-- Meu Imaculado -- Coração Triunfará: maio 2014

sábado, 31 de maio de 2014

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Homens da Galileia, porque estais admirados,
olhando para o céu?
Este Jesus há de voltar do mesmo modo
que o vistes subir, aleluia!" (At 1,11).

            Em comunhão com todos os cristãos, celebramos a Ascensão de Jesus, plenitude da Páscoa, que atualizamos na eucaristia. A Igreja comemora neste domingo da Ascensão do Senhor, o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais - 2014, com o tema: “Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro”. Ao longo da semana, preparamo-nos para a Solenidade de Pentecostes, rezando pela unidade dos cristãos (SOUC) 2014 à luz do tema: “Acaso Cristo está dividido?” (1Cor 1,1-17).

Jesus despede-se dos seus; antes, porém, conclama-os para que dêem continuidade à missão por ele iniciada e derrama sobre eles a bênção, sinal de sua presença contínua.
Jesus, ao despedir-se, deixa aos discípulos a tarefa de continuar a missão que ele iniciou. Jesus garante sua presença na Igreja e nos envia em missão. Elevado ao céu, Cristo é a cabeça da Igreja e o Senhor da humanidade (cf. Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2014, pp. 17-20).
  
As palavras de Jesus e sua presença viva, que estará sempre em nosso meio, nos colocam a caminho e nos incentivam a sermos fieis à missão. Elas nos impelem a sair de nós mesmos para abrir-nos a um novo horizonte, que possibilita a todos os seres humanos a alegria de sentirem-se filhos de Deus e irmãos entre si.

O Ressuscitado nos confia o anúncio da Boa Nova da salvação, libertando-nos da estagnação para nos empenhar na promoção da vida. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus. Da comunhão de amor, pelo batismo, deve surgir uma humanidade nova, alicerçada na filiação divina e na fraternidade.
“Uma vez que todo o Povo de Deus é um povo enviado, a missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Jesus Cristo, em consequência do seu batismo. Nenhuma pessoa que crê em Cristo pode sentir-se alheia a esta responsabilidade que deriva do fato de ela pertencer sacramentalmente ao Corpo de Cristo. Esta consciência deve ser despertada em cada família, paróquia, comunidade, associação e movimento eclesial. Portanto, toda a Igreja, enquanto mistério de comunhão, é missionária, e cada um no seu próprio estado de vida, é chamado a dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão” (Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini, Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 125).

Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, invoquemos o Espírito de Deus para que habite em nós e seja nosso sustento na missão que recebemos do próprio Ressuscitado.

A Solenidade da Ascensão do Senhor, remete-nos às Metas do Projeto de Ação Missionária da Arquidiocese de Ribeirão Preto, propostas por nosso saudoso Arcebispo Metropolitano, Dom Joviano de Lima Júnior, sss:
1. Proclamar a Palavra nas visitas missionárias, em todos os encontros pastorais, nas reuniões, nos grupos de estudo e de oração. Como os discípulos de Emaús, ouvir a Palavra e anunciar o querigma da salvação, para que a chama da missão se acenda nos corações.
2) Convocar à ação missionária permanente os movimentos e pastorais, despertando em seus integrantes o ardor missionário.
3) Descobrir e formar novas lideranças, entre os leigos e leigas, para que atendam ao convite de Jesus à missão, para que a nossa Igreja particular de Ribeirão Preto seja cada vez mais servidora e missionária.
4) Atualizar a missão que Jesus confiou aos seus discípulos, através de uma evangelização inculturada, com novos métodos, expressões e ardor missionário.
5) Evangelizar as famílias, indo ao encontro de suas necessidades e acolher os casais de segunda união.
6) Despertar os jovens para a missão, incentivando-os a evangelizar os ambientes onde se encontram com simplicidade e alegria" (Plano de Ação Pastoral - Arquidiocese de Ribeirão Preto (2011-2015), SIM - Projeto de Ação Missionária - Ser Igreja em Missão, p. 32).

