-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: 2011

sábado, 31 de dezembro de 2011

Ano novo vida nova!!!



Ano novo vida nova!!!
Assim diz o ditado popular, e assim esperamos, e desejamos com muita alegria no coração.
Após celebrar o Natal, a festa do nascimento de Deus feito homem, a Igreja inicia a celebração do rito da esperança, ou seja, ela se une a nós no desejo e na espera de um futuro melhor, de um mundo centrado na Paz, no amor, na fraternidade, enfim, de um mundo mais cristão.
Inicia-se agora o Ano Novo, um novo dom de Deus para nós, uma nova oportunidade que o Senhor nos dá para deixar que o Seu plano se realize em nossas vidas, para que o Reino de Deus possa estar em nós, pois, Deus quer construir uma nova vida em nós, que habitar em nós, quer que a nossa história tenha um significado dentro da Sua história de Salvação; Deus quer entendamos o seu projeto de amor em nossas vidas e o coloquemos em prática.
Gosto de olhar o tempo de forma teológica, sabendo que para Deus, não existe presente, passado ou futuro, porque Deus é o Eterno Presente, e que o tempo ( Kronos ) existe só para nós que somos seres limitados e condicionados, e assim estendendo esta reflexão, percebo que o tempo é Sagrado, é um presente de Deus para nós, no qual, Deus quer entrar na história, na nossa história pessoal, a qual não é uma série de acontecimentos desconectados uns dos outros, que se desenrolam sem significado, mas pelo contrário, este tempo (kairós) é o espaço que Deus nos da para realizar o seu plano, de forma que cada um de nós possa se abrir ao Infinito, a Deus que se fez Carne e habitou entre nós, para que seja Ele diretamente o agente em nossa vida, em nosso tempo.
Busquemos neste Ano Novo a Vontade do Pai!!!! Só nela está a nossa completa Felicidade!!!!
Acredito profundamente que “tudo caminha para o bem daqueles que amam a Deus!” e se buscamos a Vontade do Senhor em nossa vida, com sinceridade, mesmo que erramos, o Senhor a um certo momento entra na nossa história e faz com que a Sua vontade seja feita em nós, porque é Ele o Senhor da história, é Ele que tem o mundo em Suas mãos, e não nós!
Devemos apenas ter o cuidado para não jogar fora à obra que o Senhor deseja realizar em nós, e por isso devemos colaborar com Ele. Don Tonino Bello um grande bispo da Igreja, em uma de suas homilias para as famílias, dizia: “Caros amigos, jogai bem o jogo da vida, porque agora já estamos no segundo tempo!”
Contudo, a Igreja que é a nossa Mãe e Mestra, consagra este início de ano, a Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria, e por isso nos propõem o exemplo de Maria, que meditava todas as coisas no coração, que se deixava conduzir pelos ensinamentos de Deus, que buscava cada dia, nos acontecimentos de sua vida perceber o que Deus queria lhe dizer.
Maria Santíssima meditava e guardava todas as coisas no coração!
Literalmente traduzindo estas palavras “meditava e guardava em seu coração”, significam que Nossa Senhora, não só refletia sobre os acontecimentos, buscando ver neles a Vontade do Pai, mas, sobretudo, se apropriava da palavra e das promessas que o Senhor lhe havia feito, e como alguém que recorta trechos e palavras de um artigo, para colá-los em uma folha, e tê-los como centro estrutural deste novo texto, assim fazia Maria Santíssima com a Palavra de Deus em seu coração, em sua vida.
A exemplo de Nossa Senhora, somos chamados a colocar em nosso coração os vários trechos dos ensinamentos de Deus, e costurá-los em nossa vida, para realizar o Plano que Deus tem para nós neste ano.
Olhando para trás, sonhamos e esperamos um mundo melhor, o qual podemos construí-lo com a nossa vida e com nosso exemplo, de modo que nos tornemos portadores da Paz, da Esperança!
Lembro-me agora de uma mensagem de Nossa Senhora Rainha da Paz que diz: (…) O fruto do Amor é o Perdão, e o fruto do Perdão é a Paz!!! (…)”.
Lembremos que este ano que inicia, é uma nova página do livro de nossa vida, no qual podemos deixar Deus escrever, e também escrevermos o que Deus quer, deixando que a vontade de Deus seja acolhida em nossa alma e em nosso coração, como fez Maria Santíssima, que invocamos a intercessão sobre nós!
Gostaria de invocar sobre nós também, a intercessão de Dom Bosco, que olhando alguns garotos que andavam em cima da corda bamba, disse a um padre de sua congregação: “Meu segredo desde o tempo de garoto, foi este, nunca olhar para trás, para não me prender às imagens que já passaram; nunca olhar para os lados, para não me distrair com o barulho ao me redor; e nunca olhar para o vazio abaixo dos meus pés, mas sempre olhar para frente, com os olhos fixos e a atenção voltada para o Senhor!” Que possamos também nós aprender a caminhar na “corda bamba” de nossa vida, com o olhar sempre fixo no Senhor!
Que também nós, guiados por Maria Imaculada, seguindo o seu exemplo de fé, e ajudados por Dom Bosco, possamos ter um ano cheio de esperança e abandono no Senhor!
Que Maria, Rainha da Paz, nos abençoe!!!!
Deixo-lhes a bênção do Senhor:
“O Senhor vos abençoe e vos guarde.
O Senhor vos mostre o Seu rosto e tenha Misericórdia de vós.
O Senhor volte para vós o Seu rosto e vos dê a Sua Paz.
O Senhor vos abençoe.
Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!”
Caminhem e permaneçam na paz, pois ela é o maior dom que temos. E sobre tudo tenham esperança em Cristo Jesus, Nosso Senhor!

PE. MATEUS MARIA, FMDJ MOSTEIRO REGINA PACIS
[Fonte: Atualização de artigo de 31.12.2008, no site rainhamaria.com.br]

SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS



DIA MUNDIAL DA PAZ
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!



Iniciamos o ano civil – 1º de janeiro – Dia Mundial da Paz – com a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus!
“Somos acolhidos por Maria, Mãe de Deus e Mãe da Paz, e pedimos que ela nos acompanhe ao longo de todo este ano. Neste Dia Mundial da Paz, queremos nos comprometer com a paz, para que ela faça parte de nosso dia a dia. Para isso precisamos – o Papa nos alerta – ‘educar os jovens para a justiça e para a paz’.
O povo pode contar sempre com as bênçãos de Deus. A maior bênção é a vinda do seu filho, graças ao sim de Maria. A exemplo dos pastores, deixemos nosso comodismo e busquemos Jesus, o Príncipe da Paz!
Deus quer nos abençoar ao longo de todo este ano (Ler Nm 6,22-27). Os pastores, gente pobre e desprezada, são os primeiros a ir ao encontro do recém-nascido (Ler Lc 2,16-21). Deus conta com a colaboração humana para realizar seus projetos (Ler Gl 4,4-7).
A exemplo de Maria, humilde serva do Senhor e bendita entre as mulheres cantemos um hino de ação de graças ao Pai, que nos cumulou de bens por meio de seu Filho, Jesus. Com o pão e o vinho, ofertamos nosso desejo de um bom ano para todos” (cf. Liturgia Diária de Janeiro de 2012 da Paulus, pp. 17-19).

“Quanto a Maria, guardava todos esses fatos
e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2,19).


“A celebração da Solenidade de Santa Maria, sob o título de Mãe de Deus – para a tradição Oriental ‘Theotokos’ – é a festa mariana mais antiga para o rito romano, de que temos notícia. Nasceu como celebração da oitava do Natal e a reforma conciliar lhe preservou, recuperando seu sentido mais genuíno.
Os cristãos e cristãs assumem na celebração de 1º de janeiro, no calendário civil, a comemoração da Paz Universal, entendendo que a paz é a nota característica do Reinado que Cristo Jesus inaugurou por sua natividade.
O que significa esta celebração para nós e para o mundo no qual vivemos? A bênção de Araão, mudando toda nossa compreensão e atuação, preside nossa consciência e dirige nossas ações:
‘O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’


O caráter mariano desta celebração liga-se ao fato, de que a salvação eterna é conferida à humanidade inteira. Uma vez habitando o ventre de uma mulher e dela nascendo, a salvação nos alcança e transforma por dentro, elevando à mais alta dignidade a nossa humanidade. Por isso se poderá dizer que quanto mais humanos formos, mais divinos estaremos nos tornando. Mas não por mérito nosso ou razões humanas, mas pelo querer de Deus. Afinal, é do seio de uma ‘Virgem’ que nos vem tão grande evento.
O mundo novo que nos vem pelo Príncipe da Paz é constituído por homens e mulheres novos, humanizados por Deus, por sua Palavra, por seu agir, por sua presença. No início do ano civil, dia dedicado a honrar a paz, é salutar nos deixar interpelar por um Deus que pergunta a quantas anda nossa humanidade. Num tempo em que é tão propício e comum exteriorizar votos de prosperidade, cai bem verificar se o centro vital do homem e da mulher de hoje estão novos, resplendentes” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Natal In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 51-56).
Reconhecer Maria, Mãe de Deus significa acolhê-la como nossa Mãezinha também. Gosto de pensar que Deus viu o quanto é bom ter uma mãe, e quis também, uma para ele. A Mãe de Deus nos toma pela mão e nos conduz, através de seu Filho, Jesus ao próprio Deus, nosso Pai e Criador! E é ela que nos incentiva a sermos da Paz! Como toda mãe, Nossa Senhora faz de tudo, para que vivamos, em nossas relações, a Paz!
Finalmente a celebração de Santa Maria, Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz nos conclamam a humanizarmos mais as pessoas, enquanto tantos, por conta do egoísmo, da ganância, da inveja, do carreirismo, da arrogância e da prepotência (bem explícitos na figura de Herodes), animalizam as pessoas de suas relações, principalmente aqueles que detém algum “cargo público ou até mesmo eclesial”. Estes, “são somente fortes diante dos fracos e fracos diante dos fortes” – pura covardia. Iniciemos o novo ano, exercendo nossa cidadania, promovendo profeticamente a dignidade humana das pessoas! É ano eleitoral: não sejamos omissos na formação de consciência política crítica. Não vendamos nossa honra e muito menos nossos princípios éticos e moral, como o voto, por exemplo.
Desejando-lhes muitas bênçãos e um Novo Ano cheio de novas Esperanças, com ternura e gratidão, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

REFLEXÃO PARA A SOLENIDADE DA SAGRADA FAMÍLIA



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!


“Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado!
O poder repousa nos seus ombros.
Ele será chamado mensageiro do conselho de Deus”
(Is 9,6).


Como é bom celebrarmos a Solenidade da Sagrada Família diante de uma das prioridades do Plano de Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, A Família!
“Neste dia da Sagrada Família, celebramos em comunhão com todas as nossas famílias. Elas são convidadas a imitar e encarnar os valores propostos pela família de Jesus, Maria e José. A Sagrada Família é exemplo de obediência à vontade de Deus.
A liturgia da palavra nos mostra o projeto de Deus para nossas famílias. Acolher a palavra significa deixar-nos iluminar por ela e traçar nossos caminhos segundo sua proposta.
Deus nosso Pai, vós quisestes habitar numa família humana.
Abençoai os pais, as mães e os filhos.
Afastai de nossas famílias todos os males.
Ajudai-nos a promover nas famílias,
em todos os lares de nosso país,
os sentimentos e os propósitos de união,
amor generoso, fidelidade permanente e
perseverança constante na vossa graça.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”


(cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2011 da Paulus, pp. 85-87).
“A Solenidade do Natal do Senhor se prolonga e se desdobra em várias comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que situa-se a Festa da Sagrada Família. No Evangelho, Maria e José se encaminham para Jerusalém a fim de cumprir os preceitos da lei: apresentar o primogênito, oferecer sacrifícios, purificar a mãe... O Filho de Deus nasceu sujeito à lei, para resgatar aqueles que estavam submetidos à lei (cf. Gl 4,4). Significa dizer: Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro, não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos chamavam isso de sacrum comercium, isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida divina. [...] Lembremos da gotinha de água (nossa mínima participação) misturada ao vinho no cálice (a máxima ação de Deus) na Preparação das Oferendas: ‘Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade de vosso Filho, que se dignou assumir nossa humanidade’ [...].
Maria e José, os pais de Jesus, levam ao templo, lugar de encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem: fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial, com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade, figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte.
Mas é no contexto litúrgico que se torna decisivo para a compreensão dos textos bíblicos: a Sagrada Família é a ‘lente hermenêutica’ proposta pelos textos eucológicos desta festa. A ela acorrem os pastores. É ela modelo de amor e de virtude para nossas famílias, bem como intercessora em favor das famílias que celebram o sacrifício de reconciliação. Mas a virtude e a piedade conduzem ao mistério da Igreja. As famílias terrestres, valor inestimável para as nossas comunidades, são sinais de outras realidades: a comunhão entre os irmãos e a comunhão com Deus que nos foi alcançada por Jesus. Os laços de amor aqui vividos no ambiente familiar, conduzem os fiéis às alegrias da casa de Deus. As famílias são firmadas na graça divina, e por intercessão de José e da Virgem, conservadas na paz de Deus (Ler Gn 15,1-6;21,1-3/Lc 2,22-40 e Hb 11,8.11-12.17-19).
A graça e a paz nos foram comunicadas no mistério de Cristo. Por sinal, esta é uma das saudações mais frequentes do início de nossas celebrações (cf. 1 Cor 1,3). As comunidades celebram periodicamente pedindo, como família cristã, pelas mesmas coisas que a liturgia desta festa suplica para as nossas famílias. A comunhão da Igreja encontra seu reflexo nos lares e vice-versa. Não é por acaso que, por longa tradição, os fiéis se nomeiam ‘irmãos e ‘irmãs’ uns dos outros, pois todos foram irmanados em Cristo, aquele que conviveu com os homens. A comunhão sacramental nos refaz para os embates da vida e nos associa à Sagrada Família” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Natal In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 46-50).
Enquanto a Cultura da Sobrevivência coloca a Família de bruços, engolindo-a com o tripé de contra valores: o consumismo, o hedonismo e o individualismo, a Solenidade da Sagrada Família nos conclama e incentiva a reerguê-la, devolvendo-lhe a necessária dignidade humana! Saibamos, a partir desta solenidade, reencontrar meios para ancorar nossa Família em valores essenciais, como o amor gratuito, a verdade, a justiça e a liberdade!
Em nossa Igreja Santo Antoninho, celebraremos a Solenidade da Sagrada Família no dia 31 de dezembro (sábado), às 19 horas, acolhendo através do Sacramento do Batismo um novo Filho de Deus, nascido do “útero da Igreja”, a Bacia Batismal, nosso irmão Fernando Ricardo Santos Martinez.
Desejando-lhes abençoado Ano de 2012, nossa ternura, gratidão e abraço cheio de novas esperanças!

Pe. Gilberto Kasper

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um Deus que se faz Criança






A bondade e a esperança sobrevivem. E o amor continua aquecendo milhares e milhares de corações sobre a face da terra. Na virada do milênio existem sinais luminosos, visivelmente desenhados no horizonte. Realidades-força que reabastecem nosso otimismo cotidiano, incentivando-nos a prosseguir lutando pelo Reino, de ânimo perseverante, apesar de...

E a gente pergunta: Quem salvará o mundo?
Os que olham a sociedade à sua volta com simpatia e misericórdia, mas com aquela vontade enorme de transformá-la para melhor. Os que permanecem descobrindo, amando a vida, olhando-a de frente, saudando cada dia, como chance que Deus nos concede para fazer o bem. E agradecem porque existe música nos palcos do existir.

Os que ainda encontram tempo para dialogar com as estrelas, beber um lindo por-do-sol e socorrer um necessitado que perambula pelas ruas da amargura, do sofrimento, da marginalização.

A criança que nos encanta com sua simplicidade, o velhinho trôpego que se ampara na bengala amiga e os jovens enfuziantes projetando sonhos-entusiasmo nos caminhos abertos do amanhã. Um homem e uma mulher que se ajoelham lado a lado, olhos molhados de ternura, agradecendo o dom do seu amor, dando-se as mãos para acertar na educação dos filhos. Os mansos e humildes, que sorriem na adversidade, fazem-se criativos na crise, silenciam perante críticas maldosas e buscam dar razão aos outros, mesmo quando injustiçados descaridosamente. O escritor que arquiteta seus poemas, livros e pensamentos na calada da noite. O místico que se comunica com Deus nas mínimas coisas de cada dia. O operário de fronte suada que regressa para casa, contente, mesmo sabendo que o pão escasseia na sua mesa e o salário mal-e-mal cobre as despesas da família.

Os que esperam, contra toda a esperança, transformando as próprias angústias num hino à vida, colocando alma em suas tarefas, convertendo seu trabalho em prece e ofertório.

Essas e tantas outras pessoas, não raro esquecidas e pouco valorizadas, estão salvando nosso mundo caótico, ferido e desencontrado, restituindo-nos confiança e motivação em meio às turbulências e perplexidades desta virada do século, limiar do ano dois mil.

E quando mais um Natal desponta na esquina de dezembro, a gente se emociona pela milésima vez perante um Deus que se fez Criança, para estar mais perto de nós. E lágrimas nos brotam do fundo do coração, vendo os pobres e desafortunados celebrando a vida, seus restos de esperanças cantando “Noite Feliz” dentro de seus barracos. E mesmo sem ceia natalina, sem pinheirinhos enfeitados, eles sorriem generosos, agradecidos: “Se Deus quiser, no ano que vem nosso Natal será mais alegre. Se Deus quiser! “

Em Belém, no silêncio da noite,uma patena foi elevada.
Era MARIA, celebrante privilegiada,
rezando a primeira Eucaristia,
no altar da maternidade.

Pe. Roque Schneider, SJ

Fonte: Triunfo do Coração de Jesus
Nº13 Outubro – Dezembro/97

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

REFLEXÃO PARA A SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR



REFLEXÃO PARA A SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegremo-nos todos no Senhor:
Hoje nasceu o Salvador do mundo,
Desceu do céu a verdadeira paz!”


Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo
e fez o homem à sua imagem;
- séculos depois de haver cessado o dilúvio,
quando o Altíssimo fez resplandecer o arco-íris,
sinal de aliança e de paz;
- vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai;
- treze séculos depois da saída de Israel do Egito sob a guia de Moisés;
- cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei de Israel;
- na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel;
- na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas;
- no ano 752 da fundação de Roma;
- no ano 538 do edito de Ciro autorizando a volta do exílio
e a reconstrução de Jerusalém;
- no quadragésimo segundo ano do império de César Augusto,
enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade de mundo.
JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI,
querendo santificar o mundo com a sua vinda,
foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem;
transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá.
Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.
Venham, adoremos o Salvador.
Ele é Emanuel, Deus Conosco.
(Diretório Litúrgico da CNBB, p. 40
“Eu vos trago a boa-nova de uma grande alegria:
é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor” (Lc 2,10s).

Nossa Reflexão para a Solenidade do Natal do Senhor, tentará, resumidamente abordar as Celebrações da Noite de dia 24 e do Dia 25 de Dezembro!, procurar

Por isso, “Exultemos todos no Senhor: nasceu o salvador do mundo, do céu desceu a verdadeira paz e felicidade. Na fragilidade da criança, contemplamos a revelação de Deus na história da humanidade. Deus se encarna no humano para nos tornar mais divinos.
Todos somos convidados a formar coro com os anjos: glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra às pessoas de boa vontade. Jesus chegou até nós, trazendo-nos a salvação. Chegou a salvação dos pobres e oprimidos (Ler Is 9,1-6). Por meio de Jesus, Deus entra na história da humanidade para dela fazer parte (Ler Lc 2,1-14). A graça de Deus traz salvação a toda a humanidade (Ler Tt 2,11-14).
Cristo, que nasce pobre em Belém, está entre nós na simplicidade do pão que compartilhamos, dando graças ao Pai. Com Maria e os pastores, reconheçamos e adoremos nosso Senhor.
“Um menino nasceu para nós:
um filho nos foi dado!
O poder repousa nos seus ombros.
Ele será chamado mensageiro
do conselho de Deus” (Is 9,6).

