SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Em Jesus, o Pai nos
oferece sua compaixão, dando-nos seu perdão, a força da reconciliação que nos
leva ao amor incondicional e guia-nos no caminho da concórdia e da justiça.
Neste Sétimo
Domingo do Tempo Comum, a primeira leitura ajuda a iluminar o evangelho
proclamado. O Levítico nos fala da necessidade de sermos santos, porque Deus á
santo. A santidade que Deus exige de nós, não se reduz a práticas externas da
religião, mas ao amor sem limites. Pela Aliança, os israelitas são de Deus.
Pelo Batismo, os cristãos são de Deus. Aqueles que formam o ‘povo de Deus’ não podem desonrar esse
nome, mas assemelhar-se a ele que é amor e perdão, como nos diz o livro do Êxodo
34,6-7: ‘O Senhor, Deus misericordioso e
clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil
gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados...’ Por isso, é necessário
que sejamos irrepreensíveis.
Jesus, como filho amado
do Pai, compreendendo e vivendo a pertença plena de Deus, explica e exige a
santidade de seus seguidores. Portanto, não se trata de ser pretensioso querer
ser santo. Antes se trata de uma exigência interna de todo batizado. O
batismo nos torna seres divinizados, ou seja, candidatos à santidade. E santo é
todo aquele que morrendo vê Deus como Deus é, e pronto!
A caridade fraterna, o
amor aos inimigos devem ser as características de quem segue Jesus, o Cristo.
No seguimento do Senhor, não cabem ódio, vingança, egoísmo, injustiças,
violências, guerras, comércio de armas, competições, incompreensões, divisões.
Entretanto, no mundo, vemos acontecer tudo isso entre nações, grupos, pessoas.
Até entre igrejas e dentro das igrejas existem diversos tipos de inimizades,
competições, exploração de pobres e pequenos. Muitos de nós agimos como se
fôssemos deuses diante de nosso próximo. Rezamos ingenuamente sem pensar nas
conseqüências: ‘perdoa-nos os nossos
pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos deve’ (Lc
11,4). Coitados de nós, se Deus ouvisse esse
pedido da Oração do Pai Nosso que tanto rezamos com os lábios, mas não com o
coração! Rezar o que não se deseja realmente é mera hipocrisia!
O sinal de que somos
seguidores de Cristo crucificado e ressuscitado é o amor sem medidas.
‘Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos
amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos
que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros’ (Jo
13,34-35).
A medida de nosso amor
para com o próximo é, pois, o amor que Cristo tem por nós, a ponto de entregar
sua vida. Mais ainda, a medida é o amor que o Pai tem por Cristo: ‘Como meu Pai me ama, assim também eu vos
amo’ (Jo 15,9). O amor ao próximo está indissoluvelmente ligado ao preceito do amor a
Deus.
Realizamos nossa vocação
de sermos semelhantes ao nosso Deus, quando amamos todas as pessoas com o amor
gratuito de Deus, sem busca de retribuição. Por esta razão, nosso empenho maior
é amar os pobres, os estranhos, os diferentes e, o mais difícil, amar os
inimigos.
Como santuário de Deus, habitação do Espírito, rompendo com
ressentimentos, diferenças e preconceitos, a assembléia litúrgica torna-se
sacramento do amor de Deus entre nós.
Num mundo de
discriminação, ódio e violência, a mesa da ceia eucarística sinaliza
profeticamente a reconciliação e a comunhão universal. Nela recebemos o
Espírito de santidade que, com Cristo, nos faz perfeita oferenda ao Pai, vida
doada incondicionalmente para a salvação do mundo, cujo penhor recebemos neste sacramento’.
O pão partido e
partilhado, participando na igualdade de irmãos, nos mantém no caminho da
santidade e cultiva, em nós, a atitude fundamental de discípulos daquele que,
na cruz, chegou à radicalidade do amor sem limites” (cf.
Roteiros Homiléticos de Fevereiro de
2014 da CNBB, pp. 109-113).
Depois de comungarmos a Palavra
deste Sétimo Domingo do Tempo Comum é impossível guardar no coração
alguma forma de rancor, ingratidão, incapacidade de perdão em relação a quem
quer que seja. Não percamos tempo. Se tivermos guardado nos porões de nossa
intimidade qualquer sentimento que não coincida com o amor gratuito, corramos ao encontro de quem “desamamos” e celebremos a reconciliação. Só assim teremos de volta
a paz que o pecado nos rouba. Só assim poderemos dizer que realmente somos
cristãos e dignos deste nome. Mágoa, insensibilidade com as fraquezas dos
outros e indiferença com quem sofre, não combinam com um cristão que se
alimenta do Cristo Sacramentado. Ou nos tornamos o sacrário do Senhor, ou
estaremos vazios dele, o que seria desastroso. Não canso de dizer, que o mais
nobre e lindo no cristão é esforçar-se que sejamos
Anjos uns para os outros!
Sejam sempre e muito
abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Lv
19,1-2.17-18; Sl 102(103); 1 Cor 3,16-23 e Mt 5,38-48).
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