-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: maio 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Eterna aliança em Maria

Ó Maria! Maria, templo da Santíssima Trindade, Maria, lar do fogo divino, Maria, Mãe da Misericórdia, vós portastes o fruto da vida; vós salvastes o gênero humano, pois da vossa carne, Cristo se fez carne e nos resgatou. Sim, o Cristo nos resgatou por meio de Sua Paixão, e vós, pelo sofrimento de vossa alma e de vosso corpo. Ó Maria, oceano tranqüilo, Maria, fonte da paz. Maria, vaso de humildade, onde brilhava a luz da verdadeira sabedoria que vos ergueu acima de vós mesma. Vós encantastes o Pai celeste, e Ele vos extasiou, vos maravilhou; Ele vos cativou, envolvendo-vos com os laços de um amor inefável e, por esta luz, pelo ardor da vossa caridade, por esta chama de humildade, vós o forçastes a descer em vosso seio. Aliás, a bondade infinita de Deus para com os homens, harmonizava-se convosco e era cúmplice vossa. (...) Ó Maria, o Deus Todo-Poderoso batia à vossa porta, e se vós não lhe tivésseis oferecido a vossa vontade, Ele não teria se revestido da natureza humana. Ó minha alma, cobre-te de vergonha e de embaraço, ao tomar ciência do pacto que Deus fez contigo e da aliança em Maria. Deves compreender, agora, que Aquele que te criou, sem a tua própria participação, não pode salvar-te sem ti, sem a tua vontade, visto que Ele se dirige à vontade de Maria e que dela, aguarda o consentimento... Ó Maria, sede bendita entre todas as mulheres, pelos séculos e séculos, pois vós nos destes hoje a vossa substância. A Divindade se uniu e se incorporou à nossa humanidade por meio de vós, de tal forma, que nada pode separá-la desta realidade, nem mesmo a morte ou nossa Ingratidão. Como a Divindade manteve-se unida ao corpo no sepulcro, e à alma de Jesus Cristo no limbo, e depois, à sua alma e ao seu corpo após a Ressurreição, nossa aliança com ela jamais foi rompida e jamais será, por toda a eternidade. Santa Catarina de Sena (1347-1380), primeira mulher proclamada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI, em 1970, Trechos de uma oração feita em Roma, no dia da Anunciação da Virgem Santíssima.

sábado, 26 de maio de 2012

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DE PENTECOSTES 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! “O amor de Deus foi derramado em nossos corações Pelo seu Espírito que habita em nós, aleluia!” (Rm 5,5; 10,11). “O Domingo de Pentecostes (no qual desemboca todo o tempo pascal) recorda o Espírito Santo, dom do Pai, Amor de Deus derramado sobre nós, condição de nossa comunhão no Cristo Ressuscitado, fonte da transformação pascal de toda a realidade. Esta festa ativa em cada um de nós a vocação e a capacidade para o encontro, para o amor, para a união, para a doação, como pede a aclamação ao Evangelho: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”. No Pentecostes, o mistério pascal é celebrado como um todo (morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito). Neste dia, o mistério pascal atinge a sua plenitude no dom do Espírito derramado em nossos corações. Imbuídos deste mesmo Espírito somos capacitados para o anúncio da Boa Notícia, sem temer perseguições, nem morte.” [...] Devido à importância da Solenidade de Pentecostes, celebramos sua Vigília. A Palavra de Deus da Vigília de Pentecostes, “é uma mensagem que nos ajuda a superar as divisões e nos convida a saciar com a água viva oferecida por Jesus. As três grandes e permanentes tentações da humanidade acabam em desastre: a pretensão da subida acaba em queda; a concentração, em dispersão; o nome famoso, em infâmia (Ler Gn 11,1-9). Jesus é a fonte de água viva que sacia a sede da humanidade (Ler Jo 7,37-39). Temos os primeiros frutos do Espírito, que vem em socorro de nossa fraqueza (Ler Rm 8,22-27). Na Solenidade de Pentecostes o Espírito do Senhor desceu sobre nós e nos congregou na mesma fé e numa só família. O universo todo se rejubila conosco pela presença do Espírito criador e unificador. O Espírito de Deus, recebido no batismo, desafia-nos a falar a linguagem do amor, compreensível a todos, e assumir o compromisso proposto por Jesus. A comunidade santificada pelo Espírito fala de modo que todos entendem. A linguagem que todos entendem é a do amor com sabor divino. Quem descobre a capacidade do amor gratuito, nem precisa de palavras: basta amar e todo o resto acontece naturalmente. Isto é, falar a linguagem do amor divino, significa esforçar-se por promover, quer bem, perdoar e ser sempre querido e terno nas relações humanas. A presença do Espírito, prometido por Jesus, torna a comunidade acolhedora e reconciliadora. Uma comunidade que não dá espaço para a ação do Espírito Santo, torna-se estéril, fechada e incapaz de acolher, amar o diferente e muito menos perdoar. A comunidade que acolhe os dons do Espírito do Senhor, não é mera instituição engessada em normas, regimentos, funções e cargos, mas gasta-se, consome-se por amar as pessoas com o amor proposto pelo próprio Cristo Senhor. Os dons recebidos do Espírito são para a edificação da comunidade. Não poucas vezes tentamos apropriar-nos do Espírito Santo ou considerar-nos plenos de todos os dons. Sabemos que o próprio Espírito Santo sopra onde quer. Nem todos somos portadores de todos os dons do Espírito Santo. Cada um recebe os dons de acordo com as suas qualidades que colocados a serviço da Comunidade, é que a edificam e não sacrificam, como muitas vezes acontece. Há, frequentemente pessoas nas Comunidades, que se sentem insubstituíveis, ou ainda aquelas que pensam que sem elas a Comunidade não sobreviverá. Uns querem fazer tudo, outros se comprometem muito pouco, o que empobrece a Igreja. Cada um deve saber o que faz melhor e enriquecer a Comunidade, consumindo-se por ela, gratuitamente” (Cf. Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2012, pp. 88-94). “Assim como o Pai me enviou, Também eu vos envio: Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,21-22). “A ação do Espírito manifesta no mundo a salvação de Deus, destinada a todo ser humano. O Espírito nos fortalece e anima a formar comunidades comprometidas em viver a unidade na diversidade. Ele nos conduz a permanecer em comunhão com o Senhor ressuscitado, deixando-nos envolver pela presença de amor e vida nova. O Espírito do Senhor nos liberta de todas as formas de opressões, de pecado, para vivermos fraternalmente como irmãos e irmãs. Como os discípulos, o Espírito nos plenifica da presença de Deus, capacitando-nos para sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus. O Espírito age em nós e em toda a criação, que geme em dores de parto (Rm 8,22), aguardando a manifestação plena da salvação. As palavras do Papa Bento XVI nos ajudam a entender a ação perene do Espírito na Igreja e no mundo: ‘Pudemos assim constatar, com alegria e gratidão, que ela fala em muitas línguas; e isto não só no sentido externo de estarem representadas todas as línguas do mundo, mas também, e mais profundamente, no sentido de que nela estão presentes os mais variados modos de experiência de Deus e do mundo, a riqueza das culturas, e só assim se manifesta a vastidão da existência humana e, a partir dela, a vastidão da Palavra de Deus. Além disso, pudemos constatar também um Pentecostes ainda a caminho; vários povos aguardam ainda que seja anunciada a Palavra de Deus na sua própria língua e cultura’ (Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini, Brasília: Edições CNBB, 2010, p.12). Renascidos pela água e pelo Espírito, nos tornamos comunidade de fé, presença e prolongamento do Cristo ressuscitado na realidade bem concreta, sobretudo lá onde se faz mais necessário, pois assim como em Jesus, o Espírito é derramado sobre nós e nos envia para anunciar a Boa-nova aos pobres; para proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor. Que nesta Solenidade de Pentecostes se cumpra em nós esta palavra de Escritura e nos faça missionários sem-fronteiras” (Cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, N. 16). Santo Antônio faleceu na Festa de Pentecostes no dia 13 de Junho de 1231. Em nossa Igreja Santo Antoninho, celebraremos a Festa da Vinda do Espírito Santo, tanto na Missa das 8 como na das 10 horas com nova esperança, novo sentido e perspectiva de vida em Comunidade! Seja nosso Espaço Cultural de Espiritualidade acolhedor dos dons do Espírito Santo! Sintam-se acolhidos todos os que nos enriquecem com sua presença, permitindo-nos sempre mais partilhar de nossa pobreza! Que a Solenidade de Pentecostes nos anime a sermos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo, Senhor de nossa vida! Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo, Padre Gilberto Kasper (Ler At 2,1-11; Sl 103(104); 1Cor 12,3-7.12-13 e Jo 20,19-23)