Sintamo-nos cada vez mais missionários por todos os lugares, junto a todos com quem convivemos o hodierno de nossa vida cristã. Não tenhamos vergonha e nem guardemos nosso amor a Jesus Cristo somente para nós. Anuncie-mo-lo com a vida e, de acordo com São Francisco de Assis, se necessário, usemos também, da Palavra! Nosso testemunho é fundamental. O ditado popular: "Religião não se discute..." se desatualiza diante da conclamação à nossa missionariedade e discipulado em todos os ambientes!

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 1,1-11; Sl 46(47); Ef 1,17-23 e Mt 28,16-20).


sábado, 24 de maio de 2014

SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
  

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Ora, quem me ama, será amado por meu Pai,
e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14,21).

A Palavra de Deus do Sexto Domingo do Tempo Pascal, vem acompanhada de um leve sabor de despedida! Jesus nos garante sua presença entre nós por intermédio do Espírito Santo. O Espírito é nosso defensor e nos revela a verdade do Pai. A páscoa de Jesus se realiza nas pessoas e comunidades que se deixam iluminar e conduzir pelo Espírito de Deus.

Aproximando-nos de Pentecostes, a liturgia da palavra deste domingo nos faz perceber a presença do Espírito Santo na comunidade. Ele a conduz no caminho de Jesus, caminho da vida em plenitude.

O Espírito da verdade anima e sustenta a caminhada da comunidade. A perseguição contra os cristãos torna-se instrumento de expressão do evangelho. Deus não deseja o sofrimento de ninguém, mas às vezes ele é consequência da fidelidade ao evangelho.

O Espírito da verdade permanece conosco como advogado para nos defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de toda a verdade, para iluminar a nossa caminhada de fé, concretizada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença animadora do Espírito nos leva a viver como filhos e filhas de Deus. O Espírito nos ajuda a conservar viva a memória de Jesus, suas palavras, seu amor sem reservas pela humanidade. Cristo sofreu e morreu para que tivéssemos nova vida no Espírito. Somos chamados a testemunhar sua presença através da mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em Cristo vivo, também nós temos vida no Espírito. Se permanecermos em comunhão com Cristo, estaremos prontos para testemunhar a nossa fé e a nossa esperança, sobretudo quando difamados, ultrajados, perseguidos.

O Espírito age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. Mediante a fidelidade ao projeto de Deus, ao amor que nos identifica como cristãos, testemunhamos a presença viva de Jesus ressuscitado. Com o salmista, exultemos no Senhor, pois ele continua manifestando seu amor, sua força de vida e salvação.

O Espírito do Senhor nos reúne e nos une. Na celebração somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida nossa vocação batismal.

A vivacidade está presente na Igreja primitiva. Filipe, cheio de fé e confiança, anuncia o Cristo que sofreu e morreu, mas recebeu nova vida no Espírito.

A Palavra de vida e esperança nos alimenta em nosso caminho de seguimento.  O Senhor nos ama e nos quer salvar. Ele não desiste de nós, manifesta-se como pai misericordioso, compassivo.

Na mesa eucarística nos alimenta com o sacramento da entrega por amor. Ele nos ama. Sintamo-nos amados no Amor.

Na oração eucarística invocamos o Espírito sobre o pão e o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Invocamos ainda o mesmo Espírito para que nos reúna num só corpo.

Jesus, em seu discurso de consolação dirigido aos discípulos, lhes promete o Espírito Santo, que irá conduzi-los na missão de anunciar o Evangelho a todos. Eles não ficarão órfãos, pois o Espírito do Senhor estará sempre com eles.

A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade - um só corpo, reunido em seu amor.

Que a força do Espírito nos ajude a levar adiante a missão de Jesus Cristo. Que sejamos sinais do amor verdadeiro no mundo que vivemos. Vamos ser reconhecidos pelo amor que vivermos.

