-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

ESTATUTO DO NATAL


Estatuto de Natal
Art. I: Que a estrela que guiou os Reis Magos para o caminho de Belém, guie-nos também nos caminhos difíceis da vida.

Art. II: Que o Natal não seja somente um dia, mas 365 dias.

Art. III: Que o Natal seja um nascer de esperança, de fé e de fraternidade.

Parágrafo único: Fica decretado que o Natal não é comercial e sim, espiritual.

Art. IV: Que os homens, ao falarem em crise, lembrem-se de uma manjedoura e uma estrela, que como bússola, apontem para o Norte da Salvação.

Art. V: Que no Natal, os homens façam como as crianças: dêem-se as mãos e tentem promover a paz.

Art. VI: Que haja menos desânimos, desconfianças, desamores, tristezas. E mais confiança no Menino Jesus.

Parágrafo único: Fica decretado que o nascimento de Deus Menino é para todos: pobres e ricos, negros e brancos.

Art. VII: Que os homens não sigam a corrida consumista de "ter", mas voltem-se para o "ser", louvando o Seu Criador.

Art. VIII: Que os canhões silenciem, que as bombas fiquem eternamente guardadas nos arsenais, que se ouça os anjos cantarem Glória a Deus no mais alto dos céus.

Parágrafo único: Fica decretado que o Menino de Belém deve ser reconhecido por todos os homens como Filho de Deus, irmão de todos!

Art. IX: Que o Natal não seja somente um momento de festas, presentes.

Art. X: Que o Natal dê a todos um coração puro, livre, alegre, cheio de fé e de amor.

Art. XI: Que o Natal seja um corte no egoísmo. Que os homens de boa vontade comecem a compartilhar, cada um no seu nível, em seu lugar, os bens e conquistas da civilização e cultura da humildade.

Art. XII: Que a manjedoura seja a convergência de todas as coordenadas das idéias, das invenções, das ações e esperanças dos homens para a concretização da paz universal.

Parágrafo único: Fica decretado que todos devem poder dizer, ao se darem as mãos: - FELIZ NATAL!!!

domingo, 29 de novembro de 2009

MEDITANDO O NATAL COM SÃO JOSEMARIA

ALGUNS TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA, SELECCIONADOS ENTRE MUITOS

Chega o Natal

O Natal mostra-nos onde se esconde a grandeza da Deus: num estábulo, numa gruta. "Deus humilha-Se para que possamos aproximar-nos d'Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor com o nosso amor"
(S. Josemaria, Cristo que passa, 18).
É Natal
"Um ano que termina"
Quando recordares a tua vida passada, passada sem pena nem glória, considera quanto tempo perdeste, e como podes recuperá-lo: com penitência e com maior entrega.
(Sulco, 996).
"Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário..."

Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário... Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima; mais que no estábulo, e que em Nazaré, e que na Cruz. Por isso, que obrigação tenho de amar a Missa! (A "nossa" Missa, Jesus...)
(Caminho, 533).
"Diante de Deus tu és uma criança"

Diante de Deus, que é Eterno, tu és uma criança mais pequena do que, diante de ti, um miúdo de dois anos. E, além de criança, és filho de Deus. – Não o esqueças.
(Caminho, 860).
"Servir o Senhor no mundo"

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna.
(Forja, 13).
"Jesus ainda está à procura de pousada"

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem". Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração.
(Forja, 274).
"Ele já nasceu"

Natal. Cantam: "venite, venite...". – Vamos, que Ele já nasceu. E, depois de contemplar como Maria e José cuidam do Menino, atrevo-me a sugerir-te: – Olha-o de novo, olha-o sem descanso.
(Forja, 549).
"Deus humilha-se"

E, em Belém, nasce o nosso Deus: Jesus Cristo! Não há lugar na pousada: num estábulo. – E Sua Mãe envolve-O em paninhos e reclina-O no presépio (Lc 11, 7) . Frio. – Pobreza. – Sou um escravozito de José. – Que bom é José! Trata-me como um pai a seu filho. – Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!... E beijo-O – beija-O tu – e embalo-O e canto para Ele e chamo-Lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!... Que lindo é o Menino... e que curta a dezena! (Santo Rosário, Mistérios Gozosos, 3º).
"Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?"

A humildade é outro bom caminho para chegar à paz interior. – Foi Ele que o disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração... e encontrareis paz para as vossas almas".
(Caminho, 607).
"Devemos santificar todas as realidades"

A tua tarefa de apóstolo é grande e formosa. Estás no ponto de confluência da graça com a liberdade das almas; e assistes ao momento soleníssimo da vida de alguns homens: o seu encontro com Cristo.
(Sulco, 219).
"Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós"

Devoção de Natal. – Não sorrio quando te vejo fazer as montanhas de musgo do Presépio e dispor as ingénuas figuras de barro em volta da gruta. – Nunca me pareceste mais homem do que agora, que pareces uma criança.
(Caminho, 557).

Publicada por A Voz de Leça

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Justo é denunciar as injustiças


"Quem quiser ser meu discipulo
renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-me, diz o Senhor" (Mt 16,24)

A página do Livro da Sabedoria desta quinta-feira da XXXIIª Semana do Tempo comum, 7,22-8,1, dispensa qualquer comentário ou homilia, bem como o Evangelho de São Lucas 17,20-25, que nos afirmam ser "A sabedoria reflexo da luz eterna e espelho sem mancha da atividade de Deus. Ela nos ensina a entender a palavra de Jesus, afirmando que o o reino de Deus já se encontra entre nós" (Cfe. Liturgia Diária de Novembro da Paulus, p. 47). Gosto sempre de repetir para mim mesmo a diferença entre ser sábio e ser simplesmente sabido. Sábio é quem ouve, acolhe, tenta compreender e viver em suas relação a Palavra de Deus. Sabido é aquele que possui uma alavanhe de informações sem saber o que fazer com elas, ou as utiliza para tentar ser deus sobre a própria vida e sobre a vida dos outros.
Jesus é categórico: "... o reino de Deus está entre vós." E nós não nos damos conta disso. O Reino de Deus é um Reino de Justiça, de Amor gratuito, de Verdade, de Liberdade e de Paz. Onde esses valores essenciais e inerentes ao Reino de Deus deixam de respirar, as coisas não vão bem. Somos uma geração egoísta, mentirosa, avarenta, invejosa, arrogante, prepotente, correndo atrás de prestígio, de poder sem controlar nossa ganância de querer ter sempre mais e levar vantagem em cada situação. Somos uma geração tão cega, que não enxerga os "sinais dos tempos", a não ser quando vemos flagrados deputados passando a perna no painel de controle de presença: se um professor for à escola assinar o livro-ponto ou picar o cartão de entrada e voltar para sua casa sem nem ao menos passar pela sala de aula, é demitida por justa causa. E é justo. Mas quem paga os salários de nossos deputados? Quem são os patrões de nossos políticos e servidores públicos? Nós mesmos! Até quando os fortes serão fortes somente diante dos fracos, dos pobres, dos analfabetos, dos sem-consciência de cidadania... Então acontece um apagão e as pessoas tem uma noção de sua incapacidade, de sua impotência... A natureza reclama as surras que o homem vai lhe dando por conta do lucro imediato e injusto, com tempestades, enchentes, tornados, ciclones e as pessoas (muitas delas) ainda se perguntam que Deus é esse que permite tais catástrofes. Deus fez sua parte e tenta ensinar-nos a administrar bem a criação perfeita. Então lembramos do ditado popular que é bem oportuno para nossa reflexão: Deus perdoa sempre! O homem de vez enquando! A natureza jamais!
Nossa missão profética é anunciar um Deus Amor e Justo e denunciar as Injustiças que impedem a sobrevivência deste mesmo reino entre nós. Se o Reino de Deus é um Reino de Justiça, não há reino e nem Deus, onde a injustiça toma a última palavra. Só acreditarei em político honesto e preocupado com o bem comum, quando conseguir sobreviver com o salário mínimo que impõe sobre seu povo; quando um político se contentar em viver com Bolsa Família, seus filhos com Bolsa Escola; quando os políticos utilizarem transporte público ao invés de carros de luxo; quando conviverem alegremente numa casinha de três ou quatro cômodos; quando também eles conseguirem almoçar arroz com feijão, utilizando um único celular pré-pago e assim por diante. Quando fizerem a experiência de aguardar nas demoradas filas dos bancos, do INSS que leva dez anos para constatar a cegueira de uma pessoa, como foi o caso do meu irmão, que contribuiu com a Previdência desde os 15 anos de idade e ao completar 43 anos ficando cego, teve a aposentaria por invalidez negada ao longo de dez anos, recebendo hoje um salário mínimo que não paga os remédios que precisa para manter-se vivo. Acreditarei nos políticos que se utilizarem dos Hospitais mantidos (ou não) pelo SUS ao invés de correr para o Sírio Libanez e Albert Einstein, onde as diárias custam em torno de cinco mil reais. Quando minha avó sofreu derrame, supliquei um desconto, porque a diária pelo SUS na UTI custava setecentos reais. As Irmãs que cuidam do Hospital conseguiram deixar a diária por trezentos reais, porque afirmaram que a parte do SUS não se pagava há mais três anos. No segundo dia de UTI minha avó faleceu, do contrário estaríamos endividados. O prato mais barato no Restaurante do Aeroporto de Congonhas em São Paulo, sempre frequentando por nossos políticos em trânsito, custa cento e setenta reais. Essas diferenças e disparidades não podem ser sinônimos de Justiça!
Como seria bom se tivéssemos, TODOS, a começar de mim mesmo, a coragem que levou São Josafá, Bispo, ao martírio, justamente porque não era bem-aceito pelo povo de sua época na Ucrânia, entre 1580 e 1623 e não poupou os nobres, poderosos e políticos corruptos e injustos, que impediam a dignidade igual para todos! Celebrando sua memória hoje, renovemos nosso esforço pela dignidade de sermos cristãos. Se a cruz que nos colocam nos ombros pesar, abracêmo-la, como nos sugere Santa Terezinha do Menino Jesus.

