-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 11/01/14

sábado, 1 de novembro de 2014

COMEMORAÇÃO DOS FALECIDOS

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS

Queridos Irmãos e Amigos na Fé!
“Como Jesus morreu e ressuscitou,
Deus ressuscitará os que nele morreram.
E como todos morrem em Adão,
todos em Cristo terão a vida” (1Ts 4,14; 1Cor 15,22).

            “A Igreja convida-nos a entrar em comunhão com o Deus da vida e rezar pelos nossos falecidos. O dia nos lembra que nossa existência terrena é passageira, mas nem por isso deve ser desvalorizada; lembra-nos também que não podemos perder a fé na ressurreição. Por isso nos unimos ao salmista e proclamamos: ‘O Senhor é minha luz e salvação’.
          Nossa vida não se resume nos poucos anos de existência neste mundo. Fomos criados para a eternidade. Assim como o Senhor vive para sempre, na ressurreição viveremos eternamente junto a ele.
          Muitos nos precederam no tempo; deixaram-nos uma herança de vida construída no amor e na fé, no sacrifício e no trabalho. Apresentamos ao coração de Deus todos os nossos falecidos” (cf. Liturgia Diária de Novembro de 2014 da Paulus, pp. 26-28).
A palavra da Sabedoria gira em torno do conflito justos versus injustos, chamados de insensatos. No Sermão da Montanha (cf. Mt 5,7-27), Mateus reúne a nova justiça trazida por Jesus. As bem-aventuranças abrem esse sermão, anunciando a felicidade verdadeira de ser merecedor do Reino. São  proclamações de salvação para aqueles que aderem à comunidade dos seguidores de Jesus Cristo. Quando tudo parecer acabado, novas coisas surgirão, e quem se manteve fiel receberá sua herança. Será tudo novo, sem dor, sem choro, sem luto. Nem morte haverá.
          A Palavra de Deus é um apelo para sermos pobres em espírito e nos propõe o aspecto dinâmico do ser humano, de buscar a incerteza do ser. Expressa muita exigência e não apenas desprendimento dos bens materiais. Ser pobre ‘em espírito’ nos leva a transformar a referência de uma situação econômica e social em uma atitude para aceitar a Palavra de Deus. Este é um tema central das Sagradas Escrituras que nos convida a viver em total disponibilidade à vontade de Deus e fazer dela nosso alimento. É uma atitude de filhos e filhas, irmãos e irmãs dos demais filhos de Deus; ser pobre em espírito é ser discípulo de Cristo. O discipulado exige abertura ao dom do amor de Deus e solidariedade preferencial com os pobres e oprimidos.
          As demais bem-aventuranças referem-se a outras atitudes do discípulo, do pobre: bom trato, aflição pela ausência do Senhor, fome e sede de justiça, misericórdia, coerência de vida, construção da paz, perseguição por causa da justiça. Elas enriquecem e aprofundam a primeira bem-aventurança.
          Neste dia de esperança, de comunhão com quem amamos e continuamos amando, mesmo sem a presença física, a Ressurreição de Jesus é uma luz cintilante para nossa fé na vida. Temos certeza que todo mal já foi vencido e nos aguarda um futuro onde a morte não existirá mais. É essa também a certeza que temos quanto a nossos pais, irmãos, amigos e a todos os que adormeceram no Senhor.
          Temos que construir o novo céu e a nova terra durante o tempo de nossa história, mas temos a confiança que quem morreu, tendo guardado a fidelidade a Jesus Cristo, já pode usufruir do novo céu e da nova terra sem fim.
          Com Santo Agostinho de Hipona, gosto de pensar que “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser!” Nossa fé se debruça sobre a esperança de que, morrendo, veremos Deus como Deus é, e isto nos basta. “Nascemos para morrer e morremos para viver de verdade...”, mesmo na incerteza de que “O passado já não é mais e o futuro não é ainda...”, questionando “Que é, pois o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explicá-lo a quem me pede, não sei”. Finalmente fazemos a experiência, neste dia, que “A angústia de ter perdido, não supera a alegria de ter um dia possuído!”
          Desejando-lhes a esperança na ressurreição, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

(Ler Sb 3,1-9; Sl 41(42); Ap 21,1-7 e Mt 5,1-12).

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS

Queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegremo-nos todos no Senhor,
celebrando a festa de Todos os Santos.
Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus”.