Pentecostes

Pentecostes Pentecostes é a plenitude da Páscoa. A efusão do Espírito, em Pentecostes, dá início à missão que Jesus confiou aos apóstolos. É ele que distribui os carismas e garante a comunhão do Corpo de Cristo. A primeira leitura (cf At 2,1-11) diz que o Espírito Santo se manifesta como labaredas de fogo “que se repartiram e pousaram” sobre os discípulos reunidos no mesmo lugar. Paulo afirma: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito.” E acrescenta: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum.” (cf 1 Cor 12,3b-7.12-13) O Evangelho (Jo 20,19-23) ressalta a unidade entre a Páscoa e a vinda do Espírito.: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana... Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’... Soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo’.” Costuma-se dizer que Pentecostes foi a inversão de Babel. Em Babel, houve uma confusão de línguas e os homens se desentenderam. Em Pentecostes, há a maravilha do amor. Os apóstolos são entendidos por pessoas que falam diversas línguas. Todos compreendem a linguagem do amor. A presença do Espírito Santo na liturgia torna eficaz a memória do mistério pascal de Jesus. E faz com que nos tornemos “um só corpo e um só espírito”. E ele nos acompanha na missão, ao suscitar a adesão ao projeto do Reino. Pois, “todos nós bebemos de um único Espírito.” (1Cor 12,13) + Joviano de Lima Júnior,sss Arcebispo de Ribeirão Preto - SP

terça-feira, 22 de maio de 2012

SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES!

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Há muitas versões, estórias e lendas sobre Santo Antônio, Presbítero e Doutor da Igreja, chamado por nossa Reitoria, carinhosamente de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! Trata-se da mesma pessoa, venerada de modos diferentes nos diferentes lugares onde nasceu, passou e morreu. Francisco de Assis, que encontrou o jovem frei Antônio por ocasião do capítulo geral, ocorrido no Pentecostes de 1221, chamava-o confidencialmente de 'o meu bispo’. Antônio, cujo nome de registro é Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Entrou aos quinze anos no colégio dos cônegos regulares de Santo Agostinho. Em apenas nove meses aprofundou tanto o estudo da Sagrada Escritura que foi chamado mais tarde por Gregório IX 'arca do Testamento’. Uniu à cultura teológica a filosófica e a científica, muito viva pela influência da filosofia árabe. Cinco franciscanos tinham sido martirizados no Marrocos, onde tinham ido para evangelizar os infiéis; Fernando viu seus ataúdes transportados para Portugal em 1220, e decidiu seguir-lhes os passos, entrando na Ordem dos frades mendicantes de Coimbra, com o nome de Antônio Olivares. Durante a viagem para Marrocos, onde pode ficar apenas alguns dias por causa de sua hidropisia, um acidente arrastou a embarcação para as costas sicilianas. Morou alguns meses em Messina, no convento dos franciscanos, cujo prior o levou consigo a Assis para o Capítulo geral. Aqui Antônio conheceu pessoalmente 'o trovador de Deus', Francisco de Assis. Foi designado para a província franciscana da Romagna e viveu a vida eremítica num convento perto de Forli. Incumbido das humildes funções de cozinheiro, frei Antônio viveu na obscuridade até que os seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos albigenses era mais forte. Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento de Arcella, a um quilômetro dos muros de Pádua. Daí saía para pregar aonde quer que fosse chamado. Em 1231, o ano em que sua pregação atingiu o vértice de intensidade e se caracterizou por conteúdos sociais, Antônio foi atingido por uma doença inesperada e foi transportado do convento de Camposampiero a Pádua num carro de feno. Morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. 'O Santo' por antonomásia, como era chamado em Pádua, foi canonizado em Pentecostes de 1232, apenas um ano após a morte, apoiado por uma popularidade que sempre cresceria de época em época. Santo Antônio recebe dois títulos reconhecidos mundialmente: Santo Antônio de Lisboa (porque nasceu em Lisboa) e Santo Antônio de Pádua (porque foi em Pádua que exerceu seu ministério de exímio pregador e lugar onde morreu). Há muitas lendas em torno da vida e do exercício ministerial de Santo Antônio, porém, o que é indiscutível, que foi um arauto do Evangelho, ousado e corajoso pregador, sobretudo contra as injustiças sociais. Pregava coerência entre palavra e vida! Nós o chamamos de Santo Antoninho, Pão dos Pobres. Enquanto Santo Antônio exercia os serviços humildes de cozinheiro nos Conventos dos Frades Franciscanos, por onde andou, distribuía pães aos pobres, escondido dos superiores. Os melhores pãezinhos ele reservava aos pobres da redondeza dos Conventos e os distribuía. Daí a Família Proença da Fonseca, vinda de Lisboa, dar-lhe o título de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! Após preparação, solenizamos nesta quarta-feira, dia 13 de Junho, em nosso Espaço Cultural de Espiritualidade, a Festa de nosso Padroeiro, durante a Missa com a Bênção dos Pães aos Pobres às 8 horas. Santo Antônio nos ajude a não deixar faltar pão sobre a mesa de nossas Famílias. .

AMAR OS ENFERMOS COM AMOR DE MÃE

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Quando referimos, conforme o Gênesis, que o ser humano tem um sopro divino, numa estrutura de barro, queremos significar que ele é dotado de uma mente humana. Os filósofos, comparando-o com os animais, definiram o ser humano como animal racional. Com Descartes, porém, restringiram ainda mais o racional ao processo cognitivo humano. Daí o racionalismo, que empobreceu o valor da intelectualidade, na busca de sua fonte em Deus. A mente humana compreende duas faculdades exímias: o intelecto e a vontade. Convém, desde logo, lembrar que o intelecto não se restringe à razão, ou seja, não procede apenas por argumentos ou provas lógicas ou empíricas, mas tem também uma capacidade de intuir a verdade. A mente humana nos proporciona, pois, a capacidade de conhecer e amar. Ou, olhando por parte do objeto, coloca-nos em contato com a verdade e com a bondade por parte do objeto, coloca-se em contato com a verdade e com a bondade dos seres, respectivamente. Nossa época pós-moderna nos adverte contra o perigo de cairmos no objetivismo. Nosso relacionamento com o objeto envolve também sentimentos. E logo discernimos entre os objetos de nível físico, vegetativo, sensitivo e racional. Nosso relacionamento, ou seja, nosso conhecimento com os minerais, as plantas, os animais não pode ser o mesmo que temos com os homens e com Deus. No caso dos homens e de Deus, nosso relacionamento, que envolve conhecimento, vontade e sentimentos, é intersubjetivo. E essa característica envolve todo o nosso relacionamento com o universo, na medida em que o acolhemos de Deus e ele nos revela as suas maravilhas, tornando-se habitação e ambiente de vida para nós e nossos semelhantes. É o que nos ensina Saint Exupéry, no Pequeno Príncipe: a raposa, por não comer pão, não teria nenhum relacionamento com o trigal. Mas se for cativada pelo Pequeno Príncipe, lembrará as ondulações de seus cabelos e adquirirá um profundo e novo significado. Viver humanamente é realizar-se. É tornar-se pessoa. Isso se faz pelo relacionamento, que tem, na intersubjetividade, sua matriz. Sua atitude básica será a acolhida de cada pessoa, para que ela se sinta amada e realizada. Não é, pois, possível curar uma pessoa – de qualquer doença – sem levá-la à vivência de sua subjetividade, que resulta da intersubjetividade das pessoas que cuidam dela. Curar, no fundo, é demonstrar carinho, ir em socorro, tirar do isolamento, mostrando que ela não está a sós no combate à doença. Não conseguindo reagir com as próprias forças, há quem lhe venha em socorro. E isso deve ser feito humanamente, o que equivale a dizer, intersubjetivamente. A doença humana não se reduz a um fenômeno biológico. Envolve e afeta profundamente sua mente (cf. Fonte: GRINGS, Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética. Presscom, Porto Alegre (RS), 2008 pp. 29-30). Especialmente a Igreja, através de seus Ministros Ordenados e da Pastoral da Saúde, deve priorizar nas Comunidades de Fé, Oração e Amor, os Enfermos, que fazem de seus limites físicos e leitos de dor, o verdadeiro Altar do Sacrifício do Senhor. Por isso, saibamos sempre amar os enfermos com amor de mãe!

