-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: setembro 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arcanjos São Miguel, São Gabriel, São Rafael.


«Os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de Meu Pai que está no Céu» (Mt 18,10)


Os anjos são os nossos pastores; não só levam a Deus as nossas mensagens, como também trazem até nós as que Deus nos envia. Apascentam-nos a alma com doces inspirações e comunicações divinas; sendo bons pastores, protegem-nos e defendem-nos dos lobos, isto é, dos demónios.


Com as suas secretas inspirações, os anjos possibilitam à alma um conhecimento mais elevado de Deus; inflamam-na assim de uma chama mais viva de amor para com Ele; chegam até a deixá-la ferida de amor [...].


A luz de Deus ilumina o anjo, penetrando-o com o seu esplendor e inflamando-o com o seu amor, porque o anjo é um espírito puro completamente disposto a essa participação divina, mas, ao homem, ilumina-o habitualmente de uma maneira obscura, dolorosa e penosa, porque o homem é impuro e fraco [...].


Quando o homem se torna verdadeiramente espiritual e fica transformado pelo amor divino que o purifica, recebe a união e a amorosa iluminação de Deus com uma suavidade semelhante à dos anjos [...].


Lembrai-vos de como é vão, perigoso e funesto exultarmos com tudo o que não seja serviço de Deus, e considerai a tamanha infelicidade dos anjos que exultaram e se comprazeram com a sua própria beleza e seus próprios dons naturais; pois foi esse o motivo por que alguns deles caíram, privados de toda a beleza, no fundo dos abismos.

São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
Conselhos e máximas (a partir dos n.° 220-226 in trad. Seuil 1945, p. 1212 rev.)

sábado, 18 de setembro de 2010

Culto Perpétuo ao Sagrado Coração de Jesus


Domingo - Culto de Adoração

Senhor Jesus Cristo, em união contigo queremos adorar a Deus, nosso Pai, em nome de toda a criação.

Queremos, hoje, manifestar-te publicamente nossa adoração filial, especialmente durante o encontro de nossa comunidade.
Em união com Maria Santíssima, nós te pedimos sobretudo por aqueles que não conhecem a Deus, nosso Pai, e por todos os que se esqueceram de seu amor.


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Segunda-feira - Culto de Amor

Senhor Jesus Cristo, ensina-nos a ser mansos e humildes de coração para amarmos nossos irmãos como tu nos amas e transformar nossa vida numa contínua entrega aos irmãos.
Queremos, hoje, viver intensamente essa doação a serviço de nossa comunidade. Em união com a Virgem, nossa Mãe, nós te pedimos especialmente pelo Papa, pelos Bispos, Sacerdotes e Missionários, que são chamados a unir todos os homens no amor.

CORAÇÃO DE JESUS, CHEIO DE BONDADE E DE AMOR, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!


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Terça feira - Culto de Gratidão

Senhor Jesus Cristo, unidos a ti, queremos agradecer ao Pai pelo dom da fé e por tantos favores que Ele nos concede a cada dia.
Dá-nos a simplicidade da criança para reconhecer as maravilhas que Deus operou em nós e viver na alegria dos redimidos.
Queremos, hoje, renovar nossa fidelidade aos compromissos de nosso Batismo.
Como a Virgem em seu Magnificat, e em união com ela, queremos cantar as glórias de Deus por meio de nosso apostolado.
Nós te pedimos por todos aqueles que trabalham a serviço da Igreja, a fim de que perseverem na missão de enviados de Deus.

CORAÇÃO DE JESUS, DE CUJA PLENITUDE TODOS NÓS RECEBEMOS, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!


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Quarta-feira - Culto da Esperança

Senhor Jesus Cristo, tu és o Caminho, a Verdade e a Vida. Ensina-nos a levar a todos os homens uma mensagem de esperança, principalmente para aqueles que buscam um sentido para a sua vida e para os que sofrem em condições desumanas.
Queremos, hoje, aceitar com paciência os sofrimentos morais e físicos que nos aparecem, a fim de crescer e avançar no caminho da santidade. Em união com a Virgem das Dores, nós te pedimos pelos agonizantes, pelos enfermos e oprimidos, para que tenham a força do Espírito e saibam transformar suas dores em instrumento de libertação.

CORAÇÃO DE JESUS, SALVAÇÃO DOS QUE EM TI ESPERAM, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!


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Quinta-feira - Culto de Oração

Senhor Jesus Cristo, recordando teu convite para estarmos sempre em oração, nós nos associamos à tua oração sacerdotal a fim de oferecer-te esse dia com suas alegrias e penas, trabalho e descanso, transformando tudo numa contínua oração ao nosso Pai do céu.
Queremos, hoje, fortalecer nossa fé e comunicá-la àqueles que põem sua confiança nas vaidades do mundo, desprezando o valor da experiência de Deus. Como a Virgem no Cenáculo, nós te expressamos nossa confiança e em união com ela, pedimos pela grande família cristã a fim de que saiba apreciar melhor o valor da oração.

CORAÇÃO DE JESUS, RICO PARA COM TODOS QUE TE INVOCAM, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!


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Sexta-feira - Culto de justiça

Senhor Jesus Cristo, contemplando teu coração aberto pela lança, desejamos "contemplar em nossa carne o que falta à tua Paixão".
Dá-nos coragem para reparar nossas próprias injustiças e as de nossos irmãos.
Queremos, hoje, reconhecer as injustiças que se cometem em nossa comunidade e lutar pela libertação de todos os filhos de Deus. Em união com Nossa Senhora do Sagrado Coração, nós te pedimos por nós pecadores, para que saibamos deixar nosso egoísmo buscando a felicidade de nossos irmãos.

