-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 04/13/12

sexta-feira, 13 de abril de 2012

HOMILIA PARA O SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O Segundo Domingo do Tempo Pascal nos introduz no “Tempo em que celebramos a ressurreição do Senhor, como único e grande dia, que se estende desde o Domingo da Páscoa ao domingo de Pentecostes. ‘Os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, como um grande domingo’ (Normas Universais ao Ano Litúrgico e Calendário Romano Geral, n. 22).
Celebramos o domingo da Divina Misericórdia, instituído por João Paulo II, Beato, e damos graças ao Senhor por seu eterno amor por nós, sempre disposto a nos perdoar, sempre que nosso coração arrependido volta-se para ele. [...] Escolhi como lema de minha Ordenação Presbiteral, a quinta Bem-aventurança do Sermão da Montanha de Jesus: ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7), justamente porque não obstante meus incontáveis limites, o Senhor me quis Sacerdote, tamanha Sua Misericórdia por mim! [...] Como Tomé, exclamamos maravilhados: ‘Meu Senhor e meu Deus’. [...] Desde criança aprendi que a profissão da fé de Tomé seria a ideal, cada vez que fizesse a genuflexão diante do Cristo Sacramentado, seja na Hóstia Consagrada exposta, seja escondida no Sacrário. Por isso, quando coloco o joelho direito no chão, em sinal de adoração ao Senhor presente no mistério de nossa Fé, a Eucaristia, digo com a poesia de meu coração: ‘Meu Senhor e meu Deus’. Também quando ergo Jesus transubstanciado de um pedacinho de pão em Seu Corpo e de um pouquinho de vinho no Seu precioso Sangue, meu coração remete aos meus lábios a mesma expressão: ‘Meu Senhor e meu Deus!’.
O primeiro encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos é marcado pela saudação feita por Ele: ‘A paz esteja convosco’. Por duas vezes o Ressuscitado deseja a paz a seus amigos. Em seguida, os envia em missão, soprando sobre eles o Espírito. Buscar e construir a paz é missão dos seguidores do Ressuscitado, pois o Reino de Deus, anunciado e realizado por Jesus e continuado pelas comunidades animadas pelo Espírito, manifesta-se na paz. Reino de Justiça, Paz e Alegria como frutos do Espírito Santo. O Apóstolo, amigo de Jesus, ressalta que a paz, para ser autêntica, deve ser trazida pelo Cristo. Uma paz diferente da paz construída pelos tratados políticos. Paz (é shalom) significa integridade da pessoa diante de Deus e dos irmãos. Significa também uma vida plena, feliz e abundante. Paz é sinal da presença de Deus, porque o nosso Deus é um ‘Deus da Paz’(Rm 15,33). Paz significa muito mais do que ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo o necessário para viver, convivendo felizes.
A comunidade, que abre suas portas, acolhe o Senhor e o segue é enviada pelo Espírito do Ressuscitado a testemunhar o amor do Pai, isto é, a prolongar, no curso dos tempos, a oferta da vida que, em Jesus, Deus fez à humanidade. O reino da vida que Cristo veio trazer é incompatível com as situações desumanas em que vivem mergulhados milhões de seres humanos. ‘Como discípulos e missionários, somos chamados a intensificar nossa resposta de fé e a anunciar que Cristo redimiu todos os pecados e males da humanidade’ (Documento de Aparecida, n. 134).
O cristão isolado (ausente da comunidade) é vítima do egoísmo e exige provas para crer. É na vida da comunidade que encontramos as provas de Jesus que está vivo. Ser cristão, hoje, requer e significa pertencer a uma comunidade concreta, na qual se pode viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão. Por esta razão, a marca registrada deste Segundo Domingo da Páscoa é a fé, vivida em comunidade. É em comunidade que se realiza o encontro com o Ressuscitado e a experiência de uma vida nova” (cf. Roteiros Homiléticos n. 21 da CNBB).

