-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 01/02/14

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

AINDA EM TEMPO DE NATAL!

          AINDA EM TEMPO DE NATAL!

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente da Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

Nesta semana vivemos, ainda em tempo de Natal! Entre as Solenidades da Epifania e do Batismo do Senhor, continuam ressoando em nosso interior a sensibilidade e o espírito de fraternidade, que, geralmente as festas natalinas produzem na criatura humana.
Epifania significa a manifestação do Salvador, em nossa realidade humana, atingindo a todos sem discriminação. Este é o grande mistério celebrado, sob diferentes aspectos, pelo Natal e pela Visita dos três Reis Magos ao Menino de Belém, vindos do Oriente, guiados por uma estrela. Esta festa nos convoca a uma comunhão universal com todos os povos, com os diferentes jeitos de adorar a Deus e a buscar a libertação, a dignidade e a paz, a partir dos pobres.
Herodes e as autoridades eclesiásticas daquele tempo não se conformavam com o nascimento do Salvador. Ele colocava em risco tudo aquilo que os mantinha no poder. Ameaçava o prestígio, os cargos, funções e privilégios que, à custa do povo simples, alimentava a inveja e o medo de perder a vida que os embriagava de luxo, soberba, prepotência e arrogância. É parecida a realidade atual, quando fica patente a inveja nas dimensões familiares, pastorais, políticas e sociais. Os “Herodes” de hoje não pensam duas vezes para degolar qualquer pessoa que lhes represente risco de mudança. Esses, naturalmente, não vivem o mistério do Natal, porque a manjedoura de seus corações continua cheia de “coisas”, menos Jesus Cristo!
Com a festa do Batismo do Senhor encerramos o tempo de Natal. Saímos dos evangelhos da infância de Jesus e nos colocamos na vigília de sua vida pública.
Jesus não se comporta como um filho privilegiado de Deus, mas se coloca na fila dos pecadores para receber o batismo de João Batista. É solidário com os menores, os pecadores, os últimos.
Como povo sacerdotal, assembléia de batizados, somos confirmados como filhos amados de Deus com a missão de ser luz (estrela) das nações e alegres anunciadores da boa-nova do Reino. Vivendo a fé recebida em nosso batismo, seremos capazes de apontar, como estrelas, somente para Jesus!


COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS

                                                                         
                                                             
                                                          FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA DE
                                                     JESUS, MARIA E JOSÉ




Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Vieram apressados os pastores
E encontraram Maria com José,
E o menino deitado no presépio” (Lc 2,16).

          “A Palavra de Deus nos convida à transformação das relações pessoais, familiares, comunitárias, sociais e cósmicas. A família está inserida no contexto sociopolítico-econômico-ecológico, assim os problemas sociais, políticos, econômicos, ambientais a atingem e recaem sobre ela.
          Injustiças, violências, desemprego, salário baixo, competição desmedida, falta de comunicação verdadeira entre as pessoas, exploração de gênero, desmatamento, poluição das águas e do ar atingem a família e, por isso, fazem parte do projeto de vida familiar.
          Entretanto, romanticamente, ainda existem pessoas que querem resolver problemas familiares, como se fossem problemas internos, desligados do mundo atual, caindo assim no reducionismo ingênuo, somente psicológico, sem questionamento das raízes mais profundas. Existem até pastorais que se dedicam apenas a encontros desligados da realidade global.
          A carta de Paulo aos colossenses pode ser para nós o sério apelo de Deus para uma mudança radical no modo de viver: revestir-se de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, sendo suporte uns para os outros, perdoando uns aos outros e pedindo perdão, quando for necessário. Acima de tudo ‘amem-se uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.’ Para vivermos o que a carta aos colossenses nos diz, é necessário cultivar o diálogo, o respeito, a compreensão e a ajuda mútua; aceitar as atribuições de cada membro da família; viver a obediência responsável; ter capacidade de confrontar a vida com o projeto de Deus.
          Para nós, a sagrada família de Nazaré é o modelo de família humana. Era uma família vivendo uma situação especial dentro da história da salvação, composta de pessoas muito amadas e escolhidas por Deus, cada qual vivendo a fidelidade ao chamado do Senhor. As famílias de hoje são convocadas a serem as sagradas famílias do século XXI.
          Diante da situação cada vez mais desafiadora, inquietante, cheia de tensões e riscos em que vivem nossas famílias, suplicamos ao Pai, que lhes conceda o critério supremo do amor, do exercício da compaixão e do diálogo, verdadeira fonte da união e da paz” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Natal de 2013 da CNBB, pp. 51-56).
          “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (cf. Exortação apostólica do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho” nº 1). O Papa Francisco conclama toda a Igreja e nela, a Família Cristã, a acolher, compreender e anunciar A Alegria do Evangelho, que é bússola orientadora de novo ânimo, novas perspectivas, novo sentido e grande esperança para o mundo, cuja célula é a Família!
          Enquanto a Cultura da Sobrevivência coloca a Família de bruços, engolindo-a com o tripé de contra valores: o consumismo, o hedonismo e o individualismo, a Festa da Sagrada Família nos conclama e incentiva a reerguê-la, devolvendo-lhe a necessária dignidade humana! Saibamos, a partir desta festa solene, reencontrar meios para ancorar nossa Família em valores essenciais, como o amor gratuito, a verdade, a justiça e a liberdade!
          Desejando-lhes abençoado Ano de 2014, nossa ternura, gratidão, e abraço cheio de novas esperanças!
Pe. Gilberto Kasper

(Ler Eclo 3,3-7.14-17; Sl 127(128); Cl 3,12-21 e Mt 2,13-15.19-23).