Aproximando-nos da Ascensão do Senhor, Jesus prepara seus discípulos, a fim de que assumam a missionariedade e o discipulado da Igreja que sonhou para o mundo: Uma Igreja missionária e inteiramente ministerial! Ao longo do Tempo Pascal, lemos atentamente o Livro dos Atos dos Apóstolos, que descreve o verdadeiro rosto, as feições amorosas de uma Igreja cheia de ternura, de comunhão, de unidade e de amor. Colocando o rosto da Igreja que somos hoje diante do espelho, nos identificamos com aquela Igreja dos Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo? Quantas plásticas, quanta desfiguração ocorrem na Igreja, quando nossas Comunidades centralizam suas atividades pastorais em interesses próprios e não no essencial: Jesus Cristo Ressuscitado! Gosto de perguntar-me, se Jesus Cristo se reconhece em nossas homilias, celebrações, cantos e atividades pastorais? Quantas de nossas atividades e iniciativas desviam nosso olhar do verdadeiro Ressuscitado?

Saibamos reencontrar nossa verdadeira identidade, abrindo-nos ao Espírito Santo que vem oferecer-nos seus dons. Saibamos reaprender a servir não a nós mesmos, mas ao Senhor que nos incumbiu de conduzir sua Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós tão simplesmente os membros: servos inúteis que passam, mas poderão deixar marcas positivas ou não. Insisto muito no respeito à história de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor. Sejamos servidores e não donos da Igreja que pertence ao Senhor. Sejamos amorosos e continuemos a história que vamos encontrando por onde passamos. Muitos costumam rasgar a história de fé de um povo, achando, arrogante e prepotentemente, que a mesma começa com a chegada deles. Isso é abominável na sociedade, na política e ainda pior nas Comunidades Eclesiais.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper


(Ler At 8,5-8.14-17; Sl 65(66); 1Pd 3,15-18 e Jo 14,15-21).

sábado, 17 de maio de 2014

QUINTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas e revelou
sua justiça diante das nações, aleluia!"(Sl 97,1s).

No Quinto Domingo do Tempo Pascal o Ressuscitado apresenta-se como o caminho a ser seguido para chegar ao Pai, a verdade que não escraviza nem ilude e a vida que se doa plenamente a toda a humanidade. Ele nos mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a vida a defender. A missão exige pessoas disponíveis, e os apóstolos não têm medo de partilhar tarefas com gente disposta a assumi-la. Todos os fiéis formam, assim, o povo constituído em torno de Cristo caminho, verdade e vida. Jesus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do Pai em nós. A comunidade, atenta às necessidades, organiza os vários serviços para poder manter-se atualizada. A comunidade é o sacramento vivo da presença de Cristo. A mesa eucarística consolida nossa inserção na vida de Cristo, pedra fundamental de toda construção duradoura.

          O Senhor nos convida a renovar nossa adesão a ele e nosso desejo de comunhão e solidariedade de uns para com os outros.

Jesus liberta o coração dos discípulos infundindo-lhes confiança e segurança para a missão, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Como os discípulos, conhecemos o caminho indicado por Jesus nossa opção radical pelo Evangelho, renovada a cada momento. Jesus, presença do Pai, nos impele a manifestar sua vida em plenitude mediante a fé e o amor solidário.

Confiantes, deixemos que o Senhor oriente a nossa caminhada, como fizeram os primeiros cristãos. Em Cristo ressuscitado, pedra angular do edifício, somos escolhidos e preciosos para Deus; mas também rejeitados, passamos por provações. No caminho de Cristo, partilhamos sua eleição, seu sofrimento para sermos uma nova e santa morada de Deus. Pelo batismo, nos colocamos a serviço do Reino, assumindo assim nosso ministério sacerdotal na fidelidade a Deus.