As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós; ele é o príncipe da paz e a luz que brilha para o mundo, afastando toda treva. Na fragilidade da criança, Deus se torna presente em nosso meio. A palavra se fez pessoa e veio morar junto conosco.
A luz se manifestou para iluminar os caminhos da humanidade, que anseia por paz e fraternidade. Acolhamos com alegria a palavra de Deus, força de vida e salvação. Deus vem trazer-nos paz e salvação (Ler Is 52,1-10). A palavra de Deus torna-se carne e habita entre nós (Ler Jo 1,1-18). Ele nos fala diretamente por meio de seu Filho (Ler Hb 1,1-6).
Louvemos o Pai porque, com a encarnação de seu Filho, possibilita o encontro do divino com o humano. A palavra eterna do amor de Deus se fez homem, e nós vimos brilhar a sua luz” (cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2011 da Paulus, pp. 71-76).
Gosto muito da frase que se pronuncia, geralmente em voz baixa, durante o canto da preparação das oferendas na Missa, enquanto se coloca uma gota de água no cálice de vinho: “Pelo mistério desta água e deste vinho, possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”. Penso que esta afirmação deveria ser dita em voz alta, pois sintetiza o evento do Natal do Senhor! Nossa participação de toda a História da Salvação é apenas uma gotinha de água, o mínimo, unicamente o esforço por acolher A palavra de Deus que se faz Pessoa igualzinha a nós em tudo, menos no pecado, remetendo-nos ao mais profundo conhecimento de Deus, na meiguice de um recém-nascido. Todo o resto Deus mesmo realiza em nós, na medida em que o permitimos agir!
“O mundo inteiro viu o salvador
que nos foi enviado por Deus” (Sl 97,3).

“A Natividade de Jesus, é uma festa antiga. Esta celebração deita suas raízes na veneração da gruta em que o Senhor nasceu. No rito romano, como liturgia orgânica e já instituída somente tem-se notícia a partir do século IV, quando aparece pela primeira vez a data de 25 de dezembro, segundo os testemunhos de um antigo documento chamado Cronógrafo Romano.
O que se celebra nesta liturgia é bem mais do que o aniversário do nascimento histórico de Jesus. É, em suma, a celebração de sua Páscoa vista sob a perspectiva de sua entrada no horizonte da história humana de modo inaudito e admirável, como sugere a bucólica cena do nascimento narrado no Evangelho de Lucas. Embora se possa (e deva!) localizar os feitos maravilhosos do Senhor no âmbito da história humana, que o ocidente convencionou consignar em ‘passado – presente – futuro’, a ação divina sempre precede e supera os nossos limites temporais e espaciais. Por isso, a liturgia divina quando celebrada se torna uma espécie de parêntesis no tempo cronológico, como momento da história da salvação que nos alcança aqui e agora, um acontecimento que deve ser lembrado em todo tempo e lugar.
A celebração da Natividade do Senhor é festa de sua manifestação na carne, isto é, Deus vindo ao encontro da humanidade como pessoa humana: ‘sob véus de humildade podemos ver’ o Deus invisível e eternal grandeza (Adeste Fidelis – Cristãos, vinde todos).
Para Agostinho, no século V, a celebração do Natal do Senhor não tinha sentido de sacramento, era a recordação da Natividade de Jesus. Para o bispo de Hipona, o único sacramento era a Páscoa, pela qual os seres humanos e a criação inteira tinham sido reintegrados à sua origem, que é o próprio Deus, sumo bem. Será Leão Magno, no mesmo século e alguns anos mais tarde quem encontrará o sentido mistérico e por isso, sacramental, do Natal do Senhor. Para ele, a Natividade, celebração da encarnação do Verbo, está intimamente ligada à Páscoa. É seu início, pois, quando a Igreja celebra esta solenidade, comemora o aspecto do novo nascimento dos fiéis para uma vida redimida: ‘No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se um de nós, nós nos tornamos eternos’. Fica evidenciado o aspecto sacramental e pascal do Natal do Senhor” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Natal In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 40-45).
Gosto de pensar como Deus dribla a humanidade, nascendo numa manjedoura, entre animais. Como se não bastasse, se permite anunciado em primeiro lugar aos mais simples dos simples: os pastores, durante uma fria madrugada. Talvez os únicos acordados naquela noite. Certamente os mais sensíveis e talvez os mais disponíveis para ouvir o jubiloso anúncio dos Anjos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade”, isto é, aos homens e mulheres de coração aberto para acolher, como que uma “manjedoura”, um recém-nascido envolvo em panos, Emanuel, o DEUS CONOSCO, a meiguice e fragilidade de um bebê. Simplesmente uma criança. Isto me convence que Deus é muito mais simples do que O complicamos! Basta estar aberto, atento, ser hospitaleiro e acolhedor. Basta ler a face do Senhor no semblante do Outro!

Feliz e santo Natal a todos!

Pe. Gilberto Kasper

O NATAL DE JESUS: SINAL DE CONTRADIÇÕES



“Eis que este menino nasceu,
como sinal de contradição...” (Cf. Lc 2,34).

Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

Deus sempre foi bem mais simples do que O complicamos. Embora aguardado na “esterilidade dos palácios reais”, nasceu na manjedoura, entre animais, sendo anunciado à “virilidade de corações simples de Pastores”: “Não temais! Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor...” (Cf. Lc 2,10-11).
Os pastores pertenciam à classe preterida da sociedade, pois cheiravam mal, cuidavam de ovelhas madrugadas adentro. Entretanto, foram eles, que contemplaram por primeiro, o Deus feito pessoa na meiguice de uma criança. Deus driblou a humanidade, tentando ser pobre com os pobres, simples com os simples, rico de ternura com os puros de coração, sem nenhuma pretensão.
O esplendor do Natal se faz compreensível, na medida em que ao invés de darmos presentes, sejamos presença harmoniosa entre todos, sem discriminação e nem acepção de pessoas. Não haverá melhor presente a oferecer a Jesus, neste Natal, do que assumirmos todos juntos nosso Projeto de Ação Missionária SIM – Ser Igreja em Missão e levarmos a sério nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral com as três prioridades assumidas: A Formação de Líderes, A Família e A Juventude!
O Natal de Jesus seja celebrado com a ousadia e a coragem borbulhante em cada coração de sermos Seus verdadeiros discípulos e missionários. Assim teremos o Natal mais autêntico e feliz de nossa vida, e seremos as luzes que iluminarão novo ânimo, nova esperança e grandes perspectivas para os “pastores de nossos dias”. Esvaziados de nós mesmos, deixemo-nos encher da luz do Salvador, que será sempre para as pessoas de boa vontade, Sinal de Contradições!
Em nossa Igreja Santo Antoninho, que mais parece um aconchegante Presépio, celebraremos o Santo Natal do Senhor, na Véspera, dia 24 de Dezembro, Sábado, às 19 horas e no dia 25 de Dezembro, Domingo, às 8 e 10 horas. Todos estão convidados a celebrar conosco na Av. Saudade, 222-1, nos Campos Elíseos em Ribeirão Preto. Seja o mais Santo Natal de nossa vida!

domingo, 18 de dezembro de 2011

NATAL: LUGAR DO ENCONTRO




Natal é um tempo de encontro.
É como se todos os povos marcassem um tempo para,
em torno do Presépio,
viver um momento de paz e de balanço da própria vida!

Quando o ano vai chegando ao seu final, as empresas procuram “fechar para balanço”. É necessário acertar as contas. Ninguém gosta de entrar no novo ano com dívidas e pendências. As famílias fazem o mesmo. É tempo de reconciliação e de paz. O dia 25 de dezembro parece ser a data-limite para tudo o que deveríamos ter feito durante o ano. O Natal é este dia em que as portas se fecham e os corações se abrem. Fala-se até em certo “espírito natalino”. É verdade. Há um mistério em torno desta data que mexe com os corações mais insensíveis.
Aquele marido mal humorado faz força para ser mais alegre, pelo menos neste dia. Mesmo os que não costumam ir à Igreja, não conseguem escapar do Natal. Parece que ele é uma festa maior que o próprio Cristianismo. Até povos e pessoas que nunca ouviram falar de Jesus festejam esta data. Os símbolos e sinais se multiplicam por toda parte. O comércio festeja o aquecimento das vendas. O Papai Noel invade os Shoppings Centers e a mesma música de todos os anos parece dar o tom da fraternidade com que todos sonhamos: Noite Feliz... Noite Feliz!
Por um minuto é permitido esquecer o crime, a fome, a doença, as injustiças, a violência e a corrupção. Por uma fração de segundos a humanidade perdida em tantos conflitos e mortes fecha os olhos e sonha o sonho de Belém: Glória a Deus nas alturas e paz na terra à humanidade por Ele amados! O Presépio, criado por São Francisco de Assis, rouba a cena nas Igrejas e praças e encanta o coração dos que ainda sabem ser crianças.
Celebrar o Natal é, sobretudo, reconhecer que não estamos sozinhos, mas “há um Deus” que caminha conosco, que nos salvou e continua nos salvando cotidianamente.
O maior presente do Senhor, eu penso, é o presente da vida. O maior pecado dos seres humanos, a meu ver, seria devolver esse presente sem agradecê-lo e sem abri-lo.
Ame-se mais em 2012 e seja mais feliz!

Pe. Gilberto Kasper

CURRICULUM VITAE DE PADRE GILBERTO KASPER



Informações Pessoais

PADRE GILBERTO KASPER
Data de Nascimento: 17 de Abril de 1957
Naturalidade: Três Corôas - RS
Nacionalidade: Brasileiro
Estado Civil: Solteiro
Telefone Celular: (16) 9217-6540
Email: pe.kasper@gmail.com

Formação Pré-universitária

Curso Primário: Cursou na Escola Sagrado Coração de Jesus de Novo Hamburgo - RS, de 1964 a 1969.
Curso Ginasial: Iniciou no Seminário Menor São João Maria Vianney de Bom Princípio - RS, de 1971 a 1972. Concluiu o mesmo no Ginásio Estadual Leopoldo Petry de Novo Hamburgo - RS, de 1973 a 1974.
Ensino Médio: Cursou no Colégio Pio XII dos Irmãos Maristas de Novo Hamburgo - RS, de 1975 a 1977.