ANO ELEITORAL E VALORES DO BEM COMUM

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Aproximamo-nos da metade do Ano Eleitoral. Embora ainda contemplemos especulações, já sentimos aqui e acolá “clima de campanha’, mesmo que negado pelos prováveis candidatos aos Poderes Executivo e Legislativo de nossa cidade e região, há evidências na intencionalidade dos que disputarão um lugar no Governo Municipal. Insisto na formação de consciência crítica política “numa época em que se calca a subjetividade e se tende fazer prevalecer o valor da individualidade. É preciso voltar a insistir nas características do bem comum. Os grandes escândalos e a corrupção, que invadem todos os ambientes da vida nacional, mostram que a distinção entre o público e o privado nem sempre está muito clara e muito menos aflora à consciência. Quais são, pois, os valores fundamentais do bem comum? Podemos sintetizá-los em três grandes categorias, que englobam segurança, alimento e religião, ou, na expressão do grande filósofo chinês Confúcio: exército, pão e fé. Desenvolvendo estes temas percebemos que eles envolvem muitos elementos, destacando-se a educação, como fulcro para alavancar suas exigências, e o trabalho como meio de consegui-los”. Quando indagada sobre o que vai mal e precisa melhorar, a população elenca em primeiro lugar a saúde! Tema amplamente discutido durante a Campanha da Fraternidade deste ano, que trata da Saúde Pública, ainda deixando tanto a desejar. Aparentemente houve melhorias e progressos na Saúde Pública. Mas e as longas e demoradas filas de espera por atendimento digno e diagnósticos que necessitam de exames, geralmente, agendados para distantes meses à frente? “Trata-se de um dos campos em que o bem comum, hoje, é mais agredido e merece uma reflexão acurada, bem como exige um mutirão que envolve toda a sociedade. A bioética constitui, hoje, o brado mais expressivo que a dignidade humana eleva, reivindicando melhores cuidados e mais respeito pela vida. A técnica penetrou nos mais íntimos segredos da genética, sem conseguir dignificar a pessoa humana. Pelo contrário, tornou-se, em muitos casos, instrumento de interesses, bem distantes da valorização da vida. Eis porque se torna necessário lançar um grito de alerta. Estamos chegando ao fundo do poço. Precisamos, urgentemente, unir-nos num grande mutirão, que envolva todas as forças vivas da sociedade, para superar esta grave crise de humanismo” (Fonte: GRINGS, Dom Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética. Porto Alegre, Presscom, 2008, pp. 7-8). É neste sentido que convidamos todos a uma séria reflexão, que esperamos repercutam nas Urnas das próximas Eleições, bem como em todos os ambientes, para que nosso Povo sofrido tenha vida e a tenha em abundância!

A VIDA HUMANA EM CRISE

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. A maior fragilidade humana não está na complexidade de seu organismo, mas se revela quando entra em crise. Os antônimos nos esclarecem melhor a natureza das coisas ou, pelo menos, nos dão maior apreço pelos valores positivos. Assim se aprecia melhor a luz quando se vê seu contraste com a escuridão; o dia fica mais significativo quando comparado com a noite. A saúde fica melhor ressaltada em comparação com a doença. Ou como se costuma dizer: só conhece o valor da saúde quem ficou doente. Há hoje um consenso em não restringir a saúde a uma questão biológica. Ela envolve valores psicológicos, sociais, espirituais, econômicos e religiosos. Pode ser definida como bem-estar físico, psicológico, social, econômico, espiritual e religioso. A ausência de algumas dessas dimensões constitui crise e deve ser considerada doença. Pela constituição unitária da pessoa humana, todos estes fatores se influenciam mutuamente. Uma disfunção orgânica no ser humano não tem o mesmo significado que num animal ou numa planta. Por isso não pode ser tratado do mesmo modo. É exatamente o que deveria distinguir o médico do veterinário e do ambientalista. Nós somatizamos nossos problemas psíquicos, sociais, econômicos e religiosos. O Beato João Paulo II, Papa, após longa convalescença, resultante do atentado que sofreu na Praça São Pedro, escreveu uma encíclica sobre o sofrimento, apontando para a dimensão redentora da doença. São Paulo nos garante que tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus. Portanto, a enfermidade não pode ser considerada apenas sob o prisma clínico, nem superada apenas por ingredientes farmacológicos. Altíssima percentagem das doenças tem fundo psicológico. Não serão certamente os psicotrópicos que terão a última palavra no seu tratamento! A questão do bem-estar é fundamental para a vida humana. Faz parte das exigências da promoção do bem-comum. Não é, pois, questão meramente individual. Seu tratamento segue o princípio da subsidiariedade, que garante condições para que cada pessoa possa realizar-se e viver condignamente na sociedade que integra. Saúde não é, em primeiro lugar, questão de hospital, do mesmo modo que cuidar da vida não é lamentar a morte. Hospital é para doente que não tem condições de vida na sociedade. Assemelha-se ao presídio, ao qual são recolhidas as pessoas que não conseguiram conviver adequadamente com seus semelhantes. Não se compara à escola para onde vão os que querem aprimorar-se para uma vida mais plena, nem à empresa que congrega as pessoas capazes de dar algo de si. Enfermidade é problema e indica fragilidade. Mostra que somos mortais. Mas, em muitos casos, denota falhas graves na prevenção e, mais ainda, excessos e desvios de comportamento, principalmente na alimentação. Não somos só vítimas de pestes provocadas pelos homens, mas também somos muitas vezes nossos próprios algozes, pelos excessos de bebidas, de comidas, de drogas, de esportes, da velocidade, de relacionamento humano, de falta de religiosidade... Toda carência e todo excesso, seja de ordem material ou social, espiritual ou religioso, afeta nossa vida (cf. Fonte: GRINGS, Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética. Presscom. Porto Alegre (RS), 2008, pp. 30-31). A Vida Humana em Crise espera de cada cidadão, mudanças de hábitos com profunda conversão, coerência e bom senso!