"Eum tudo dai graças, pois esta é a vontade
de Deus para convosco, em Cristo, o Senhor" (1 Ts 5,18).

Desejando a todos um dia muito abençoado, com gratidão e ternura, nosso abraço,

Pe. Gilberto Kasper

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Jesus cristo, filho de seus pais


Desde criança aprendemos que Jesus Cristo tem dois pais: o pai do céu, Deus, e o pai da Terra ou adotivo, José. Ele os teve e herdou de ambos marcas profundas, daquelas que só ficam nos que vivem intensamente a experiência do encontro e do conhecimento do outro.

Não sabemos precisar o tempo de convivência de Jesus com José, pois os Evangelhos não nos dizem quando ou em que circunstâncias que José morreu. Sabemos, porém, que o esposo de Maria era um homem bom e justo, cumpridor de seus deveres como judeu e cidadão. Era também trabalhador, exercendo o ofício de carpinteiro. José era noivo de Maria, o que pressupõe um relacionamento entre ambos. Quando Ela recebeu o anúncio do anjo de que seria a Mãe do Messias, ele teve, obviamente, suas dúvidas, mas a marca deixada pelo antigo relacionamento, o respeito que nutria pela noiva e - por que não? - o amor apaixonado que tinha por aquela a quem havia escolhido como esposa fez com que a recebesse grávida e nessa condição a acolhesse em sua casa. Junto com Maria, viveu a espera da chegada do Menino e cuidou dos dois, generosamente, nas andanças que se sucederam a partir de Belém.

Em sua infância, Jesus teve a presença de José. No episódio de sua perda no templo de Jerusalém aos 12 anos, o pai terreno ainda estava lá. Portanto, é provável que nesse período de convivência tenha aprendido muitas coisas de seu pai terreno. Dele recebeu a fé, o zelo pelas coisas de Deus, o respeito aos outros, a compaixão própria daqueles que primeiro tentam entender a razão dos outros antes de pré-julgá-los. Aprendeu, ainda, o ofício que O ajudou a sustentar a mãe viúva até que começasse a sua vida pública. E também herdou o amor à família e aos amigos. José marcou Jesus em sua educação, no sentido mais próprio da natureza do ser humano que isso significa. Foi esta presença paterna, masculina e amorosa que o constituiu como o homem terreno que foi: ciente de seu tempo e pronto para a ação.

O pai do céu, por sua vez, revelou-Se no mais profundo da intimidade de Jesus com o seu Deus. A experiência de Jesus de Nazaré não ficou retida às dimensões do templo ou das limitações impostas pela fé dos sacerdotes. Para além dessas, Ele experimentou a plenitude da intimidade com Deus, que se revelou primeiramente como Seu pai e, que Ele apresentará como o pai de toda a humanidade. É por essa certeza que Jesus nos ensinará a chamá-lo de Abbá! – Paizinho!

Aos poucos, Jesus revela que Ele e o Pai são uma só pessoa, ambos unidos na Trindade com o Espírito Santo. Nela está expressa a intimidade de amor vivida pelas três pessoas divinas. Contudo, a dimensão humana experimentada pelo Filho amado de Deus irá aproximar toda a humanidade do amor paterno revelado por Jesus ao mundo.

Se pudéssemos olhar para nossos pais – vivos ou mortos – e descobrir em suas vidas a mão amorosa do Senhor que se revela também hoje como Pai para cada um de nós. Só a experiência humana poderá nos aproximar do reflexo do divino. Portanto, que cada pai terreno possa ser também um testemunho do amor de Deus por seus filhos e filhas.

Gilda Carvalho
gilda@puc-rio.br

sábado, 31 de outubro de 2009

DIA DE TODOS OS SANTOS



A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. A Igreja Católica celebra a Festum omnium sanctorum a 1 de novembro seguido do dia dos fiéis defuntos a 2 de novembro. A Igreja Ortodoxa celebra esta festividade no primeiro domingo depois do Pentecostes, fechando a época litúrgica da Páscoa. Na Igreja Luterana o dia é celebrado principalmente para lembrar que todas as pessoas batizadas são santas e também aquelas pessoas que faleceram no ano que passou. Em Portugal, neste dia, as crianças costumam andar de porta em porta a pedir bolinhos, frutos secos e romãs.
O dia de todos os santos, no Brasil dito: dia de finados [errado porque a celebração é a mesma e com a mesma designação em toda a Igreja, com o objetivo de suprir quaisquer faltas dos fiéis em recordar os santos nas celebrações das festas ao longo do ano]. Esta tradição de recordar (fazer memória) os santos está na origem da composição do calendário litúrgico, em que constavam inicialmente as datas de aniversário da morte dos cristãos martirizados como testemunho pela sua fé, realizando-se nelas orações, missas e vigílias, habitualmente no mesmo local ou nas imediações de onde foram mortos, como acontecia em redor do Coliseu de Roma. Posteriormente tornou-se habitual erigirem-se igrejas e basílicas dedicadas em sua memória nesses mesmos locais.
O desenvolvimento da celebração conjunta de vários mártires, no mesmo dia e lugar, deveu-se ao facto frequente do martírio de grupos inteiros de cristãos e também devido ao intercâmbio e partilha das festividades entre as dioceses/e paroquias por onde tinham passado e se tornaram conhecidos. A partir da perseguição de Diocleciano o número de mártires era tão grande que se tornou impossível designar um dia do ano separado para cada um. O primeiro registo (Século IV) de um dia comum para a celebração de todos eles aconteceu em Antioquia, no domingo seguinte ao de Pentecostes, tradição que se mantém nas igrejas orientais.
Com o avançar do tempo, mais homens e mulheres se sucederam como exemplos de santidade e foram com estas honras reconhecidos e divulgados por todo o mundo. Inicialmente apenas mártires (com a inclusão de São João Baptista), depressa se deu grande relevo a cristãos considerados heróicos nas suas virtudes, apesar de não terem sido mortos. O sentido do martírio que os cristãos respeitam alarga-se ao da entrega de toda a vida a Deus e assim a designação "todos os santos" visa celebrar conjuntamente todos os cristãos que se encontram na glória de Deus, tenham ou não sido canonizados (processo regularizado, iniciado no Século V, para o apuramento da heroicidade de vida cristã de alguém aclamado pelo povo e através do qual pode ser chamado universalmente de beato ou santo, e pelo qual se institui um dia e o tipo e lugar para as celebrações, normalmente com referência especial na missa).

Intenção catequética da festividade

Segundo o ensinamento da Igreja, a intenção catequética desta celebração que tem lugar em todo o mundo, ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à imagem de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual deve continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos vivos (não apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas sobretudo faz entender que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas que da mesma forma que os canonizados igualmente vêem Deus face a face, têm plena felicidade e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi um grande impulsionador da "vocação universal à santidade", tema renovado com grande ênfase no Segundo Concílio do Vaticano.
Nesta celebração, o povo católico é conduzido à contemplação do que, por exemplo, dizia o Cardeal John Henry Newman (Venerável ainda não canonizado): não somos simplesmente pessoas imperfeitas em necessidade de melhoramentos, mas sim rebeldes pecadores que devem render-se, aceitando a vida com Deus, e realizar isso é a santidade aos olhos de Deus.

Citações do Catecismo da Igreja Católica

957. A comunhão com os santos. «Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente com o exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão cristã entre os cristãos ainda peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim também a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus» [1].
«A Cristo, nós O adoramos, porque Ele é o Filho de Deus;
quanto aos mártires, nós os amamos como a discípulos e imitadores do Senhor;
e isso é justo, por causa da sua devoção incomparável para com o seu Rei e Mestre.
Assim nós possamos também ser seus companheiros e condiscípulos!».

