"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
terça-feira, 12 de março de 2013
REALIDADE ATUAL DA PÁSCOA
Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Aquilo que nós celebramos na ação litúrgica na Realidade Atual da Páscoa não é simples lembrança de um acontecimento passado, mas uma atualização do ato salvador que continua a se aplicar atualmente aos membros do corpo, antes de tudo aos participantes da celebração. Não há, pois, apenas memória, mas também presença; e há antecipação da volta de Cristo: o que significa, ao mesmo tempo, que esperamos essa volta e que participamos da Páscoa do Senhor, contribuindo para que ele venha (cf. 2Pd 3,11). Eis o segundo pedido da oração do Pai Nosso.
Aqui cabe colocar a pergunta sobre o caráter real das festas: quando os textos litúrgicos empregam o termo “hodie”, quererá isto dizer que hoje o ato de Cristo que é comemorado se renova realmente?
A essa pergunta parece que se deva responder o seguinte: Em toda a nossa vida, realizamos o Mistério Pascal, a passagem deste mundo ao Pai. Portanto, quando celebramos a Páscoa, nos três dias santos e na cinquentena pascal, mas também cada domingo e a cada sacramento, não é um acontecimento passado que festejamos, mas um acontecimento presente, sempre atual.
Em nossa Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 222-1, nos Campos Elíseos, celebraremos o Tríduo Pascal e a Solenidade da Páscoa da Ressurreição do Senhor com sabor do “Ano da Fé”. Na Quinta-Feira Santa, às 19 horas, celebramos as Instituições dos Sacramentos da Eucaristia, da Ordem e da Humildade com o rito do Lava-Pés. A Celebração da Paixão e Morte do Senhor será às 17 horas na Sexta-Feira Santa – Dia de Jejum e Abstinência com a Coleta para a Conservação dos Lugares Santos. A “Mãe das Vigílias e Celebrações”, a Vigília Pascal será às 19 horas do Sábado Santo com os Ritos da Bênção do Fogo Novo, a Preparação do Círio Pascal, a Proclamação da Páscoa, a Liturgia da Palavra, a Renovação de nossas Promessas Batismais e a Liturgia Eucarística. Já no Domingo da Ressurreição do Senhor celebraremos as 8 e 10 horas, seguindo os Batizados às 11h30.
Durante os dias da Semana Santa levaremos o Sacramento da Reconciliação aos nossos amados Enfermos e Idosos que não poderão participar de nossas celebrações, sendo para eles A Igreja do Ir! Assim, desejamos a todos uma santa, abençoada e feliz Páscoa!
O MISTÉRIO PASCAL SE REALIZA NO TEMPO
Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Nossa vida e nossa percepção das coisas se realizam no tempo. O tempo é sempre uma realidade misteriosa que não conseguimos definir. Não sabemos dizer precisamente em que medida essa realidade existe nas coisas ou somente em nós. Em todo caso, sabemos pela revelação que Deus que existe fora e acima do tempo, para vir ao nosso encontro e nos salvar, agiu no tempo dos homens. Por isso o tempo se acha santificado, tornando-se o meio de nossa caminhada progressiva para a união definitiva da humanidade com Deus. Toda vida humana e toda porção de vida humana, torna-se, então, uma etapa dessa caminhada.
Já que nossa vida humana se realiza progressivamente no tempo, o mesmo acontece com a vida de Deus em nós.
A entrada e a progressão nesta vida chamam-se O Mistério Pascal. O Mistério Pascal é a passagem “deste mundo”, através de um mistério de morte na obediência do Filho, para o mundo novo, no estado de ressurreição “junto do Pai” (cf. Jo 13,1). A passagem, já realizada para Jesus e para sua Mãe, continua a se realizar para os outros membros de seu corpo. Só terminará no final da história, quando o Cristo vier na glória para “julgar os vivos e os mortos”.
No próximo domingo celebraremos na Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 222-1, nos Campos Elíseos, o início da grande Semana Santa! É o Domingo de Ramos, quando celebramos a Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Vai ao encontro da cruz, de sua paixão e morte. Às 8 horas, no Átrio de nossa Igreja, benzeremos os Ramos, seguindo em procissão ao interior da mesma para a Celebração do Domingo da Paixão do Senhor. Na Missa das 10 horas só teremos a bênção dos Ramos. Faremos a Coleta da Solidariedade, devolvendo os envelopes que contém os frutos saborosos de nossos exercícios de penitência quaresmal, principalmente nosso jejum e abstinência, partilhando de nossa pobreza com os que têm menos do que nós.
Na próxima Terça-Feira Santa, dia 26 de Março, às 20 horas, na Catedral Metropolitana, celebraremos a Missa da Unidade com a Bênção dos Santos Óleos, que ao longo do ano santificarão nosso Povo!
A RIQUEZA DO TEMPO PASCAL
Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A Riqueza do Tempo Pascal não é o ato histórico-temporal da passagem do Cristo que se torna de novo presente: esse ato foi realizado uma vez por todas. Mas ele permanece em seu resultado: o Cristo glorificado é aquele que passou ao Pai por sua morte-ressurreição. Por ser este ato o ato do Filho de Deus, reveste um caráter de eternidade e nos pode ser aplicado realmente hoje. Assim, sob a influência da cabeça, que passou uma vez por todas, continua a operar-se até à parusia, a passagem (a Páscoa) dos membros de seu corpo.
E isto nos leva a uma observação mais geral: na Páscoa e nas outras festas é sempre o mistério total da salvação que se celebra. Mas na Páscoa, ele é celebrado numa visão diretamente centrada no âmago e no conjunto da história da salvação, enquanto que, nas outras festas do Senhor, da Virgem e dos Santos, é dirigindo a atenção para uma das etapas da história da salvação que nos aproximamos do centro.
