COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
Queridos Amigos e Irmãos na
Fé!
“Alegremo-nos todos no Senhor,
celebrando a festa de Todos os Santos.
Conosco alegram-se os anjos e
glorificam o Filho de Deus”.
“Celebrando
a Solenidade de Todos os Santos de Deus,
comungamos com aqueles que já se encontram na casa do Pai e vivem em plenitude
as bem-aventuranças. Nós também somos proclamados felizes, porque formamos a
grande família de Deus e procuramos seguir a multidão dos que nos deixaram exemplo
de fidelidade e amor.
A
multidão dos fiéis seguidores de Jesus, filhos e filhas amados pelo Pai,
reúne-se numa celebração celestial. Ainda em vida são proclamados felizes
porque depositaram sua confiança em Deus.
Todos
os que se mantêm fiéis a Cristo serão vitoriosos. As bem-aventuranças são o
caminho da santidade proposto por Jesus. Somos filhos e filhas de Deus, pois
ele é nosso Pai, e seremos semelhantes a ele.
A
Eucaristia transforma-nos, lenta e progressivamente, em seres capazes de
contemplar o Pai unidos a todos os que são salvos” (cf.
Liturgia Diária de Novembro de 2014 da Paulus, pp.
17-20).
A celebração de Todos
os Santos é a festa da santidade anônima. Da santidade
entendida, em primeiro lugar, como dom de Deus e resposta fiel da
criatura humana. Torna-se impossível enumerar todos os santos, tido como sinais
da manifestação maravilhosa da ação de Deus. A santidade pode ser comparada a
um grande mosaico que reflete a grandeza da única santidade de Deus.
Cada santo é um exemplar
único e exclusivo. Não podemos pensar a santidade como um produto em série. A
comemoração de todos os santos nos abre à imprevisibilidade do Espírito
Santo.
A multiplicidade de
santos faz deles um modelo perfeito para a vivência dos carismas pessoais e
para a diversidade de opções no seguimento de Jesus e no serviço à Igreja e à
sociedade.
Quando veneramos ou
falamos de um santo de nossa devoção, somos tentados a contemplá-lo (a) pela
ótica perfeccionista. ‘Ele foi perfeito’,
‘Um super-humano’. Não! Os santos, antes de tudo, foram pessoas comuns.
Eles fizeram sua caminhada de vida seguindo os passos de Jesus. Participaram da
realidade do povo santo e pecador. Contudo, eles se destacaram na vivência
radical do ideal proposto pelas bem-aventuranças. Foram pessoas que, por seu
modo de viver a Boa-Nova, marcaram significativamente a sociedade de seu tempo
e se transformaram em referenciais atualizados para a história.
O convite evangélico à
santidade é proposto a todos. Não é uma realidade impossível de alcançar. Tudo
depende do vigor com que se vive o ideal das bem-aventuranças na relação com
Cristo e nos compromissos inerentes à vida. Eu e você podemos ser santos. Não
importa se somos pessoas de muitas qualidades ou não. O que conta é que sejamos
pessoas extraordinárias pela vivência do programa de Jesus resumido nas
bem-aventuranças.
Fica mais uma vez entre
nós a pergunta crucial: como ser santo? O que significa ser santo? A liturgia
vai nos conduzir para mais perto da santidade de Deus.
Ouve-se frequentemente de bons lábios
cristãos algumas frases em relação à santidade, como: “Eu não nasci para ser santo...”. “Não sirvo para ser santo...”. “Não
sou santo, logo não tenho culpa...” Gosto de pensar que tais cristãos não
compreendem o próprio Batismo. O Batismo torna-nos seres divinizados, ou
seja, candidatos à santidade! Não creio que sejam as coisas boas que conseguimos
realizar, nem as coisas más que praticamos, por vezes, involuntariamente, que
nos conduzem à santidade, porém o esforço empreendido por fazer de
tudo para ser bondoso, humilde, servo e
anjo para os irmãos, vivendo uma relação de ternura constante. Quem sabe,
fazendo uma listinha de esforços diários nos ajude a
conquistar a santidade proposta a todos os filhos e filhas de Deus, nascidos
do “útero da Igreja, a Pia Batismal!” Já paramos para
pensar, com quantos santos convivemos ao longo de nossa vida, mesmo que não
reconhecidos, oficialmente, por decretos de beatificações ou canonizações?
Não deixemos para amanhã, nem mesmo para daqui há pouco:
comecemos já nosso esforço por sermos santos, sendo anjos uns dos outros. Só
quem é simples e bondoso, sabe o quanto é magnífica a ante-sala da santidade!
Desejando-lhes, por intercessão de Todos
os Santos, muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Ap 7,2-4.9-14; Sl
23(24); 1 Jo 3,1-3 e Mt 5,1-12).
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