ANIMALIZANDO A CRIATURA HUMANA

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Percebemos uma crescente preocupação com os direitos e cuidados dos animais, que segundo nossa convicção cristã, são criaturas queridas por Seu Criador! Graças a Deus que aumenta a proteção dos animais e se lhe garantam seus direitos. Tenho profundo apreço e facilmente me apego aos animais. Não tenho nenhum junto de mim, porque minha vida corrida não permitiria a atenção que merecem. Elogio qualquer iniciativa de proteção aos animais e demais criaturas de nosso lar comum, o planeta! Gostaria muito que também houvesse maior zelo com a Criatura Humana. Lamentavelmente costumo constatar que animalizamos a Criatura Humana, a começar de nosso próprio comportamento. Esse (nosso comportamento) tem assumido atitudes tão animais seja em relação ao convívio familiar seja ao convívio social. Em nossas residências falta o calor da humanidade na medida em que não dialogamos mais, nos encontramos de quando em vez, comemos e bebemos em potes diante da televisão e computador e nos esbarramos sem nem mesmo um cumprimento, abraço nem pensar! Ao servirmos a ração aos nossos animais, a servimos em pratos de porcelana ou potes inquebráveis? A água lhes é servida em taças de cristal ou pequenos potes que também não quebram? O mesmo fazemos nós, criaturas humanas. Como é difícil encontrar uma família que faça alguma refeição em torno de uma mesa, “em família” sem a interferência de algum veículo de comunicação, que não raras vezes cala o diálogo entre os comensais. Fico sempre intrigado ao ver as senhoras dos condomínios levando na coleira, seus cachorrinhos ao passeio. Logo atrás as babás empurram um carrinho com um bebê. Não deveria ser o contrário? Não deveria a mãe levar seu filhinho a tomar sol e a servente conduzir o animalzinho a fazer suas necessidades em torno dos sofisticados residenciais? Certa vez perguntei isso a uma mãe que me respondeu: “Do meu filho ela cuida direitinho, mas meu cachorrinho ela judia...”. Como seríamos mais humanos, se as leis da proteção às crianças, à mulher marginalizada e aos preteridos da sociedade fossem cumpridas e em caso contrário punidas, como são dos animais! Pior: já não nos chocam mais as notícias de crianças abandonadas em lixões, banheiros de rodoviárias ou amarradas, como animaizinhos, ao pé da cama em seus casebres. Já convivemos naturalmente com as crianças pedindo esmolas ou vendendo balinhas nos semáforos de nossas suntuosas avenidas. Muitos até já reservam algumas moedinhas no carro, para aliviar a consciência e em nome de uma dó descompromissada com a dignidade daquela criatura animalizada, pensar que cumpriu com seu dever de ajudar. Que ajuda é essa? Migalhas jogam-se aos animais. Pessoas precisam de vida digna em sua integridade total. Enquanto isso não for possível, continuaremos Animalizando a Criatura Humana!

A TEOLOGIA DA UNIESP AGRADECE

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. O Curso de Bacharel em Teologia da UNIESP – União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo promoveu no dia 25 de Maio de 2012 um MOMENTO DE REFLEXÃO SOBRE A DIGNIDADE HUMANA, reunindo 20 Denominações Religiosas e Sem Religião. Cada Representante das Denominações apresentou em breve mensagem seu esforço empreendido em favor de maior Dignidade Humana. Foi um riquíssimo encontro das “Diferenças” à luz do fim último comum a todos os seres: a plena realização da criatura humana! A Teologia da UNIESP agradece a todos que, de alguma forma, colaboraram para com o êxito deste evento, que contou com a presença de inúmeras autoridades, alunos, educadores e povo querido de nossa sociedade. Foram muitos os colaboradores e a todos A Teologia é profundamente agradecida, desde a Imprensa que divulgou e cobriu o evento, aos que colaboraram para que fosse possível realizá-lo. O Curso de Bacharel em Teologia da UNIESP, aprovado pelo MEC em 2009, iniciou sua primeira Turma em Fevereiro de 2012 com 34 alunos. O Curso é totalmente gratuito; tem duração de três anos; é presencial no período da manhã, de segundas às sextas-feiras. É contemplado pelo NOVO FIES, que concede Bolsas de Estudos para Cursos de Nível Superior àqueles que não têm condições de cursar uma Faculdade. Trata-se do Projeto Social da UNIESP em parceria com o Governo, permitindo o acesso de pessoas simples e sem condições de custear uma Faculdade. Para agosto de 2012 pretendemos iniciar a segunda Turma da Teologia, já que a experiência da primeira Turma está magnífica. Coordenamos com simplicidade este Curso, cercados por um Corpo Docente bem preparado e com muito zelo e empenho para garantir a qualidade da Teologia da UNIESP, que acolhe todas as pessoas de boa-vontade, independentemente de suas convicções religiosas e condições econômicas. Sublinhamos que nosso Curso não é confessional, porque já autorizado pretende também ser reconhecido pelo MEC, o que depende de todos: Coordenação, Corpo Docente e Discente. As inscrições já se encontram abertas. Os interessados poderão dirigir-se à UNIESP – Faculdade de Ribeirão Preto na Rua Saldanha Marinho, 915 ou ligar para (16) 3977-8000, falando com a Ester do Projeto Social. Venha conhecer nosso Projeto Pedagógico e enriqueça nosso “modo de fazer Teologia” dialogando com TODOS, independentemente de suas convicções religiosas. Também a Diretora Geral de Ribeirão Preto, Profa. Dra. Valéria da Fonseca Casterquini com a Vice-Coordenadora Profa. Regina Gusmão e este que assina o presente artigo, Prof. Padre Gilberto Kasper estaremos à disposição de quem desejar cursar Teologia! Basta agendar uma entrevista, que aguardaremos com profunda alegria!