Formação Universitária

* Cursou Filosofia Pura no CEARP - Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto - SP, de 1982 a 1983;
* Convalidou o mesmo na Faculdade de Filosofia da FAI - Faculdades Associadas do Ipiranga de São Paulo - SP, em 1990,
obtendo o Título de Bacharel em Filosofia e Registro de nº 167.848 - LP do MEC - Ministério da Educação e Cultura;
* Apto a lecionar Filosofia, Psicologia e História no Ensino Médio e História no Ensino Fundamental;
* Iniciou a Faculdade de Teologia na Universidade Javeriana de Bogotá, Colômbia, em 1985 concluindo a mesma na
Universidade Católica de Eichstaett da Baviera na Alemanha, obtendo o Título de Bacharel em Teologia em 1987;
* É mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção do Centro Universitário
Assunção de São Paulo - SP, tendo defendido a Dissertação de Mestrado no dia 29 de Setembro de 2003 com o Título:
"Bioética e Reprodução Humana: Análise dos Desafios da Bioética perante a Concepção Assistida no início do Terceiro Milênio Cristão".
* Fez o Curso de Formadores de Seminários na Congregação da Educação Católica do Vaticano, em Roma, na Itália em
1997, capacitando-o a ser Reitor de Seminários que formam novos Presbíteros e de Formação Permanente.
* É doutorando em Teologia Sistemático-Pastoral com concentração na Área de Teologia Moral, com o Projeto de Tese
aprovado pela PUC-Rio sob o Título: "A Ética Cristã diante do Culto ao Corpo" com o tema: "A regência da sociedade
perante o tripé de contra valores: O Consumismo, O Hedonismo e O Individualismo".

Atividades Didáticas

Ensino Fundamental

* Lecionou Ensino Religioso no Instituto Santa Úrsula de Ribeirão Preto - SP, de 1983 a 1985.

Ensino Médio

* Lecionou Ensino Religioso e Filosofia no Instituto Santa Úrsula de Ribeirão Preto - SP, de 1983 a 1985 e em 1990.
* Lecionou Aspectos Sociológicos e Antropológicos no mesmo Instituto de 2000 a 2002.

Curso Superior

* Lecionou Filosofia da Religião, Lógica e Ética no Instituto de Filosofia Dom Felício do CEARP - Centro de Estudos da
Arquidiocese de Ribeirão Preto - SP, de 1997 a 2002.
* Lecionou Teologia Moral Fundamental e Teologia Moral Social no Instituto de Teologia Dom Miele do CEARP - Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto - SP, de 1999 a 2002.
* Lecionou Ética Geral e Filosofia Geral na Faculdade de Direito; Ética e Cidadania nas Faculdades de Turismo,
Administração de Empresas e Comércio Exterior e Filosofia Aplicada na Faculdade de Educação Física e Esportes da
UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto, no Campus de Ribeirão Preto - SP, de 2000 a 2002.
* Lecionou Teologia dos Sacramentos e Sacramentária na EDITECAL - Escola Diocesana de Teologia Católica para
Leigos de Blumenau - SC, de 2004 a 2005.
* Lecionou Teologia Moral Fundamental, Bioética e Teologia Trinitária no ITESC - Instituto Teológico de Santa Catarina,
em Florianópolis - SC, de 2004 a 2006.
* Lecionou Mística e Fé no Curso de Ciências da Religião na FURB - Fundação Universidade de Blumenau - SC, em
2005.

Atividades Ministeriais e Pastorais

* Ordenado Presbítero no dia 20 de Janeiro de 1990, exerceu as seguintes atividades:
1990 - 1993:
* Administrador Paroquial da Catedral de São Sebastião, Secretário e Moderador da Cúria Metropolitana e do Arcebispo de
Ribeirão Preto - SP.
1991 - 2002
* Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Ribeirão Preto;
* Diretor da Cáritas Arquidiocesana;
* Diretor Arquidiocesano do Apostolado da Oração;
* Membro da Equipe de Formadores do Seminário Maior de Filosofia e Teologia Maria Imaculada de Brodowski - SP.
1994 - 1998
* Reitor do Seminário Maior de Filosofia e Teologia Maria Imaculada de Brodowski - SP.
1994 - 1995
* Secretário da OSIB - Organização dos Seminários e Institutos do Brasil do Estado de São Paulo - Regional Sul 1.
1996 - 1998
* Presidente da OSIB - Organização dos Seminários e Institutos do Brasil do Estado de São Paulo - Regional Sul 1.
1993 - 1996
* Pároco da Catedral Metropolitana de São Sebastião de Ribeirão Preto - SP.

1996
* Administrador Paroquial da Paróquia Santa Luzia de Luis Antônio - SP
1997 - 2002
* Pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus do Bonfim de Bonfim Paulista, Ribeirão Preto - SP
* Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo de Serra Azul - SP
* Capelão das Irmãs Ursulinas de Ribeirão Preto - SP
* Coordenador Arquidiocesano da PASCOM - Pastoral da Comunicação de Ribeirão Preto - SP
* Secretário do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Ribeirão Preto - SP
* Vigário Forâneo da Forania São José, que é formada por nove Paróquias
* Coordenador Arquidiocesano da Pastoral de Casais em Segunda União de Ribeirão Preto - SP.

Atividades Jornalísticas

* Atuou na área de Jornalismo e Publicidade no Grupo Editorial Sinos de Novo Hamburgo - RS e na Gelú Publicidade de
Franca - SP, de 1978 a 1982.
* Coordenou a transmissão da "Santa Missa em seu Lar" na EPTV (Retransmissora da Rede Globo) e participou da
transmissão da Santa Missa pelo Sistema Clube de Comunicação (Retransmissora da Bandeirantes).
* Iniciou a transmissão da Missa da Catedral de Ribeirão Preto pela Rádio Renascença.
* É Jornalista Profissional e escreve semanalmente no Jornal TRIBUNA de Ribeirão Preto e mensalmente na REVISTA
EVIDÊNCIA Top sobre assuntos de Ética, Teologia e Cidadania.
* Participa de Programas radiofônicos, diariamente às 5:50 horas na Rádio CMN-750, Jovem Pan Sat e Aparecida e aos sábados às 8 horas
durante o Programa do ANDRÉ LUIZ, e também aos domingos no "Bom Dia Ribeirão" do Sebastião Xavier, com a mensagem "LEVANTA-TE E ANDA".
* Escreve semanalmente Mensagens Reflexivas sobre a Sagrada Escritura e Temas Diversos para o Site da Arquidiocese de Ribeirão Preto, www.arquidioceserp.org.br, para os Sites do www.rodrigosimoes.com.br e www.demetriolpbjr.blogspot.com, bem como via Internet com aproximadamente dois mil internautas.

Outras Atividades

* Foi Membro do Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da USP de Ribeirão Preto de 1999 a 2002.
* Foi Secretário da Organização das Semanas Teológicas da Pós-Graduação da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa
Senhora da Assunção de São Paulo - SP.
* Fundou e dirigiu a Escola Diaconal São Lourenço para Diáconos Permanentes da Diocese de Blumenau - SC.
* Lecionou na Escola Diaconal da Arquidiocese de Florianópolis - SC.
* Pregou ao longo de 21 anos, 70 Retiros Espirituais para Religiosas, Seminaristas, Casais e Jovens pelo Brasil.
* Foi Vigário Paroquial na Paróquia Cristo Rei de Blumenau - SC de 2003 a 2005.
* Foi Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Vitória na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro - RJ em 2006.
* Foi Vigário Paroquial na Paróquia Santa Ângela de Ribeirão Preto - SP em 2007.
* É, atualmente, Reitor na Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres, Diretor Espiritual da Equipe de Nossa Senhora da
Esperança de nº 01 do Setor A e Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico da Arquidiocese de Ribeirão Preto com 2.800 associados.
* É Professor de Teologia Moral, Doutrina Social da Igreja e Bioética no Centro Universitário Claretiano de Batatais – SP.
* Leciona Filosofia e Sociologia nos Cursos de Licenciatura Plena de Pedagogia, Letras e Matemática na UNIESP – União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo, na qual coordena ainda, o Curso de Bacharel em Teologia na Unidade de Ribeirão Preto – SP.
* É convidado a proferir Conferências sobre Ética, Teologia e Cidadania nos diversos setores da Sociedade, bem como continua assessorando Comunidades, Agentes de Pastoral em Formação e prega retiros espirituais em épocas de férias!
* Idealizou em 1991 e reiniciou em 2009 os Concertos Ecumênicos de Natal de Ribeirão Preto em nome da Arquidiocese e com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto, durante o Advento, preparando o Natal, no Espaço Cultural de Espiritualidade Santo Antônio, Pão dos Pobres de Ribeirão Preto.

Ribeirão Preto, 15 de Outubro de 2011

Pe. Gilberto Kasper

REFLEXÃO PARA O QUARTO DOMINGO DO ADVENTO



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Céus, deixai cair o orvalho;
nuvens, chovei o justo;
abra-se a terra e brote o Salvador!” (Is 45,8).

“Já no Quarto Domingo do Advento e às portas da Solenidade do Natal do Senhor, a liturgia dirige o nosso olhar para o anúncio do Anjo feito a Maria e para sua própria pessoa enquanto imagem da Igreja que aguarda a chegada do Natal. Para sublinhar em que ponto a celebração nos situa, recordemos nosso trajeto realizado: nos dois primeiros domingos do Advento escatológico, nossa expectativa foi reacendida em vista das realidades futuras e dos últimos tempos que Jesus inaugurou a partir de sua vinda histórica e sua glorificação. A acolhida do anúncio da Palavra de Deus nos preparou na direção desse evento derradeiro, que o povo da Primeira Aliança viu realizar na Igreja, como já participante das realidades futuras.
No terceiro domingo do Advento, com o olhar mais voltado para a vinda histórica, a Igreja se alegrou, como que antecipando aquilo a que se prepara e no canto de Maria, proclamou as maravilhas que Deus realizou por seu povo e continua a realizar por meio de Jesus e de seu Espírito. Nesse mesmo período iniciamos a novena do Natal do Senhor, intensificando a nossa espera e vigilância, enchendo nossas lâmpadas com o azeite da oração, adentrando no festim do noivo que veio ao nosso encontro. Cada domingo, como luz a iluminar nossos passos, nos conduziu a este momento, onde contemplamos a Virgem como a um espelho, onde podemos ver a imagem daquilo que a Igreja é chamada a ser: casa preparada por Deus, arca da Aliança e receptáculo do Mistério outrora escondido e que Deus, por imensa bondade, revelou a todos” [...].
“Graças ao sim de Maria, Deus veio habitar entre nós na pessoa de Jesus. Todos devemos estar disponíveis para a ação do Espírito de Deus, acolhendo no coração o mistério da encarnação. A páscoa de Jesus se manifesta nas pessoas e grupos que se dispõem a receber a boa-nova trazida pelo anjo Gabriel.
De coração alegre e agradecido, acolhamos a Palavra de Deus. Ela nos mostra o plano divino de salvação e em Maria realiza a prometida encarnação do Salvador.
Deus quer caminhar com seu povo, e não ficar trancado no templo (Ler 2Sm 7,1-5.8-12.14.16). Maria aceita a proposta de ser a mãe de Jesus (Ler Lc 1,26-38). O mistério de Deus se revela à humanidade em Jesus encarnado (Ler Rm 16,25-27).
Respondendo nosso amém à oração eucarística, aceitamos com gratidão o plano de Deus; acolhendo a palavra feita carne, deixamo-nos transformar, pelo Espírito, em novas criaturas” (cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2011 da Paulus, pp. 54-58).
“Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra!” (Lc 1,38).