CORAÇÃO DE JESUS, NOSSA PAZ E RECONCILIAÇÃO, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!


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Sábado - Culto de União

Senhor Jesus Cristo, fazemos nossa tua oração ao Pai para que sejamos Um e que o mundo reconheça que Deus está no meio de nossa comunidade. Ajuda-nos a fortalecer a união entre nós.
Queremos, hoje, acabar com toda sorte de ressentimento e rancor através de verdadeiros gestos de fraternidade. Em união com a Virgem, nossa Mãe, nós te recomendamos as comunidades cristãs, a fim de que vivam como irmãos na unidade do teu amor.

CORAÇÃO DE JESUS, CHEIO DE BONDADE E DE AMOR, TEM COMPAIXÃO DE NÓS!

Oração de São Pio ante Jesus Eucaristico



Senhor Jesus Cristo, que por amor aos homens habitais noite e dia no Sacramento, esperando, chamando, acolhendo todos os que o vêm visitar, eu creio que estais realmente presente nesse tabernáculo. Adoro-Vos, abismado que estou no meu nada, e agradeço-Vos por tantas graças que me haveis concedido, especialmente a de Vos terdes dado por advogada Maria, a vossa Santa Mãe, e me terdes chamado a visitar-Vos nesta igreja.

Saúdo hoje o Vosso adorável coração e espero saudá-lo por um triplo fim:
a) em agradecimento por este dom magnífico.
b) em compensação de todas as injúrias que vos fazem os Vossos inimigos, neste sacramento.
c) quero por esta visita adorar-Vos em todos os recantos da terra.

Meu Jesus, amo-Vos de todo o coração. Lamento ter no passado ofendido tantas vezes a Vossa bondade infinita. Proponho com a Vossa graça não Vos tornar a ofender para o futuro e para o momento presente o mesmo. Na minha miséria, consagro-me inteiramente a Vós, renuncio a minha vontade e dou-a inteiramente a Vós, bem como minhas afeições, os meus desejos e todo o que me pertence. Fazei de mim, daqui em diante, bem como dos meus bens, tudo o que Vos aprouver. Eu não peço nem desejo senão o Vosso santo amor, a perseverança final e a perfeita submissão à Vossa vontade.

Recomendo-Vos as almas do purgatório, especialmente as que foram mais devotas do Santíssimo Sacramento e da Santíssima Virgem. Recomendo-Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, uno, ó meu Salvador, todas as minhas afeições às do vosso adorável Coração e ofereço-as ao Pai Eterno, pedindo-lhe para as aceitar e acolher por vosso amor. Assim seja.

Indulgência de cinco anos quando recitada diante do Santíssimo Sacramento. Indulgência plenária uma vez por mês, quando recitada pelas intenções do Papa, mediante confissão e comunhão.

Fonte:espacomaria.com.br

A verdade e a caridade


A verdade é a caridade são duas virtudes fundamentais para a nossa salvação. Uma não pode ser vivida sem a outra, desprezando a outra, pois uma perde o seu valor se não observar a outra. Sem verdade não há verdadeira caridade e não pode haver salvação.

São Paulo disse que “a caridade é o vínculo da perfeição” (Col 3, 14); “A ciência incha mas a caridade edifica” (1Cor 8,1); “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei” (Rom 13, 10); “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 14); “Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4, 15)

São Paulo mostra a excelência da caridade: “Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1 Cor 13, 2).

Se “Deus é amor”, como disse São João, da mesma foram Ele é a Verdade. “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6). O Antigo Testamento atesta: Deus é fonte de toda verdade (Pr 8,7; 2Rs 7,28). Sua Palavra é verdade. Deus é “veraz” (Rm 3,4). Em Jesus Cristo, a verdade de Deus se manifestou plenamente. “Cheio de graça e verdade” (Jo 1,14), Ele é a “luz do mundo” (Jo 8,12). “Para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12,46).

São Paulo disse a S. Timóteo que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. O nosso Catecismo afirma com todas as letras: “A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro do seu anseio levando-lhes a mesma verdade.” (§851)

“A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15); Paulo deixa claro para Timóteo. Sem a Igreja o edifício da verdade não para de pé. Por isso recomenda ao seu precioso bispo que guarde com zelo o bom “depósito da fé” (fidei depositum). “Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.” (II Timóteo 1,14).

O mesmo recomenda ao bispo S. Tito: “… firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem.” (Tito 1,9) .“O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.” (Tito 2,1). “… e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade” (Tito 2,7).

Sem esta “sã doutrina” não existe salvação. Quando Jesus terminou o discurso… “a multidão ficou impressionada com a sua doutrina” (Mt 7,28). E ele recomendava: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas”. (Mt 11,29)

Os discípulos viviam segundo esta verdade de Deus. “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações”. (At 2, 42)

Jesus mostrou toda a força da verdade. “Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.” (Jo 3, 21)

“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4, 23-24). Por isso a Igreja ensina a “lex credendi, lex orandi” (como se crê se reza). “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,23).

Jesus mostrou o perigo de se desviar da verdade, porque a mentira vem do Mal: “Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8,44)

Muitos não quiseram ouvir a verdade de Jesus,como hoje: “Mas eu, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem de vós me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que me não credes? (Jo 8,46)

Jesus mostrou aos discípulos na última Ceia, que o Espírito Santo é a fonte da Verdade; e é Ele que conduzirá a Igreja `a “plenitude da verdade” em relação à doutrina.“É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.’ (Jo 14, 17)

“Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15, 26). “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13).