domingo, 20 de maio de 2012

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! "Homens da Galileia, porque estais admirados, olhando para o céu? Este Jesus há de voltar do mesmo modo que o vistes subir, aleluia!" (At 1,11). Em comunhão com todos os cristãos, celebramos a Ascensão de Jesus, plenitude da Páscoa, que atualizamos na Eucaristia. A Igreja comemora neste domingo da Ascensão do Senhor, o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, com o tema: “Silêncio e Palavra: Caminho de Evangelização”(Papa Bento XVI). Ao longo da semana, preparamo-nos para a Solenidade de Pentecostes, rezando pela Unidade dos Cristãos à luz do tema: “Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por meio do Senhor nosso Jesus Cristo” (1 Cor 15,57). “Jesus despede-se dos seus; antes, porém, conclama-os para que dêem continuidade à missão por ele iniciada e derrama sobre eles a bênção, sinal de sua presença contínua. Jesus, ao despedir-se, deixa aos discípulos a tarefa de continuar a missão que ele iniciou. A Ascensão revela nova presença de Jesus, em sinais visíveis de transformação e libertação. Elevado ao céu, Cristo é a cabeça da Igreja e o Senhor da humanidade” (cf. Liturgia Diária de Maio de 2012 da Paulus, São Paulo, p. 66). "Ide ao mundo, ensinai aos povos todos; convosco estarei, todos os dias, até o fim dos tempos, diz Jesus" (Mt 28,19s). "As palavras de Jesus e sua presença viva, que estará sempre em nosso meio, nos colocam a caminho e nos incentivam a sermos fieis à missão. Elas nos impelem a sair de nós mesmos para abrir-nos a um novo horizonte, que possibilita a todos os seres humanos a alegria de sentirem-se filhos de Deus e irmãos entre si. O Ressuscitado nos confia o anúncio da Boa Nova da salvação, libertando-nos da estagnação para nos empenhar na promoção da vida. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus. Da comunhão de amor, pelo batismo, deve surgir uma humanidade nova, alicerçada na filiação divina e na fraternidade. 'Uma vez que todo o Povo de Deus é um povo enviado, a missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Jesus Cristo, em consequência do seu batismo. Nenhuma pessoa que crê em Cristo pode sentir-se alheia a esta responsabilidade que deriva do fato de ela pertencer sacramentalmente ao Corpo de Cristo. Esta consciência deve ser despertada em cada família, paróquia, comunidade, associação e movimento eclesial. Portanto, toda a Igreja, enquanto mistério de comunhão, é missionária, e cada um no seu próprio estado de vida, é chamado a dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão' (Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini, Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 125). Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, invoquemos o Espírito de Deus para que habite em nós e seja nosso sustento na missão que recebemos do próprio Ressuscitado" (cf. Roteiros Homiléticos Continental da CNBB N. 16). "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos, aleluia!" (Mt 28,20). A Solenidade da Ascensão do Senhor, remete-nos às Metas do Projeto de Ação Missionária da Arquidiocese de Ribeirão Preto, propostas por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Joviano de Lima Júnior,sss: 1. Proclamar a Palavra nas visitas missionárias, em todos os encontros pastorais, nas reuniões, nos grupos de estudo e de oração. Como os discípulos de Emaús, ouvir a Palavra e anunciar o Querigma da salvação, para que a chama da missão se acenda nos corações. 2) Convocar à ação missionária permanente os movimentos e pastorais, despertando em seus integrantes o ardor missionário. 3) Descobrir e formar novas lideranças, entre os leigos e leigas, para que atendam ao convite de Jesus à missão, para que a nossa Igreja particular de Ribeirão Preto seja cada vez mais servidora e missionária. 4) Atualizar a missão que Jesus confiou aos seus discípulos, através de uma evangelização inculturada, com novos métodos, expressões e ardor missionário. 5) Evangelizar as famílias, indo ao encontro de suas necessidades e acolher os casais de segunda união. 6) Despertar os jovens para a missão, incentivando-os a evangelizar os ambientes onde se encontram com simplicidade e alegria" (Plano de Ação Pastoral - Arquidiocese de Ribeirão Preto (2011-2015), SIM - Projeto de Ação Missionária - Ser Igreja em Missão, p. 32). Sintamo-nos cada vez mais missionários por todos os lugares, junto a todos com quem convivemos o hodierno de nossa vida cristã. Não tenhamos vergonha e nem guardemos nosso amor a Jesus Cristo somente para nós. Anunciemo-lo com a vida e, de acordo com São Francisco de Assis, se necessário, usemos também, da Palavra! Nosso testemunho é fundamental. O ditado popular: "Religião não se discute..." se desatualiza diante da conclamação à nossa missionariedade e discipulado em todos os ambientes! (cf. Conclamação das DGAE da CNBB, repetidas na 50ª Assembleia em Aparecida em abril de 2012). Rezaremos, especialmente pelos Comunicadores também em nossas Celebrações deste Domingo, 8 e 10 horas, a quem somos profundamente agradecidos por divulgarem nossa modesta colaboração na Evangelização Virtual. Sejam sempre muito abençoados: • Márcio Smiguel Pimenta da PASCOM: www.arquidioceserp.org.br • Rodrigo Simões do GRUPO EVIDÊNCIA Top: www.rodrigosimoes.com.br • Demétrio Pedro Bom Júnior do SISTEMA CLUBE DE COMUNICAÇÃO: www.demetriolpbjr.blogspot.com e www.tollelege-rp.blogspot.com • CMN 750 – AM – A RÁDIO DA FAMÍLIA – Sebastião Xavier • Welgima: www.tudoporjesusemaria.webnode.com.br de Belo Horizonte, MG. • Jornal TRIBUNA de Ribeirão Preto: José Paulo e Hilton. • AMIR CALIL DIB – JORNAL GAZETA RIBEIRÃO (Coluna Social) Desejando-lhes bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo, Padre Gilberto Kasper (Ler At 1,1-11; Sl 46(47); Ef 1,17-23 e Mc 16,15-20)

terça-feira, 15 de maio de 2012

O SENTIDO DA MATERNIDADE CRISTÃ

Pe. Gilberto Kasper pe.kasper@gmail.com Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. O mês de maio começa celebrando a Festa de São José, Operário, embora seja bem mais dedicado à MULHER! Comemora as Noivas, as Mães e é considerado pelos cristãos católicos, um mês dedicado à MARIA, Mãe de Jesus. Gostaria de refletir muitos temas, mas pensei em escrever algo sobre o sentido da maternidade cristã, a partir das milhares de mães que assumem seus filhos sozinhas. São as que nossa sociedade chama de “mães solteiras”! É interessante observar que nunca ouvi ninguém chamar uma mãe, casada, direitinho, ou cujo pai assume com ela o filho, de “mãe casada”! Continuamos com o péssimo hábito de discriminar as pessoas, vivendo, muitas vezes, às escondidas, disfarçando gravidez antecipada, aliás, nas últimas décadas, a maioria das crianças nascem aos sete meses, ou me engano? Casamentos ou contratos de estabilidade conjugal forçados, que não passam de hipocrisia, para não admitir, ou então não sentir-se motivo de conversinhas de vizinhos maldosos seriam válidos? Certamente a gravidez simplesmente, sem a certeza do amor gratuito, com sabor divino, profundo e verdadeiro, não é razão suficiente para “mentir” fidelidade diante de testemunhas, de ministros assistentes a matrimônios com aparatos megalomaníacos, como fotografias, filmagens, festas em renomados espaços de elegância exacerbada. São simplesmente nulos. Não acontece então o verdadeiro casamento, eis uma farsa. Penso que estaria na hora de revermos o verdadeiro sentido da maternidade cristã. O que significa ser mãe, com ou sem parceiro? Ser mãe implica uma vocação específica, sublime, nobre e abençoada por Deus, o Criador. Ser mãe é gerar vida com amor. Para ser mãe de verdade, é preciso “fazer amor” e não simplesmente relação sexual por mero prazer hedonista. É, por isso possível, dissociar vocação ao matrimônio da vocação materna? Penso que não. Quem se casa sem querer constituir Família, utiliza-se de uma Instituição Sagrada: A Família, colocada de bruços nas últimas décadas, continua sendo a célula da sociedade. Precisa urgentemente ser reerguida e reassumida por pessoas que ainda acreditam em valores humanos e promovem a pessoa na sociedade, que ao contrário, coisifica-a. Quero, neste mês de maio, prestar minha homenagem muito terna, às mães que chamam de “solteiras”: mulheres corajosas, especiais, que desempenham também o papel de pais, para educar e amar divinamente os filhos que geraram, tantas vezes com dificuldades impostas pela própria família, pelos parentes e por uma sociedade que precisa ser mais amorosa, fraterna e misericordiosa com elas. Quem julga, fala mal, condena e determina a sentença sobre qualquer pessoa e seu comportamento, ousa prepotentemente ser deus sobre o outro. Minha ternura a todas as Mães do mundo, sobre as quais invoco as bênçãos da Sagrada Família de Jesus, Maria e José! Em nossa Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, na Avenida Saudade, 222-1, nos Campos Elíseos, em Ribeirão Preto, prestaremos nossa singela homenagem a todas as Mães que celebrarem conosco, uma das Missas as 8 e 10 horas! E a Igreja-Mãe as abraça, enquanto ofereceremos suas vidas no precioso cálice do Senhor!