[...] “A celebração do quarto domingo, como último Domingo do Advento histórico, na mesma dinâmica do terceiro domingo, antecipa a realidade festiva que se desabrocha no Natal. Nesta celebração a Igreja é a receptora do anúncio do Anjo, participando da encarnação do Verbo ao acolher a Palavra proclamada, exercendo seu discipulado na escuta e na obediência e deixando realizar em seu seio a salvação esperada. Contudo, a chave messiânica da compreensão dos textos nos convida a perceber que a salvação principiou neste mistério e se completa na páscoa do Senhor, para a qual rumamos. Nós, que também já desfrutamos da vida divina em Cristo pela participação em sua páscoa, não devemos fazer o seu caminho de encontro com as realidades carentes de vida nova? Prolongar o anúncio do Anjo ao mundo, descobrindo a semente do Verbo nas realidades mais sofridas, não seria nossa resposta obediente, discipular e atenta à vontade do Pai? O Natal do Senhor se orienta e se aprofunda também na páscoa do mundo que anseia por vida nova e por salvação.
O mistério da encarnação, iniciando hoje com a anunciação do Anjo à Virgem, é aprofundado pelo mistério da cruz que nos leva à ressurreição. Segundo uma mensagem de Natal , ‘Para quem consciência ainda tem, o Natal é dura cruz na casa de alguém’, poderemos nos encaminhar mais ligeiramente para o acontecimento natalino, se estivermos mais atentos e solícitos aos sofrimentos e cruzes que carregam os outros...” (cf. Roteiros Homiléticos In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 34-38).
Com a Igreja, portanto, somos convidados a sentirmo-nos também grávidos do Senhor! Mais ainda: somos conclamados a “dar à luz ao Cristo não mais Menino, mas Ressuscitado”. Por isso o Natal do Senhor precisa ser motivado por nossa missionariedade e discipulado a exemplo de Maria. Sejamos o porta-jóias de Jesus, anunciando-O com a própria vida ao mundo que nem sempre O reconhece em nossas incoerências. Quantas aparências, falsidades, mentiras, fingimentos e invejas atrapalham um verdadeiro Natal que não aborte Jesus, por conta do consumismo, hedonismo e individualismo! Sejamos livres para celebrarmos um Natal diferente, como nunca antes em nossa vida pessoal, comunitária e social!
“A virgem conceberá e dará à luz um filho;
e ele será chamado Deus-conosco” (Is 7,14).

Por sugestão de nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Joviano de Lima Júnior, sss, nosso gesto concreto, durante a Novena de Natal tão bem preparada por nosso Seminário Maria Imaculada, é reservar uma ou mais Bíblias para nossas Comunidades carentes, bem como para a Pastoral Carcerária. Colocar a Palavra de Deus no coração de nossos irmãos, nos assemelhará à Nossa Senhora, que não guardou Jesus egoisticamente para si, mas o anunciou com a própria vida ao mundo inteiro!

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O Menino, o rei e o bom velhinho



No Natal, os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo. Aconteceu há cerca de 2 mil anos, quando ainda não se fazia registro do nascimento, com lugar, dia e hora; isso é bastante recente. Mas quem duvidaria que Jesus nasceu e existiu? Vinte séculos de testemunhos ininterruptos mantiveram viva sua memória, apesar das tentativas de apagar sua lembrança da história. Perseguições aos seus seguidores, regimes totalitários ou simplesmente movimentos culturais já se propuseram eliminar, depurar ou passar para a posteridade de maneira distorcida o legado de Jesus Cristo para a humanidade. Não conseguiram.

Isso já começou logo que Jesus nasceu. Conta-nos o evangelista São Mateus que o rei Herodes, encarregado romano de governar a Judeia, ao saber que em Belém havia nascido um menino, procurado e admirado por gente de toda parte, ficou assustado e quis saber mais sobre o pequeno: era Jesus, filho de Maria, casada com José, o Carpinteiro de Nazaré. Sábios e intérpretes das Escrituras Sagradas afirmavam ao rei que as profecias sobre o ressurgimento do reino de Davi apontavam para Belém e o futuro rei poderia ser esse mesmo, o pequeno que acabara de nascer. Herodes, enciumado e furioso, tentou eliminá-lo já no berço, mas não conseguiu; o bom José tomou o menino e sua mãe e fugiu com eles para o Egito. Enquanto isso, Herodes espalhava terror e luto em Belém e arredores, com a ordem para que todos os meninos abaixo de 2 anos de idade fossem mortos (cf Mt 2).

Nos primeiros tempos do Cristianismo, os cristãos comemoraram mais a Páscoa do que o Natal; o anúncio do Evangelho estava centrado sobretudo no significado dos padecimentos, da morte e ressurreição de Jesus, no início da pregação dos apóstolos e no surgimento prodigioso da Igreja. Aos poucos, porém, também foi incluída a reflexão sobre a origem de Jesus, seu nascimento e infância, que a Igreja comemora no Natal (cf Mt 1-2; Lc 1-2).

Teólogos e pregadores dos séculos seguintes elaboraram reflexões de extraordinária beleza e profundidade sobre esta primeira etapa da vida de Jesus, partindo da fé dos cristãos: nesse menino, o próprio Deus veio ao encontro da humanidade e assumiu nossa condição frágil e precária, para redimi-la e dar-lhe sentido e perspectiva de futuro. A Liturgia católica do Natal ainda conserva algumas dessas jóias, que o pensamento teológico lapidou naquela época: “ó Deus, nesta noite santa, o céu e a terra trocam seus dons... No momento em que vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade!”

São Nicolau, um bispo do 4º século nascido em Mira, na atual Turquia, e cujo sarcófago está conservado na catedral de Bari, no sul da Itália, compreendeu isso muito bem: na festa do Natal, saía pelas ruas distribuindo presentes aos pobres, sobretudo às crianças. Queria, assim, compartilhar a festa e a alegria com todos porque o Natal de Jesus era um imenso presente de Deus para a humanidade inteira! Talvez nasceu aí a tradição dos presentes de Natal e da festa contagiante, que também hoje se faz.

Na Idade Média, São Francisco de Assis não se cansava de contemplar o “sublime mistério” do Natal: o Grande Deus veio a nós na simplicidade e na fragilidade de uma criança! Alguém poderia ter imaginado algo assim?! Ninguém mais precisa ter medo de se aproximar do Eterno! Os braços estendidos do menino são o abraço de Deus, que acolhe a todos com infinita ternura! Francisco, poeta e cantor da beleza, quis que a cena do Natal de Jesus, narrada nos Evangelhos, fosse percebida concretamente e “criou” o presépio, com a ambientação e os figurantes dos relatos bíblicos sobre o nascimento de Jesus. A tradição dos presépios no Natal espalhou-se rapidamente pelo mundo cristão.

Os tempos modernos deram-se conta de que o Natal tinha um apelo comercial muito bom e vendia bem! Natal virou coisa para comprar! E para promover melhor o seu consumo, foi criado um garoto-propaganda, chamado Papai Noel, o “bom velhinho”, de barbas brancas, botas, roupão vermelho e gorro de lã... Alguma coisa nele ainda lembra o bispo São Nicolau, de outros tempos, que distribuía presentes de verdade! Papai Noel saiu da fantasia, talvez de trenó puxado por renas imaginárias, lá dos espaços nórdicos, onde faz frio nesta época do ano. Mas deu-se muito bem nos trópicos também... Que importa um pouco de suor debaixo das pesadas roupas invernais? Doce fantasia, que encanta crianças e também agrada a adultos!

Natal se tornou a festa de Papai Noel. E o menino Jesus, onde ficou? Não era dele a festa? Será que o “bom velhinho” – hô-hô-hô -, na sua pachorra, vai conseguindo o que Herodes não conseguiu com sua ira - eliminar o menino da cena? Presépio? Em seu lugar, uma árvore enfeitada de desejos coloridos; duendes e bruxas, em lugar do menininho de braços estendidos; bichinhos da Disney em lugar dos pastores de Belém e suas ovelhas; e uma infinidade de pacotes e de doces em vez do ouro, incenso e mirra, oferecidos pelos reis magos ao menino Jesus!

Pois é... quase tudo como no começo! Quando Maria estava para dar à luz, José, muito aflito, batia de porta em porta e procurava um lugar em Belém para que o Filho de Deus pudesse nascer entre os homens. São Lucas informa apenas: “não havia lugar para eles”. Por isso, Jesus veio ao mundo num abrigo para animais, fora da cidade. Na cidade não havia lugar para ele. E, no entanto, continua atual o anúncio do anjo aos pastores nos campos gelados de Belém: “não tenhais medo! Eis que vos anuncio uma boa notícia, e será boa também para todo o povo! Hoje nasceu para vós um salvador, que é o Cristo, Senhor”! Mais atual do que nunca!

Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo - SP

Publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. de 10.12.2011

Como celebrar o Natal



Nestes dias que precedem esta data festiva, podemos correr o risco de perder tempo demasiado na compra de presentes e nos esquecer do essencial.

Ver uma imagem de Jesus pequenino na noite de Natal e dar um beijo nela são atos que nos comovem e nos enternecem até as lágrimas. Depois disso, vamos para nossas casas, satisfeitos pela missão cumprida de ter ido à missa e participado da ceia de Natal.