Fonte: wikipedia

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dez conselhos de Bento XVI aos jovens


1 - Conversar com Deus

“Algum de vós poderia, talvez, identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: ‘Tinha perdido, consciente e deliberadamente, o costume de rezar’. Durante estes dias podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.

2 - Contar-lhe as penas e alegrias

“Abri o vosso coração a Deus. Deixe-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o ‘direito de vos falar’ durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine, com a Sua luz, a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração”.

3 - Não desconfiar de Cristo

“Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso ’sim’ ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos, hoje, o que disse no princípio de meu pontificado: ‘Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta’. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.

4 - Estar alegres: querer ser santos

“Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria. A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.

5 - Deus: tema de conversa com os amigos

“São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita de autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.

6 - Ir à Missa no Domingo

“Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia, redescobrireis, também, o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente.”

7 - Demonstrar que Deus não é triste

“Quem descobriu Cristo deve levar os outros para Ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem Ele. Mas, ao mesmo tempo, existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não.”

8 - Conhecer a fé

“Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a Ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura.”

9 - Ajudar: ser útil

“Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes.”

10 - Ler a Bíblia

“O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”

Resumindo:
“Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a palavra e pondo em prática a doutrina: eis aqui, jovens do terceiro milênio, o que deve ser o vosso programa! É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios do nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por toda a parte. Isto é o que o Senhor vos pede, a isto vos convida a Igreja, isto é o que o mundo - ainda que não saiba - espera de vós! E se Jesus vos chama, não tenhais medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando vos propõe seguí-lo na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenhais medo; confiai n’Ele e não ficareis decepcionados.”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Terço da Vitória pelo Poder do Sangue de Jesus


Terço da Vitória pelo Poder do Sangue de Jesus

Rezar o credo

Primeiro mistério: Clamamos o sangue de Jesus.Que nos lave, nos purifique e nos liberte de nossos pecados.
Rezar Pai Nosso
Eu sou vitorioso pelo Sangue de Jesus (repetir 10 vezes)

Segundo mistério: Clamamos o Sangue de Jesus para que quebre todas as maldições sobre nós e sobre nossas famílias.
Rezar Pai Nosso
Pelo poder do sangue de Jesus, quebro todas as maldições sobre nós e nossas famílias (repetir 10 vezes)

Terceiro mistério: Clamamos o sangue de Jesus sobre nossos relacionamentos afetivos,nossos pais,esposos(as),amigos e aqueles a quem amamos.
Rezar Pai Nosso
Pelo poder do sangue de Jesus, quebro e dissolvo toda desarmonia,desavença e falta de compreensão em nossas vidas para que flua o amor.(repetir 10 vezes)

Quarto mistério: Clamamos o sangue de Jesus para quebrar toda dificuldade em nossos trabalhos e pastorais.
Rezar Pai Nosso
Pelo poder do sangue de Jesus, quebramos toda dificuldade em nosso trabalhos.(repetir 10 vezes)

Quinto mistério: Clamamos o sangue de Jesus pela nossa saúde e de todos aqueles pelos quais somos responsáveis e que nos pedem orações.
Rezar Pai Nosso
Pelo poder do sangue de Jesus seja restaurada a nossa saúde e a de todos aqueles pelos quais somos responsáveis e que nos pedem orações.(repetir 10 vezes)

Rezar a Salve Rainha

Consagração ao Preciosíssimo Sangue de Cristo:
Senhor Jesus Cristo, em vosso nome, e com o poder de vosso Sangue Precioso, selamos cada pessoa, fato ou acontecimento através dos quais o inimigo nos queira prejudicar.
Com o poder do Sangue de Jesus, selamos toda potência destruidora no ar, na terra, na água, no fogo, abaixo da terra, nos abismos do inferno e no mundo no qual hoje nos moveremos.
Com o poder do Sangue de Jesus, rompemos toda interferência e ação do Maligno. Pedimo-vos, Senhor, que envieis aos nossos lares e locais de trabalho a Santíssima Virgem Maria acompanhada de São Miguel, São Gabriel, São Rafael e toda sua corte de Santos Anjos.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nossa casa, todos os que a habitam (nomear a cada um), as pessoas que o Senhor a ela enviará, assim como todos os alimentos e os bens que generosamente nos concede para nosso sustento.
Como o poder do Sangue de Jesus, lacramos terra, portas, janelas, objetos, paredes e pisos, o ar que respiramos e na fé colocamos um círculo de seu Sangue ao redor de toda nossa família.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos os lugares onde vamos estar neste dia e as pessoas, empresas e instituições com quem vamos tratar.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nosso trabalho material e espiritual, os negócios de nossa família, os veículos, as estradas, os ares, as ruas e qualquer meio de transporte que haveremos de utilizar.
Com vosso Preciosíssimo Sangue, lacramos os atos, as mentes e os corações de nossa Pátria afim de que vossa paz e vosso Coração ao fim nela reinem.
Nós vos agradecemos, Senhor, pr vosso Preciosíssimo Sangue, pelo qual nós fomos salvos e preservados de todo mal. Amém.

Oremos:
Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho, Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Assim seja.

Ladainha do Preciosíssimo Sangue
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, redentor do mundo tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvai-nos.
Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos.
Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos.
Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos.
Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos.
Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos.
Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.
Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos.
Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos.
Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos.
Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvai-nos.
Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.
V. Remistes-nos, Senhor com o Vosso Sangue.
R. E fizestes de nós um reino para o nosso Deus.


Louvor às chagas e ao Sangue do Cordeiro
Louvo as chagas e o Sangue do Cordeiro,
que curam as fraquezas do meu corpo.
Louvo as chagas e o Sangue do Cordeiro,
que curam as fraquezas da minha alma.
Louvo as chagas e o Sangue do Cordeiro,
que curam as fraquezas do meu espírito.
Adoração ao Cordeiro de Deus que derramou
Seu Sangue por nós em agonia!
No Seu Sangue há poder para perdoar.
No Seu Sangue há poder para purificar.
No Seu Sangue há poder para salvar.
No Seu Sangue há poder para libertar.
No Seu Sangue há poder para vencer.
No Seu Sangue há poder para renovar.
No Seu Sangue há poder para proteger.
Para aquele que crê no poder do
Sangue de Jesus, nada é impossível.
Louvo o Sangue do Cordeiro, que cobre todos
os meus pecados, para que não mais sejam vistos.
Louvo o Sangue do Cordeiro, que me purifica de
todos meus pecados e me torna alvo como a neve.
Louvo o Sangue do Cordeiro, que tem o poder de libertar de
todas as minhas correntes e escravidão do pecado.
Louvo o Sangue do Cordeiro, que é mais forte que o meu próprio sangue,
Infestado de pecado, e que me transforma à imagem de Deus.
Louvo o Sangue do Cordeiro, em que há vitória sobre todos os poderes que querem me oprimir, sobre todo poder inimigo.
Louvo o Sangue do Cordeiro que me protege das astutas investidas do inimigo.
Louvo o Sangue do Cordeiro que me prepara as vestes nupciais.
Louvo o Sangue do Cordeiro que faz novas todas as coisas.
Aleluia! Amém!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

«Os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de Meu Pai»


São João Maria Vianney (1786-1859), sacerdote, cura de Ars
Sermão para a festa dos Santos Anjos da Guarda (in Sermons, Beauchesne 1925, t. 4)

Meus irmãos: os anjos da guarda são os nossos amigos mais fiéis, porque estão connosco de dia, de noite, em todos os momentos e em todos os lugares; a fé ensina-nos que os temos sempre ao nosso lado. É isso que leva David a dizer: «Nenhum mal te acontecerá. [...] Ele deu ordens aos Seus anjos, para que te guardem em todos os teus caminhos» [Sl 91 (90), 10-11]. E, para demonstrar como são grandes os desvelos que têm connosco, o profeta diz que eles nos trazem nos braços, como uma mãe leva o seu filho. Ah! É que o bom Deus previu os perigos sem número aos quais seríamos expostos na terra, entre tantos inimigos que não procuram senão a nossa perdição. Sim, são os nossos anjos bons que nos consolam das nossas penas, que nos alertam quando o demónio nos vem tentar, que apresentam a Deus as nossas orações e todas as nossas boas acções, que nos assistem na hora da morte e apresentam as nossas almas ao juiz soberano. [...]

O trato dos anjos com os homens é tão frequente desde o princípio do mundo que a Sagrada Escritura se lhes refere a cada passo. [...] Quase todos os patriarcas e profetas foram por eles instruídos acerca da vontade do Senhor. Muitas vezes até vemos que Deus Se faz representar pelos anjos. Mas, dir-me-eis, se os víssemos teríamos muito mais confiança neles? Se isso fosse necessário para a salvação da nossa alma, o bom Deus tê-los-ia tornado visíveis. No entanto, isso não nos interessa, porque na nossa religião tudo conhecemos através da fé, para que as nossas acções sejam mais meritórias. [...]