Bento XVI: junto a Jesus, todos os desafios são possíveis

VATICANO, 07 Mai. 12 / 11:45 am (ACI/EWTN Noticias) Nesta manhã, em suas palavras prévias à oração do Regina Caeli, o Papa Bento XVI recordou que unidos a Jesus, todos os desafios são possíveis, porque quem lhe segue e cultiva sua fé, colhe grandes frutos espirituais na vinha do Senhor. Ante os milhares de fiéis reunidos, apesar da chuva na Praça de São Pedro, Bento XVI explicou que “É indispensável permanecer sempre unidos a Jesus, depender Dele, porque sem Ele não podemos fazer nada”. Neste sentido, o Santo Padre recordou uma carta escrita a João o Profeta, que viveu no deserto de Gaza durante o século V. “Um fiel faz a seguinte pergunta: Como é possível ter, ao mesmo tempo, a liberdade do homem e o não poder fazer nada sem Deus? E o monaco respondeu: Se o homem inclina seu coração para o bem e pede ajuda a Deus, recebe a força necessária para cumprir a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e a potência de Deus caminham juntas”. “Isso é possível porque o bem vem do Senhor, mas ele é cumprido graças aos seus fiéis”, assinalou o Papa. “Queridos amigos, cada um de nós é como um ramo, que vive somente se cresce cada dia, na oração, na participação dos Sacramentos e na caridade”. Ao explicar o Evangelho de hoje, Bento XVI recordou um dos ensinamentos de Jesus a seus discípulos, “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”. “Muitas vezes, na Bíblia, Israel é comparada com a fecunda vinha quando é fiel a Deus; mas, afasta-se Dele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele ‘vinho que alegra o coração do homem’”, indicou. Bento XVI sublinhou que “quem ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma colheita espiritual abundante. Suplicamos a Mãe de Deus para que permaneçamos firmemente implantados em Jesus e cada ação nossa tenha Nele o seu início e Nele o seu cumprimento”. “Senhor Jesus… sem Ti não podemos fazer nada. Tu, de fato, és o verdadeiro jardineiro, criador, cultivador e guardião de seu jardim, que planta com Tua palavra, irriga com Teu espírito, faz crescer com Tua potência”, disse o Santo Padre, recordando as palavras do Beato cisterciense Guerrico de Igny. O Papa assinalou que “A verdadeira vinha de Deus, a videira verdadeira, é Jesus, que com Seu sacrifício de amor nos doa a salvação, nos abre o caminho para ser parte desta vinha. E como Cristo permanece no amor de Deus Pai, assim, os discípulos, cuidadosamente podados pela palavra do Mestre são unidos de modo profundo a Ele, tornando-se ramos fecundos, que produzem abundante colheita”. Bento XVI recordou que São Francisco de Sales escreveu que “O ramo unido e em conjunto com o tronco porta fruto não por virtude própria, mas em virtude da estirpe: agora, fomos unidos pela caridade ao nosso Redentor”. Através do Batismo, indicou o Papa, “a Igreja nos envolve como ramos no mistério pascal de Jesus, em sua própria pessoa. Desta raiz recebemos a seiva preciosa para participar na vida divina”. “Com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha do Senhor ligado pelo Seu amor. Se o fruto que devemos produzir é amor, uma condição prévia é precisamente este ‘permanecer’, que tem que ver profundamente com a fé que não se afasta do Senhor”. Em sua saudação aos peregrinos de língua espanhola, o Santo Padre ressaltou a formosa imagem da vinha e os ramos do Evangelho, “com a qual se manifesta como a união com Cristo é a fonte de vida e nos leva a dar muito fruto”.

Bento XVI: A ciência que se afasta de Deus está envenenada pela vaidade

VATICANO, 14 Mai. 12 / 10:04 am (ACI/EWTN Noticias) Durante a segunda etapa de sua visita pastoral à Toscana, o Papa Bento XVI recordou ontem, 13, que a ciência que se afasta de Deus, está envenenada pela vaidade e é incapaz de admirar a criação do Senhor. Ao deslocar-se ao Santuário de La Verna para um encontro com a Comunidade dos Frades Menores Franciscanos e as Religiosas Clarissas, Bento XVI explicou que “precisamente, a humildade é a porta de toda virtude”, e com efeito, “com o orgulho intelectual da investigação encerrada em si mesmo não é possível alcançar Deus”. “Que não creia (o homem), que lhe basta a leitura sem unção, a especulação sem devoção, a investigação sem admiração, a consideração sem exultação, a indústria sem piedade, a ciência sem caridade, a inteligência sem humildade, o estudo sem a graça divina, o espelho sem a sabedoria divinamente inspirada”, disse o Santo Padre, recordando as palavras do Doutor de São Boaventura. Bento XVI indicou que “só deixando-se iluminar pela luz do amor de Deus, o homem e a natureza inteira podem ser resgatados, e a beleza pode finalmente refletir o esplendor do rosto de Cristo como a lua reflete o sol”. Além disso, inspirado por São Francisco de Assis, o Papa assinalou que “não basta declarar-se cristão para ser cristão, nem procurar simplesmente cumprir as obras do bem. Mas é necessário conformar-se com Jesus, com um lento e progressivo compromisso de transformação do próprio ser, a imagem do Senhor, para que pela graça divina, cada membro do Corpo d’Ele que é a Igreja, mostre a necessária semelhança com a Cabeça, Cristo Senhor”. O Santo Padre animou os religiosos a “fazerem uma ponte entre Deus e o homem”, e recordou que a vida consagrada “tem a tarefa específica de testemunhar com a palavra e o exemplo de uma vida, segundo os conselhos evangélicos, a fascinante historia de amor entre Deus e a humanidade que atravessa a história”. “O amor de Deus e do próximo continua animando a preciosa obra dos franciscanos em sua comunidade eclesiástica. A profissão dos conselhos evangélicos é um caminho mestre para viver a caridade de Cristo. E neste lugar abençoado, peço ao Senhor que siga enviando novos trabalhadores à sua vinha”. Bento XVI convidou especialmente os jovens a escutarem o Senhor, “para que quem for chamado por Deus responda com generosidade e tenha a coragem de dar-se na vida consagrada e no sacerdócio ministerial”. O Santo Padre ressaltou a contemplação da cruz como caminho para a santidade, e neste sentido, indicou que “a cruz gloriosa de Cristo reassume o sofrimento do mundo, mas sobre tudo é sinal tangível do amor, e medida da bondade de Deus para o homem”. “Também nós estamos chamados a recuperar a dimensão sobrenatural da vida, a elevar os olhos daquilo que é circunstancial para voltar a confiar-nos completamente ao Senhor, com o coração livre e em perfeita alegria, contemplando o Crucifixo para que nos fira com seu amor”. Bento XVI se uniu na oração de todos os franciscanos e convidou aos religiosos à contemplação do crucifixo. “A mente deve ir dirigida à Paixão de Jesus”, porque “para que tenha eficácia, nossa oração necessita lagrimas, quer dizer, necessita da participação interior de nosso amor que responde ao amor de Deus”, concluiu. Finalmente, o Papa visitou a “Capela dos Santos Estigmas”, em procissão com a “Relíquia de sangue de São Francisco”, exibida especialmente para a ocasião.

sábado, 12 de maio de 2012

HOMILIA PARA O SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL DE 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! O Sexto Domingo do Tempo Pascal tem um sabor de despedida, mas também de grande esperança a partir do convite que o Senhor Ressuscitado nos faz: amar-nos como Ele nos ama! “Jesus se apresenta neste domingo como o amigo que nos ama até a doação da própria vida. Agindo assim conosco, ele nos convida a amar-nos uns aos outros com amor igual ao seu. Unimos a este domingo também a vida das Mães, que encontram em Maria modelo de oblação, de presença silenciosa e amorosa na vida da Família. Deus revela seu amor a todos; derrama seu Espírito sobre a comunidade, ajudando-a a superar os preconceitos e produzir abundantes frutos de amor e de vida no meio do mundo. A Igreja, guiada pelo Espírito Santo, é convidada a ir a todas as culturas e realidades. Quem ama consegue chegar a Deus, pois ele é amor. Gastar a vida em favor de alguém é o maior gesto de amor que uma pessoa pode realizar. Em nossas celebrações e corações deste domingo, Dia das Mães, queremos apresentá-las a Deus: as que estarão presentes e por perto e as que estão longe e também as que já se encontram no colo de Deus, acariciadas por Nossa Senhora, a Mãe das Mães! Todas possam desfrutar a alegria da salvação pela vida que geraram e por seu amor incondicional” (cf. Liturgia Diária de Maio de 2012 da Paulus, São Paulo, pp. 47-49). Aproximamo-nos da despedida visível de Jesus entre os seus, para entrarmos num período de presença sensível do Ressuscitado entre nós até os dias de hoje. Só quem ama o amor com sabor divino consegue fazer esta experiência de sentir Jesus presente em sua vida, na vida do outro, mesmo tão diferente de nós, bem como nos Sacramentos, Sinais que viabilizam o cheiro da presença de Jesus Ressuscitado em Sua Igreja e em cada um que n’Ele se acendeu na Vigília Pascal! Paira um pressentimento que cada despedida traz consigo, no coração dos que viam Jesus Ressuscitado em Seu corpo glorioso. Parece que está por vir um “vazio e sensação de saudade profunda”. Mas Ele vai preparando-os para que sejam sinais concretos de Sua presença entre nós, e lhes confere a Missão do Querigma, isto é, anunciar até os confins da terra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo! Dóceis aos apelos de nossos Bispos reunidos na 50ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida, se nos é renovado o convite a sermos as testemunhas e os discípulos do Mestre renovando num mundo onde a Cultura da Morte tenta sobressair-se, a Cultura da Esperança e da Vida! Parece-me oportuno lembrar a pequena estória que alguns já conhecem certamente: QUANTO CUSTA O SEU MILAGRE? QUANTO CUSTA O SEU MILAGRE? “Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão. Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros. Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio. Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou! - O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta. - Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre. - Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico. - O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre. - Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo. - Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa. O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava. - Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro. - Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande. - Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso. - Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos! Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse: - Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa... Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa. Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa: - Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria? A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma criancinha. Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos. Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior. Sei que você vai passar esta bola pra frente!” O PREÇO DO SEU MILAGRE É A SUA FÉ! Quantos milagres de Amor poderemos intermediar entre nossos irmãos, especialmente os menos favorecidos! Gosto sempre de repetir que Justiça e Misericórdia somam Amor com sabor divino! Procuremos zelar por nossas relações: não cometamos injustiças nem por acepção e muito menos por discriminação de pessoas! Somos todos iguais em dignidade diante do Criador! Ninguém é melhor do que ninguém! Mas podemos ser melhor uns para com os outros, SEMPRE! Desejando-lhes muitas bênçãos, unidos, especialmente com as Comunidades colocadas sob o patrocínio de Nossa Senhora de Fátima, com ternura e gratidão o abraço amigo, Padre Gilberto Kasper (Ler At 10,25-26.34-35.44-48; Sl 97(98); 1 Jo 4,7-10 e Jo 15,9-17)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Você já escolheu Deus como TUDO na sua vida?



Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com inteligência e sabedoria” (Jr 3,15).

Deus promete que jamais seu povo será privado de pastores. Nem em todas as eventuais fraquezas deles, por sua humanidade, Deus deixou de cuidar de seu povo. E onde faltam ministros ordenados, Deus não deixa seu povo, Ele dá o seu jeito. João Paulo II dizia: “Cristo é cumprimento da promessa de Deus: “Eu sou o Bom Pastor”.

Nós, que somos ministros ordenados, somos apenas sacramentos do Cristo, que é o Bom Pastor. Quanto mais o sacerdote aprofunda seu conhecimento com Cristo, tanto mais ele se torna padre. O padre não tem consistência em si mesmo, ele é nada e, ao mesmo tempo, é tudo.
A Igreja e as pessoas chamadas aos ministérios recebem o convite de permanecer fiéis à graça recebida. Mas, muitas vezes, o chamado acontece e não é cuidado. Nós estamos diante do ministério do relacionamento de Deus com cada pessoa humana. Se você sentiu autenticamente o chamado do Pai, nunca permita que se apague esse chamado do amor de Deus. O profeta diz para não apagarmos a chama que ainda fumega.

Ninguém tem direito a uma espécie de “plano de carreira” na Igreja. Você foi chamado livremente por Jesus e Ele marca a vida das pessoas porque quer configurá-las a si mesmo. Algumas pessoas são levadas a criticar a expressão [que afirma que o cristão é:] “um outro Cristo”, mas somos chamados a agir na Pessoa do próprio Cristo.
Existe uma mudança radical que ocorre na pessoa quando ela é ordenada. Por isso, não inventem de dar tempo para si mesmos; o tempo do discernimento é agora. Se no tempo da sua ordenação, você não estiver seguro, tenha a coragem de adiar esta decisão, porque estará dando a sua boca e a sua vida para Jesus agir.

João Paulo II, quando veio ao Brasil, na homilia, disse: “Se um de vocês cair numa cama e não puder pregar, há algo que ninguém poderá tirar-lhe: a Eucaristia e a oração. Se continuar tendo isso, vocês continuarão sendo padres. É nesse dinamismo contínuo que acontece a sustentação do ministério sacerdotal. O núcleo do sacerdócio é o encontro com Jesus Cristo”.

O texto de número 15 do Documento de Aparecida é um convite que a Igreja quer fazer a todo ser humano, para que todos façam uma experiência pessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo. O amor de Deus nos dá consciência do pecado e, diante dele, encontramos Alguém que é a “porta”: Jesus Cristo, Salvador. Diante de Cristo você vai experimentar o convite à salvação. Só que você sozinho não consegue viver essa fé, pois é Ele quem derrama sobre você os dons do Espírito Santo.

Você já conseguiu colocar em segundo plano qualquer outra coisa na sua vida? Pai, mãe, suas próprias idéias e temperamentos colocando Jesus em primeiro lugar? Essa pergunta é para nós. A escolha fundamental. Eu desejo que hoje, você reflita sobre essa escolha fundamental. Você já escolheu Deus como “o Tudo” na sua vida? Já conseguiu negar todo o resto para ser discípulo de Jesus Cristo? Somos chamados a seguir os passos de Jesus.

Dom Alberto Taveira.

sábado, 5 de maio de 2012

HOMILIA PARA O QUINTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL DE 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé
“A Liturgia da Palavra deste Quinto Domingo do Tempo Pascal sublinha a união vital dos discípulos com o Ressuscitado, do batizado com sua comunidade de fé. Esta união vital Jesus a explica através da alegoria da videira. Ele mesmo se apresenta como a ‘videira verdadeira’ e nós, seus discípulos, os ramos, vitalmente unidos a ele. No primeiro Testamento, a videira era considerada o símbolo do povo eleito de Deus. Mas esta videira não correspondeu às expectativas do ‘agricultor’.
O Pai (o agricultor) desejou que o Filho fosse o tronco da videira e nós os ramos. Se estivermos unidos à videira, que é Jesus, também daremos os frutos que Jesus deu e então poderemos ser Cristo para os nossos irmãos; sendo instrumentos de transformação em suas vidas. Não existe vida para o ramo, se ele estiver separado do tronco. O ramo que se separa da cepa, seca e morre sem produzir frutos, vira lenha e é lançado ao fogo. Portanto, sem Jesus não há vida, não há frutos. Os frutos aqui evocados são a santidade de uma vida fecunda pela união a Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2074).
Jesus ressuscitado é a Videira e nós somos os ramos dessa Videira. São Paulo ensina que, pelo Batismo, nos tornamos Corpo de Cristo, membros do seu corpo (cf. Ef 5,30). Então no Batismo, o Espírito Santo nos enxerta como ramo na Videira, que é Jesus Cristo, e, consequentemente, ‘pelo poder do Espírito santo, participamos da Paixão de Cristo, morrendo para o pecado, e da Ressurreição, nascendo para uma vida nova; somos os membros de seu Corpo, que é a Igreja, os sarmentos enxertados na Videira, que é ele mesmo’ (Catecismo da Igreja Católica, n. 1988). Os ramos que não se alimentam da seiva do tronco murcham, secam e são jogados fora. Assim também nós, se não nos nutrirmos do Espírito de Deus, definhará a vida, gerada em nós pelo Batismo. Os ramos que se mantém unidos ao tronco recebem a seiva da vida que os torna fortes, vigorosos e férteis. Produzem muitos frutos e de excelente qualidade, como os de Jesus: perfeitos e comestíveis. Como ramos da videira, precisamos nos deixar impregnar por sua seiva, que é Jesus Cristo, assim ‘estareis capacitados a entender, com todos os santos, qual a largura, o cumprimento, a altura, a profundidade’ (Ef 3,18) do amor de Deus. A nova comunidade, que Jesus ressuscitado inaugura, resulta da união vital entre ele e seus seguidores.
Jesus repete por oito vezes a palavra ‘permanecer’. Para nós (os ramos) é vital permanecer no amor. Permanecer em Deus. O amor tem um rosto: no rosto de Cristo crucificado vemos Deus. ‘Quem me vê, vê o Pai’ (Jo 14,9). Como a planta precisa de água, nós também precisamos da ‘Água Viva’, o Espírito de Deus, para nos encharcar desse amor. Ao permanecer nesse amor, a nossa alegria é completa, nada nos falta. Nossa vida cristã depende dessa união: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5), isto é, os frutos que produzimos vêm da união a Cristo. Quem não permanecer unido, secará e perderá a vida. Esta união é fonte de energia, é graça de Deus. Estar unido é produzir frutos.
Quem ama sofre, pois o amor exige renúncia. Por isso, Jesus revela que, estar unido a ele é ter que suportar as podas para produzir mais frutos. Mesmo que a poda seja sofrida tanto para o agricultor, como para a videira e os ramos, ela se faz necessária. Sem ela, os ramos acabam prejudicando toda a videira, a qual não produzirá os frutos esperados. Muitas vezes, as podas do ‘Agricultor’ (Deus) podem ser dolorosas e não entendermos como acontecem. Podem ser uma doença, um acidente, determinada provocação ou sofrimento que, no curso do tempo, se transformam em graça e melhor qualidade de vida. São podas que fazem parte do plano de salvação de Deus, para cada pessoa ou comunidade. A correção de Deus é de um Pai amoroso, que deseja ver seus filhos realizados e felizes” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 21, pp. 49-54).
A Palavra de Deus deste Quinto Domingo do Tempo Pascal é um profundo convite a cada um e à Igreja toda, diante de um mundo sedento da seiva do amor de Deus, o amor gratuito entre as pessoas. A Comunhão e Participação expressa pelos Bispos reunidos em Puebla em 1979, e o Discipulado junto à Missionariedade tão desejada pelos Bispos reunidos em Aparecida em 2007, somados ao Plano de Ação Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto nos identificam com os ramos “grudadinhos” na Videira, Jesus Cristo, o centro de toda nossa Pastoral, do sentido de nossa Eclesialidade. Queremos, unidos a Cristo, produzir frutos saborosos e que alimentem nossas Comunidades de Fé. Quem se omite ou se sente dispensado do compromisso de promover o amor gratuito de sua Comunidade, desliga-se da Videira (Jesus Cristo) e seca, deixando muitas vezes, uma videira incompleta e frágil, ao invés de robusta e viril! Por vezes, determinadas podas ou surras que a vida nos dá, bem administradas, nos torna ainda mais robustos e férteis no serviço à Comunidade que nos tem como ramos preciosos, alimentados pela Videira, Jesus Cristo, o centro da Igreja que formamos!
Saibamos alimentar nossa fé, esperança, sentido cristão, novo ânimo, novas perspectivas e horizontes, bebendo da seiva do amor da verdadeira Videira, tornando-nos uma Igreja linda, vistosa e saborosa a alimentar um mundo vazio de sentido, oprimido, porque oco de Deus!
Com ternura e gratidão, desejando-lhes bênçãos, meu abraço amigo,

