Pentecostes
Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo." ( Mc 1,8)
O Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas, aleluia”. (Cf. Sb 1,7).
Disse o Apóstolo dos Gentios que: “O amor de Deus se derramou em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Cf. Rom 4,5). Por isso a celebração maior de Pentecostes, a manifestação de Cristo Glorificado, é considerada a maior festa da Igreja, em comum união com a festa da Páscoa.
Pentecostes é a festa da plenitude dos tempos, predita pelos profetas. É a festa do início dos tempos da Santa Igreja Católica, da nova e definitiva aliança, a que todos somos convidados, a que todos somos vocacionados. É a festa da comunidade cristã, da comunidade eclesial, da comunidade de fiéis, porque estas comunidades não existem sem o Espírito Santo, que é a alma, que é a fonte de vida para a Igreja. Pentecostes é a festa da unidade que dá o impulso apostólico da pregação a todos os povos, para todas as línguas, para todas as nações. A fé transcende os umbrais do povo hebreu, devendo ser anunciada a todos sem distinção.
Com Pentecostes, em que o Senhor desce na presença redentora do Cenáculo, os discípulos, inundados com os Sete dons do Espírito Santo, tornam-se APÓSTOLOS, ou seja, passam a ser enviados em nome de Cristo, como Cristo, um dia, fora enviado em nome do Pai.
festa de Pentecostes nos pede uma reflexão sobre a presença do Espírito Santo na história da salvação. Não conhecido no Antigo Testamento, ou mesmo chamado de Deus Desconhecido por Paulo em Atenas, coube a Jesus revelar a existência de um Deus único e verdadeiro em três pessoas distintas. É pelo Espírito Santo que se abrem os horizontes pelos quais se movimentam e se compreendem todas as verdades da fé cristã.
O Espírito Santo é visível como o próprio Cristo. Representado por símbolos como o vento, a pomba e as línguas de fogo não são encarnação do Espírito Santo, mas figuras que nos ajudam a compreender o Santo Espírito em linguagem humana quanto é possível entender e guardar em nossos corações.
O Espírito Santo Paráclito. O que é o Paráclito? Vem do grego que significa “aquele que vem para nos ajudar!”. O Espírito Santo pode ser considerado o nosso ADVOGADO, ou ainda, o nosso CONSOLADOR, ou ainda, O ESPÍRITO DE VERDADE.
Orígenes disse que o Espírito Santo é o beijo: O Pai beija, o Filho é beijado. O Espírito Santo é o beijo. Uma figura bonita, compreensível aos olhos humanos pós-modernos. Outros dizem que o Espírito Santo é o abraço. O Pai abraça o Filho com todo amor. Esse abraço é o Espírito Santo. Ora, poderíamos dizer, a mãe abraça e beija o filho com todo o amor de mãe, querendo dar-se inteiramente nesse beijo e abraço. Nem por isso consegue dar-se totalmente.
O rosto do Espírito Santo tem muitas maneiras de aparecer. A mais significativa figura do rosto do Santo Espírito é o AMOR. O Amor que se consubstancializa pela proteção que o Espírito Santo dá aos batizados e pelo auxílio de seus sete dons a todos os homens e mulheres de boa vontade.
Pentecostes é festa da paz. Mas, para ter paz é preciso estar em estado de graça. Pelo perdão de nossos pecados e de nossas atitudes o Espírito age. Na diferença de pessoas, de carismas, de modos eclesiais todos somos convidados a vivenciar o perdão como remédio que não deve faltar na maleta de primeiros socorros que cada cristão é convocado a carregar para aliviar as doenças desse mundo confuso e necessitado de paz.
Por isso cantemos a seqüência “Veni Sancte Spiritus” pedindo paz ao mundo:
“-Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!
-Vinde, Pai dos pobres, daí aos corações vossos sete dons.
-Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
- No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
- Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!
- Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
-Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
- Dobrai o que é duro, guiai o escuro, o frio aquecei.
-Daí à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.
-Daí em prêmio ao forte, uma santa morte, alegria eterna. Amém!”.
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