Se quereis saber o número dos anjos, as suas funções, dir-vos-ei que são inúmeros: uns foram criados para honra de Jesus Cristo durante a Sua vida oculta, sofredora e gloriosa, ou para serem guardiães dos homens sem que, por isso, deixem de fruir da divina presença; outros dedicam-se à contemplação das perfeições de Deus, ou então velam pela nossa segurança e providenciam todos os meios necessários à nossa santificação. Embora o bom Deus seja auto-suficiente utiliza o ministério dos Seus anjos para governar o mundo.

sábado, 26 de setembro de 2009

Jesus nossa autêntica Alegria Cristã!


Deus criou o ser humano, homem e mulher para que pudéssemos participar da beleza de Sua santidade, portanto participar de sua vida e glória. Santo Irineu dizia que a glória de Deus era vida.
Salvação é comunhão, é plena participação na vida de Deus; e isso é uma iniciativa divina, mas infelizmente pelo pecado, houve um afastamento da própria vida que é Deus, um rompimento. A humanidade foi reduzida a servidão do pecado, já não querendo mais beber da fonte da vida que é o próprio Deus. Mas Deus não desiste dos seus, é um Deus que insiste, deseja, tem sede daqueles que Ele mesmo criou.

Jesus Cristo é a plenitude da salvação, da comunhão, é Ele quem veio nos resgatar, é n’Ele que encontramos o verdadeiro resgate para bebermos dessa vida em abundância.

“Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem. Eis o que deves ensinar, pregar e defender com toda a autoridade. E que ninguém te menospreze!” (Tito 2, 11-15).
Nessa passagem encontramos o centro dessa Carta, onde nós nos deparamos com os fundamentos da prática cristã. Ele fala da beleza de Deus em manifestar a Sua salvação, ainda nos relembra da redenção em Cristo, a força que nos conduz a fonte da vida; essa graça é conferida pelo sacramento do batismo.
O Senhor quer um povo que lhe pertença, e nós precisamos nos apropriar dessa rica maravilha que é manifestada em Cristo Jesus. Por nós mesmos seríamos incapazes voltar à fonte da vida, mas Jesus veio lançar para fora o príncipe deste mundo, para se apropriar de nós.

Cristo morto e ressuscitado veio quebrar o poder do maligno e fazer de nós pessoas livres. Somos homens novos recriados por Deus Pai em seu Filho Jesus Cristo para vivermos nossa vocação.

“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)” (Gálatas 5,13-14).

A liberdade que você é chamado a viver se dá em único mandamento: “amarás o teu próximo como a Ti mesmo”; essa é a nossa liberdade.

Jesus nos trouxe a liberdade de viver a vida em Deus, portanto a liberdade a qual somos chamados pela fé em Cristo, é um dinamismo interior, somos homens chamados a viver a prática da caridade numa perfeição em Cristo Jesus. Só é autenticamente livre aquele que em sua vida se dá por inteiro. E é para isso que somos chamados, numa adesão ao Cristo sendo conduzidos pelo Espírito de Deus.

Não há como falar de liberdade sem ação do Espírito Santo, somente pela intervenção do Espírito Santo é que a liberdade se torna eficaz em nossa vida cristã.

“Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5,22-23).

A alegria cristã é um ponto de referência para uma autêntica vivência cristã, e nosso ponto de referência é Jesus morto e ressuscitado. Viver na condução do Espírito Santo é estar inserido na vida de Cristo. A meta final da alegria é a luz da páscoa. O Senhor nos exorta a vivermos uma profunda alegria, a autêntica alegria do Evangelho de sermos livres para amar, e o ponto de referência é Jesus Cristo, crucificado, morto e ressuscitado, e é para isso que estamos aqui, porque queremos aderir essa verdade que nos liberta, e essa verdade é o Cristo que é o revelador.

O que é pertencer ao Cristo? É se apropriar da salvação. Ele já nos salvou, aquilo que nos impedia de amar, de sermos felizes, Ele já pagou o preço. Eu preciso pertencer ao Cristo, aderir essa verdade revelada, e é a partir dessa acolhida que eu posso viver a alegria cristã que é para nós libertação.

Somente em Deus há a verdadeira realização humana, como diz o Salmo: “sem Deus não há felicidade”. Na minha humanidade eu preciso ir ao encontro d’Aquele que me salva e resgata.

Foi isso que me atraiu a vocação “Salvista”. É a alegria do louvor de Deus que me leva a uma conformidade com o Cristo, e é onde experimentamos o Deus que salva. É característica do “Salvista” que na alegria acolhe, alegria de pertencer Aquele que nos salvou. É isso que me atraiu.

Muitos já perderam a esperança de caminhar com Cristo, mas hoje Ele veio lhe devolver o sentido de pertencer a Ele.
Pe. Mariano Rodrigo, sjs
Mestre de Aspirantes do Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

LEITURA ORANTE do EVANGELHO(O chamado de Mateus )


Mt 9,9-13

Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse:
- Venha comigo.
Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
- Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

LEITURA ORANTE

Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)


1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 9,9-13, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.


Jesus não só perdoa os pecados, mas transforma o pecador. Mateus, de explorador transformou-se em discípulos. Sendo chamado, Mateus prontamente se levanta e "foi com ele". Poderia não ter respondido e ficado como cobrador de impostos. O chamado que Jesus faz a Mateus o transfere da escravidão do dinheiro à liberdade do seguimento. Os fariseus se incomodam porque Jesus vai com seus discípulos jantar na casa de Mateus. À pergunta dos fariseus, Jesus responde dizendo que são os doentes que precisam de médico, não os que têm saúde. Por isso ele vai ao encontro dos pecadores. Bem diferente daqueles que censuravam e condenavam os pecadores. Mateus passa a integrar a equipe doas apóstolos de Jesus.


2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. O que o texto me diz no momento?
Os bispos em Aparecida, falaram também dos convocados: " A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela "nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão". Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa." (DA 156).
Jesus passa também por mim. Como respondo aos seus convites? O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo?


3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com a canção do padre Zezinho, scj

Quando Jesus passar
Quando Jesus passar,
Quando Jesus passar,
Quando Jesus passar,
eu quero estar no meu lugar.

No meu telônio ou jogando a rede
sob a figueira ou a caminhar
buscando agua para minha sede,
querendo ver meu Senhor passar.

No meu trabalho e na minha casa,
no meu estudo e no meu lazer,
No compromisso e no meu descanso,
no meu direito e no meu dever.

Nos meus projetos olhandoem frente,
no meu sucesso e na decepção
no sofrimento que fere a gente,
sonhando o sonho de um mundo irmão

Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.


4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou observar Jesus que passa onde trabalho, por onde caminho, onde moro...
Escolho uma frase ou palavra para memorizar. Vou repeti-la durante o dia. Esta Palavra vai fazendo parte da minha vida, da minha mente, como a chuva que cai e produz seus efeitos (Is 55,10-11).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Fonte :WWW.Paulinas.org.br

domingo, 20 de setembro de 2009


“Quanto mais perto estamos do coração amoroso de Deus,
tanto mais perto estaremos uns dos outros.”

A soma dos Talentos


Se a nota dissesse: ‘Não é uma nota que faz uma música’. …não haveria sinfonia.
Se a palavra dissesse: ‘Não é uma palavra que pode fazer uma página’. …não haveria livro.
Se a pedra dissesse: ‘Não é uma pedra que pode montar uma parede’. …não haveria casa.
Se a gota dissesse: ‘Não é uma gota que pode fazer um rio’. …não haveria oceano.
Se o grão de trigo dissesse: ‘Não é um grão de trigo que pode semear um campo’. …não haveria colheita.
Se o homem dissesse: ‘Não é um gesto de amor que pode salvar a humanidade’, jamais haveria justiça e paz, dignidade e felicidade na terra dos homens.
Como a sinfonia precisa de cada nota.
Como o livro precisa de cada palavra.
Como o oceano precisa de cada gota de água.
Como a casa precisa de cada pedra.
Como a colheita precisa de cada grão de trigo.
A humanidade inteira precisa de ti, pois onde estiveres, és único e, por tanto, insubstituível.

Autor Michel Quoist

terça-feira, 15 de setembro de 2009

«EIS TUA MÃE ! »


Hoje a Igreja celebra : Nossa Senhora das Dores

Evangelho segundo S. João 19,25-27.

Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino
Comentário sobre o Evangelho de João, 13; PL 169, 789 (a partir da trad. Tournay rev.)


«Eis a tua mãe!»