A verdade de Jesus santifica: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). “Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade” (Jo 17,19). Por tudo isso, Jesus veio ao mundo para dar testemunho da verdade: “Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18,37).

Muitos querem apenas o “Deus que é Amor”, mas se esquecem do Deus que é também a Verdade. Esta é uma “porta estreita ” que muitos não querem entrar, mas é a “porta da vida”. (Mt 7,13). A Igreja é muitas vezes criticada exatamente porque não abre mão da verdade. Não aceita fazer a caridade sem observar a verdade. Paulo VI disse que o mal do mundo é “propor soluções fáceis para problemas difíceis”. São soluções que não resistem a uma análise ética e moral porque não respeitam a verdade revelada.

Santo Agostinho recomendava com sua sabedoria e santidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”.

A verdade norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Não se pode “fazer o bem através de um fim mal”, ensinava S. Tomas de Aquino. Não se pode, por exemplo, usar o narcotráfico para arrecadar fundos para a caridade. Não se pode usar uma “camisinha” para evitar a AIDS ou fazer contracepção, porque o meio é mau. Não se pode promover a justiça através da luta de classes, do desrespeito às leis. Os fins não justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida sem observar a verdade.

Sem a verdade a caridade é falsa, e não pode haver salvação.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

«São-lhe perdoados os seus muitos pecados»


24ª semana do Tempo Comum

Hoje a Igreja celebra : S. Cornélio, papa, mártir, +253, S. Cipriano, bispo, mártir, +258

Evangelho segundo S. Lucas 7,36-50.

Um fariseu convidou-o para comer consigo. Entrou em casa do fariseu, e pôs-se à mesa. Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume. Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume. Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!» Então, Jesus disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer.» «Fala, Mestre» respondeu ele. «Um prestamista tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?» Simão respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus disse-lhe: «Julgaste bem.» E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.» Depois, disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.» Começaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até perdoa os pecados?» E Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Autor siríaco anónimo do século VI
Homilias anónimas sobre a pecadora, 1, 4.5.19.26.28 (a partir da trad. F. Graffin, em L'Orient syrien, 7, 1962, in Delhougne, Les Pères commentent, pp. 410-411)

«São-lhe perdoados os seus muitos pecados»

O amor de Deus que sai à procura dos pecadores é-nos proclamado por uma mulher pecadora. Pois ao chamá-la, é toda a nossa raça que Cristo convida ao amor; e na sua pessoa são todos os pecadores que Ele atrai ao Seu perdão. Ele falava apenas com ela, mas convidava a criação inteira para a Sua graça. [...]

Quem não se sentirá tocado pela misericórdia de Cristo, que para salvar uma pecadora aceitou o convite de um fariseu? Por causa daquela que tem fome de perdão, Ele quer ter fome da mesa de Simão, o fariseu, pois sob a aparência de uma mesa de pão tinha preparado para a pecadora uma mesa de arrependimento. [...]

Para que o mesmo se passe contigo, toma consciência de que o teu pecado é grande, mas de que desesperar do perdão porque o teu pecado te parece demasiado grande é blasfemar contra Deus e ferires-te a ti mesmo. Porque se Ele prometeu perdoar-te os teus pecados qualquer que seja o seu número, como podes dizer-Lhe que não acreditas n'Ele e declarar: «O meu pecado é demasiado grande para que possas perdoar-mo. Tu não podes curar-me das minhas doenças»? Pára e grita com o profeta: «Pequei contra Ti, Senhor» (Sl 50, 6). E Ele responder-te-á de imediato: «Eu já te perdoei o teu pecado; não morrerás». A Ele seja dada glória por todos nós, pelos séculos dos séculos. Ámen.

sábado, 11 de setembro de 2010

Assentar os alicerces sobre a rocha




Hoje a Igreja celebra : São João Gabriel Perboyre, presbítero, mártir, +1840

Evangelho segundo S. Lucas 6,43-49.

«Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.» «Porque me chamais 'Senhor, Senhor', e não fazeis o que Eu digo? Vou mostrar-vos a quem é semelhante todo aquele que vem ter comigo, escuta as minhas palavras e as põe em prática. É semelhante a um homem que edificou uma casa: cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio uma inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa mas não a abalou, por ter sido bem edificada. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente arremessou-se contra ela, e a casa imediatamente se desmoronou. E foi grande a sua ruína!»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho feito por :

Santo Afrate (? - c. 345), monge e bispo próximo de Mossul
Exposições, n°1 «De la foi» (a partir da trad. SC 349, pp. 209ss. rev.)

Assentar os alicerces sobre a rocha

Escuta-me: falo-te da fé que foi edificada sobre a rocha e do edifício que é erguido sobre a rocha. Com efeito, o homem começa por acreditar e, quando crê, ama; quando ama, espera; quando espera, é justificado; quando é justificado, atinge a completude; quando atinge a completude, atinge o seu máximo. Quando todo o seu edifício está construído, atinge a completude e a plenitude e torna-se morada e templo onde Cristo habita. [...] Eis o que diz o bem-aventurado apóstolo Paulo: «Sois templo de Deus e o Espírito de Deus habita em vós» (1Cor 3, 16; 6, 19). E Nosso Senhor diz aos Seus discípulos: «Vós estais em Mim e Eu em vós» (Jo 14, 20). [...]