Acolhamos o dom da paz e do Espírito que nos constitui em artífices de relações novas, reconciliadas e fundadas na justiça e na misericórdia.
Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 4,32-35; Sl 117(118); 1Jo 5,1-6 e Jo 20,19-31)

Festa da Divina Misericórdia



Comemoração litúrgica: Primeiro domingo depois da Páscoa

A Festa da Divina Misericórdia que ocorre no primeiro domingo depois da Páscoa, estabelecida oficialmente como festa universal pelo Papa João Paulo II.

"Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão"(Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).

Encontra suas origens em Santa Maria Faustina Kowalska, que na década de 30 obteve de Jesus, revelações acêrca da instituição dessa festa no seio da Igreja, bem como profecias e manifestações que o próprio Cristo mandou que as escrevesse e retransmitisse à humanidade. Foi Jesus quem pediu a instituição da festa da Divina Misericórdia a Santa Faustina. Jesus se refere a ela 14 vezes, expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de distribuir, neste dia, as Suas graças.

"Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 570).

"Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia; a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das culpas e castigos; nesse dia estão abertas todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as graças;

"Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia" (Diário, 699).

"Dize à humanidade que sofre que se aproxime do meu coração misericordioso, e eu a cumularei de paz (Diário 1074)

Irmã Faustina era polonesa, natural da vila de Glogowiec, perto de Lodz, a terceira de uma prole de dez filhos. Aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, cujas irmãs se dedicavam à assistência de moças desvalidas ou em perigo de seguir o mau caminho. Em 1934, por indicação de seu diretor espiritual, iniciou um diário que intitulou "A divina misericórdia em minh'alma". A narração pormenorizada de profundas revelações e de experiências espirituais extraordinárias revela o modo pelo qual Nosso Senhor deseja incumbi-la de uma missão particularíssima - ou seja - a de relançar no mundo a mensagem da sua misericórdia unida a novas formas de culto quais sejam uma imagem e uma festa comemorativa.

A missão da irmã Faustina iniciou-se em 1931, quando o misericordioso Salvador lhe aparecer em característica visão: Ela vira de fato Jesus envolto em uma túnica branca. Tinha a mão direita alçada no ato de abençoar, enquanto a esquerda pousava no peito, onde a túnica levemente aberta deixava sair dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. A irmã fixou em silêncio o olhar surpreso no Senhor: a sua alma, de início espantada, sentia progressivamente exultante felicidade. Disse-lhe Jesus:

"Pinta uma imagem de acordo com o modelo que vês com a inscrição embaixo: Jesus, eu confio em Vós! Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela e depois no mundo inteiro.

"Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também a vitória sobre os inimigos já nesta terra mas especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei com a minha própria glória."

"Ofereço aos homens um recipiente com o qual deverá vir buscar graças na fonte da misericórdia. O recipiente é esta própria imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós!"

A pedido de seu diretor espiritual, irmã Faustina perguntou ao Senhor qual era o significado dos dois raios que tanto se destacavam na imagem:

"Os dois raios representam o sangue e a água. O raio pálido representa a água que justifica as almas, o vermelho representa o sangue, vida das almas. Ambos os raios saíram das entranhas da minha misericórdia quando na cruz, o meu coração agonizante na morte foi aberto com a lança".

"Estes raios defendem as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus."

Em outras ocasiões, Jesus voltou a falar sobre a imagem:

"O meu olhar naquela imagem é igual ao meu olhar na Cruz"

"Mediante esta imagem concederei muitas graças às almas; ela deve recorrer às exigências da minha misericórdia, pois que a fé, mesmo se fortíssima, nada adiantará sem as obras".