«Mulher, eis o teu filho!» «Eis a tua mãe!» Com que direito passa o discípulo que Jesus amava a ser filho da Mãe do Senhor? Com que direito é Ela sua Mãe? É que Aquela que trouxera ao mundo, então de forma indolor, a causa da salvação de todos, ao dar à luz na carne o Deus feito homem, é com enorme dor que agora dá à luz, de pé junto à cruz.

Na hora da Sua paixão, o Senhor tinha comparado os Seus apóstolos a uma mulher que dá à luz, ao dizer: «A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz o menino, já se não lembra da aflição, pela alegria de ter vindo ao mundo um homem» (Jo 16, 21). Quanto mais compararia tal Filho tal Mãe - essa Mãe que esteve de pé junto à cruz - a uma mulher que dá à luz! Comparar? Mas Ela é verdadeiramente mulher e verdadeiramente mãe e, nesta hora, tem verdadeiras dores de parto. Ela não tinha sofrido as dores do parto como as outras mulheres quando lhe nascera o Filho; é agora que as sofre, que é crucificada, que sente a tristeza de quem dá à luz porque chegou a sua hora (cf Jo 13, 1; 17, 1). [...]

Quando tiver passado esta hora, quando esta espada de dor tiver trespassado por completo a sua alma que dá à luz (Lc 2, 35), também Ela já se não lembrará da aflição, pela alegria de ter vindo ao mundo um homem, o homem novo, que renova todo o género humano e reina sem fim sobre o mundo inteiro, verdadeiramente nascido, ultrapassado todo o sofrimento, imortal, primogénito de entre os mortos. Tendo assim trazido ao mundo a salvação de todos nós na paixão de seu único Filho, a Virgem é claramente a Mãe de todos nós.

NOSSA SENHORA DAS DORES - 15 de setembro


STABAT MATER

Estava a Mãe dolorosa,
Junto da cruz, lacrimosa,
Enquanto Jesus sofria.
Uma longa e fria espada,
Nessa hora atribulada,
O seu coração feria.
Oh quão triste e quão aflita
Padecia a Mãe bendita,
Entre blasfémias e pragas,
Ao ver o Filho amado,
De pés e braços pregado,
Sangrando das Cinco Chagas!
Quem é que não choraria,
Ao ver a Virgem Maria,
Rasgada no seu coração,
Sem poder em tal momento,
Conter as fúrias do vento
E os ódios da multidão!
Firme e heróica no seu posto,
Viu Jesus pendendo o rosto,
Soltar o alento final.
Ó Cristo, por vossa Mãe,
Que é nossa Mãe também,
Dai-nos a palma imortal.
Maria, fonte de amor,
Fazei que na vossa dor
Convosco eu chore também.
Fazei que o meu coração
Seja todo gratidão
A Cristo de quem sois Mãe.
Do vosso olhar vem aluz
Que me leva a ver Jesus
Na sua imensa agonia.
Convosco, ó Virgem, partilho
Das penas do vosso Filho,
Em quem a minha alma confia.
Mãos postas, à vossa beira,
Saiba eu, a vida inteira,
Guiar por Vós os meus passos.
E quando a noite vier,
Eu me sinta adormecer
No calor dos vossos braços.
Virgem das Virgens, Rainha,
Mãe de Deus, Senhora minha,
Chorar convosco é rezar.
Cada lágrima chorada
Lembra uma estrela tombada
Do fundo do vosso olhar.
No Calvário, entre martírios,
Fostes o Lírio dos lírios,
Todo orvalhado de pranto.
Sobre o ódio que O matava,
Fostes o amor que adorava
O Filho três vezes santo.
A cruz do Senhor me guarde,
De manhã até à tarde,
A minha alma contrita.
E quando amorte chegar,
Que eu possa ir repousar
À sua sombra bendita.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Exaltação da Santa Cruz



Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

“O crux ave, spes unica. Hoc passionis tempore. Piis ad auge gratiam. Veniam dona reisque.”

“Salve a cruz, nossa única esperança. Neste tempo de sofrimento concede graça e misericórdia aqueles que aguardam julgamento.”


A condenação à morte pelo suplício da cruz era uma morte ignominiosa, reservada para os ladrões e assassinos. Segundo nos relata Cícero, os romanos tinham duas maneiras de eliminar os criminosos: uma nobre a decapitação e outra ignominiosa que era a morte pela cruz. Portanto, Cristo morreu pela maneira mais cruel, a morte pela cruz.

No suplício da cruz o condenado, ao ser pregado na cruz, chegava ao máximo da dor, uma vez que ao ter suas mãos pregadas na cruz, cada prego lhe dava uma descarga nos nervos, que fazia com que o condenado gritasse de dor. Na cruz o condenado perdia muito sangue e, em geral morria de asfixia, após muitas horas de sofrimento e, se continuava vivo, suas pernas eram quebradas e, neste caso, a morte era instantânea por asfixia. Com efeito, na cruz, a respiração é lenta e mais curta, pois o ar penetra os pulmões, mas não consegue fluir e o condenado tem sede de ar, semelhantemente ao asmático em plena crise.

Bem, estamos rememorando esses fatos, para lhes dizer como foi cruel e dolorosa a morte de Jesus na Cruz. Entretanto, segundo os Evangelhos, Cristo ressuscitou e a cruz vazia passou a indicar para o cristão uma fonte de salvação e de ressurreição.

Diz a história que, no dia 27 de outubro do ano 312 depois de Cristo, dois exércitos se defrontam às portas de Roma. O primeiro sai dos Muros Aurelianos para posicionar-se ao longo das margens do Tibre, junto à Ponte Milvio, comandado por Marcos Aurélio Valério Massêncio. O segundo, que desceu de Trier (na Alemanha) rumo a Roma, se coloca ao longo da via Flaminia, guiado por Flávio Valério Constantino. Os dois contendores lutam pelo título de Augusto do Ocidente, um dos quatro cargos supremos, na Tetrarquia, o novo sistema de governo do Império, ideado por Diocleciano.

O sol começa a se por quando as tropas de Constantino vêem repentinamente surgir no céu um grande sinal luminoso, com uma frase chamejante: “In hoc signo vinces” – “Com este sinal vencerás”.

Eusébio de Cesareia, o primeiro grande histórico da Igreja recorda o acontecimento com estas palavras: “Um sinal extraordinário aparece no céu. (…) Quando o sol começava a declinar, Constantino vê com os próprios olhos, no céu, mais acima do sol, o troféu de uma cruz de luz sobre a qual estavam traçadas as palavras IN HOC SIGNO VINCES. Foi tomado por um grande estupor e, com ele, todo seu exército”.

Com efeito, Constantino venceu e deu total liberdade aos cristãos, até então perseguidos pelo Império Romano. Com este fato histórico, a Cruz de Cristo, antes venerada com respeito, passou a ser símbolo de vitória, pois do lenho da cruz partiu a salvação do mundo. Daí, na exaltação da Santa Cruz e na Sexta Feira da Paixão cantar a Igreja, ao apresentar a cruz para que os fieis prestem adoração ao Cristo crucificado e morto: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo.”

A cruz para o cristão, portanto não é símbolo de morte, mas de vida. Ela é nossa única esperança. A cruz está sempre presente na vida da Igreja, quer na celebração da Eucaristia, que no Batismo e demais sacramentos. O sinal da cruz é o indicativo de que a pessoa é cristã e nós o usamos sempre no início da Missa, com esse sinal nós somos abençoados e abençoamos em nome do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. Portanto, exaltar a cruz é exaltar a morte de Cristo e proclamar que Ele está vivo e por seu sacrifício na Cruz nos obteve a salvação.

Bendita e louvada seja a cruz bendita do Senhor, símbolo de vida e de ressurreição.

FONTE: Arquidiocese de Juiz de Fora/MG

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ela é, na Terra, um paraíso celeste (IV)


Os anos correm, as graças aumentam.

Maria adentra, dia após dia, numa elevação admirável, por especial inspiração e perfeita cooperação...

Ela é, na Terra, um paraíso celeste que Deus plantou com a própria mão e que seu anjo guarda, protege, preserva para o segundo Adão...

Mas este prodígio está escondido aos olhos dos homens e seu espírito, mergulhado no mais profundo de sua humildade, não alcança a magnificência que Deus programou para ela.

Cardeal Pierre Bérulle (1575-1629)

Ela é, na Terra, um paraíso celeste (III)


Deus está e age nela, mais do que ela própria.

As ideias de Maria existem para a graça de Deus; nela, nenhum movimento se concretiza, a não ser por meio do Seu espírito, nenhuma ação se concretiza, a não ser através do Seu amor.

O curso de sua vida é um movimento perpétuo que, sem interrupção alguma, sem nenhum momento de repouso, é dedicado Àquele que, em breve, será a sua vida...

Este objetivo se aproxima, e o Senhor está com ela, Ele se derrama nela, cumulando-a, e estabelece uma graça preciosa e rara, que convém, exclusivamente a ela, pois, esta Virgem oculta, abrigada num canto da Judeia, desconhecida do universo, noiva de José, faz um coro à parte na ordem da graça, tão singular como é!




