COMENTANDO
A PALAVRA DE DEUS
Meus queridos
Amigos e Irmãos na Fé!
“O que vos
digo, digo a todos; vigiai!” (Mc 13,37).
Com o Primeiro Domingo do Advento iniciamos o Novo Ano Litúrgico, e nossa preparação para o Natal do Senhor! “A
liturgia nos faz forte apelo à vigilância,
para estarmos acordados e atentos, pois o
Senhor vem vindo e nos visitará. Abrimos mente e coração para acolher a graça e
a paz que vêm da parte de Deus.
Deus se revela
nosso Pai e redentor e nos restitui a dignidade perdida. Também nos convida a
estar atentos e vigilantes para que, ao visitar-nos, nos encontre preparados. A
exemplo de Paulo, louvamos a Deus pela graça que nos concede em Jesus Cristo.
O povo reconhece
estar distante dos caminhos do Senhor e deseja a sua vinda. Fiquemos sempre
atentos e preparados, pois Deus quer nos visitar.Todos somos chamados à
comunhão plena com Cristo.
Iniciando novo ano
litúrgico e o Ano da Paz proposto
pelos Bispos do Brasil, ofertamos nossa vida e nossos projetos de um mundo
melhor, onde as pessoas vivam a paz e a solidariedade” (cf. Liturgia Diária de
Dezembro de 2014 da Paulus, 97-99).
O início do ano litúrgico nos convoca
a exercitar uma das grandes virtudes cristãs: a esperança. Mas embora
estejamos no seu começo, a liturgia, qual uma bússula, nos faz olhar para as
realidades do fim, como que nos ensinando a direção, apontando a meta e
orientando a nossa existência para Deus. Os cristãos são o povo da esperança,
a confiança e o otimismo em relação ao reinado de Deus e sua definitiva
instauração com a segunda vinda de Jesus tem, para nós, sabor de realização,
plenitude e salvação. Jesus, convocando à vigilância, nos alerta para que, por
desatenção, não sejamos surpreendidos enquanto dormimos. O sono, imagem da
morte e da noite do pecado, conota falta de comunhão com o Senhor, o Vigilante
por excelência, que não foi tragado pelo sono da morte.
Mas realizar coisas, boas ações ou
orações, não diz tudo a respeito da vida cristã. Existem tantas pessoas que
oram e realizam boas coisas e talvez sejam até melhores do que nós naquilo que
fazem... Nossa experiência de fé é pautada na vida em Jesus Cristo. Mais do que
esperar Jesus, nós esperamos nele! As boas ações e a oração que fazemos são
frutos de uma comunhão com ele, índice de nosso vínculo batismal com o Senhor,
antecipação da vida futura que ele nos garante e nos reserva. É por isso que
somos povo da esperança, pois o fato de estarmos tão intimamente
ligados a ele, não só prolonga a sua ação salvadora no mundo, mas antecipa
aquilo que para nós está reservado na vinda do Filho de Deus. Na aurora de um
novo dia, como porteiro, nos postamos no limiar desse novo tempo que Jesus
inaugurou. Vigiar é esperar com alegria e confiança as
realidades futuras que já vivemos, permitindo que chegue ao mundo pela porta do
nosso agir e da nossa oração o Desejado das nações.
Embora os tempos continuem difíceis e
desafiadores, quiçá mais complexos, não estão nos faltando a atenção aos
crucificados de hoje, às perseguições e injustiças, mas também à vida que
insiste e resiste, bem como aos sinais que nos anunciam a chegada do Filho
de Deus? O mandato do Senhor continua válido: ‘o que vos digo, digo a todos: Vigiai!’.
Entendemos isso a partir da nossa comunhão com ele, sempre perseverantes na oração
e no bem que devemos fazer por causa dessa comunhão, sem perder a alegria e a
confiança que marcam nossas vidas e a nossa missão.
Mas como fazemos o exercício da espera?
Como a esperança acontece em nós e por quê? A quem aguardamos? Todas
essas questões nos ajudam a compreender a comunidade e a nossa própria vida,
como existência pautada pela expectativa. A vigilância é a couraça da
esperança.
