COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O que eu desejo é levar-vos ao que é
melhor, permanecendo
junto ao Senhor, sem outras preocupações” (1
Cor 7,35).
A Palavra de Deus do Quarto
Domingo do Tempo Comum apresenta-nos a missão do Profeta ao lado do início do
ministério de Jesus, pautado em sua autoridade,
porque coerente entre o que prega e vive, diante do compromisso de transformação da Comunidade de Fé!
Segundo o Livro do
Deuteronômio, a missão do profeta é anunciar a Boa Notícia da Aliança desejada
por Deus para com a Humanidade, e denunciar tudo aquilo que possa impedir a
fidelidade da mesma. O Profeta é o porta-voz de Deus ao coração acolhedor e
atento da Pessoa. Tem o serviço de comunicar Deus ao mundo, que quando não
ouve, torna-se oco, vazio, sem sentido e sem perspectivas de vida, como
herdeiro e filho desse mesmo Deus, que ama louca e apaixonadamente Sua criatura
predileta.
O mundo barulhento em que
vivemos, não deve ser muito diferente daquele em que os Profetas tentaram
transmitir a vontade Deus, na promoção da dignidade de Suas criaturas amadas e
queridas. É salutar o silêncio interior, a busca de uma mais profunda
espiritualidade, a fim de um compromisso mais concreto de mudança das
estruturas injustas em que nos encontramos. O Reino de Deus anunciado pelos
Profetas é sempre um Reino de Justiça. Insisto em pensar que onde não há
justiça, é também impossível a sobrevivência do Reino de Deus.
A criatura
humana é livre para escolher entre o bem e mal. O que se constata, é que o
homem parece vazio da presença amorosa de Deus em sua vida, uma vez tendo
endeusado o consumismo, o hedonismo e o individualismo. O Profeta quer ser o
eco da voz de Deus no coração vazio e estéril da humanidade.
Depois de formado seu
grupo de Discípulos, Jesus inicia seu ministério com autoridade, segundo o
Evangelho de São Marcos. A autoridade de Jesus é um convite aberto à coerência,
à conversão
e ao bom
senso àqueles que desejam ser seus discípulos e missionários. Sem essas
três dimensões, dificilmente é possível configurar-nos com o ministério do
Senhor, que conta conosco na Comunidade, para devolvermos ao mundo a dignidade
humana que a “Cultura de Morte” nos tira cada vez que somos coniventes com
as injustiças institucionalizadas na Família, na (des) Educação, na Sociedade,
na Política e também na Religião
“Todos
ficavam admirados com o seu ensinamento,
pois ensinava como quem tem autoridade,
não como
os mestres da lei” (Mc 1,22).
De que adiantam nossos diplomas, cargos,
funções e posições de prestígio, se nossa palavra não tem credibilidade, porque
incoerente com nossa vida, vivida no hodierno. Com facilidade emitimos juízos,
repreendemos pessoas, deixamos de atendê-las com a caridade pastoral proposta
em nossos lindos Projetos Missionários e Planos de Pastoral. Será que temos tal
direito? Quantos de nossos erros escondemos atrás dos erros dos outros!...
Enquanto nossas normas estiverem acima de nossa misericórdia, dificilmente
seremos configurados com o Senhor, que nos confia Sua própria autoridade
ministerial, desde que estejamos a serviço da vida plena das pessoas. Gosto
sempre de concluir que não devemos “banalizar” nossos projetos, até mesmo
porque justiça e misericórdia somadas, resultam no AMOR
COM SABOR DIVINO! Isso só é capaz de viver, ministerial e
missionariamente, quem acolher e viver a autoridade do Senhor, porque coerente
entre o que prega e vive de verdade. Não importa se conseguimos ou não
tal coerência.
Importa, isso sim, o esforço empreendido todos os dias por sermos
hoje um pouco mais coerentes do que ontem. Então experimentaremos a AUTORIDADE
MESSIÂNICA!
Sejam todos muito
abençoados. Com ternura e gratidão, meu abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Dt 18,15-20; Sl 94(95); 1Cor 7,32-35 e Mc 1,21-28).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Fevereiro de
2015, pp. 17-19 e Roteiros Homiléticos da CNBB de Fevereiro de 2015, pp. 84-88.
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