Cardeal Pierre Bérulle (1575-1629)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ELA É NA TERRA UM PARAISO CELESTE!



Deus a admira, a olha, a acarinha, a conduz, como aquela a quem Ele deseja se doar, e se doar, na qualidade de Filho seu, tornando-a sua mãe. Ele a enche de graças desde a sua concepção e a santifica desde a sua infância.

Deus a sequestra do mundo e a consagra ao seu Templo, para marcar e figurar que, logo, ela seria consagrada ao serviço de um templo mais augusto e mais sagrado do que o anterior. Lá está ela, na sua solidão... Ele a guarda, a envolve com o seu poder, animando o seu espírito, alimentando-a com a sua Palavra, elevando-a com a sua graça, iluminando-a com suas luzes, envolvendo-a e abraçando-a com seus ardores, visitando-a, por meio de seus anjos, enquanto aguarda o momento em que irá visitá-la pessoalmente.

Cardeal Pierre Bérulle (1575-1629

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ela é, na Terra, um paraíso celeste (I)


Esta alma santa e divina é para a Igreja o que a aurora é para o firmamento, e ela precede, imediatamente, o sol. Mas ela é mais do que a aurora...

Nasceu no silêncio, sem que o mundo o soubesse, e sem que Israel cogitasse o considerável fato, sendo Maria a flor de Israel e a mais eminente da Terra. Porém, se a Terra não a conhece, o Céu a admira e a venera como aquela que Deus criou para tão grande desígnio e para prestar grande serviço à sua própria pessoa, isto é, para um dia revesti-la de uma nova natureza.

E é este mesmo Deus que deseja dela nascer, que a ama e a olha nesta qualidade. Seu olhar não se dirige, então, aos grandes, aos monarcas que a Terra adora, mas o primeiro e mais doce olhar de Deus, na Terra, afaga a humilde Virgem que o mundo ainda não conhece: este foi, então, o mais alto pensamento que o Altíssimo teve, sobre toda a sua criação.

Cardeal Pierre Bérulle (1575-1629)

sábado, 5 de setembro de 2009

Regras fundamentais das honras conferidas a Maria (III)


Ó filhos de Deus, vós que desejais, em toda felicidade, ser adotados pela Mãe do nosso Salvador, sede fiéis imitadores dela, se quereis estar entre os seus devotos.

Recitai, diariamente, o admirável cântico da Virgem Santíssima, que se inicia com estes termos: "Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador." Ao recitarmos este cântico, estaremos copiando a sua piedade - diz, de forma primorosa, Santo Ambrósio: "Que a alma de Maria esteja em todos nós para glorificarmos o Senhor; que o espírito de Maria esteja em todos nós, para nossa alegria e regozijo em Deus."

Nós admiramos, a cada dia, a sua pureza virginal que a tornou tão maravilhosamente fecunda, que ela concebeu o Verbo de Deus em suas entranhas. "Sabei, diz o mesmo Pai, que toda alma casta e pudica que conserva sua pureza e inocência, concebe a Sabedoria eterna em si, e que está plena de Deus e de sua Graça, assim como Maria."

Jacques-Bénigne Bossuet
La dévotion à la Sainte Vierge (A devoção à Virgem Santíssima)

Regras fundamentais das honras conferidas a Maria (II)


Regras fundamentais das honras conferidas a Maria (II)

Nós adoramos um só Deus, todo-poderoso, criador e dispensador de todas as coisas, em nome do qual fomos consagrados pelo santo Batismo...

Nós veneramos os santos e a bem-aventurada Virgem Maria, não por meio de um culto de servidão e de sujeição; pois somos submissos somente a Deus, nas regras da religião. "Nós honramos os santos - diz Santo Ambrósio - com veneração de caridade e de sociedade fraternas."

E reverenciamos, neles, os milagres saídos das mãos do Altíssimo, a comunicação de sua graça, a efusão de sua glória, e a santa e gloriosa dependência pela qual os santos permanecem eternamente sujeitos a este primeiro Ser, a quem levaremos todo o nosso culto, como único princípio de todo o nosso bem, e fim único de todos os nossos desejos.

Não sejamos como aqueles que pretendem diminuir a glória de Deus e de Jesus Cristo, quando dedicam altos sentimentos à Virgem Santíssima e aos santos.

Jacques-Bénigne Bossuet
La dévotion à la Sainte Vierge (A devoção à Virgem Santíssima)

Regras fundamentais das honras conferidas a Maria (I)


Regras fundamentais das honras conferidas a Maria (I)

A regra fundamental das honras que conferimos à Virgem Santíssima e aos espíritos bem-aventurados, é que devemos atribuí-las, inteiramente a Deus e à nossa salvação eterna. Pois, se ela não fosse atribuída a Deus, seria, então, um ato puramente humano, e não um ato religioso; e nós sabemos que os santos, vivendo plenos de Deus e de Sua eterna glória, não recebem cumprimentos puramente humanos.

Assim, toda a nossa devoção à Santíssima Virgem é inútil e supersticiosa, se ela não nos conduzir a Deus, para que possamos possuí-lo para sempre e usufruir a herança celeste.

Jacques-Bénigne Bossuet
La dévotion à la Sainte Vierge (A devoção à Virgem Santíssima)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

As maravilhas da devoção a Maria


As maravilhas da devoção a Maria não podem ser explicitadas inteiramente por nenhuma análise. Nenhuma descrição, nenhum raciocínio pode dar dela uma idéia adequada...

Um jovem teólogo - M. Neubert - analisa as razões, ou melhor, as analogias de ordem natural que nos ajudam a compreender o sucesso ou a eficácia da devoção a Santíssima Virgem. Pois a devoção à Nossa Senhora leva todos a bom êxito. Constitui um axioma católico que Ela é para todo mundo um meio seguro de santificação.

A razão fundamental disso, a única razão evidente, é sem dúvida a vontade de Deus. Tendo Deus querido dar-nos Jesus Cristo por meio da Virgem Santíssima - diz Bossuet - esta ordem não muda mais, e os dons de Deus são irrevogáveis (cf. Rm 11, 29). Sempre será verdade que, havendo recebido através dEla o princípio universal da graça, recebamos também por seu intermédio as diversas aplicações desse dom em todos os variados estados dos quais se compõe a vida cristã.

Mas, a par desta explicação teológica, sobrenatural, que examina as coisas do ponto de vista divino, nada impede que se procure uma explicação psicológica para confirmá-la.

Harmonia entre a devoção a Nossa Senhora e o progresso da alma

Quais são, em nossa natureza, as harmonias entre a devoção à Santíssima Virgem e o progresso de nossa alma?

Um primeiro fator de progresso humano é o esforço pessoal: o difícil é induzir e sustentar o esforço da vontade. Nossa vontade é movida pelas ideias, mas por ideias vigorosas que são ao mesmo tempo conhecimento, sentimento e desejo. Ora, dessas ideias robustas, a mais forte é aquela que se volta para uma pessoa amada. Quem ama voa, corre, alegra-se e está disposto a tudo. Ora, ter devoção a Maria é amá-La, e amar Maria é fazer o que Ela deseja e evitar o que Lhe desagrada.

Para quantas almas, por exemplo, o pensamento posto em Maria constituiu a força pela qual triunfaram das tentações - de longe as mais violentas e frequentes - contra a mais delicada das virtudes!

Encontramos uma confirmação disso numa experiência de ordem humana. Um menino solicitado durante muito tempo pelas sugestões e argumentos pérfidos de um companheiro perverso, acaba duvidando de seu dever e vai deixar-se arrastar pelo mal. Mas seus olhos cruzam-se com os de sua mãe: nesse mudo entreolhar, ele sente a gravidade da ação que ia cometer e obtém a coragem de fazer qualquer sacrifício para não entristecê- la.

Da mesma maneira, quantas almas assaltadas durante longo tempo e estando a ponto de ceder, ao pensar em sua Mãe celeste, tão afetuosa e amada, tão pura e desejosa de vê-las também puras, sentiram a tentação desaparecer e uma força nova as armar contra o mal! Esse gênero de vitórias costuma permanecer sepultado no segredo das consciências, mas como elas são frequentes!

Forte contra as tentações, o pensamento posto em Maria é igualmente eficaz para nos impelir na via do sacrifício. Não há santo cuja vida não ofereça a esse respeito exemplos eloquentes.

Humildade e confiança em Deus

O esforço nos é solicitado por Deus, mas não basta. Ele não passa de uma condição posta por Deus para recebermos a

"Mater Boni Consilii" - Igreja de Santa Marga-
rida Maria - Woodbridge, Canadá
Gustavo Kralj graça, a qual, entretanto, nos vem unicamente dEle. Não devemos contar com nossos próprios esforços, se quisermos que eles sejam coroados de êxito, mas sim com Deus. Portanto, desconfiança de nós mesmos, ou humildade, e confiança em Deus.