Quando o edifício se torna casa de habitação, o homem começa e preocupar-se com aquilo que Aquele que nela habita lhe pede. É como numa casa onde morasse um rei ou um homem de família nobre com nome real. Nessa altura, o rei exige todas as insígnias da realeza e todo o serviço devido à sua dignidade real. Um rei não habita numa casa vazia. [...] Assim se passa também com o homem que se tornou casa de habitação para o Cristo/Messias: que ele providencie tudo o que é conveniente ter ao serviço do Messias que em si habita, tudo aquilo que Lhe agrada.


Com efeito, este homem começou por construir o seu edifício sobre a rocha, quer dizer, sobre o próprio Cristo. Sobre essa pedra se baseia a sua fé. [...] O bem-aventurado Paulo faz duas afirmações sobre isso: «Como sábio arquitecto, assentei o alicerce [...]. Mas [...] ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo» (1Cor 3, 10.11) [...] E também: «O espírito de Deus habita em vós», porque Nosso Senhor diz: «Eu e o Pai somos Um» (Jo 10, 30). Desde então, cumpre-se a palavra segundo a qual o Messias permanece nos homens que n'Ele crêem e é Ele o alicerce sobre o qual se ergue todo o edifício

Fonte: Evangelho cotidiano

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Anima Christi: uma oração dificilmente superável



Esta famosa oração apareceu na primeira metade do século XIV e foi enriquecida com indulgências pelo Papa João XXII em 1330.

Não se tem certeza sobre a autoria, tal vez seja do próprio João XXII.

Entretanto, é geralmente atribuída a Santo Inácio de Loyola pois o grande santo colocava-a sempre no início de seus “Exercícios Espirituais” e referia-se com freqüência a ela.

O texto mais antigo foi achado no British Museum de Londres datado de 1370.

Em Avignon, França, conserva-se um livo de oraçoes do Cardeal Pedro de Luxemburgo falecido em 1387. Nele encontra-se o Anima Christi na forma que o rezamos hoje.

Ela era tão famosa no tempo de Santo Inácio que o santo a citava como sendo conhecida por todos. Cfr. verbete ANIMA CHRISTI, na Enciclopedia Católica (em inglês)

Texto Latim

Anima, sanctifica me.
Corpus Christi, salve me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Iesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meae voca me.
Et iube me venire ad te,
ut cum Sanctis tuis laudem te
in saecula saeculorum.
Amen
Português

Alma de Cristo, santifica-me
Corpo de Cristo, salva-me
Sangue de Cristo, extasia-me
Água que vem de Cristo, lava-me
Paixão de Cristo, conforta-me
Ó bom Jesus, escuta-me
Entre tuas feridas, esconde-me
Não permitas que me separe de ti
E dos exércitos do maligno, defende-me
E na hora da Morte, chama-me
E deixa-me ir a ti
e com teus santos, te louvar
Pelos séculos dos séculos
Amém

O que quer dizer "Sangue de Cristo inebria-me"? A sagrada Comunhão, como Sangue de Cristo, dá-nos uma lucidez por onde a nossa alma fica levada muito além das realidades comuns.

Ao contrário da embriaguez do vinho que nos leva para um irreal de mentira, a embriaguez do Espírito Santo nos leva para o auge da posse da verdade, o auge do conhecimento da verdade revelada, da religião. Essa é a casta embriaguez do Espírito Santo.

“Aqua lateris Christi, lava me”: aquela água do lado de Cristo que correu por ocasião da Paixão dEle, que caia sobre nós para nos lavar.

Os senhores conhecem a piedosa tradição de que o centurião (Longinos) que perfurou Nosso Senhor era quase cego, tinha uma vista muito curta e que aquele Sangue jorrou, aquela água caiu sobre ele e curou-o da cegueira.

Que bonita coisa para pedir para nós: “Eu sou quase cego para as coisas de Deus; eu ouço as coisas de Deus e não sei bem o que dizer a respeito delas, não as vejo bem. Meu Deus, que vosso sangue, a água do vosso lado, que está aqui, está em mim, que essa água de vosso lado caia sobre mim e que ela me tire as escamas de minha vista. Por Nossa Senhora eu vos peço, atendei a minha oração”.

Fonte:Orações e milagres medievais

domingo, 5 de setembro de 2010

A Biblia é a Palavra de Deus: de que forma?



Graças a Deus, a Bíblia está nas mãos do povo de Deus.

Ainda não totalmente, não suficientemente.

Em todo caso, vão longe os tempos em que a Bíblia era livro reservado aos padres e a outros poucos leitores.

Traduções diferentes, novas edições, milhares de exemplares “semeiam” a Palavra de Deus um pouco por toda parte.


Apesar disso, é preciso que a “semeadura” aumente para que os frutos sejam mais abundantes.

Esta é também a finalidade do “Mês da Bíblia” que, no Brasil, celebramos durante o mês de setembro.

O poeta Castro Alves, numa de suas poesias, escreveu: “Bendito quem semeia livros e faz o povo pensar”.

Podemos parafrasear: “Bendito quem difunde a Bíblia e faz o povo rezar”.

Eis uma boa idéia.

Quem sabe, você, no mês de setembro, consiga gastar um dinheirinho e oferecer uma Bíblia a quem não tem.

Se quem dá um copo de água por amor de Jesus merece a vida eterna, imagine o que não merece quem dá de beber a água da vida eterna que brota no coração por meio da Palavra de Deus.