Em seguida, o Deus-menino se transforma em algo externo a nós, quando a razão desta festa é para tomarmos consciência de sua presença em nós.

Rezarmos a novena de Natal é uma forma de nos prepararmos, mas a sua finalidade é reunir a família, reunir os vizinhos, reunir as pessoas pobres, ricas, feias, bonitas, brancas, negras, jovens, idosas, crianças, todas irmanadas num só objetivo: preparar o coração para o Natal, para que o Menino Jesus nasça em nossos corações e encontre esses corações mais aconchegantes do que o frio do presépio.

Uma boa confissão, em que reconhecemos realmente nossas falhas e nos propomos a não repeti-las, é outra atitude que podemos fazer para preparar todo o nosso ser para a vinda do Salvador.

Entretanto, tudo isso será bem mais completo se ajudarmos os outros a também se prepararem para celebrar o Natal de Jesus.

Ajudamos quando convidamos pessoas para fazerem a novena de Natal conosco, ajudamos quando procuramos sanar as necessidades daqueles que têm menos do que nós. Dar um cobertor a quem tem frio; dar comida a quem tem fome; dar um abraço a quem tem solidão: isso é Natal. Deixemos que, neste Natal, a solidariedade toque o nosso coração.

Há dois mil anos atrás, Cristo Jesus nos ensinou a viver em paz, dizendo: “Ama teu próximo como a ti mesmo”.

Para aqueles que entendem o verdadeiro sentido dessas palavras, todos os dias serão felizes e todos os anos serão prósperos porque, em seu coração, reinará a paz, reinará o amor. E podemos dizer que, deste modo, o Natal acontece todos os dias em nossos corações.

Assim, o espírito do Natal de Cristo vivo permanecerá para sempre em nós e irá irradiar luz, paz, saúde e, sobretudo, muito amor, sabedoria e otimismo.

O mundo precisa que homens e mulheres de boa vontade trabalhem para que o Natal aconteça em todos os recantos da terra, desfazendo os ódios, as ganâncias, o egoísmo, a violência e cultivando a ternura de um Deus que se fez pequenino para nos tornar grandes.

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A premonição profética do Menino Jesus numa piedosa lenda de Natal



Uma piedosa lenda de Natal conta que o Menino Jesus sentado num troneto brincou tecendo uma coroa de espinhos.
E um espinho machucou seu dedo indicador da mão direita.
Nesse momento, com ciência profética, Ele previu os sofrimentos que haveria de aceitar para redimir o genro humano.
Em sua doçura de criança e na candura de sua inocência infinita Ele pressentiu as dores lancinantes de sua Paixão e Morte na Cruz.
Contemplou também a glória de sua Ressurreição. Anteviu a Redenção da humanidade, o triunfo universal da Igreja e da Cristandade.
Na iconografia tradicional, o Menino Jesus do Espinho aparece sentado numa poltrona com braços de madeira, estofada em veludo vermelho, meditando sobre os futuros tormentos da Paixão.
Numa outra tela do célebre pintor espanhol Francisco de Zurbarán (1598-1664) o Menino Deus contempla o dedo sangrando.
O rosto mais sereno parece velado pelo presságio do sofrimento vindouro trazido pela ferida.
É uma clara premonição da Paixão de Cristo, através de uma descrição suave e melancólica.
O contraste entre a inocência e a doçura da criança com o horror da tortura toca os mais nobres sentimentos dos fiéis.
E inspira uma meditação apropriada para o Advento, período litúrgico iniciado no último domingo de novembro, tempo penitencial que nos prepara para bem receber no Natal.
Anônimo sevilhano

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Novena em preparação para o Natal




Oração para todos os dias

Senhor, o vosso Natal se aproxima.
Depositamos diante de vossa manjedoura todos os nossos sonhos…, todas as nossas lágrimas e esperanças que estão contidas em nossos corações.
Pedimos, Senhor Jesus, por aqueles que choram… sem ter quem lhes enxugue uma lágrima.
Por aqueles que gemem, sem ter quem escute o seu clamor.
Suplicamos por aqueles que vos buscam sem saber ao certo onde vos encontrar.
Para tantos que gritam – paz!! – quando nada mais podem gritar. Abençoa Jesus Menino cada pessoa, colocando em seu coração um pouco da Luz Eterna, que vieste acender na noite escura de nossa fé. Menino Jesus, hoje é o (…) dia da Novena que estamos fazendo. Acolha o Nosso pedido:
(Dizer a graça que se vai pedir a Jesus)
Senhor, queremos que nosso lar seja um aconchego necessário para Vosso nascimento, entre nós. Por isso Vos pedimos que neste período e nesta Novena possamos nos preparar para assumir convosco nossa missão na Terra. Menino Jesus, fazei brilhar sobre nós a Estrela-Guia. Que possamos enxergar essa Luz que nos conduz à gruta de Belém…
Maria Santíssima, invocamos o vosso Nome e vossa intercessão. Aproximai-nos de vosso Filho Amado. Ensina-nos a amá-Lo, serví-Lo e anunciá-Lo em nosso ambiente. Pedimos também a intercessão de São José, para que estejamos a serviço de Deus neste Mundo. Menino Jesus, acolhei nossos pedidos nessa Novena em preparação ao Vosso Santo Natal.
Amém.
Fonte: O Poder da Oração

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Solenidade da Imaculada Conceição




No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. A festa é celebrada no tempo litúrgico do Advento, de preparação para o Natal. Neste tempo, é importante lembrar-se também daquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Verbo Encarnado; o Filho de Deus vem até nós através de uma mulher.

CHEIA DE GRAÇA - Para ser a mãe de Cristo, Deus escolheu uma mulher santa e pura, cheia de graça. Por isso, como afirma o Concílio Vaticano II, na constituição “Lumen gentium”, Maria, “desde o primeiro instante de sua existência, é enriquecida com uma santidade surpreendente, absolutamente única.” (LG 56) É esse o mistério que celebramos no dia 8 de dezembro: para ser digna Mãe do Verbo, Deus preservou Maria do pecado original e a fez cheia de graça, a fez imaculada desde sua concepção.

REMIDA POR CRISTO - A doutrina da santidade original de Nossa Senhora se firmou inicialmente no Oriente, por volta do século VI ou VII, daí passou para o Ocidente. No século XIII, Duns Scott, teólogo franciscano de inteligência brilhante, defendia que Maria havia sido concebida sem o pecado original, afirmando que ela foi remida por Cristo como todas as pessoas humanas, mas antes de contrair o pecado original, em previsão dos méritos do Redentor que lhe são aplicados também.

DOGMA DE FÉ - Séculos mais tarde, o Papa Pio IX, com a bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1.854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição: “Maria foi imune de toda mancha da culpa original desde o primeiro instante de sua concepção, em vista dos méritos de Cristo.” Quatro anos mais tarde, em 1.858, Nossa Senhora confirmava essa verdade. Aparecendo a Bernadete, na cidade francesa de Lurdes, apresentou-se: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

MODELO DE VIDA - A Mãe do Salvador se revela como exemplo de fé, de oração, de escuta da palavra divina, de amor-doação. Nossa devoção deve sempre lembrar a moça que soube dizer sim ao chamado para ser mãe, que se deslocou por caminhos difíceis para servir sua prima Isabel, que na festa de Caná estava servindo e preocupada com a felicidade dos noivos. Maria é a pessoa simples, pobre, que pertencia aos excluídos de sua época. É a mulher firme na condução dos passos de seu Menino, forte ao pé da cruz, exultante na ressurreição de seu Filho.

MÃE DOS CRISTÃOS - Sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus. Ela é a mãe imaculada dos cristãos. Como afirma o Papa João Paulo II, Maria é “a primeira e a mais completa realização das promessas divinas. Sua espiritual beleza nos convida à confiança e à esperança. A Virgem toda pura e toda santa nos anima a preparar os caminhos do Senhor e a endireitar seus caminhos.”

CAMINHO PARA BELÉM - A celebração da Imaculada dentro do Advento – tempo de preparação para o Natal de Jesus Cristo – deve nos levar até o presépio de Belém, descobrindo a humildade e a pobreza de nosso Deus e de sua mãe, comprometendo-nos com os pobres e excluídos, os que tiveram o privilégio de receber primeiro o convite para irem adorar o Menino que nasceu

Fonte:Catequisar

domingo, 27 de novembro de 2011

Papa no Angelus: "O verdadeiro dono do mundo não é o homem, mas Deus"



Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI conduziu a oração mariana do Angelus, deste I Domingo do Advento, na Praça São Pedro, no Vaticano, repleta de fiéis e peregrinos que ouviram as palavras proferidas pelo Papa.

O Santo Padre iniciou o Angelus destacando o início do novo Ano Litúrgico: "Um novo caminho de fé que deve ser vivido juntos nas comunidades cristãs, mas também, como sempre, um caminho que deve ser percorrido dentro da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, para a salvação que vem de seu amor. O Ano Litúrgico inicia-se com o Tempo do Advento: tempo maravilhoso em que se desperta nos corações a espera do retorno de Cristo e a memória de sua primeira vinda, quando se despojou de sua glória divina para assumir a nossa carne mortal."

O Papa frisou que o apelo de Jesus no Evangelho de hoje a vigiar é um convite dirigido não só aos seus discípulos, mas a todos nós: "É um convite salutar para nos lembrar que a vida não tem apenas a dimensão terrena, mas é projetada rumo ao além, como uma plantinha que brota da terra e se abre para o céu. Uma plantinha pensante, o ser humano, dotada de liberdade e responsabilidade, por isso cada um de nós será chamado a prestar contas de como viveu, como utilizou suas capacidades: se as guardou para si ou as fez frutificar em favor do bem dos irmãos."

O Santo Padre recordou que Isaías, o Profeta do Advento, nos faz refletir hoje com uma oração sincera, dirigida a Deus em nome do povo. "Ele reconheceu as falhas do seu povo e disse: Não há quem invoque o teu nome, quem acorde para em ti se apoiar, pois escondeste de nós a tua face, deixaste que, como onda, a força dos nossos pecados nos arrastasse" – disse Bento XVI citando o Profeta Isaías.