Padre Gilberto Kasper

(Ler At 9,26-31; Sl 21(22); 1 Jo 3,18-24 e Jo 15,1-8)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

MOMENTO DE REFLEXÃO SOBRE A DIGNIDADE HUMANA!

Ribeirão Preto, 4 de Maio de 2012.


Ilustríssimo(a) Senhor(a)!

A UNIESP – União das Instituições Educacionais de São Paulo através da primeira Turma de seu Curso de Bacharel em Teologia, iniciado com aprovação do MEC – Ministério da Educação e Cultura desde 2009 e iniciado neste ano, promoverá no dia 25 de Maio de 2012, das 9 às 11 horas um MOMENTO DE REFLEXÃO SOBRE A DIGNIDADE HUMANA!
O evento reunirá em torno de 20 Denominações Religiosas e Sem Religião, para uma profunda Reflexão sobre a Unidade em Favor da Dignidade Humana! É possível dialogarmos e apresentarmos nossos esforços comuns por Um Mundo mais Digno e Humano! Somos todos convocados a buscar meios de melhor qualidade de vida, cada um a partir de sua espiritualidade específica. Será um encontro das Diferenças à luz do fim último comum a todos os seres humanos: a plena realização da criatura!
Com humildade solicitamos que Vossa Senhoria divulgue e cubra nosso evento!
UNIESP – União das Instituições Educacionais de São Paulo
Dia 25 de Maio de 2012, das 9 às 11 horas.
Unidade II – Rua São Sebastião, 1324 – Ribeirão Preto – SP.
Realização: Curso de Bacharel em Teologia
Participação: 20 Denominações de Diferentes Crenças e Religiões
Apoio: K2 Eventos, Fotografias e Imagens de Ribeirão Preto.

Para nossa organização e a fim de acolher bem a todos, solicitamos a confirmação de sua participação ao Coordenador do Curso de Teologia pelo E-mail: pe.kasper@gmail.com ou (16) 9217-6540.
Na esperança de podermos contar com a querida presença de Vossa Senhoria, renovamos nossa estima, apreço e consideração!
Profa. Dra. Valéria da Fonseca Casterquini Prof. Padre Gilberto Kasper
Diretora Geral da UNIESP de Ribeirão Preto Coordenador da Teologia

terça-feira, 1 de maio de 2012

A árvore de maio




A devoção do mês de maio é uma das mais caras ao povo da Boêmia e da Morávia. Sempre, aos 30 dias do mês de abril, os jovens costumam plantar, à porta das residências de suas noivas, uma "árvore de maio", enfeitada com fitas cor-de-rosa e outros ornamentos, fato que se origina de uma piedosa lenda.

Injuriosa desconfiança pesava sobre uma jovem, que pediu auxílio Àquela que jamais invocamos em vão, Maria. Pedia-lhe que protegesse sua ameaçada reputação. Para atender a jovem, a Mãe de Deus enviou alguns Anjos que, durante a noite de 30 de abril, plantaram, em frente à sua casa, um arbusto ornado com rosas e fitas brancas, o que testemunhava a sua inocência. O fato causou estupor e admiração geral. Este dom dos Anjos encantou de tal forma as jovens da cidadezinha, que todas exigiram de seus noivos, a partir de então, um arbusto com flores e fitas brancas. Este hábito se generalizou de tal forma que ainda hoje é observado no campo.


Enciclopédia de Maria, Volume IV, Beauchesne, 1956, p. 762

A proteção e o exemplo de São José


Existem muitos motivos para que as pessoas de todas as condições e de todos os países recorram ao bem-aventurado São José e se entreguem, confiantes, à sua fé e à sua proteção. José é o nosso legítimo e natural guardião, pois é chefe e defensor da divina Família. Nele, os pais de família descobrem a mais bela personificação da vigilância e da providência paternas; os cônjuges, o exemplo mais perfeito de amor, concórdia e fidelidade conjugal; os consagrados a Deus, o modelo e protetor da castidade virginal. Volvendo o olhar à imagem de José, aprendam os nobres a conservar a sua dignidade, também na desventura; os ricos compreendam, por meio de suas lições, quais os bens que devem desejar e adquirir, zelosamente. E enfim, os pobres, os operários e todos os que pouco tiveram da sorte, têm um motivo a mais - e todo especial - de recorrer a José e de tomá-lo como exemplo:

Ele, embora sendo de descendência régia, desposado com a mais excelsa, entre as mulheres, e apesar de ter sido considerado como o pai do Filho de Deus, passou sua vida no trabalho, provendo o necessário para si e para os seus, com a fadiga e a habilidade de suas mãos. Entretanto, é bom refletir que não é verdade que a condição dos pobres seja degradante. O trabalho do operário, longe de ser desonroso, torna-se fonte de nobreza quando associado à virtude. José, contente com seu trabalho e satisfeito com o pouco que possuía, viveu com coragem e nobreza as angústias da vida, seguindo nisto o exemplo de Jesus, que, embora sendo Senhor de tudo, fez-se servo de todos e não desdenhou abraçar voluntariamente a total pobreza.


Leão XIII, Quamquam pluries, 1889