COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
QUARTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
O Quarto
Domingo do Tempo Pascal, é o domingo
do Bom Pastor e o Dia Mundial de Oração pelas Vocações!
A mística pascal continua
e, neste domingo, a comunidade sente-se especialmente enriquecida e animada com
a presença viva de Jesus como Bom Pastor.
Jesus ressuscitado é o Bom Pastor
que doa sua vida pelas ovelhas. Ele as conhece pelo nome e elas reconhecem a
voz de seu pastor. Boa Nova que revela ternura
e cuidado para com seu povo, em especial, com os doentes e sofredores.
Vivemos uma cultura da
coisificação da pessoa. Se lhe atribuímos códigos e senhas. Não existe, porém,
som mais deleitoso, do que ouvir alguém nos chamar pelo nome. Pessoalmente
tenho grande dificuldade de guardar o nome das pessoas, embora não esqueça suas
fisionomias. É algo que me entristece, porque é bom demais ser reconhecido pelo
nome ao invés de identificado por códigos, apelidos pejorativos ou senhas. O que
não suporto é o fingimento que muitas vezes disfarça nossa incapacidade de
guardar na memória nomes de pessoas com quem nos relacionamos. Irrita-me
profundamente quando alguém, seja ao telefone, seja pessoalmente, me peça que
adivinhe quem é! Peço que se identifique de uma vez. Mas a questão de conhecer
o rebanho, as ovelhas pelo nome e essas reconhecerem nossa voz é bem mais
profundo e transcendente do que simplesmente lembrar o nome deste ou daquele
colaborador em nossas Comunidades Eclesiais, Sociais, Políticas ou Profissionais.
A sociedade
atual, sobretudo os jovens e adolescentes, se move pela busca de figuras
referenciais para sua vida. Os padrões editados pela mídia projetam modelos que
condicionam as pessoas a assumi-los, por vezes com consequências nefastas.
Cantores e artistas famosos, atletas bem sucedidos etc., alimentam o sonho de
autorrealização, de fama e de ser um herói para milhões de indivíduos. Estes
“ídolos” mexem com o universo imaginário e simbólico das pessoas, sobretudo dos
mais jovens.
Jesus é o Bom Pastor, não simplesmente em
oposição à figura dos pastores mercenários, mas porque valoriza e conhece suas
ovelhas e é reconhecido por elas. Ele dá a vida por elas por uma opção de amor.
Portanto, Jesus se apresenta à comunidade como Bom Pastor, movido pela lógica do amor e não por interesses e
favores pessoais, a exemplo dos mercenários. Quem não ama sua comunidade (seu
povo) até a doação de sua vida, não pode ser considerado pastor exemplar.
O Dia Mundial de Oração pelas
Vocações nos convida a rezarmos ao Senhor que envie pastores configurados com Cristo, o Bom Pastor! A começar dos Ministros Ordenados aos Agentes de nossas
Pastorais, somos também convidados à conversão, à coerência e ao bom senso em
nossas atividades, que devem estar sempre pautadas sobre o Projeto Evangelizador e
Missionário de Jesus Cristo, o Bom Pastor! Quem não gasta sua vida pela
Comunidade (o rebanho) corre o risco de compreender sua vocação como “meio de
vida”, o que se torna geralmente um desastre. Por isso é fundamental conhecer
Jesus Cristo ressuscitado e identificá-lo como o Bom Pastor a ser seguido.
Conhecer Jesus e tê-lo
como modelo de vida implica conhecer seu amor e aderir ao estilo de seu agir. A
mútua relação entre Jesus e os seus gera e nutre a relação de intimidade, de
confiança, de diálogo, de pertença, de segurança. Não é em vão que a palavra pastoral
evoca: zelo, sensibilidade, cuidado,
carinho, misericórdia, compaixão, amor, dedicação, ternura, atenção às
pessoas e às suas necessidades.
O agir do Bom Pastor torna-se referencial da ação
eclesial e dos diferentes serviços pastorais da Igreja em favor do povo. Por
isso, falar de Pastoral na Igreja é ter presente Jesus Cristo, o Bom Pastor, enviado pelo Pai, que dá a vida pelas suas ovelhas (cf.
Jo 10,11.15) e à sua missão de
pastoreio confiada à Igreja, colocando pastores à sua frente. Fazer pastoral é
exercer a missão de Jesus, e em nome de Jesus Bom Pastor, lembra a generosidade e a disponibilidade de um número
incontável de batizados, engajados nos serviços da ação evangelizadora e
pastoral da Igreja. A nossa atuação pastoral é relacional, de amizade, é
oblativa em união com a caridade do Bom
Pastor, é transformante, porque faz de nós um sinal claro do próprio Jesus.
Pela atuação da pessoa do
Papa, Bispos, Presbíteros, Religiosos, Religiosas e das Lideranças Leigas,
Jesus, o Bom Pastor, continua doando
sua vida, manifestando seu carinho e sua atenção por nós, pelas comunidades, em
especial, por doentes e sofredores. Estes são os privilegiados da ternura e do cuidado do Bom Pastor.
Nossas Comunidades, com
razão, são cada vez mais exigentes. Sejamos Bons Pastores para elas. Sejam elas, Queridas Ovelhas para nós. Essa relação só será possível se
rezarmos com o coração configurado com Jesus Cristo ressuscitado e vivo entre
nós, como o modelo de Bom Pastor:
Desejando-lhes abundantes bênçãos, com ternura e gratidão o abraço
sempre fiel e amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler At 4,8-12; Sl 117(118); 1 Jo 3,1-2 e Jo 10,11-18)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de abril de 2015,
pp. 103-106 e Roteiros Homiléticos da Páscoa (abril de 2015) da CNBB, pp.
65-69.
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