Vigia quem espera confiante e alegre, pela vinda do Senhor, quem trabalha pela
construção de um mundo melhor, quem exercita o amor pelo próximo, sobretudo o
mais desvalido, quem ‘sintoniza’ sua vida na frequência do Evangelho e do
Espírito de Deus, quem promove a paz e a justiça e quem não descura da vida de
oração e de busca pelo Senhor. Desde a sua origem a Igreja repete a súplica
pela vinda dele – Maranatha! – e pelo
Reino, na oração do Pai nosso. A Igreja nasceu suplicando e desejando o Reino
porque experimentou e vive da Páscoa de Jesus, penhor das realidades
definitivas.
É preciso dispor-se a ser evangelizado.
Quem está em processo de Evangelização se torna evangelizador. O encontro com o
Verbo encarnado impulsiona a anunciar a outros a feliz experiência.
A corresponsabilidade na obra
evangelizadora deve suscitar nos batizados a percepção das necessidades na
sustentação dessas atividades, levando-os à solidariedade através da
contribuição para que a Igreja tenha recursos para evangelizar e manter seus
organismos e pastorais nos níveis: paroquial, diocesano e nacional (CNBB e suas
subsedes Regionais – 17). A solidariedade de todos contribuirá para que a
evangelização possa atingir as regiões mais desprovidas de recursos
financeiros, como a Amazônia ou as periferias das grandes cidades.
Sendo o Advento uma especial preparação para
a Solenidade
do Natal do Senhor, o convite é de alegre vigilância e profunda esperança
nele! Um dos exercícios muito proveitosos e práticos para o Advento
parece simples, mas não é: Não falar mal de ninguém neste rico tempo!
Pode parecer simples, mas trata-se de um exercício muito difícil, embora
santificador. Mesmo sabendo ou constatando erros nos outros, guardar para si,
no silêncio do coração, em segredo, sem espalhar a ninguém o erro cometido.
Tentemos todos os dias, até o Natal, Não falar nadinha de mal sobre ninguém!
O outro exercício está ligado à Coleta para a Evangelização realizada
no Terceiro
Domingo do Advento – GAUDETE, O Domingo Rosa – Domingo
da Alegria! Neste primeiro domingo receberemos um pequeno envelope a
ser devolvido no domingo da Coleta. Que valor colocaremos neste envelope? Eis o
segundo exercício do Advento: pensando nos irmãos em
dificuldades, dispor-nos a partilharmos da nossa pobreza em
favor de uma Evangelização mais eficaz. Portanto, no envelope, deveremos
depositar nossos exercícios penitenciais deste rico tempo de vigilância
e conversão! Deixar de consumir e o resultado de tal renúncia será o
resultado de nossa doação. Não consumir algum refrigerante, guloseimas, outros
prazeres somados, deveriam se converter em frutos saborosos de nossa
participação consciente nesta Coleta!
Finalmente,
possamos pensar em ser mais presença do que dar presentes neste
Natal. E, se quisermos dar algum presente, evitemos a “cultura do consumo”,
pensando em quem precisa mais do que nós. Um belo gesto concreto seria
tornar-nos, quem sabe, colaboradores do FAC – Fraterno Auxílio Cristão, destinando uma pequena parcela de
nossos presentes natalinos aos mais
surrados pela vida: nossos Moradores de Rua do Núcleo Dom Hélder Câmara, nossas crianças, adolescentes e jovens
em situação de risco do Núcleo Dom Bosco. Ligue já para o FAC e seja um sócio colaborador,
oferecendo seu presente de Natal ao verdadeiro aniversariante estampado no
rosto de nossos pobrezinhos assistitos: (16)
3237-0941/3237-0941. Ou então faça-nos uma visita, de segunda a sexta-feira
entre 8 e 17 horas: Rua Barão do
Amazonas, 881 – Centro de Ribeirão Preto!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão o abraço
amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 63,16-17.19; 64,2-7; Sl 79(80); 1Cor 1,3-9 e Mc 13,33-37).