COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
Meus queridos Amigos e
Irmãos na Fé!
“O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo
E com o mel do rochedo o saciou” (Sl 80,17).
A Solenidade
do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo “recorda o mistério da encarnação de Jesus, que veio ser nosso
companheiro e alimento em nossa caminhada de peregrinos. Ele mesmo nos diz:
‘Quem come minha carne e bebe meu sangue possui a vida eterna’.
O
alimento é necessário para a vida da pessoa, o pão eucarístico é fundamental
para a vida do cristão. O pão alimenta e une as pessoas. Cristo, o verdadeiro
alimento descido do céu, fortalece-nos na busca da eternidade.
A
dureza do deserto mostra que o ser humano não é auto-suficiente. Comer
a carne e beber o sangue de Cristo é assimilá-lo e assumir seu projeto. Na
Eucaristia participamos da vida (corpo) e da morte (sangue) de Cristo. A Eucaristia é o banquete sagrado no qual a
assembléia participa dos bens do sacrifício pascal e renova a aliança feita por
Deus com toda a humanidade, uma vez para sempre, no sangue de Cristo” (cf. Liturgia
Diária de Junho de 2014 da Paulus, pp. 73-76).
Comer a carne de Cristo
feito pão e beber o sangue feito vinho, significa assimilar em nossos corpos
essa Palavra viva que Ele é. Não é só uma questão piedosa de ‘receber Jesus no
coração’. Trata-se de, na ação de comer e beber, assimilar em nós a fala maior,
a saber, o nutriente maior que é a doação total do Senhor Jesus, para sermos
também nós uma entrega a serviço dos irmãos. Comer deste Pão quer dizer aceitar
identificar-se com esse Cristo, tornar-se como Ele, e com Ele formar um só
corpo. Comungar o corpo de Cristo quer dizer aceitar, identificar-se com esta Palavra viva do Pai que é Ele
mesmo, Jesus Cristo. Caso contrário, não temos vida, tudo desmorona, a
sociedade vira um caos.
Assimilar o Corpo-Palavra
de Cristo e identificar-se com Ele significa, ao mesmo tempo, comungar o corpo
de Cristo eclesial, comprometer-se com ele. Não dá para separá-los. ‘Não se
comunga o corpo de Cristo sem comungar o corpo do irmão, sobretudo o fraco,
pelo qual Cristo morreu’. Caso contrário, fazemos da Eucaristia uma idolatria e
nos tornamos cúmplices da morte. É bom pensar nisso!
Fortalecidos pela
comunhão com o Corpo de Cristo e, consequentemente, com todos os membros deste
Corpo, partimos para a missão em favor de uma sociedade sempre mais fraterna e
solidária: em favor da vida!
Celebrar a Solenidade
do Corpo e Sangue de Cristo, pretende amadurecer nossa consciência, de
que devemos amar apaixonadamente a Eucaristia sempre, porém, tornando-nos o sacrário,
tarbernáculo, hostensório, custódia do Cristo Eucarístico, que sacia a fome
e a sede de amor, ternura, justiça, liberdade, verdade e paz da humanidade
toda. As pessoas, olhando para nós, devem enxergar o próprio Cristo contemplado
em nossas atitudes. Isso nem sempre é fácil. Muitas vezes adoramos Jesus na
Hóstia Consagrada e o ignoramos no outro. Nossa insensibilidade para com os
irmãos contradiz qualquer homenagem que fazemos diante do Sacrário.
É bom expressar nossa
alegria em reconhecer, a partir de nossa fé, a presença eucarística na Hóstia
Consagrada desfilando entre nós. Desde que essa festa produza atitudes
concretas de amor maior entre nós. Havia um homem muito simples, que
diariamente entrava na Igreja, por volta do meio-dia. Sentava-se no último
banco e ali permanecia quieto, sem nada dizer, rezar, falar, permanecia em silêncio.
As senhoras piedosas que zelavam pela Igreja Matriz, pediram ao Padre que
averiguasse as intenções daquele homem. Poderia ser um ladrão, alguém que
estaria estudando um modo de roubar alguma imagem da Igreja ou assaltar o
cofre. Ao ser perguntado pelo Padre o que fazia, diariamente, sentado no último
banco da Igreja sem nada dizer, o homem, apontando para o Sacrário respondeu: “Senhor
Padre! Venho aqui no horário do meu almoço. Trabalho aqui perto. Não tenho como
almoçar em casa. Então venho aqui e fico olhando para Ele e Ele olha para mim!”
O Padre perguntou de quem falava? O homem respondeu: “Padre, eu olho para Jesus e
Jesus lá do sacrário olha para mim...” O Padre, um tanto constrangido,
acalmou as senhoras e passou a imitar o pobre homem, dedicando mais tempo de silêncio
diante do Sacrário, todos os dias!
A filha do sacristão de determinada Igreja,
foi surpreendida pelo pai, beijando a hóstia grande já preparada na patena,
para a Missa. O pai lhe disse: “Sua bobinha. Por que beija esta hóstia aí, que
ainda nem foi consagrada? Jesus nem aí está!” A menina respondeu imediatamente:
“Papai,
bobinho é você. Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia grande. Mas quando
o Padre a erguer e Ele chegar nela, encontrará meu beijo, está bem?”
Que a Eucaristia cure, como um
antibiótico, as infecções de nossos pecados e, como vacina, nos impermeabilize
das tentações. Seja eficaz em nossas relações mais humanas e dignas entre nós.
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Dt
8,2-3; Sl 147(147B); 1 Cor 10,16-17 e Jo 6,51-58).
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