COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
"Ora,
quem me ama, será amado por meu Pai,
e eu o
amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14,21).
A Palavra de Deus do Sexto Domingo do Tempo
Pascal, vem acompanhada de um leve sabor de despedida! Jesus nos garante sua presença entre nós por intermédio
do Espírito Santo. O Espírito é nosso defensor e nos revela a verdade do Pai. A
páscoa de Jesus se realiza nas pessoas e comunidades que se deixam iluminar e
conduzir pelo Espírito de Deus.
Aproximando-nos de Pentecostes, a liturgia da palavra
deste domingo nos faz perceber a presença do Espírito Santo na
comunidade. Ele a conduz no caminho de Jesus, caminho da vida em plenitude.
O Espírito da verdade anima e sustenta
a caminhada da comunidade. A perseguição contra os cristãos torna-se
instrumento de expressão do evangelho. Deus não deseja o sofrimento de ninguém,
mas às vezes ele é consequência da fidelidade ao evangelho.
O Espírito da verdade permanece conosco como advogado
para nos defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de toda
a verdade, para iluminar a nossa
caminhada de fé, concretizada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença
animadora do Espírito nos leva a viver como filhos e filhas de Deus. O Espírito nos ajuda a conservar viva a memória
de Jesus, suas palavras, seu amor sem reservas pela humanidade. Cristo sofreu e
morreu para que tivéssemos nova vida no Espírito. Somos chamados a testemunhar
sua presença através da mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em
Cristo vivo, também nós temos vida no Espírito. Se permanecermos em comunhão
com Cristo, estaremos prontos para testemunhar a nossa fé e a nossa esperança,
sobretudo quando difamados, ultrajados, perseguidos.
O Espírito age no mundo como dom permanente do Ressuscitado.
Mediante a fidelidade ao projeto de Deus, ao amor que nos identifica como
cristãos, testemunhamos a presença viva de Jesus ressuscitado. Com o salmista,
exultemos no Senhor, pois ele continua manifestando seu amor, sua força de vida
e salvação.
O Espírito do Senhor nos reúne e nos une. Na celebração
somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida nossa vocação
batismal.
A vivacidade está presente na Igreja primitiva. Filipe,
cheio de fé e confiança, anuncia o Cristo que sofreu e morreu, mas recebeu nova
vida no Espírito.
A Palavra de vida e esperança nos alimenta em nosso
caminho de seguimento. O Senhor nos ama e
nos quer salvar. Ele não desiste de nós, manifesta-se como pai misericordioso,
compassivo.
Na mesa eucarística nos alimenta com o sacramento da
entrega por amor. Ele nos ama. Sintamo-nos amados no Amor.
Na oração eucarística invocamos o Espírito sobre o pão e
o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Invocamos ainda
o mesmo Espírito para que nos reúna num só corpo.
Jesus, em seu discurso de consolação dirigido aos
discípulos, lhes promete o Espírito Santo, que irá conduzi-los
na missão de anunciar o Evangelho a todos. Eles não ficarão órfãos, pois o Espírito
do Senhor estará sempre com eles.
A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de
Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade - um só corpo, reunido em seu
amor.
Que a força do Espírito nos ajude a levar adiante a
missão de Jesus Cristo. Que sejamos sinais do amor verdadeiro no mundo que
vivemos. Vamos ser reconhecidos pelo amor que vivermos.
Aproximando-nos da Ascensão do Senhor, Jesus prepara
seus discípulos, a fim de que assumam a missionariedade e o discipulado da
Igreja que sonhou para o mundo: Uma Igreja missionária e inteiramente
ministerial! Ao longo do Tempo Pascal, lemos atentamente o Livro dos
Atos dos Apóstolos, que descreve o verdadeiro rosto, as feições amorosas de uma
Igreja cheia de ternura, de comunhão, de unidade e de amor. Colocando o rosto
da Igreja que somos hoje diante do espelho, nos identificamos com aquela Igreja
dos Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo? Quantas plásticas, quanta desfiguração
ocorrem na Igreja, quando nossas Comunidades centralizam suas atividades
pastorais em interesses próprios e não no essencial: Jesus Cristo Ressuscitado!
Gosto de perguntar-me, se Jesus Cristo se reconhece em nossas homilias,
celebrações, cantos e atividades pastorais? Quantas de nossas atividades e
iniciativas desviam nosso olhar do verdadeiro Ressuscitado?
Saibamos reencontrar nossa verdadeira identidade,
abrindo-nos ao Espírito Santo que vem oferecer-nos seus dons. Saibamos
reaprender a servir não a nós mesmos, mas ao Senhor que nos incumbiu de
conduzir sua Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós tão simplesmente os membros:
servos inúteis que passam, mas poderão deixar marcas positivas ou não. Insisto
muito no respeito à história de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor.
Sejamos servidores e não donos da Igreja que pertence ao Senhor. Sejamos
amorosos e continuemos a história que vamos encontrando por onde passamos.
Muitos costumam rasgar a história de fé de um povo, achando, arrogante e
prepotentemente, que a mesma começa com a chegada deles. Isso é abominável na
sociedade, na política e ainda pior nas Comunidades Eclesiais.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão,
nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 8,5-8.14-17; Sl
65(66); 1Pd 3,15-18 e Jo 14,15-21).
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