Ora, a devoção à Santíssima Virgem favorece de modo admirável esses dois sentimentos em nós.

Primeiramente, ela alimenta nossa humildade. Pode-se, sem dúvida, ser humilde na presença de Deus sem invocar Maria; seria o caso, por exemplo, de um protestante de boa fé para o qual invocar Maria é ofender a Deus. Entretanto, também é certo que recorrer à intercessão de Maria para ir a Deus, ir a Deus por meio de Maria, é reconhecer que não somos dignos de ir a Ele por nós mesmos; é reconhecer nossa miséria, nossa indignidade diante dEle; é fazer, mesmo sem se preocupar com isso, um ato de humildade.Eis o motivo pelo qual São Luís Maria Grignion de Montfort insiste tanto nas relações entre a devoção a Maria e a prática da humildade.

Ademais, alimenta nossa confiança em Deus. Cremos na misericórdia divina, mas com uma fé frequentemente teórica que, na prática, é exposta a graves deficiências. Ora, nesses momentos escuros pensar em Nossa Senhora constitui para nós um facho de luz que nos dá confiança.

Não por julgarmos que a Santíssima Virgem tenha um coração mais misericordioso que o do próprio Deus, mas sim por ser Ela como um argumento vivo que nos toca mais de perto e nos ajuda a melhor apalpar a misericórdia divina. Assim como ver Madalena aos pés de Jesus nos faz compreender a bondade do Salvador mais do que o faria uma idéia abstrata de sua divina perfeição, do mesmo modo a contemplação de Maria nos faz entender e sentir, melhor do que todos os raciocínios, a misericórdia dAquele que nos deu uma tal Advogada e uma tal Mãe.

Sem devoção a Nossa Senhora, a religião fica tingida de racionalismo

Estas duas disposições - humildade e confiança - constituem o próprio fundo do sentimento religioso. E é por esta razão que toda alma religiosa compreende a devoção à Santíssima Virgem.

Uma alma que cessa de compreendê- la deixa de ser religiosa ou está prestes a fabricar para si uma religião mais ou menos tingida de racionalismo, tal como certos estoicos batizados que formaram sua espiritualidade mais nos livros de moral dos estudos universitários do que nos autores ascéticos. Para essas almas, o Cristo é mais um modelo que posa diante delas, do que um amigo que vive nelas e as faz viver.Dia virá em que, após inúteis esforços, elas reconhecerão por fim sua radical fraqueza e se lançarão humildemente nos braços de Deus. Nesse dia, elas começarão também a se voltar para a Santíssima Virgem.

Eis a razão pela qual tantas pessoas aos poucos deixaram de ter uma religião e se contentam com uma simples filosofia: elas eliminaram a devoção à Santíssima Virgem para irem mais diretamente - conforme pensavam - a Jesus Cristo. Ora, perdendo de vista a Santíssima Virgem, eles rapidamente perderam também a Jesus Cristo.

Diz o Cardeal Newman, em sua magnífica "Carta a Pusey" sobre o culto a Nossa Senhora: "A Maria é confiada a guarda da Encarnação. Assim, se olharmos para a Europa, verificaremos que as nações e os países que perderam a fé na divindade de Cristo são precisamente aqueles que abandonaram a devoção à sua Mãe, e que, por outro lado, os que mais se distinguiram no seu culto guardaram a ortodoxia...".

Traçando o mapa da devoção a Maria, teríamos traçado o próprio mapa da expansão e da conservação da fé cristã, e isto não apenas no século XIX nem a partir da Reforma, mas ao longo de toda a História da Igreja, como concluirá o próprio Neubert em sua tese, no que toca aos primeiros séculos cristãos, onde "em suma, toda a história das origens da mariologia se apresenta como a história da defesa e da dilatação da cristologia. A Mãe era a garantia do Filho, e a glória do filho começava a jorrar sobre a Mãe".

As grandezas de Maria só podem ser entendidas com relação à Encarnação

O Evangelho é a vida de família com Deus. Ele será chamado Emanuel: Deus conosco, Deus nosso Pai, Jesus nosso Irmão Primogênito, vindo a nós para nos encontrar e nos reconduzir ao Pai. Mas nunca compreenderemos melhor quanto Deus é nosso Pai, senão pensando na doce Mãe que Ele nos deu. E jamais compreenderemos Jesus como nosso Irmão Primogênito, a não ser contemplando- O junto de Maria, nossa Mãe comum. E assim como não devemos isolar Jesus de Maria, não devemos isolar Maria de Jesus.


"Notre Dame de Paris" - Casa dos Arau-
tos do Evangelho - Toronto, Canadá
Gustavo Kralj Maria nos ajuda a compreender Jesus. Não é possível meditar os privilégios de Maria sem melhor entender seu Filho, de quem e por causa de quem Ela os recebeu. Mas, reciprocamente, só em Jesus podemos entender Maria: Jesus é toda a razão de ser de Maria, e esta não seria o que Ela é senão em vista da Encarnação e da Redenção. Exaltar as grandezas de Maria sem mostrar suas relações com a Encarnação é fazê-lo pela metade e dar a forte impressão de gente extraviada. Eis o motivo pelo qual certos livros, certas tiradas sobre a Santíssima Virgem deixam às vezes uma impressão de vazio, de insipidez ou de hipérbole. Jamais correremos o risco de parecer hiperbólicos, ao falar de Maria, se tivermos o cuidado de apresentá-La com seu Divino Filho. Mas querer admirar Maria fazendo abstração de Jesus é coisa tão absurda quanto extasiar-se com os esplendores da aurora num dia em que o sol esteja encoberto por nuvens cinzentas.

Se quiséssemos passar em revista as virtudes cristãs e toda a diversidade de nossos estados de alma e as fases de nossa vida interior, poderíamos multiplicar indefinidamente os pormenores desses aspectos psicológicos da devoção à Santíssima Virgem.

Resolvendo uma aparente objeção

Uma objeção, entretanto, se põe: não nos arriscaremos, assim, a tirar desta devoção seu caráter divino e dar razão aos protestantes, os quais pretendem que ela seja, não um dom do alto, mas um produto desta terra? Ocorre exatamente o contrário, responde M. Neubert.

Uma tal adaptação da devoção a Maria a todas as nossas aspirações religiosas é antes uma prova de sua origem divina: toda devoção é feita para o homem, e quanto mais uma devoção responde às necessidades do homem, mais ela tem chance de ser querida por Deus.

Aliás, esta objeção só pode afetar aqueles cuja devoção a Maria sempre foi superficial. Os que verdadeiramente vivem desta devoção percebem que não se pode, por uma simples análise psicológica, dar uma explicação completa de seus maravilhosos efeitos, da mesma forma como não é possível, pelas leis da luz e das cores, explicar o imponderável inefavelmente belo e celeste que se vislumbra nos olhos de uma criança, da mesma maneira como não se consegue, por meio da anatomia e da fisiologia, explicar o amor de uma mãe pelo seu filho.

Algumas vezes, no momento de pôr-se o sol, o céu se cobre de nuvens leves, quase transparentes, e margeadas por uma tonalidade rósea, como nunca se vê no restante do dia. Depois, subitamente, essas nuvens se entreabrem e o olhar mergulha maravilhado num mar brilhante feito de ouro derretido, de um inigualável esplendor. Essa face voltada para o sol é que explica a beleza da face inferior. O mesmo se passa com os fenômenos religiosos. O psicólogo só pode descrever o que ele percebe na face inferior, a face humana; entretanto, há uma outra face, a face voltada para o Sol divino, e só esta pode explicar a beleza da face inferior. As maravilhas da devoção a Maria não podem ser explicitadas inteiramente por nenhuma análise. Nenhuma descrição, nenhum raciocínio pode dar dela uma ideia adequada...

(Tradução, com adaptações, de L´Ami du Clergé, 1911, pp. 682- 684)

(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2009, n. 89, p. 34 à 36)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Por que a fraqueza humana teme se aproximar de Maria?



Não existe nada de austero, nada de terrível na Mãe de Deus. Ela é plena doçura, e tudo o que nos oferece é o leite e a lã.

Percorrei, atentamente, toda a sequência da história evangélica, e se encontrardes em Maria, uma única palavra de censura ou a mais ínfima marca de indignação, aceito que tenhais dúvidas sobre ela, e que tenhais receio de se aproximar dela. Mas, ao contrário, se a encontrardes, em qualquer ocasião, como a encontrareis, verdadeiramente, plena de graça e de bondade, plena de misericórdia e de ternura, rendei graças Àquele que, em sua misericórdia, infinitamente doce, vos deu esta Mãe e medianeira, que vós não tereis jamais alguma coisa a temer por parte dela.