Esta é uma bela maneira de celebrar o Mês da Bíblia; não perca a oportunidade; bastaria renunciar a um cineminha aqui, a um refrigerante ali, a um pastel acolá; gastamos em tanta coisa inútil ou secundária...

Ter a Bíblia, lê-la, meditá-la, usá-la para a oração e para orientar a própria vida é o que a Igreja deseja e pede.

Tudo depende, porém, da maneira como isso é feito.

Nesse sentido, será bom dar atenção a algumas observações que farei aqui.

¢ Em primeiro lugar, a Bíblia não é um livro científico; por isso, não vá procurar nela soluções para problemas que cabe à ciência resolver.

Quer um exemplo?

A criação do mundo em seis dias, conforme narra o Livro do Gênesis, não é um relato científico; é uma síntese do ponto de vista religioso para fazer compreender como tudo provém da ação criadora de Deus.

Para os redatores da Bíblia, que tudo contemplavam à luz de Deus, era fundamental sublinhar que o mundo – seja lá como for que tenha surgido e se tenha formado (não era disso que queriam tratar) – em sua existência e devir era e é obra do Criador.

Esta é a mensagem que a narração da criação deseja transmitir no Livro do Gênesis.

Embora a Bíblia, por longo tempo, tenha sido tomada ao pé da letra – nisso consiste o “fundamentalismo” –, aos poucos foi crescendo na Igreja a tomada de consciência da dimensão estritamente religiosa da Bíblia, que não pode mais ser vista como um “manual de ciências”.

Evidentemente, a Bíblia não exclui a ciência, nem se opõe a ela, pois a Verdade é sempre uma só.

¢ Em segundo lugar, a Bíblia não é um livro de história e geografia, tal como entendemos os manuais referentes a essas realidades.

A Bíblia contém muitas referências históricas e também geográficas, hoje confirmadas por testemunhos contemporâneos ou posteriores a ela, tanto escritos quanto arqueológicos.

Entretanto, a intenção primeira da Bíblia não consiste em ser um texto de história universal ou nacional, nem um livro de geografia.

Como disse, o objetivo da Bíblia é religioso, ou seja, ressaltar que todos os acontecimentos da vida humana (história), todas as configurações e transformações do nosso universo (geografia) são iluminadas pela luz de Deus, pois nada escapa ao seu poder e a seu amor.

É importante você compreender essas coisas para não fazer da Bíblia um livro que ela não é e não quer ser (o que seria um tipo de “fundamentalismo”).

Tudo pode ser resumido no seguinte: os autores da Bíblia se puseram diante das mais variadas realidades do mundo – sejam elas quais forem –, projetaram sobre elas a luz de Deus, procuraram vê-las como Deus as vê e escreveram o resultado de sua contemplação e reflexão para que outras pessoas também vejam o mundo e suas realidades dessa forma.

¢ Em terceiro lugar, a Bíblia tem Deus como autor.

Sim, Deus é o autor último da Bíblia; Ele, porém, se serviu de seres humanos para redigi-la ao longo dos séculos; é lógico, Deus não escreve, não imprime livros...

Também aqui é preciso evitar todo tipo de “fundamentalismo”, que consistiria em imaginar que os autores da Bíblia tinham Deus a seu lado que soprava em seus ouvidos o que eles deveriam pôr por escrito.

Ser Deus o autor da Bíblia significa afirmar que a Bíblia é Palavra de Deus porque Ele “inspirou” os redatores dos diversos livros de tal modo que pusessem por escrito, não o próprio modo de pensar, mas o dEle.

Você pode perguntar: como aconteceu isso?

Houve um tempo em que os intérpretes da Bíblia chegaram a ensinar que Deus fazia com que os redatores escolhessem “aquelas” palavras que Ele queria que usassem; em outras palavras, os redatores não passariam de alunos que põem por escrito um ditado feito pela professora...

Com o tempo compreendeu-se que isso também é uma forma de “fundamentalismo”.

De fato, Deus, ao inspirar os autores da Bíblia, não os anulava em sua personalidade, em sua cultura, em seus conhecimentos, em seu modo de ser, de comportar-se, de falar; os redatores eram o que eram, escreviam do jeito de cada um; porém, eram fiéis em redigir o que Deus lhes fazia compreender.

Tanto é verdade que, a mesma história, contada por diversos redatores, nem sempre coincide nos detalhes; precisamente porque cada redator via a mesma realidade de forma diferente.

Entretanto, se você der atenção à “intenção religiosa” do que foi escrito, verá que todos os redatores transmitem, em última análise, a mesma mensagem.

É nesse sentido que se diz que a Bíblia é inspirada por Deus: é preciso não se perder nas questões humanas, que são variadas, secundárias e até limitadas, e concentrar a atenção na “intenção” visada para comunicar uma mensagem vinda de Deus.

¢ Conclusão: Bíblia nas mãos, mente e coração em Deus, pergunte o que Ele quer dizer com a passagem que você está lendo.

Quem vai dar a você a resposta correta? – A IGREJA, pois a Palavra de Deus não foi comunicada para “individualidades”, mas para um “povo”, ou melhor, para o Povo de Deus.

Por isso, a Bíblia nunca pode ser separada da Igreja

Dom Hilário Mozer-SDB

Fonte:http://domhilario.blogspot.com

Um "sim" que compromete a vida

Leitura Orante (5/09/2010)

Lc 14,25-33

Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:
- Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: "Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!"
- Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.
Jesus terminou, dizendo:
- Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.