Segundo o Papa, tal descrição parece refletir certos panoramas do mundo pós-moderno: "As cidades onde a vida tornou-se anônima e horizontal, em que Deus parece estar ausente e o homem o único senhor, como se ele fosse o criador e o diretor de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, as ciências, a tecnologia, tudo parece depender somente do homem. E às vezes, neste mundo que parece quase perfeito, acontecem coisas chocantes, ou na natureza, ou na sociedade, que nos leva a pensar que Deus tenha se retirado, nos tenha abandonado."

"Na realidade, o verdadeiro dono do mundo não é o homem, mas Deus. O Tempo do Advento chega a cada ano para nos lembrar isso, a fim de que a nossa vida reencontre sua orientação justa, em direção à face de Deus. A face não de um patrão, mas de um Pai e amigo" – concluiu o Papa que concedeu a todos a sua bênção apostólica. (MJ)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A força do amor



A palavra "amor" está envolvida de predicados, de qualidades, de situações e expressões que, na visão da Sagrada Escritura, tudo se resume na frase "amar a Deus e amar o próximo como a si mesmo". Ela constitui o maior de todos os mandamentos da vida.

O amor tem uma força que, às vezes, até explode dentro da pessoa. Mas tem que ser bem canalizado, não deixando que se transforme em atitudes de agressão e prejuízo para os que o detêm e para aqueles com quem a pessoa convive.

Pela força do amor podemos até esvaziar nossa vida para fazer o outro feliz. Mas pode acontecer o contrário, experimentando um falso amor e explorar a vida alheia. É um amor que se transforma em ódio e violência, podendo ocasionar até morte.

Em Deus, o amor é uma vocação, um caminho de acesso à realização plena, que só acontece de forma gratuita. Esta prática supõe fazer ao outro aquilo que gostaria que fosse feito à gente mesmo, mas dentro da realização da gratuidade.

Sentimos um grande desgaste na palavra amor nos últimos tempos. A cultura atual é marcada pelo individualismo, causando fechamento, egoísmo e falta de calor humano. Não existe amor sem relacionamento e diálogo. Ele acontece em relação ao outro, ao próximo ou a Deus.

O amor-relação, que deixa como legado a fraternidade, tem como exigência fundamental a fé cristã. Só assim ele será vivido no meio de tribulações e desafios. É o que lhe dá força e gratuidade. Um amor que vai além da dimensão simplesmente humana.

Na vivência da fraternidade, não se pode confundir o próximo com uma pessoa necessitada. É principalmente com quem convive e partilha a própria vida, e com quem cria relacionamento fraterno e o defende em todas as situações.

O amor condiciona a pessoa para uma verdadeira e sólida alegria, um coração realizado e profundamente feliz. Isto é capaz de superar todo tipo de rancor e de vingança. Provoca luta pela justiça social e por um mundo melhor.

Dom Paulo Mendes Peixoto - Bispo de São José do Rio Preto.

domingo, 20 de novembro de 2011

A Coroa do Advento



A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal. Na França, Perpétuo, bispo de Tours, instituiu seis semanas de preparação para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do século V.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum, abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de São Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania.

Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos. Só mais tarde é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Surgido na Igreja Católica, este tempo passou também para as igrejas reformadas, em particular à Anglicana, à Luterana, e à Metodista, dentre várias outras. A igreja Ortodoxa tem um período de quarenta dias de jejum em preparação ao Natal.

Outra origem: entre os pagãos da Europa do norte, que colocavam uma roda de carroça, enfeitada com luzes, para agradar um deus pagão, deus do sol, que se escondia durante o inverno por longas horas de escuridão. Os cristãos, preparando-se para sua festa de luz e de vida, a natividade do Salvador, aproveitaram esse costume pagão, e passaram a acrescentar uma vela à Coroa em cada Domingo do tempo do Advento. Essas luzes relembram a escuridão do mundo pecador antes do Salvador, a promessa da Salvação, a preparação para o Messias pelos profetas e, finalmente, a Virgem que deu à luz a um filho chamado Emanuel: Deus-conosco.

Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento. O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).

A Coroa, um círculo sem início e sem fim, simboliza a vida e a esperança. As velas representam os séculos de escuridão, cada uma aumentando a luz até o Natal. Por isso, começa da Roxa (1º Domingo), Verde (2º Domingo), Rósea (3º Domingo) e Branca (4º Domingo). Gradativamente vão sendo clareados os tons, como que expressando a alegria cada vez mais próxima do nascimento do Salvador, a Luz eterna.

No geral, ela tem essas cores, mas pode ser também com as quatro velas brancas ou roxas. Ao redor do círculo, há os ramos de cipreste e uma tira vermelha: símbolo da vida nascente (sangue) do Senhor Jesus, na manjedoura. As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o mundo envolto em trevas.

Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:

A primeira vela é do profeta;
A segunda vela é de Belém;
A terceira vela é dos pastores;
A quarta vela é dos anjos.

Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:

A primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
A segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da Terra Prometida;
A terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
A quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.

Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

O tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
O tempo dos patriarcas;
O tempo dos reis;
O tempo dos profetas.

A coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.

Desde a Antigüidade, a coroa é símbolo de vitória e do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.


Os ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus, de ciprese. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte. Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza. Por isso, há uma tendência de se substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.

Publicada por Cleiton Robson.
Fontes: Salvem a Liturgia

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O dom da Piedade



Todo homem é chamado a viver em sociedade, relacionando-se com Deus e com seus semelhantes.

Requer-se que esse relacionamento seja reto ou justo. Por isto a virtude da justiça rege as relações de cada ser humano, assumindo diversos nomes de acordo com o tipo de relacionamento que ela deve orientar: é justiça propriamente dita, sempre que nos relacionamos com aqueles a quem temos uma dívida rigorosa; a justiça se torna religião desde que nos voltemos para Deus; é piedade, se nos relacionamos com nossos pais, nossa família ou nossa pátria; é gratidão, em relação aos benfeitores.

Ora, há um dom do Espírito Santo que orienta divinamente todas as relações que temos com Deus e com o próximo, tornando-as mais profundas e perfeitas: é o dom da Piedade.

São Paulo implicitamente alude a este dom quando escreve: “Recebestes o espírito de adoção de filhos, mercê do qual clamamos: Pai” (RM 8, 15). O Espírito Santo, mediante o dom da Piedade, nos faz, como filhos adotivos, reconhecer Deus como Pai.

E, pelo fato de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas inspirados pelo mesmo dom da Piedade.

O dom da Piedade nos leva a transcender as relações de “dar e receber” que caracterizam o relacionamento natural; leva-nos a considerar não apenas os benefícios recebidos, mas muito mais, o fato de Deus ser sumamente santo e sábio: “Nós vos damos Graça por vossa imensa Glória”, diz a Igreja no hino da Liturgia Eucarística.

É próprio de um filho olhar a honra e a glória de seu pai, sem levar em conta os benefícios que ele possa receber do mesmo. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus “… para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento.

Santo Inácio de Loyola exclama: “… tudo para a maior glória de Deus”.

É também o dom da piedade que desperta no católico viva e inabalável confiança em Deus Pai. Como, por exemplo, muito bem explica Santa Teresinha de Lisieux em sua doutrina sobre a infância espiritual.

O dom da piedade não leva o autêntico católico a cumprir apenas seus deveres para com Deus de maneira filial, mas leva-o também a fazer apostolado (ou seja, a praticar o amor de Deus) com todos os seus semelhantes.

Típico exemplo deste sentimento encontra-se na vida de São Francisco de Assis: quando este, certo dia, sonhando com as glórias de um cavaleiro medieval, avistou um leproso, sentiu-se impelido a dominar a repugnância e dar-lhe o ósculo que exprimia a sua compaixão e ajuda.

O dom da piedade, tornando os católicos conscientes de sua formação de família dos filhos de Deus, move-os a ultrapassar os limites do direito e do dever, a fim de testemunhar uma generosidade que não regateia nem mede esforços desde que seja para o bem das almas. É o que exprime São Paulo, Apóstolo, ao escrever: “E eu de mui boa vontade darei o que é meu e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos eu mais, seja por vós menos amado” (2 Cor 12, 15).

Fonte: Baseado em http://vocacionadosdedeusemaria.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Almas sem confiança, porque duvidamos?



“Ergo os olhos para os montes: de onde virá o meu socorro? O meu socorro vem de Deus, que fez o Céu e a Terra”. (Salmos 121. 1-2)

A desconfiança, sejam quais forem as suas causas, nos traz prejuízo, privando-nos de grandes bens. Quando São Pedro, saltando da barca, se lançou ao encontro do Salvador, caminhou, a princípio, com firmeza sobre as ondas.

Soprava o vento com violência. As vagas oras levantavam-se em turbilhões furiosos ora cavavam no mar abismos profundos… A voragem abria-se diante do Apóstolo. Pedro tremeu… hesitou um segundo, e, logo, começou a afundar … “Homem de pouca fé, disse-lhe Jesus, por que duvidaste? … “ (São Mateus 14,31)

Eis a nossa história. Nos momentos de fervor, ficamos tranqüilos e recolhidos ao pé do Mestre. Vindo a tempestade, o perigo absorve a nossa atenção. Desviamos então os olhares de Nosso Senhor para fitá-los ansiosamente sobre os nossos sofrimentos e perigos. Hesitamos… e afundamos logo! Assalta-nos a tentação. O dever se nos torna enfadonho, a sua austeridade nos repugna, os seu peso nos oprime. Imaginações perturbadoras nos perseguem. A tormenta ruge na inteligência, na sensibilidade, na carne…

E perdemos pé; caímos no pecado, caímos no desânimo, mais pernicioso do que a própria falta. Almas sem confiança, porque duvidamos?

A provação nos assalta de mil maneiras. Ora os negócios temporais periclitam, o futuro material nos inquieta. Ora a maldade ataca-nos a reputação. A morte quebra os laços de afeições das mais legítimas e carinhosas. Esquecemos, então, o cuidado maternal que tem por nós a Providência… Murmuramos, revoltamo-nos, aumentamos assim as dificuldades e o travo doloroso do nosso infortúnio.

Almas sem confiança, porque duvidamos?…

Se nos tivéssemos apegado ao Divino Mestre com uma confiança tanto maior quanto mais desesperada parecesse a situação, nenhum mal desta nos adviria…

Teríamos caminhado calmamente sobre as ondas; teríamos chegado, sem tropeços, ao golfo tranqüilo e seguro, e, breve, teríamos achado a placa hospitaleira que a luz do Céu ilumina…

Os Santos lutaram com as mesmas dificuldades… muitos dentre eles cometeram as mesmas faltas. Mas estes, ao menos, não duvidaram… Ergueram-se sem tardança, mais humildes após a queda, não contando, desde então, senão com os socorros do Alto.