            “Celebrando a Solenidade de Todos os Santos de Deus, comungamos com aqueles que já se encontram na casa do Pai e vivem em plenitude as bem-aventuranças. Nós também somos proclamados felizes, porque formamos a grande família de Deus e procuramos seguir a multidão dos que nos deixaram exemplo de fidelidade e amor.
          A multidão dos fiéis seguidores de Jesus, filhos e filhas amados pelo Pai, reúne-se numa celebração celestial. Ainda em vida são proclamados felizes porque depositaram sua confiança em Deus.
          Todos os que se mantêm fiéis a Cristo serão vitoriosos. As bem-aventuranças são o caminho da santidade proposto por Jesus. Somos filhos e filhas de Deus, pois ele é nosso Pai, e seremos semelhantes a ele.
          A Eucaristia transforma-nos, lenta e progressivamente, em seres capazes de contemplar o Pai unidos a todos os que são salvos” (cf. Liturgia Diária de Novembro de 2014 da Paulus, pp. 17-20).
          A celebração de Todos os Santos é a festa da santidade anônima. Da santidade entendida, em primeiro lugar, como dom de Deus e resposta fiel da criatura humana. Torna-se impossível enumerar todos os santos, tido como sinais da manifestação maravilhosa da ação de Deus. A santidade pode ser comparada a um grande mosaico que reflete a grandeza da única santidade de Deus.
          Cada santo é um exemplar único e exclusivo. Não podemos pensar a santidade como um produto em série. A comemoração de todos os santos nos abre à imprevisibilidade do Espírito Santo.
          A multiplicidade de santos faz deles um modelo perfeito para a vivência dos carismas pessoais e para a diversidade de opções no seguimento de Jesus e no serviço à Igreja e à sociedade.
          Quando veneramos ou falamos de um santo de nossa devoção, somos tentados a contemplá-lo (a) pela ótica perfeccionista. ‘Ele foi perfeito’, ‘Um super-humano’. Não! Os santos, antes de tudo, foram pessoas comuns. Eles fizeram sua caminhada de vida seguindo os passos de Jesus. Participaram da realidade do povo santo e pecador. Contudo, eles se destacaram na vivência radical do ideal proposto pelas bem-aventuranças. Foram pessoas que, por seu modo de viver a Boa-Nova, marcaram significativamente a sociedade de seu tempo e se transformaram em referenciais atualizados para a história.
          O convite evangélico à santidade é proposto a todos. Não é uma realidade impossível de alcançar. Tudo depende do vigor com que se vive o ideal das bem-aventuranças na relação com Cristo e nos compromissos inerentes à vida. Eu e você podemos ser santos. Não importa se somos pessoas de muitas qualidades ou não. O que conta é que sejamos pessoas extraordinárias pela vivência do programa de Jesus resumido nas bem-aventuranças.
          Fica mais uma vez entre nós a pergunta crucial: como ser santo? O que significa ser santo? A liturgia vai nos conduzir para mais perto da santidade de Deus.
Ouve-se frequentemente de bons lábios cristãos algumas frases em relação à santidade, como: “Eu não nasci para ser santo...”. “Não sirvo para ser santo...”. “Não sou santo, logo não tenho culpa...” Gosto de pensar que tais cristãos não compreendem o próprio Batismo. O Batismo torna-nos seres divinizados, ou seja, candidatos à santidade! Não creio que sejam as coisas boas que conseguimos realizar, nem as coisas más que praticamos, por vezes, involuntariamente, que nos conduzem à santidade, porém o esforço empreendido por fazer de tudo para ser bondoso, humilde, servo e anjo para os irmãos, vivendo uma relação de ternura constante. Quem sabe, fazendo uma listinha de esforços diários nos ajude a conquistar a santidade proposta a todos os filhos e filhas de Deus, nascidos do “útero da Igreja, a Pia Batismal!” Já paramos para pensar, com quantos santos convivemos ao longo de nossa vida, mesmo que não reconhecidos, oficialmente, por decretos de beatificações ou canonizações?
            Não deixemos para amanhã, nem mesmo para daqui há pouco: comecemos já nosso esforço por sermos santos, sendo anjos uns dos outros. Só quem é simples e bondoso, sabe o quanto é magnífica a ante-sala da santidade!
                    Desejando-lhes, por intercessão de Todos os Santos, muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

(Ler Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24); 1 Jo 3,1-3 e Mt 5,1-12).