Enfim, ela se dedicou inteiramente a todos e se constituiu, em sua caridade imensa, devedora dos insensatos, assim como, devedora dos sábios.

São Bernardo,
Sermão para o domingo da Oitava da Assunção de Maria

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

NOSSAS DÁDIVAS




O sol buscava a linha do horizonte, e o manto escuro da noite já se espalhava pelos campos, quando o trabalhador deixou a lavoura e tomou o caminho de volta para casa.

Caminhava a passos largos com a colheita do dia às costas, quando notou que em sentido contrário vinha luxuosa carruagem revestida de estrelas.

Contemplando-a fascinado, viu-a parar junto dele e, quase assustado reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...

O quê? refletiu espantado.

O Senhor da Vida a rogar auxílio a mim que nunca passei de mísero escravo na aspereza do solo?

Mas como o Senhor continuava esperando, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao divino pedinte apenas um grão da preciosa carga.

O Senhor agradeceu e partiu.

Quando, porém, o pobre homem do campo voltou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento...

O grão de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola transformado em uma pedra de ouro luminescente...

Deslumbrado gritou:

Louco que fui!...
Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?

O apólogo retrata um pouco da atual realidade da Terra.

Quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, o Cristo pede cooperação para a sementeira do Seu Evangelho junto ao Seu rebanho sofrido.

No entanto, nós costumamos agir como o lavrador.

Não estamos dispostos a ofertar a nossa dádiva em benefício do bem comum. E quando fazemos, damos apenas uma pequena migalha.

O Senhor da Vida não necessita das coisas materiais porque todas lhe pertencem, no entanto, solicita a nossa auto-doação em prol da edificação de um mundo moralmente melhor.

Assim como o verme executa sua tarefa embaixo do solo, a chuva e o vento fazem seu papel no contexto da natureza.

Assim como o sol, a lua e os demais astros trabalham para que haja harmonia no Universo...

Assim como as abelhas e outros insetos fazem a tarefa da polinização, possibilitando a fecundação da vida..

Assim também o Senhor da Vida espera de nós a dádiva da polinização do seu amor junto aos Seus filhos.

A pequena dádiva da paciência e da tolerância...

A esmola convertida em salário justo, dignificando o homem...

Uma migalha de afeto doada com sinceridade...

O sorriso capaz de despertar a alegria em alguém...

Um minuto de atenção a um enfermo solitário...

A palavra sincera capaz de esclarecer e consolar...

Uma semente de esperança plantada no coração de alguém que sofre... São nossas pequenas dádivas que se converterão em luz a iluminar nossa própria caminhada.

Pense nisso!

O Senhor da Vida está sempre a solicitar a nossa colaboração para que Seus objetivos nobres se concretizem na face da Terra.

Sabedores de que nossas pequenas dádivas se converterão em tesouros eternos, não as economizemos como o lavrador. Agindo assim não teremos que dizer:

Louco que fui!...
Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?

domingo, 3 de maio de 2009


«Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João
e levou-os só a eles a um monte elevado»

(Mc 9,2): S. Tiago, testemunha da luz

Nem todos os que contemplam Cristo são igualmente iluminados por ele, mas cada um na medida que pode receber a luz. Os olhos do nosso corpo não são igualmente iluminados pelo sol; quanto mais subimos a lugares elevados, quanto mais alto contemplamos o nascer do sol, melhor nos apercebemos da luz e do calor. Igualmente o nosso espírito, quanto mais subir e se elevar para perto de Cristo, mais próximo se lhe oferecerá a luz da sua claridade, mais magnificamente e mais brilhantemente será alumiado pela sua luz. O Senhor disse de si próprio pelo profeta: «Aproximai-vos de mim, e eu me aproximarei de vós» (Zac 1,3) ...

Portanto não vamos todos a ele do mesmo modo, mas cada qual «segundo as suas próprias capacidades» (Mt 25,15). Se é com as multidões que vamos a ele, ele alimenta-nos em parábolas para que não enfraqueçamos de privação no caminho. (Mc 8,3). Se permanecemos a seus pés sem cessar, preocupando-nos apenas em ouvir a sua palavra, sem nunca nos deixarmos perturbar pelos múltiplos cuidados das obrigações (Lc 10,38s) ...; sem dúvida alguma que aqueles que se aproximam assim dele recebem muito mais a sua luz.

Mas se, como os apóstolos, sem nunca nos afastarmos, «permanecemos constantemente com ele em todas as suas provações» (Lc 22,28), então ele explica-nos em segredo o que disse às multidões, e é ainda com mais claridade que nos ilumina (Mt 13,11s). Enfim, se ele acha alguém capaz de subir com ele à montanha, como Pedro, Tiago e João, esse não é iluminado somente pela luz de Cristo, mas pela voz do próprio Pai.

Fonte: Homília de Orígenes, Evangelho Cotidiano

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Senhor se revela a nós na oração

Quando conhecemos a vontade de Deus a nosso respeito nossa vida ganha um novo sabor e um novo entusiasmo. O que parecia estar desencontrado passa a ter um novo sentido. Não precisamos fazer muito esforço para conhecer a vontade divina para nós, basta lermos as Sagradas Escrituras, nelas a encontraremos.

“Orai incessantemente, dai graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus” (I Tessalonicenses 5,18).

Jesus tinha clareza dos desígnios do Pai a Seu respeito, porque não fazia nada sem antes orar. O Senhor não nos quer confusos e ignorantes a respeito da Sua vontade para nossas vidas. É por isso que Ele nos convida para orarmos incessantemente, porque na oração Ele se revela a nós.

Uma coisa linda que também acontece é que a oração põe todas as coisas no seu devido lugar, restaurando, em nós, a semelhança de Deus, de forma a participarmos do poder do amor divino, que nos salva, cura e liberta.

Rezemos ao ritmo da vida e vivamos ao ritmo da oração. Com certeza, a nossa vida vai dar um salto de qualidade. Por essa razão, em todas as decisões a serem tomadas perguntemos ao Pai: “Senhor, o que queres de mim? O que queres que eu faça?” Abraçando tudo o que é bom e guardando-nos de toda a espécie de mal (cf. I Tessalonicenses 5, 21).

Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A fé faz o impossível


A fé faz o impossível tornar-se possível
Assim como é preciso aplicar nossos sentidos e inteligência, é preciso aplicar a fé. Temos esse dom e precisamos aplicá-lo. Há pessoas com “preguiça mental”: não usam a inteligência. Na verdade, a maioria das pessoas não usa nem 10% de sua inteligência e de sua capacidade intelectual. O mesmo acontece com seus sentidos pouco explorados. Existem pessoas até com os sentidos preguiçosos. Não atingem os 100% da visão e da audição porque não os aplicam.

Os deficientes visuais têm o tato e a audição muito aguçados, por isso são excelentes músicos e cantores, captam com o ouvido o que em geral não captamos. E por quê? Simplesmente porque os aplicam com afinco. Tive oportunidade de perceber isso numa de minhas melhores gravações musicais, quando trabalhei com os Titulares do Ritmo, um grupo de músicos deficientes visuais. Eles me impressionaram com a sensibilidade na interpretação de cada ritmo gravado.

Você também tem essa capacidade. Uma pessoa, ao perder a visão, praticamente é obrigada a aplicar melhor sua audição e, se aplicar o tato, é capaz de ler por meio do maravilhoso método braile, constituído por pontos salientes. Nós também temos esse tato e porque vemos e ouvimos não o aplicamos. O mesmo aconteceu com nossa fé. Infelizmente, nós somos preguiçosos. Não aplicamos nem 10% da nossa capacidade intelectual, nem 1% da nossa fé. Gostaria de dar uma porcentagem diferente, mas, infelizmente, nós não aplicamos nem 1% da fé. Repito: você infelizmente não tem aplicado nem 1% da sua fé.

“Se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível” (Mateus, 17, 20).

A fé faz o impossível tornar-se possível. Mas é preciso aplicá-la. Se você não aplica seu tato, sua audição, eles não vão se desenvolver, mas se aplicá-los eles podem chegar aos 100%. Você precisa crescer na fé. Você precisa aplicar-se na fé.
Se você não desenvolvê-la, não verá o que só quem tem fé confiante e viva pode viver e experimentar. E a vitória não acontecerá.

Por isso, rezemos: Quero ser vencedor. Creio que a fé é a vitória que vence o mundo e é capaz de vencer todas as situações do mundo. Renova minha fé, Senhor, desperta-me, Senhor, quero crer, de todo o meu coração e, assim, ser realmente feliz.

O poder de Deus é maior do que qualquer resistência, mas Ele respeita a liberdade e não a viola. Pelo contrário, deseja que aconteça um encontro pessoal e único entre você e Ele, o Senhor. Se você ainda não teve esse encontro, precisa tê-lo. Só assim sua vida terá sentido.

Monsenhor Jonas Abib