"Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
terça-feira, 27 de novembro de 2012
OS CURANDEIROS CURAM TANTO QUANTO OS MÉDICOS
Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A verdade é que tanto a medicina oficial como a tradicional tem seus méritos e apresenta limitações. Um célebre médico chegou a declarar, num simpósio internacional sobre medicina, realizado há três décadas na Itália, que Os Curandeiros curam tanto quanto os Médicos profissionais, com a diferença de realizá-lo a custos muitíssimo inferiores. Ambos, na verdade, se baseiam na fé: os médicos têm fé na ciência, e os curandeiros creem nas forças magnéticas de que são dotados, ou nos chás que receitam, ou métodos que aplicam.
Na cura de alguma doença entram três fatores, que recebem o nome de tríade terapêutica: quem cura, quem é curado e a opinião pública. No caso da medicina alternativa falamos de curandeiro, de paciente e de fama, que se espalhou entre o povo. Quanto maior a fama e quanto maior a fé do paciente, maior será o êxito do curandeiro. Nesse caso podemos considerar que é a fé que salva.
Diz-se que 80% das doenças têm fundo psicológico. Por isso, 80% da cura vêm da fé. Normalmente, os curandeiros têm maior êxito em sua especialidade que os médicos! Mesmo estes têm a eficácia de suas receitas ligadas, em grande parte, à confiança que neles se deposita. Não por nada recorrem aos meios de comunicação para ligar sua profissão aos remédios que se propagam. Não se conseguirá promover verdadeiramente a saúde da população sem promover a prática tanto da medicina oficial como a medicina tradicional. A medicina artificial não pode suplantar a medicina natural e as demais medicinas, desde as florais à homeopatia e toda a área ambiental, bem como os métodos artificiais não podem eliminar os métodos naturais em todos os campos da vida humana.
O que nos parece muito importante nessa questão é o espírito de ânimo e a fé do paciente, uma vez que se ouve frequentemente dos próprios médicos, que grande parte da responsável pela cura é a ajuda do próprio enfermo. Não entregar-se à enfermidade, lutar contra ela, por uma saúde, auxilia no processo de reabilitação da maioria dos pacientes de qualquer doença. Se verificarmos os milagres de Jesus, a maioria deles trata da cura dos enfermos que tem fé.
AS DOENÇAS ESTÃO NA ORDEM DO DIA
Pe. Gilberto Kasper*
Infelizmente vivemos num mundo em que as doenças estão na ordem do dia. Sem tirar nossa atenção da necessidade de prevenção, encontramo-nos diante de doenças que precisam, urgentemente, ser curadas. O assunto da saúde e da doença é demasiadamente grave para ser deixado somente aos cuidados dos médicos da medicina oficial, assim como, no dizer de um estadista, guerra é assunto demasiadamente sério para ser confiado exclusivamente aos militares, e o bem comum é demasiadamente oneroso para ser resolvido apenas pelos políticos de profissão, e a justiça é demasiadamente complexa para ser entregue exclusivamente aos juízes.
Temos duas tentativas terápicas frente à doença. Uma é, por assim dizer, a medicina oficial. Forma seus agentes em cursos superiores de medicina e enfermagem. Segue métodos considerados científicos, na suposição de que o homem é um ser natural, composto dos mesmos elementos, que constam nos fármacos. Outra é a chamada medicina tradicional. Compreende as medicinas e artes de curar ancestrais. O que a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina de medicina tradicional, normalmente é entendido como medicina alternativa à oficial, o que lhe dá, muitas vezes, a condição de não ser reconhecida. Daí fluem os mal-entendidos e, não raro, os atritos entre o aprovado e o não aprovado, como que a significar eficácia e autenticidade apenas para um método, com aval das autoridades públicas.
À primeira vista, fica a impressão de que os primeiros tratam seus clientes cientificamente, ao passo que os segundos os tratam humanamente; os primeiros, com os recursos técnicos da medicina e os segundos, com o carisma pessoal. Ou, à semelhança da divergência entre técnicos e humanistas, os primeiros são chamados de desumanos, ao passo que aos segundos vai o denominativo de charlatães.
O importante seria determinar se a medicina é realmente uma vocação ou mera profissão. Os médicos que a tem como meras profissões dialogam somente com resultados de exames. Já os que vivem a medicina como vocação dialogam também com seus pacientes e, com profunda ternura e compromisso da promoção da saúde.
*pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
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