Leitrura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente
virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos, com este acesso à internet,
nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 14,25-33 - As condições para ser seguidor de Jesus
Jesus Mestre fala claro sobre as exigências para quem se decide a segui-lo. Esta decisão supõe prontidão, desprendimento de outros vínculos, e ainda, a disposição a enfrentar o desconforto. É assim, se quiser seguir o Senhor. Jesus ilustra isto com duas parábolas: a do homem que decide construir uma torre e a do rei que se prepara para um combate. Em ambos os casos, o Mestre fala da necessidade de lançar bases, de preparar. O bem-aventurado Alberione, na sua inspiração original do carisma paulino, diz que num momento especial de oração diante do Santíssimo Sacramento na passagem do século XIX ao XX, "sentiu-se profundamente obrigado a se preparar para fazer algo pelo Senhor e pelas pessoas do novo século" (AD, 15). E a partir de então, tudo foi visto sob esta luz. Jesus Mestre recomenda, através da parábola, a "se sentar e calcular o quanto vai custar" a torre. "Se sentar" supõe atitude de parada, reflexão, criar convicções, definir um projeto com metas e estratégias claras. "Calcular o quanto vai custar", supõe investimento de valores, sendo o primeiro deles "amar a Jesus" Mais do que tudo, até mais que "a si mesmo". Supõe como diz o final deste texto, "deixar tudo o que tem". O que vale não é o "ter", mas, o "ser com Jesus", ou, o deixar que Jesus seja o meu tudo, a minha vida.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo? Ou tenho olhado noutra direção? No Documento de Aparecida, os bispos disseram: "Parecidos com o Mestre. A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um "sim" que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro "até o extremo" (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: "Te seguirei por onde quer que vás" (Lc 9,57). (DAp 136.)
E eu me interrogo: Sinto-me uma pessoa parecida com o Mestre? Como respondo ao seu chamado e olhar de amor? Como é minha adesão, o meu "sim" realmente me compromete com Jesus Caminho, Verdade, Vida?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
(Bv Alberione)
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp

Um amor eterno



A capacidade de ver o outro de forma diferente
O amor só pode ser eterno à medida que vivermos a conquista do outro todos os dias. E isso só a partir do momento em que o amor de Deus incendiar a nossa vida. Nós só podemos ser livres quando temos dono, mas um dono que nos administre para o amor e para a liberdade. O meu Dono [Deus] me ama, tem apreço por mim! Não vai me sugerir nada que vá me fazer mal, porque Seu dom é amor. Ele não escraviza ninguém.


Para ter fogo é preciso ter lenha. Deus é o fogo. Nós precisamos ser essa lenha onde o Senhor queime. O Todo-poderoso não faz milagres para mostrar o Seu poder apenas, mas todas as manifestações do Senhor são para conquistar o coração que está ali. Ele assim fez com Moisés. A conquista vem por intermédio de coisas bonitas. Se você vai receber amigos, você oferece o melhor. Busca um jeito de manifestar o amor. É isso que Deus fez com esse profeta.


O "bonito" não se limita a um atrativo estético, interior. É você perceber algo a mais. É descobrir que alguma coisa daquela beleza supera as suas formas. É algo maior que me chama, que fala de mim, como se aquela beleza fosse algo que me faltasse. O amor é essa capacidade de ver o outro de forma diferente. No meio de tanta gente, alguém se torna especial para você e você se aproxima. O amor é essa capacidade de retirar alguém da multidão, tirá-lo do lugar comum para um lugar dedicado, especial. Alguém descobriu uma sacralidade em você.


Amar é você começar a descobrir que, numa multidão, alguém não é multidão. Quando alguém se aproximou de você foi porque você gerou um encanto nessa pessoa. O outro se sentiu melhor quando se aproximou de você. A beleza da totalidade que você tem faz o outro melhor. A primeira coisa que o amor esponsal e conjugal cura são as orfandades que a vida nos colocou.


Não acredito em um casamento que não tem Deus na sua história. Como o seu marido vai reconhecer a sacralidade do seu coração se ele não traz a consciência de todo o sagrado que você é? O amor, quando não é amor, vira competição, disputa. Por isso o amor que é iniciado e mantido em Deus será sempre um amor de promoção do outro.


O casamento é um encantamento pelo outro, o qual vai ganhando sentido quando o vou conhecendo. Assim, todos os dias você precisa se aproximar do outro e descobrir o motivo para continuar o respeito e a alegria de estar diante daquela, que é sua ajuda adequada.


Casamento em que o outro é opressão, não é amor. O amor leva para o alto! Se vocês não se promovem mais significa que vocês estão esquecendo a vocação primeira do matrimônio: o de acender o fogo do amor, da dignidade e da felicidade do outro.

Padre Fábio de Melo

Deus não sabe amar menos...


Deus não nos ama mais do que aos outros.
E não ama os outros mais do que a nós.
E não ama o Papa mais do que a você,
nem a você mais do que ao Papa.
Se você acha que Deus ama você
mais do que aos outros, está enganado.
Alguém lhe ensinou um catecismo e uma teologia
vaidosa e errada.
Se você acha que Deus ama os outros
mais do que a você, enganou-se.

