MÊS DA BÍBLIA
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegrai-vos comigo,
Encontrei o que tinha perdido!” (Lc 15).
Celebramos o Vigésimo Quarto Domingo
Comum do Tempo Litúrgico, neste que é o Mês da Bíblia e que nos
propõe o tema tão insistente: “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas” pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do
Brasil (CNBB). Duas palavras poderiam resumir a Liturgia da Palavra deste
domingo: misericórdia e reconciliação.
“Apesar
de nossas fraquezas e pecados, o Senhor não nos rejeita, mas, com amor e
misericórdia, vem-nos ao encontro, como nosso Pai, quando dele nos afastamos.
Alcançados e resgatados por seu Filho, somos convidados a abrir os lábios e o coração
para o seu louvor.
A Palavra de Deus
nos assegura que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que o Pai se
mostra sempre disposto a perdoar quando a pessoa decide retornar o bom caminho.
Moisés intercede em
favor do povo pecador e Deus continua se mantendo aliado na caminhada. Deus não
se cansa de procurar o pecador e o que está perdido.
A celebração
eucarística é a reunião da família de Deus, o qual acolhe na alegria do
banquete também as filhas e filhos que estavam dispersos” (cf. Liturgia Diária de
Setembro de 2013 da Paulus, pp. 48-51).
“A página do Livro do Êxito,
desenvolve em seu capítulo 32 a descrição da ruptura que o povo provocou em sua
relação com Deus e a posterior renovação da aliança. O povo abandona Deus, mas
Deus não abandona o povo. Moisés intercede junto a Deus pelo povo. Este texto
prefigura, pois, a face do Deus misericordioso, desvelada por Jesus no Novo
Testamento e tão belamente simbolizada nas parábolas da ovelha perdida e do
filho pródigo. O amor misericordioso se sobrepõe e prevalece acima de todos os
demais sentimentos.
O evangelho deste domingo, pela
narrativa de três parábolas, nos leva a refletir sobre a pessoa que se afasta
de Deus. É fácil pensar que tais ensinamentos não dizem respeito diretamente a
nós, que nos reunimos em comunidade de fé, oração e amor, elevando nossa ação
de graças ao Pai.
Afinal, se com este objetivo nos
encontramos, formamos assembléia, não estamos afastados de Deus. Portanto, as
três parábolas se referem a outras pessoas, talvez mais pecadoras do que nós...
Contudo, se afastarmos esta idéia e voltarmos o pensamento para dentro de nós
mesmos e fizermos uma breve retrospectiva de nossa vida de fé, o que
descobrimos? Lá bem no fundo, nos vislumbramos como a moeda perdida, a ovelha
desgarrada, o filho que sai da casa do pai.
Na parábola da ovelha, ao encontrá-la,
o pastor ‘alegre a põe nos ombros’.
Fica bem especificada a liberdade do retorno. A ovelha não é agarrada à força,
não está se debatendo. É apanhada com carinho e mansamente se deixa conduzir.
A pequena história da moeda perdida
trás duas ações marcantes da mulher, ao iniciar a busca: acender a luz e procurar
cuidadosamente. Se estivermos perdidos, afastados do Pai, somos buscados com
cuidado, não de modo brusco ou violento. Seremos reencontrados em Deus com a
ajuda da luz que é sua própria Palavra.
Da conhecida parábola do filho pródigo
emerge inúmeros simbolismos. Esta parábola nos dá os sinais que compõem o rico
Sacramento da Reconciliação. Os passos de uma boa confissão estão nela
contidos. E então percebemos quão rica é a misericórdia de Deus para com quem
lhe vira as costas, mas retorna, se converte, volta-se novamente para ele com
humildade!
São Paulo começa a carta a Timóteo com
um agradecimento ‘àquele que me deu
forças, Cristo Jesus’. A seguir, ele afirma ter encontrado o coração
misericordioso de Deus” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum II da CNBB, pp. 22-28).
Finalmente somos convidados a
refletir: a qual personagem, em se tratando da parábola de um Pai Misericordioso
com dois filhos mais nos identificamos: ao pródigo, que deixou a casa do pai e
voltou anos depois totalmente “rasgado” em sua dignidade, ou ao filho mais
velho que não controlou sua inveja porque seu irmão mereceu a misericórdia,
sendo acolhido de braços abertos?
Não poucas vezes, em nossas Famílias,
Comunidades de Fé, na Política e na Sociedade, encontramos “Irmãos mais
Velhos”: aqueles que se acham “certinhos” e não admitem ou não compreendem a
misericórdia de Deus, que permite a quem quer que seja, tenha feito o que o que
for, uma nova oportunidade, a verdadeira reconciliação com o próprio Deus,
consigo mesmo e com os irmãos!
Aprendamos a ser mais misericordiosos
do que duros juízes em nossas relações com os irmãos! Sintam-se muito
abençoados no Senhor que é Vida, Perdão, Misericórdia e Reconciliação. Só quem
faz a experiência de perdoar e acolher o perdão sabe o quanto é saborosa a
bondade de Deus!
Com ternura e gratidão, meu abraço
amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Ex 32,7-11.13-14; Sl 50(51);
1 Tm 1,12-17 e Lc 15,1-32).
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