Os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo, para que por todas as obras do homem cristão ofereçam sacrifícios espirituais e anunciem os poderes d'Aquele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cf. 1Pd 2,4-10). Por isso todos os discípulos de Cristo, perseverando em oração e louvando juntos a Deus (cf. At 2,42-47), ofereçam-se como hóstia viva, santa, agradável a Deus (cf. Rm 12,1). Por toda a parte dêem testemunho de Cristo. E aos que o pedirem dêem as razões da sua esperança da vida eterna (cf. 1Pd 3,15).
Os Apóstolos já não davam mais conta da Ação Querigmática, isto é, Anunciar a Boa Notícia do Ressuscitado! Pediram que as Comunidades de Fé, Oração e Amor indicassem os primeiros Diáconos! Escolheram "sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria..." a fim de colaborarem na construção da Igreja que Cristo sonhou para cada um de nós. Eis o segundo grau do Sacramento da Ordem: O Diaconado! Como são importantes os Diáconos em nossas Comunidades! Não se trata de substitutos de Padres, antes devem além de suas funções próprias que eu prefiro chamar de SERVIÇO: A Proclamação da Palavra, A Preparação da Mesa Eucarística e a Distribuição da Sagrada Comunhão, especialmente aos Enfermos e Idosos, a Promoção da Caridade no zelo para com os mais pobres, as crianças e as viúvas, ser Homens formadores de Líderes nas Comunidades! Tivemos a rica experiência de colaborar na formação da Escola Diaconal São Lourenço da Diocese de Blumenau (SC) sob a orientação do baluarte da Evangelização no Brasil, Dom Angélico Sândalo Bernardino, que dessa primeira turma ordenou 38 Diáconos Permanentes, sempre sob a perspectiva de que fossem os grandes Formadores de Novas Lideranças na Igreja local. Desde que o Concílio Vaticano II resgatou o Diaconado Permanente, a Igreja tem zelado para que estes bons homens não sejam simplesmente "coroinhas ou substitutos de Padres", mas sejam o Evangelho Vivido lá onde Bispos e Padres não têm acesso.

Mas não somente os Ministros Ordenados têm a responsabilidade do Quérigma. O Plano de Ação Pastoral da Arquidiocese de Ribeirão Preto (2011-2015), à luz do Projeto de Ação Missionária - SIM - Ser Igreja em Missão, recorrendo ao Documento de Aparecida e das Diretrizes da Ação Pastoral de Evangelização no Brasil, da 52ª Assembleia Geral da CNBB, tem seu OBJETIVO GERAL que conclama todos os batizados ao protagonismo da Evangelização, valorizando não somente Ministérios Ordenados, porém todos os Ministérios que enriquecem a Igreja particular! “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”!

Nem sempre nossos irmãos menos evangelizados aceitam a ministerialidade não ordenada! Percebemos irmãos que pulam a fila para evitar receber a Sagrada Comunhão do Ministro Extraordinário, preferindo recebê-las das mãos do padre. Outros exigem que seja o padre a assistir ao seu matrimônio e não o diácono permanente. A demasiada clericalização de nossas Comunidades traz consigo tais atitudes consequentes de ignorância, na maioria das vezes sem maldade. Mesmo nos Conselhos que formamos, ouvimos frequentemente expressões como: "Se o Padre pedir, farei, do contrário não..." Gosto sempre de pensar que precisamos caminhar com harmonia e muita serenidade para uma Igreja realmente missionária e ministerial, o que exigirá de todos: clérigos ou não três atitudes fundamentais: CONVERSÃO, COERÊNCIA e BOM SENSO!

Rezamos com nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto pelos 23 novos Diáconos Permanentes a serem ordenados por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, no próximo sábado, dia 24 de maio na cidade de Sertãozinho! Sejam homens formadores de novas lideranças e acolhidos como tal por nosso Clero e por nossas Comunidades!

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 6,1-7; Sl 32(33); 1Pd 2,4-9 e Jo 14,1-12).





sábado, 10 de maio de 2014

QUARTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS

DOMINGO DO BOM PASTOR



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Eu sou o bom pastor, diz o Senhor.
Eu conheço as minhas ovelhas
e elas me conhecem a mim" (Jo 10,14).

O Quarto Domingo do Tempo Pascal é também o Domingo do Bom Pastor, Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas! É também o Dia das Mães!

Somos convidados, neste domingo, a reunir-nos em torno de Jesus, nosso pastor por excelência. Ele doou sua vida por nós e nos conhece a cada um. Sua presença manifesta-se também nos pastores que conduzem a Igreja na paz e na unidade.