Deus não ama mais nem ama menos a ninguém.
Porque Ele só sabe amar de um jeito: ao infinito.
Se Ele amasse menos a alguém ele não seria Deus
Deus não sabe não amar.
E também não sabe amar menos ou mais.
Por isso que ele é Deus.
Nós amamos mais ou menos ou até odiamos.
Ele não faz isso.
E não fica decidindo sobre quem merece um quilo
de amor e quem merece apenas 300 gramas.

O problema do amor não é de Deus e sim, nosso.
O sol ilumina a terra toda, mas se alguém lhe fecha a porta,
sua luz não entra.
Não é o sol que ilumina menos,
somos nós que não deixamos que ele nos ilumine.
Não é Deus que ama menos.
Nós é que o acolhemos menos ou mais.
Da próxima vez que você tiver a tentação de dizer
que Deus o ama menos ou mais repense sua teologia.
Deus ama sempre do mesmo jeito: ao infinito.
Mas há gente que responde totalmente ou apenas parcialmente.
Jesus foi perfeito na sua resposta.
Por isso é que nunca ninguém nesse mundo
amou tanto quanto Ele.
Deus amou Jesus ao infinito e Jesus amou Deus ao infinito.
É por isso que dizemos que Jesus é o Filho bem amado.
Bem amado porque bem amou!

Pe. Zezinho, scj

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Optar por Cristo




Diariamente somos "experimentados" em nossa liberdade de escolha. Ao mesmo tempo, somos convidados a fazer o mal e solicitados a praticar o bem, a seguir os critérios do mundo e a não nos conformar com ele, mas a transformar-nos, renovando a nossa maneira de pensar e julgar, buscando o que é da vontade de Deus (cf. Rm 12, 1-2).
Quem de nós não foi tentado a "olhar para trás" (cf. Lc 9, 62) depois de ter prometido amor e fidelidade a Deus, ao cônjuge, ao amigo? Aliás, falar de "fidelidade" em nossos dias tornou-se algo complicado e problemático...
Ontem, como hoje, Jesus é "sinal de contradição". Segui-Lo, comprometer-se com Ele, com o Seu projeto, com a causa do Reino que Ele veio implantar, não é para quem costuma ficar em cima do muro. A opção por Ele deve ser definitiva e incondicional. Não há lugar para descomprometimento. Escolher um caminho é preciso. É necessário tomar uma posição concreta e transparente: servir a Cristo ou aos variados ídolos que o mundo apresenta e segue. Não se pode ficar indiferente. "Se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje quem quereis servir" (Js 24, 15). Não há outra opção nem uma terceira via. Continuar com Cristo ou ir embora. Há "Caminho" melhor do que optar por Cristo?
É possível cansar-me de ser bom e fiel, de praticar o bem, de comprometer-me com a verdade, a justiça, a caridade, o amor? É possível fartar-me da Eucaristia dominical, da frequência dos sacramentos, da leitura e meditação da Palavra de Deus? E o que fazer, quando a fidelidade conjugal e familiar começar a pesar, e a descrença me assediar, e o Evangelho a ser palavra dura?
Murmurando, "muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com Ele" (Jo 6, 66), porque a Sua palavra era "insuportável" aos ouvidos e incompreensível à razão humana.
"Também vós quereis ir embora"? (Jo 6, 67).
No seguimento de Jesus só se aceitam voluntários e incondicionais. As milhares de pessoas da multiplicação dos pães ficaram reduzidas ao pequeno grupo dos amigos mais íntimos de Cristo. Para receber regalias e benefícios pessoais jamais faltarão multidões entusiastas. Ao invés, os verdadeiros discípulos de Jesus são sempre minoria.
Quando as exigências da fé crescem, a debandada é geral. A maioria entende mais de pão do que de discipulado. Quando tudo corre bem, a adesão a Cristo fica mais convidativa. Mas a fé não pode ser confundida com seguro de vida ou convênio de saúde. Ela traz em si exigências que inquietam e levam à desinstalação.
"A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna" (Jo 6, 68). Cristo apresenta-se como opção única e absoluta. Não há outro messias a escolher, não há outro caminho a seguir.
Todos temos dificuldade para assimilar as palavras de Jesus em nossa vida. Justamente porque pensavam em categorias "carnais", muitos ouvintes de Jesus não podiam aceitar um messias que viesse numa "carne" humana, isto é, humilde, manso, servo, alheio ao sonho de grandeza, próprio de quem se deixa seduzir pelo mundo materialista e pagão. A "carne" de Jesus não combina muito com a nossa sede de sucesso, com o incômodo da partilha, com a entrega da nossa "carne" para a vida do mundo. Confundimos a "glória" de Cristo com "espetáculos religiosos". Viramos o rosto para sua imagem desfigurada na pessoa de mendigos, de drogados, de bandidos e sofredores de rua. Essa é uma "carne" que nos incomoda e seria melhor passarmos longe dela, mesmo sabendo que as pessoas sofridas podem ser, também, alimento para a nossa caminhada e certeza da posse do Reino que o Pai preparou para os seus "benditos" (cf. Mt 25, 33. 34).
Tudo passará. Inexoravelmente. Só Cristo permanece, como única esperança para o ser humano sedento de valores perenes. Só a Sua palavra é mais resistente do que o tempo, capaz de assegurar a vida eterna.
Enquanto perdurar nossa peregrinação na fé e na esperança rumo à eternidade, cabe a nós a decisão da escolha entre o Bem e o Mal, entre Deus e outros ídolos. Na vida de todo ser humano, chegará o momento da escolha definitiva. A minha opção, a minha única opção é por Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna.