Por que Deus nos faz realizar a passagem de modo mais intenso em certos momentos de nossa vida, e não de maneira mais uniforme? Simplesmente porque Ele nos trata como pessoas. É próprio de a natureza humana experimentar momentos mais significativos, alternativas e ritmos, tempos fortes, emergindo da rotina de todos os dias. Assim, o mistério pascal se insere em nossa vida, através dos ritos litúrgicos, em momentos privilegiados em que nossa capacidade subjetiva de acolhimento pode concretizar-se.
Observamos, finalmente, que o retorno anual do momento forte do Tempo Pascal se baseia numa convivência de ordem natural e cultural; vivemos realmente em ciclos de anos e nossa existência é dependente do sol. Assim, inserindo-se no ciclo anual, o momento forte e A Riqueza do Tempo Pascal insere-se em nossa vida. Saibamos aproveitar da riqueza deste tempo à luz do que nos propõe a Porta Fidei, O Ano da Fé, isto é, testemunhar sem escrúpulos e medos nossa verdadeira e profunda fé no Cristo Ressuscitado!
É Ele, o Ressuscitado que deve ser a razão de nossa fé, o sentido de nossa vida, a realização de nossa felicidade plena, alimentada de esperança em esperança, por um mundo mais humano e digno!
A ALIANÇA E O TEMPO PASCAL
Pe. Gilberto Kasper*
A assembleia não é uma simples coletividade de indivíduos. É uma comunidade de pessoas. Daí uma nova antinomia: cada qual deve realizar sua vocação mais pessoal fazendo seu o comportamento de um grupo celebrante. Há uma contínua tensão entre o indivíduo que vem à assembleia e a ação simbólica que lhe é proposta na liturgia. Só pelo fato de ser crente, não se torna ele imediatamente concorde com a celebração.
Essa tensão tem dois aspectos. Um de seus termos refere-se à própria realidade da ação proposta: deixar-se julgar e converter (Metánoia) pela palavra; morrer e ressuscitar com Cristo; comungar com Deus e seus irmãos; em suma “revestir o homem novo criado segundo Deus na justiça e santidade” (Ef 4,24). Atingir a plenitude do ser cristão exige uma luta, uma libertação progressiva do velho homem, uma passagem à vida em Cristo.
Outro aspecto refere-se aos sinais nos quais, no Tempo Pascal, esse mistério é proposto: uma linguagem parcialmente desconhecida, por vezes, em seu significado (por exemplo, textos bíblicos), mas, sobretudo em sua significância (sentido novo para a fé, proposto pela “Porta Fidei no Ano da Fé); pessoas com quem celebro que não escolhi e que não são todas, conhecidas; gestos sacramentais “transmitidos”, que não criei e cuja amplitude me escapa sempre em parte; textos e cantos com os quais me devo exprimir.
A pastoral litúrgica deve constantemente evitar um duplo obstáculo. De um lado, a celebração tirânica, na qual os indivíduos são levados a desempenhar um papel na aparência muito comunitário (cantos e gestos uniformes, fervor excessivo), mas que absorve o indivíduo no grupo e não favorece a liberdade profunda das pessoas. De outro lado, a celebração hierarquizada e convencional, em que cada um assiste sem se engajar, refugiando-se numa piedade pseudopessoal.
Na realidade, pessoa e comunidade requerem-se reciprocamente. A Aliança e o Tempo Pascal supõem um povo de crentes que se engajam livremente.
*pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
UM NOVO MODO DE RELACIONAR-SE
Pe. Gilberto Kasper*
“Presenciamos uma aceleração contínua de novos comportamentos, tendências, estilos de vida e expressões de subjetividade. A complexidade e a diversidade das realidades humanas e sociais interagem e se expandem de tal forma que cada vez mais fica difícil prever o comportamento dos jovens e dos seus grupos.
O relacionamento para os jovens da cultura midiática refere-se ao novo modo de comunicar-se. Eles querem ser autores e participantes dos processos de relacionamento. Em virtude disso, cada vez mais, as pessoas, as empresas, as escolas têm deixado modelos hierarquizados, funcionalistas, para valorizar o ser humano, a gestão do conhecimento, a criatividade, a originalidade e o talento associados ao respeito, à individualidade e à busca da qualidade de vida, da valorização de si, do próprio corpo, do tempo livre, da afetividade, da família.
Os jovens e as novas tecnologias formam uma teia complexa e imensa de interatividade e relações. A interatividade significa uma mudança de poder nas relações humanas mais significativas da sociedade, ou seja, na família e na escola. Os jovens exigem cada vez mais um falar e ouvir, um ouvir e falar – o diálogo nasce e cresce a partir da relação natural de interatividade. Essa interatividade está presente no protagonismo dos jovens na música, na arte, no esporte, no trabalho e na educação. Ao interagir com pessoas no ambiente educativo e no trabalho, eles estão exigindo, cada vez mais, mudanças nos diversos âmbitos, como o sociopolítico e econômico, para que possam criar ambientes colaborativos, de transparência, de competência, de inovação e de engajamento na sociedade” (cf. Manual da CNBB para a CF de 2013, pp. 21-23).
A Campanha da Fraternidade em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude despertam novo horizonte aos jovens do Brasil e do mundo. Se de um lado parecem passivos e insensíveis aos desafios que a vida se lhes impõem, de outro são convidados a serem os protagonistas no seguimento de Jesus Cristo, que conta com eles na concretização de um Reino de Justiça, Verdade, Liberdade, Paz e Amor verdadeiro. Não basta o jovem ter reservado e respeitado seu espaço na sociedade. Ele precisa agir e reagir com a coragem profética que a Igreja lhe confia!
*pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
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