SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Sabemos que Deus nos ama
e cremos no seu amor” (1Jo 4,16).
“O Segundo Domingo do Tempo Comum
liga a Festa do Batismo do Senhor ao seu ministério público na Galileia. Ainda
em clima de epifania, o evangelho de João torna-se mais adequado que o
evangelho de Mateus (evangelista do ano A), para iniciar a narração da vida
pública de Jesus. Continua assim o mistério de sua manifestação que terá seu
desfecho final na cruz.
Ao recordar o testemunho
de João Batista após o batismo no Jordão, celebramos o mistério da Páscoa de
Jesus. João o reconhece e o apresenta como o Servo Fiel, o Cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo e que batiza no Espírito para que o mundo
seja renovado.
Nossa missão é participar
da missão de Jesus que recebemos em nosso Batismo na água e no Espírito. O
Espírito do Ressuscitado está sobre nós para colaborarmos com a luta contra
todo pecado que ainda domina a humanidade. Não podemos fechar nossos lábios,
mas levar a todos os lugares as boas novas da justiça de Deus. O reino de Deus, diz Jesus, é um Reino de Justiça. Logo, onde não há justiça de verdade, não pode haver Reino de Deus!
Em Cristo, sofrem e
salvam, morrem e ressuscitam todos os que aceitam romper com os ídolos, acabar
com o medo e sair da ‘casa da escravidão’,
porque sabem que a Palavra que os conduz não cessou de ser eficaz. Não é possível dizer-se cristão, sendo conivente com a ‘Cultura do Descartável’, como
afirma o Papa Francisco. Não é possível dizer-se cristão, ignorando a corrupção, as barganhas políticas, levando os
mais simples e pobres ‘no bico’ com migalhas, como Bolsas daqui e dali...
Precisamos criar consciência crítica e, por onde andarmos, resgatar a dignidade
de cada ser humano!
Pelo Batismo assumimos
nossa missão de seguir Jesus. Isto amplia nossa missão humana. Como filhos
amados do Pai, servos de Deus, nossa fidelidade consiste em nos empenharmos, de
todas as formas, para tirar o pecado do mundo, lutando contra todas as espécies
de morte, e proclamarmos a vitória da vida, pelo cultivo constante da
reconciliação, da justiça e da paz.
Rezamos em nossas
celebrações: ‘Cordeiro de Deus que tirais
o pecado mundo, tende piedade de nós e dai-nos a paz.’ O pecado consiste na
autoafirmação do ser humano, que se encerra em seu próprio poder para
colocar-se contra Deus e os irmãos. O pecado a algo que atinge o mais profundo
da pessoa, pois vai desumanizando, pessoalmente, socialmente, até atingir as
estruturas sociais e políticas. O pecado não se trata de uma violação de leis
ou de uma ofensa a Deus, mas de uma recusa ao amor gratuito de Deus,
infidelidade ao seu projeto, desprezo à sua Aliança, rejeição ao reinado do
Senhor. Pecar é não aceitar que Deus quer que vivamos entre nós. Pecadores
somos, se formos ‘servidores’ do
nosso insignificante poder físico, intelectual, econômico, político, social e
não aceitarmos servir aos irmãos e nos fecharmos a Deus a à sua graça e ao
futuro último que Ele nos oferece em sua misericórdia e sabedoria.
Deixemo-nos inundar pelo
Espírito de Jesus. Como água viva, seu Espírito nos penetra, impregna e
transforma nossos corações. Ele é fonte de vida nova, porque é Espírito de
vida! É Espírito de verdade e não nos deixa enganar por falsas seguranças. É
Espírito de amor, capaz de nos libertar da covardia e do egoísmo e nos abrir à
solidariedade e a compaixão. É Espírito de conversão que nos faz viver com os
critérios de Deus, suas atitudes e ternura. É Espírito de renovação, despertando
o melhor que há em nós e na Igreja, levando-nos à maior fidelidade ao
evangelho.
Recordamos a vocação de
toda a humanidade de realização plena. Todos somos chamados para a plenitude!
Como discípula de Jesus, a comunidade cristã é chamada a irradiar a luz de
Cristo em todas as situações e instâncias da vida” (cf.
Roteiros Homiléticos do Tempo Comum de 2014 da CNBB, pp. 79-83).
Saibamos alimentar nossa
missão de transformar a realidade, comungando da Palavra e da Eucaristia, que
são nosso mistério de fé, como também a fortaleza de que precisamos para mudar
o que precisa ser mudado, a fim de que Deus encontre prazer e alegria em nós,
seus filhos muito amados!
Com ternura e gratidão,
desejando-lhes muitas bênçãos, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
49,3.5-6; Sl 39(40); 1 Cor 1,1-3 e Jo 1,29-34).
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