Fonte : espacomaria

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Natividade de Nossa Senhora- 8 de setembro


No seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, o Pe. António Vieira diz:

"Perguntai aos enfermos para que nasce esta Celestial Menina. Dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde;

perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios;

perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo;

perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação;

perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres;

perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança;

os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz;

os discordes: para Senhora da Paz;

os desencaminhados: para Senhora da Guia;

os cativos: para Senhora do Livramento;

os cercados: para Senhora da Vitória.

Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho;

os navegantes: para Senhora da Boa Viagem;

os temerosos da sua fortuna: para Senhora do Bom Sucesso;

os desconfiados da vida: para Senhora da Boa Morte;

os pecadores todos: para Senhora da Graça;

e todos os seus devotos: para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz (...), dirão que nasce (...) para ser Maria e Mãe de Jesus".


(Apud José Leite, S. J., op. cit., Vol. III, p. 33.).

Natividade de Nossa Senhora - 8 de setembro


Autor: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Não se sabe a data exata do nascimento de Maria, a Mãe de Jesus. A festa do dia 8 de setembro teve seu início, possivelmente, no quarto século na Síria ou na Palestina. Roma a adotou no sétimo século. Esta solenidade já, antes, estava introduzida em Constantinopla, notando-se lá um belíssimo hino, além dos famosos sermões de Santo André de Creta.

Os Coptas do Egito e da Abissínia celebram a Natividade de Maria no dia primeiro de maio. Convinha, de fato, que houvesse uma festa litúrgica em honra da Mãe de Deus, cuja santidade é reconhecida e venerada por toda a Igreja.

Os Evangelistas nada falam sobre o pai e a mãe de Maria, Joaquim e Ana, venerados desde o século quarto, e cuja festa se celebra dia 26 de julho. A vocação desta sua filha que seria a Co-redentora da humanidade é uma das mais maravilhosas escolhas do Criador. Ela, mais do que todas as outras mães, deveria estar revestida de muita humildade, vulnerabilidade e capacidade para suportar grandes amarguras, cooperando na obra salvífica de seu Filho.

O Ser Supremo sabe, evidentemente, sempre escolher os seus instrumentos e a grandeza desta Mãe admirável estaria na proporção mesma de sua maternidade divina. Ela mesma haveria de cantar: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada porque o Todo Poderoso fez em mim grandes coisas” (Lc 1,48-49). Os cristãos rejubilam-se em partilhar a nobreza espiritual de Maria, sua santidade eminente, sua perfeita correspondência à vontade do Criador. Ela esteve presente na vida de Jesus, tendo acompanhado seu Filho durante toda sua vida pública. Ela estava com os Apóstolos após o retorno de Cristo ao Pai. Ela acompanha todos os batizados, desejando que estejam um dia na sua companhia lá no céu. No dia do aniversário desta Rainha e Mãe poderosa cumpre sentimentos de gratidão e amor. È preciso, além disto, a imitação das suas virtudes, sobretudo, a fé, pois se nem sempre se contempla a felicidade eterna além dos horizontes terrenos é porque muitos não vêem claro as verdades mais seguras que se oferecem ao ser pensante através desta virtude teologal. Pela fé é que se percebe melhor a mão de Deus na vida de cada um.

É a fé que nos leva a acreditar que em Maria se deu a união da divindade e da humanidade, da impassibilidade e do sofrimento, da vida espiritual e da morte ao pecado, para que tudo que era perversidade fosse vencida pelo poderoso Redentor da humanidade. Ele, Rei universal, e por isto o momento da Anunciação foi um dos instantes mais importantes da História humana. Ela sempre submissa à vontade do Pai, árvore plantada nas margens das águas do Espírito Santo para dar aos homens o fruto bendito que foi o Verbo Encarnado.

Nada mais necessário, portanto, do que comemorar a natividade desta Cidade Santa de Deus, toda imaculada, toda bela, acima dos Querubins e dos Serafins, unida profundamente à Trindade Santa. Ela a glória dos sacerdotes, a esperança dos cristãos, a planta fecunda da virgindade. De tudo isto jorra a alegria deste dia solene. Céu e terra formam uma só assembléia para louvar o Santuário sacrossanto onde residiu durante nove meses o Bem-Amado do Pai. Saudações universais a Maria que é o traço de união entre o Salvador e o gênero humano, entre o céu e a terra, a eternidade e o tempo. Através dela Cristo libertou a humanidade da maldição edênica e trouxe aos homens todas as bênçãos celestes.

Quando o cristão segue os passos de Maria, fica fácil para ele suportar as tristezas, os trabalhos da vida, as turbulências inerentes a um exílio, a um vale de lágrimas. Ela. boa mãe que é. não apenas cuida de todos os seus filhos em geral, mas vela sobre cada um deles em particular. Tal é a pulcra invocação que no sul da França, em Marseille, lhe dirigem seus devotos: ela é Nossa Senhora da Guarda. Os Marselheses lhe erigiram no alto de um monte uma belíssima Basílica e sua enorme estátua se ergue abençoando a belíssima cidade. Sua imagem dourada está presente em todos os ângulos e quem vai até este santuário mariano contempla paisagens magníficas do mar e dos rochedos. Assim como cada Marselhês, todo cristão deve ter seus olhares sempre voltados para Maria e, indo até ela, se contemplam panoramas encantadores, dado que é ela a Estrela do Mar que faz ver além das fronteiras terrenas os píncaros da Jerusalém celeste.

fonte:www.nsrainha.com