O discurso de Pedro provoca conversão nos ouvintes (pastores e ovelhas) que dão sua adesão a Jesus. Pastor é quem passa pela porta que é o próprio Jesus e faz também o povo passar por ela, conduzindo-o ao Pai.

Jesus Cristo é o modelo de verdadeiro pastor, pois foi capaz de dar a vida pelos seus. O discurso de Pedro provoca conversão e entrada na comunidade mediante o batismo. Trilhando os passos de Jesus Cristo pastor, superamos a vingança e a violência. O Domingo do Bom Pastor é um grande convite a darmos graças pela abundância de vida que vem a nós por meio do sacrifício de Jesus, nosso pastor. Em sua mesa saciamos nossa fome e sede de felicidade plena.

Jesus é o pastor verdadeiro. Ele estabelece um relacionamento pessoal e de verdadeira comunhão com suas ovelhas.

Neste itinerário pascal, fizemos com as discípulas e os discípulos do Senhor a experiência de ver o Ressuscitado e de professor a fé nele.

A partir deste domingo os seguidores e seguidoras de Jesus vão assumindo a proposta de Jesus, dando continuidade a sua missão. A comunidade é chamada a enfrentar a perseguição e o sofrimento, a dar a sua vida, como fez Jesus.

Hoje, na certeza de que o Senhor é o Pastor das nossas vidas e que cuida de nós, somos convidados a renovar a nossa vocação batismal, que nos faz participantes da vida e da missão de Jesus.

Cristo ressuscitado é o Bom Pastor que nos conhece pelo nome e nos guia no caminho para Deus. Ele nos abriu a porta da vida através de sua entrega total por amor, que culminou na cruz. É necessário passar por Cristo, pelo seu projeto de libertação, para encontrar a vida em plenitude que procuramos. Nossas opções em favor da vida nos conduzem a Deus por meio de Cristo.

Quem passa através de Jesus e faz o rebanho passar por ele exerce uma autêntica missão pastoral. Somos chamados a testemunhar Jesus Cristo, indo ao encontro das pessoas, conduzindo-as através dele às fontes da vida. Irmãos, o que devemos fazer? é a pergunta que todos nós ouvintes do Evangelho devemos nos fazer. O exemplo de Jesus, o Bom Pastor, nos impele a doar a nossa vida para cuidar e defender o rebanho.

Com o salmista, proclamaremos que o Senhor é o nosso pastor, que nada nos falta a seu lado, pois ele nos propicia a plenitude dos bens da salvação. A comunhão com Cristo Pastor, a escuta de sua voz, de sua palavra, deve levar-nos ao amor e à compaixão pelo povo. 'Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas sem pastor' (Mc 6,34).

O Senhor que nos conhece profundamente, nos chama pelo nome para fazermos parte do seu rebanho. O Pastor nos reúne em seu amor, em comunidade. Entramos pela Porta que é o próprio Senhor.

Escutamos a sua voz que nos fala ao coração. Diferentemente de ladrões e assaltantes, Ele nos indica o caminho da vida, nos encaminha para águas repousantes e restaura as nossas forças.

Participamos da mesa que Ele nos prepara, mesa farta, dando-se em alimento: “Isto é o meu corpo dado por vós...”. Partilhando dessa mesa, tomamos parte de seu grande mistério de morte, ressurreição, na certeza de sua vinda final.

Restaurados nas mesas, onde o Senhor se oferece como alimento, fortalecidos por Jesus Cristo, renovamos nossa vocação batismal de sermos testemunhas eloquentes do seu Reino no mundo. Capazes de conhecer as pessoas pelo nome, carregá-las no ombro, curar suas feridas, ajudá-las a trilharem caminhos seguros...".

Muitos foram os pronunciamentos dos nossos Bispos durante a sua 52ª Assembleia Geral. Todos foram unânimes na esperança por uma Igreja Evangelizadora e Missionária, configurada com Jesus Cristo, o Bom Pastor! Preocupados com a santidade dos pastores a serviço de uma Igreja simples, humilde, servidora e conhecedora de seu Rebanho! Há muitos modos de ser pastor e de evangelizar. Cada um colocando seus dons a serviço do Reino de Deus, conforme lhes foram concedidos gratuitamente. Mas há algo em comum que nunca poderá faltar em nosso pastoreio: Sermos todos configurados com Cristo, o Bom Pastor, que conhece suas ovelhas pelo nome, as ama, as acolhe, as compreende, as aceita como são, as perdoa e as traz de suas periferias existenciais às comunidades eclesiais!

