessoas no CPP torna-se difícil a participação de todos. Cabe ao CPP animar a missão permanente, fazendo com que o Evangelho seja a Boa Notícia de salvação, sobretudo para aqueles que se encontram mais afastados da comunidade.
Trabalhar em equipe exprime o nosso desejo de viver a fé em comunidade, ao lado de irmãos e irmãs que querem caminhar juntos, centrando suas vidas na Palavra e na Eucaristia.
+ Joviano de Lima Júnior,sss
Arcebispo de Ribeirão Preto
Igreja-Hoje - Julho 2012
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