"Não na beleza da cor, nem na habilidade do artista, mas na minha graça está o valor desta imagem"

A generosidade da Misericórdia

A generosidade da Misericórdia

O Diário de Santa Faustina nos fala da generosidade da Misericórdia de Deus, que não coloca limites ao numero de pedidos que possamos lhe dirigir. “Alegro-me por pedirem muito, pois o meu desejo é dar muito, muito mesmo”. (D. 1578)

Por estas palavras podemos entender o recado de Jesus: Ele deseja dar muito. Mas quer também contar com nossa participação. E nossa participação é pedir muito. Quem acha que pedir muito vai incomodar Nosso Senhor, que não tem necessidade de fazer isso pois já recebe tanto da parte da Misericórdia que nem sabe como fazer para agradecer, etc. Jesus continua no mesmo número:

“Fico triste quando as pessoas pedem pouco, quando estreitam seus corações”. (D. 1578)

Pedir pouco da nossa parte significa antes de tudo que não depositamos na Misericórdia aquela confiança que deveríamos ou que precisaríamos depositar, significa um estreitamento dos nossos corações, significa que colocamos um limite à generosidade de Deus que coloca como única exigência confiarmos na Sua Misericórdia:

“A tua obrigação é confiar totalmente na minha bondade. E a minha é dar-te tudo de que necessitas”. (D. 548)

Ele mesmo não abre mão dessa exigência: “Eu me faço dependente da tua confiança. Se ela for grande a minha generosidade não terá limites”. (D. 548)

Você tem colocado limites à Misericórdia de Deus?

Padre Antônio Aguiar

Fonte:Guia de Blogs Catolicos

O RESSUSCITADO, O GRANDE MÉDICO DA HUMANIDADE


Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

Conhecemos Jesus Cristo Ressuscitado como o Grande Médico da Humanidade. Veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Os Evangelhos registram um sem-número de curas que realizou. Ele mesmo se classifica como médico que veio salvar quem está doente. Na parábola do Bom Samaritano, que ilumina as reflexões das Equipes de Nossa Senhora deste ano de 2012, descreveu sua atitude que quer estender a todos os seus discípulos, com sete palavras chaves, diante do que estava caído, semimorto no caminho que leva de Jerusalém a Jericó: viu-o, moveu-se de compaixão, aproximou-se, untou-lhe as feridas, colocou-o sobre sua montaria, levou-o a uma hospedaria e tratou dele (cf. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética de Dom Dadeus Grings, Porto Alegre (RS), 2008, pp. 14-15).
O Tema da Campanha da Fraternidade de 2012 que trata da Saúde Pública, não pode ficar à margem de nossas preocupações ao longo de todo o ano, principalmente neste rico Tempo Pascal que se estende até o Domingo de Pentecostes. Ao contrário, deve produzir frutos concretos que saciem as necessidades de nossos irmãos, especialmente os que dependem de nosso SUS – Sistema Único de Saúde, modelo para países desenvolvidos, mas que deixa a desejar em nosso hodierno com a desculpa de falta de recursos, não raras vezes desviados de seu destino e remetidos a obras eleitoreiras.
Quando falamos de médicos estendemos o conceito a todos aqueles que cuidam de doentes, quer através da medicina oficial, quer da (medicina) tradicional, quer com diplomas universitários, quer com caridade pastoral, quer com métodos científicos, quer com práticas populares. O modelo proposto sempre é Jesus, O Ressuscitado, o grande Médico da Humanidade, que tem, na atitude de compaixão, seu fulcro.
Sinto saudade da tradição de mais proximidade do médico com o paciente. Falava-se do médico da família. O exercício da medicina era considerado um sacerdócio. Tinha algo de sagrado.
A medicina descentralizou-se. Mais ainda: despersonalizou-se. É questão de técnica. O paciente é visto através de uma bateria de exames. E para conseguir agendar exames, na maioria das vezes demora meses, tanto no atendimento público quanto através de caros Convênios de Saúde, que cada vez mais se assemelham às longas e demoradas filas dos Hospitais e Postos de Saúde Públicos. Não se fazem perguntas ao paciente nem se lhe dão chance para expor o que sente. Nesse sentido já não se percebe a diferença entre médico e veterinário. A concepção da vida que lhes cabe tratar é, praticamente a mesma, sem lugar para os sentimentos, nem para o conhecimento nem para a vontade. A medicina desumanizou-se.