Participemos todos da SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES! Além de unirmo-nos a esta belíssima iniciativa da Pastoral de Animação Vocacional, rezemos por Vocações santas, simples, puras, configuradas a Cristo, o Bom Pastor! Não esqueçamos o pronunciamento dos Bispos reunidos em Puebla na III Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe: "As  Vocações (santas e não mercenárias) são a resposta de um Deus providente à uma Comunidade orante...". Também rezaremos por todas as Mães, especialmente as que sofrem!

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler  At 2,14.36-41; Sl 22(23); 1Pd 2,20-25 e Jo 10,1-10).




MAIO MÊS DAS MÃES

O SENTIDO DA MATERNIDADE CRISTÃ


Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.


O mês de maio começa celebrando a Festa de São José, Operário, embora seja bem mais dedicado à MULHER! Comemora as Noivas, as Mães e é considerado pelos cristãos católicos, um mês dedicado à MARIA, Mãe de Jesus.
Gostaria de refletir muitos temas, mas pensei em escrever algo sobre o sentido da maternidade cristã, a partir das milhares de mães que assumem seus filhos sozinhas. São as que nossa sociedade chama de “mães solteiras”! É interessante observar que nunca ouvi ninguém chamar uma mãe, casada, direitinho, ou cujo pai assume com ela o filho, de “mãe casada”!
Continuamos com o péssimo hábito de discriminar as pessoas, vivendo, muitas vezes, às escondidas, disfarçando gravidez antecipada, aliás, nas últimas décadas, a maioria das crianças nascem aos sete meses, ou me engano? Casamentos ou contratos de estabilidade conjugal forçados, que não passam de hipocrisia, para não admitir, ou então não sentir-se motivo de conversinhas de vizinhos maldosos seriam válidos? Certamente a gravidez simplesmente, sem a certeza do amor gratuito, com sabor divino, profundo e verdadeiro, não é razão suficiente para “mentir” fidelidade diante de testemunhas, de ministros assistentes a matrimônios com aparatos megalomaníacos, como fotografias, filmagens, festas em renomados espaços de elegância exacerbada. São simplesmente nulos. Não acontece então o verdadeiro casamento, eis uma farsa.
Penso que estaria na hora de revermos o verdadeiro sentido da maternidade cristã. O que significa ser mãe, com ou sem parceiro? Ser mãe implica uma vocação específica, sublime, nobre e abençoada por Deus, o Criador. Ser mãe é gerar vida com amor. Para ser mãe de verdade, é preciso “fazer amor” e não simplesmente relação sexual por mero prazer hedonista. É, por isso possível, dissociar vocação ao matrimônio da vocação materna? Penso que não. Quem se casa sem querer constituir Família, utiliza-se de uma Instituição Sagrada: A Família, colocada de bruços nas últimas décadas, continua sendo a célula da sociedade. Precisa urgentemente ser reerguida e reassumida por pessoas que ainda acreditam em valores humanos e promovem a pessoa na sociedade, que ao contrário, coisifica-a.
Quero, neste mês de maio, prestar minha homenagem muito terna, às mães que chamam de “solteiras”: mulheres corajosas, especiais, que desempenham também o papel de pais, para educar e amar divinamente os filhos que geraram, tantas vezes com dificuldades impostas pela própria família, pelos parentes e por uma sociedade que precisa ser mais amorosa, fraterna e misericordiosa com elas. Quem julga, fala mal, condena e determina a sentença sobre qualquer pessoa e seu comportamento, ousa prepotentemente ser deus sobre o outro. Minha ternura a todas as Mães do mundo, sobre as quais invoco as bênçãos da Sagrada Família de Jesus, Maria e José!