Conservaram no coração a certeza absoluta de que, apoiados em Deus, tudo poderiam. Não foram iludidos nessa confiança.

Tornai-vos, pois, almas confiantes. Nosso Senhor a isso vos convida; e o vosso interesse assim o exige. Tornar-vos-eis, ao mesmo tempo, almas iluminadas, almas de paz.

Extraído do livro: “O Livro da Confiança” de Padre Thomas de Saint Laurent.
Fonte:Associação do Sagrado Coração

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Autenticidade de vida e testemunho do Santo Evangelho



“Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais vós também”
(Jo 13,15).
O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo é sempre a realização viva de seus ensinamentos. Seu exemplo precede seu ensino, e dele constitui a força interior que lhe dá autoridade e eficácia.
Movido pelo impulso do Espírito e inspirado pelo exemplo de Jesus, São Paulo afirma que seu ministério apostólico, junto aos tessalonicenses, foi exatamente a aplicação do exemplo e do mandamento do Mestre: “fizemo-nos pequenos entre vós, como a mãe que cerca de ternos cuidados os seus filhos. Assim, amando-vos muito, ansiosamente desejávamos dar-vos não só o Evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias vidas” (1 Ts 2,7b-8).
E acrescenta, pouco depois: “Assim como sabeis de que maneira a cada um de vós (como um pai a seus filhos), vos andávamos exortando, e confortando, e suplicando que andásseis duma maneira digna de Deus” (1 Ts 2, 11-12).
Não é fácil encontrar hoje, em homilias de padres e em cartas pastorais de bispos, uma linguagem capaz de expressar aquela autêntica expressão de paternidade e de maternidade, espirituais, na qual a Igreja, através da conferição dos sacramentos e dedicação generosa dos seus ministros, nos infunde a vida de Deus, pela fé, e se torna nossa “mãe”. Quantas vezes estamos proclamando, na linguagem eclesiástica do dia-a-dia, que a Igreja é nossa mãe!
Quanto da paixão e da ternura de mãe, bem como do empenho generoso e sábio de pai – que o apóstolo reivindica como características do seu empenho apostólico para com os tessalonicenses – alimentam nossa pregação e catequese, da “boa nova” santificadora de Nosso Senhor Jesus Cristo?
As firmes palavras de Nosso Senhor na polêmica com os fariseus projetam uma luz na contradição radical entre “palavras” e comportamentos, sobretudo nas pessoas que, na sociedade, têm a missão e a tarefa de encaminhar as pessoas para a glória de Deus, as quais deveriam cuidar, educar e acompanhar, com ternura de mãe, seus filhos espirituais.
Seu estilo de vida deveria ser um espelho do mesmo ensino, para dar-lhe credibilidade. Caso contrário, torna-se um tropeço que atrapalha a vida espiritual do povo. Distinguir as situações ambíguas, com sabedoria e discernimento, como convém a pessoas maduras na fé, e pegar a renúncia às coisas mundanas, para seguir o único verdadeiro Senhor, Pai e Mestre: eis a vocação dos verdadeiros discípulos em todo tempo.
Em relação aos fariseus, disse Nosso Senhor: “Observai, pois, e fazei tudo o que eles disserem; mas não imiteis as suas ações, porque dizem e não fazem” (Mt 23, 3). Evidenciando uma série de contradições, Nosso Senhor destaca dois principais pecados dos maus pastores, que constituem o núcleo venenoso da alma, a hipocrisia. Isto é, a manipulação da verdade para consigo mesmo, perante Deus e os homens.
O primeiro pecado é a tentativa de esconder-se atrás de um aparente zelo religioso, identificado com a rígida observância da Lei, por eles aludida, mas carregada sobre os ombros do povo, observância desprovida de autenticidade (Mt 23, 4). O segundo pecado é a procura em chamar a atenção para si mesmo, ao ostentar formas e palavras capazes de atrair os simples, em vez de guiá-los ao Senhor da vida (Mt 23, 5-7).
Nosso Senhor Jesus Cristo assume a atitude do profeta Malachias, que denuncia a perversão da própria missão, por parte dos sacerdotes. Eles (os sacerdotes) deveriam ser de ajuda e servir de guia ao viver, com fidelidade, o próprio mandato recebido; ao contrário: se tornaram “pedra de tropeço” para os pobres (1ª Leitura, Ml 2, 8).
Os pequeninos (ou seja, as almas inocentes) são os privilegiados de Deus Nosso Senhor! Por isso a ameaça de Jesus Cristo se faz ainda maior: “Porém o que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço a mó que um asno faz girar, e que o lançassem no fundo do mar” (Mt 18,6).
Tropeço e escândalo dos pequeninos não são apenas os comportamentos abertamente em contradição com o Evangelho e o ensino da Igreja. Quando isso acontece, é mais fácil reconhecer o desvio, e se defender. Hoje em dia atuam também duas formas, dentre outras, de possíveis desvios do caminho próprio do discípulo de Jesus.
Uma delas é certa mentalidade secular que descuida do amor de Deus sobre todas as coisas, para seguir um individualismo limitado ao nível do bem estar material.
A outra é até mais sutil: é a exploração do sentimento religioso das pessoas, desviando-o para formas pobres de conteúdo doutrinário, mas fortemente ligadas às emoções, sem o cuidado paterno e materno de São Paulo Apóstolo, para educar este mesmo sentimento religioso, e encaminhar os fieis para haurir das riquezas espirituais que a Igreja proporciona para todo o povo, pela sua Doutrina, pela sua Liturgia, e na formação mais substanciosa da própria fé.
Ao pegar certas publicações que se dizem de caráter piedoso, e ao olhar certos programas de TV (não somente evangélicos!), que pretenderiam alimentar a fé do povo de Deus, vêm naturalmente à mente as severas palavras de Nosso Senhor, no Evangelho! Muitas vezes são propostas, na realidade, formas quase mágicas de piedade! Para onde foi o luminoso empenho da Igreja, orientado a reconduzir a fé e a piedade do povo de Deus às suas divinas raízes dos ensinamentos de Deus e das práticas litúrgicas, renovando as bases da catequese, para que se tornasse mais idônea a iluminar a mente e a abrasar os corações, com a caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo? Esta foi a grande “estrela polar” da eclesiologia, segundo a mais antiga e original Tradição da Igreja.


Este é o caminho para, no nosso tempo, praticar e promover uma fé e uma piedade autênticas, capazes de enfrentar os tentações da secularização e a falsidade de certas propostas religiosas.
Os bons estudiosos do Novo Testamento advertem que o tom altamente polêmico do trecho do Evangelho de São Mateus, provavelmente, tende a marcar que o perigo da hipocrisia não se encontrava somente no povo judeu, mas também nos discípulos de Jesus, e se encontra em qualquer tempo e lugar.
Entretanto, para os discípulos, Nosso Senhor indica outros critérios e outro modelo para se executar de maneira autêntica a autoridade: “Vós sois todos irmãos ….” (Mt 23,8-12).
Contudo, os discípulos não conseguiram entender o que isto deveria significar para eles mesmos. Continuam brigando sobre quem deveria ocupar os primeiros postos de poder entre eles.
Então Nosso Senhor explica mais ainda: “Vós sabeis que os príncipes das nações têm o domínio sobre elas, e que os grandes as governam com autoridade. Não será assim entre vós, mas todo o que quiser ser entre vós o maior, seja vosso ministro; e o que quiser ser entre vós o primeiro, seja vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para redenção de muitos” (Mt 20, 25-28).
Este é sentido que, na Igreja, têm as pessoas que exercem a função de ensinar, de sustentar a fé e de guiar o povo de Deus: “dar a sua vida para redenção de muitos”!
Assim sendo, a capacidade de servir a Deus Nosso Senhor e guiar o povo, como convém, é uma graça. Esta graça, como todas as graças, devemos pedir, para vencermos heróica e santamente as nossas debilidades: “Ó Deus, de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas”.

Fonte: (Associação Apostolos do Sagrado de Jesus) Baseado em Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração, publicado em zenit.org

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cinco características principais quem em nós reveste a força de Jesus





“Tu, pois, filho, fortifica-te na graça que está em Jesus Cristo” (2 Tim 2,1). A graça é a participação na vida do Homem-Deus. Jesus é a força por essência. Nele reside, em toda a plenitude, a força do Pai, a onipotência da ação divina, e o seu Espírito é chamado Espírito de Força.

“Ó Jesus – exclama São Gregório de Nazianzo – somente em Vós reside toda a minha força”. “Fora de Cristo – dia por sua vez São Jerônimo – eu sou de todo impotente”.

O Doutor seráfico, no 4° livro do seu Compêndio de Teologia, enumera os cinco caracteres principais que em nós reveste a força de Jesus:

O primeiro é empreender coisas difíceis e enfrentar, resolutamente, os obstáculos: “animai-vos e sede fortes de coração” (Sl 30,25).

O segundo é o desprezo das coisas da terra: “Por seu amor quis perder tudo, avaliando-o como esterco, a fim de ganhar Cristo” (Fil 3,8).

O terceiro, a paciência nas tribulações: “O amor é forte como a morte” (Cant 8,6).

O quarto, a resistência às tentações: “O diabo anda em redor de vós como um leão furioso… resisti-lhe fortes na fé” (1Pe 5,8-9).

O quinto é o martírio interior, o testemunho, não do sangue, mas da própria vida, que se consome no desejo de pertencer a Jesus. Consiste em combater a concupiscência, dominar os vícios e trabalhar, com energia, na aquisição das virtudes: “Combati o bom combate” (2 Tim 4,7).

Enquanto o homem exterior confia nas suas forças naturais, o homem interior apenas vê nelas auxiliares úteis, embora insuficientes.

O conhecimento da sua fraqueza e a fé na onipotência de Deus dão-lhe, como a São Paulo, a medida exata das suas forças. À vista dos obstáculos que se reguem diante dele, exclama com humilde altivez: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,10)

Extraído do livro: “A Alma de todo o Apostolado” J B Chautard

Fonte:aascj.org.br